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FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIANÉSIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO A RELIGIÃO FRENTE AS INJUSTIÇAS SOCIAIS CLEIDE BORGES DE CARVALHO 3º “A” GOIANÉSIA – GO 2019 A RELIGIÃO FRENTE AS INJUSTIÇAS SOCIAIS O papel da religião numa sociedade moderna pode ser complexo e em muitos momentos até ser debatido em diversas frentes como sendo necessário ou sendo disponível. Tais pensamentos são amplamente discutidos por filósofos renomados como Karl Marx e Emile Durkheim, seguindo os pensamentos destes filósofos é necessário expor uma síntese de seus pensamentos sobre o que é a religião, seus papeis e como ela poderá ser benéfica ou maléfica. Em primeiro abordando os estudos de Karl Marx e seus excelentes pensamentos críticos, abordando primeiramente estes pensamentos para uma coesão histórica e para se demonstrar primeiramente a crítica e somente em posterior a defesa da religião na sociedade. É necessário entender que Karl Marx entende o ser humano como sendo um ser dotado de carência, que necessita de saciar seus desejos e problemas para continuar a viver, assim Marx entende que a natureza humana é definida segundo suas carências e pela dialética da satisfação das necessidades. (LÖWY, 2007) Marx é amplamente conhecido pelo conhecimento de defesa do proletariado, critica a burguesia e pela difusão o método comunista, até sendo difamado por tais pensamentos, nestes pensamentos estão inseridas criticas a religião como um método de alienação da população. Marx entende que a religião exerce poder de coerção e distração sobre a sociedade, fazendo com que o trabalhador oprimido passe a ser distraído com as benesses da religião, assim se expondo em seu famoso dito de que a religião é o ópio do povo. (LÖWY, 2007) Karl Marx expõe a religião como um ópio visto que esta seria uma simples maneira de anestesiar o povo para que este não se revolte, opondo pensamentos como desapego aos bens, labuta como método de ser salvo eternamente e outros tantos métodos para que a pessoa esqueça de sua opressão e fique calma sem pensamentos rebeldes. Marx ainda entende a religião como gravante elemento criado para opressão e controle de massas, de maneira que a sociedade é influenciada por ela, assim Marx preza pela interferência mínima da religião sobre o pensamento do proletariado. Em certos momentos Marx até entende que a religião é benéfica em suas ações e em seu modo de ajuda, entretanto ainda é firme com o pensamento de que a religião é dispensável e presta um desserviço para a sociedade em geral. (LÖWY, 2007) Já para Emile Durkheim teremos um contraponto aos ideais de Karl Marx, isso pois, para Durkheim a religião não só é necessária como também desempenha papel essencial na sociedade e até será um fato que recorrentemente aparece em qualquer sociedade minimamente estruturada. Durkheim expõe que a religião tem um papel social de extrema importância, prestando um papel de fé, crença necessária para a sociedade. Segundo este pensador a religião é a manifestação coletiva de sagrado, símbolos e pensamentos que geram uma sistemática de estrutura e ordem. Emile Durkheim ainda entende que este tipo de estrutura e ordem é, não só necessária, como benéfica, já que consegue estruturar melhor a sociedade e dá apoio a ruína da sociedade. A religião ainda expõe papel de frear os avanços culturais da sociedade, dando tempo para adequação social frente aos avanços culturais, assim a religião é o freio para que a sociedade não avance de maneira danosa. (LUCENA, 2010) É de extrema importância dizer que Durkheim entende a religião como um sistema de crenças e práticas comuns a uma parcela social que se insere naquela religião, para ele o deus transcendental não é necessariamente o objeto máximo e sim os modos como aquele grupo deve agir. Durkheim, sendo um sociólogo, também da importância para o estudo da religião como um sistema de modos de agir e de coações sistematizadas que normatizam o grupo, assim, para ele, o transcendental (o “deus”) não é o foco de estudo. (LUCENA, 2010) Em síntese o pensamento de Durkheim e Marx é oposto em diversos sentidos, um, Emile Durkheim, elaborando entendimento a favor da religião na sociedade e entendo esta como fatos essencial na estrutura de toda sociedade; enquanto o outro, Karl Marx, entende a religião como alienante e uma distração para o avanço do bem comum da sociedade. Visto este referencial teórico, é possivel expor o papel da religião frente as injustiças sociais de forma imparcial e com contrapontos aos pensamentos de cada lado. É necessário entender que a religião é um fato social, ela existe e não pode ser ignorada, seja benéfica ou maléfica, deverá ser estudada com afinco e levando importância para cada pensamento que possa contribuir com o debate. Em estudo mais especifico, é possivel entender a religião como benéfica e estrutura essencial da sociedade em certas partes, mas com grandes ressalvas, isso pois, a estrutura não necessariamente busca um avanço da sociedade e sim uma estagnação em sua zona de conforto. É possivel confirmar o acima exposto visto ao decorrer histórico da religião, conforme o tempo passa ela pretende apresentar uma maneira de se estabilizar em um tempo e não permitir estudos para contra sua própria estrutura, se expondo como detentora de conhecimento e estrutura para o avanço da sociedade. Isso é de extremo problema, isso pois, não permite avanços científicos que possam ser “subversivos”, contrario aos seus entendimentos, mesmo que sejam claramente melhores para a sociedade. Neste ponto, muitas vezes, a religião se expõe como uma “criança que não quer dar o braço a torcer”, fazendo com que a sociedade sofra com tal. Em outro ponto a religião expõe o papel de ser um “abraço materno” algo envolvente que acalenta, da sentido à vida do indivíduo e faz com que tenha esperança coletiva, interação social e benefícios sociais completamente essenciais para o bom desenvolver da sociedade. Desta maneira a religião tem o papel de ser uma estrutura social essencial que evita a ruína. Em opinião do resenhista, entendo que a religião se apresenta como uma ferramenta, notoriamente essencial para a sociedade, uma ferramenta que depende do usuário, seu uso sendo maléfico ou benéfico fica a cabo apenas do usuário. Desta maneira ela é essencial ao bom desenvolver da sociedade e pode ser encontrada em qualquer sociedade básica, desde as tribais até as mais estruturadas, apresentando sempre papel de estrutura moral para a sociedade, ditando regras. Saber se a religião é benéfica ou maléfica fica inteiramente respectivo a qual sociedade e como é inserida nesta sociedade, assim o papel da religião é, em opinião própria baseada em estudos, de servir de ferramenta para estruturar a sociedade, se esta estrutura contribui ou não para o bom desenvolver da sociedade ... será necessário posterior estudo de extrema profundidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Durkheim, Émile. "O problema religioso e a dualidade da natureza humana." Debates do NER 2, no. 22 (2012): 27-62. Löwy, Michael. "Marxismo e religião: ópio do povo." BORON, AA; AMADEO, J; GONZALEZ, S, A teoria marxista hoje: problemas e perspectivas. Sabrina (2007). Lucena, Carlos. "O pensamento educacional de Émile Durkheim." Revista HISTEDBR On-Line 10, no. 40 (2010): 295-305. Schütz, Rosalvo. Religião e capitalismo: uma reflexão a partir de Feuerbach e Marx. Vol. 126. EdiPUCRS, 2001. Setton, Maria da Graça Jacintho. "As religiões como agentes da socialização." Cadernos Ceru 19, no. 2 (2008): 15-25.