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LITERATURA BRASILEIRA E MODERNIDADE
PROFESSORA: MARIA CRISTINA DE OLIVEIRA PRATES
ALUNO: ALEXANDRA MARQUES DE SOUZA 
	1ª RESENHA CRÍTICA
BACK, C Sylvio. O poeta dos desterros. São Paulo. 
SOBRE O AUTOR 
O poeta simbolista mais importante do Brasil conhecido como João da Cruz e Sousa, que nasceu livre em Nossa Senhora do Desterro, no dia 24 de novembro de 1861. Seus pais biológicos eram escravos alforriados e após ser adotado por Marechal de Campo, Guilherme Xavier de Sousa e Clarinda Fagundes de Sousa, recebeu o nome do santo e o sobrenome da família que o criou. No ano de 1865, ele iniciou a alfabetização com sua protetora e aos sete anos de idade escreveu seus primeiros versos. Em 1869, passou a frequentar a escola pública. Nessa mesma época, já articulava em teatros escolares. Foi matriculado no colégio Ateneu, onde se aprimorou em francês, latim, matemática e ciências naturais. 
Cruz e Sousa foi o maior simbolista brasileiro e seus versos, de acordo com a escola literária e a época, têm mesmo um tom declamatório, que a você soou como um "ditado". Além disso, optou-se pela cenografia um tanto teatral, o que combina com a paixão inicial de Cruz e Sousa por um certo teatro amador. Lembre-se de que ele viveu no final do século XIX.
RESUMO DA OBRA/FILME	
O filme com direção, roteiro e produção de Sylvio Back, apresenta as tragédias da vida de Cruz e Souza (1861-1898), inserido com a leitura de seus poemas, o filme de 1998, com o tema literatura negra, emociona o telespectador e ajuda a compreender a obra de um poeta simbolista brasileiro. 
O diretor quis mostrar como Cruz e Sousa após sua morte ficou marcado como o maior representante do simbolismo brasileiro na literatura brasileira. Mesmo tendo tido uma educação de excelência na Europa, o poeta teve dificuldade de ser reconhecido por ser negro. 
Embora o filme tenha uma motivação um tanto comovente, não estamos diante de um filme comum, com personagens, enredo, assunto e ambiente específicos, como se é esperado. O diretor do filme preferiu mesclar elementos da biografia com a leitura dramática constante de textos, possivelmente criando um gênero inovador de cinema em nosso país, capaz de atender às necessidades moderadas de ficção e documentário. O filme retrata da euforia da juventude e o sofrimento derradeiro do poeta, destacando a extrema pobreza, a falta de apoio moral de um artista negro em uma sociedade escravocrata, a maldição da tuberculose, a morte prematura e a insanidade mental de sua esposa, Gavita (Maria Ceiça).
Nessa operação, imaginou-se Cruz e Sousa (Kadu Carneiro) interpretando os próprios poemas, como se fossem expressão legítima de situações vivenciadas em sua atormentada existência. A obra resultou numa curiosa superposição de cinema falado e cinema mudo.
Existe um silêncio interpretativo que faz com que a obra seja vista de uma maneira e não de outra, de modo que respeite a autoria de Cruz e Sousa, possibilitando criar uma narrativa cinematográfica que mantenha a fidelidade à poesia. O filme adota a estética simbolista, que permeia toda a obra. A interpretação cinematográfica dá voz ao poeta. 
O filme possui 34 quadros, que é conhecido como “estrofes visuais”, que retrata as relações sociais dos negros com a sociedade. Cruz e Sousa, apresenta-nos seus poemas através de encenações com o cotidiano da vida, neste caso, percebemos o interesse do autor em nos apresentar o simbolismo, que é um movimento literário da poesia, estendendo suas raízes aos palcos teatrais, na literatura, é comum encontrar referências à abolição do trabalho escravo em artigos e até mesmo poemas de Cruz e Sousa. 
Os de Estética emovente e exótica, os gueux, os requintados, os sublimes iluminados por um clarão fantástico, como Baudelaire, como Poe, os surpreendentes da Alma, os imprevistos missionários supremos, os inflamados, devorados pelo Sonho, os clarividentes e evocativos, que emocionalmente sugestionam e acordam luas adormecidas de Recordações e de Saudades, esses, ficam imortalmente cá fora, dentre as augustas vozes apocalípticas da Natureza, chorados e cantados pelas Estrelas e pelos Ventos! (CRUZ E SOUSA, 1995, p. 668)
No poema Emparedado, notamos algumas recriminações feita pelo próprio autor, até um pouco obscura, no entanto, que nos faz refletir sobre a sociedade. Ele tinha esperanças de romper com o emparedamento formal que foi imposto. A arte permite a Cruz e Sousa transcender suas origens e valorizar a beleza acima de tudo, mesmo que isso o deixe angustiado. Ele sabia que a arte poderia abolir as fronteiras impostas pela sociedade.
A poesia deve ser o som e a imagem ao mesmo tempo. Ambos devem estar sincronizados, dito isto, enfatizamos a duplicidade de identidade do protagonista. Notamos que a preocupação com a moralidade e a honestidade dos indivíduos era evidente, mas as elites não se preocupavam em romper com os padrões de uma sociedade hierarquizada e excludente. 
Os jornais, folhetins, contavam que Cruz e Souza lutou por uma nova identidade, uma transformação. O protagonista do filme não queria só liberdade de poder andar nas ruas, ele queria igualdade de poder ser o que tiver que ser sem ser julgado por sua cor? Afinal, para que esse ar de superioridade? João Cruz e Sousa, no filme, que é recitado em poemas, ele lutou através de cada verso contra o preconceito racial que vivenciou, lutou abolição da escravidão e acima de tudo, lutou por uma dívida que mesmo nos dias atuais, não está paga. Pois, não nenhum dinheiro ou direito pode quitar a dor de um ser humano ser “escurraçado” pela cor de sua pele. Ele se apropriou da sua arte para expressar tamanha indignação do povo e para dar voz a aqueles que eram silenciados com chicotes, amarras e ameaças. 
CONCLUSÃO, JULGAMENTO E RECOMENDAÇÃO
	 
 	O diretor Sylvio Back, acertou em cheio quando decidiu filmar a história de Cruz e Sousa, emocionando uma comunidade negra e carioca, que choraram com o maior poeta negro da língua portuguesa. Cruz e Souza, ficou marcado no coração da literatura brasileira, como maior poeta e como o mais injustiçado. 
	O que ele fez com o movimento simbolista, faltam palavras. As poesias, a necessidade de ascensão social e moral pela arte. Utilizando inspirações que surgiam de sua cabeça para nos dar uma poesia com tanto vigor, com tanta intensidade. Considerado um verdadeiro poeta da língua portuguesa e porque não um dos grandes poetas do Simbolismo. Ele marcou a afrodescendente com sua história, com sua harmonia em seus versos. A vida difícil do poeta, humilhado e desprezado, sem grande ascensão, foi constantemente alvo da sociedade da época que tentava rebaixá-lo a todo custo. Ele era repelido pela sua raça, mas sua criatividade era impossível de ser diminuída, tudo isso por ter sido um grande artista. No final de 1897, a tuberculose o persegue e em busca de melhores ares segue para o Sítio, Minas Gerais, onde falece em 19 de março do ano seguinte. Seu corpo foi sepultado no Rio de Janeiro.
 
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