Buscar

A Hora e a Vez de Augusto Matraga

Prévia do material em texto

Disciplina: Literatura Brasileira e Modernidade
Aluno (a): Alexandra Marques de Souza 
Professora: Cristina Prates
Matrícula: 20191108465
A terceira fase do modernismo ou pós-modernista, representa o momento final do movimento modernista brasileiro. A fase final do modernismo, também conhecida como "Geração 45", começou em 1945 e durou até 1980. Guimarães Rosa, além da carreira de diplomata e médico, foi um dos mais importantes escritores modernistas do Brasil.
Em 1967, foi o terceiro membro do segundo presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele era um membro da terceira geração modernista conhecida como "Geração 45".
O romance "A hora e a vez de Augusto Matraga" de Guimarães Rosa (1908-1967) está incluído no livro Sagarana (1946). A história é narrada em terceira pessoa, tem bela linguagem e é conduzida por Nhô Augusto.
O personagem principal é um homem cruel que eventualmente consegue mudar sua vida, mas no final ele se vê lutando contra seus próprios instintos.
O título escolhido por Guimarães Rosa está relacionado com as palavras proferidas pelo padre quando visitou o moribundo Nhô Augusto na casa de Mãe Quitéria e Pai Serapião.
Depois de ouvir o padre, o personagem principal muda completamente de vida: não fuma mais, não bebe, briga, olha para as mulheres, cria o caos.
O padre o orienta:
“Reze e trabalhe, fazendo de conta que esta vida é um dia de capina com sol quente, que às vezes custa muito a passar, mas sempre passa. E você ainda pode ter muito pedaço bom de alegria... Cada um tem a sua hora e a sua vez: você há de ter a sua.”
Foi o que fez Nhô Augusto, passando a viver a sua vida de uma forma completamente diferente. Nas localidades que frequentava, ninguém o conhecia, e ele resolveu praticar ali os ensinamentos do pastor.
Vale ressaltar a importância do padre na história, ou melhor, o importante papel da religião no cotidiano do Sertão. Note-se, por exemplo, que na cena do espancamento de Nhô Augusto, os invasores insistem em colocar uma cruz onde acreditam que o corpo perdeu a vida.
A vida de trabalho árduo e devoção continua sem grandes perturbações até a chegada de Joãozinho Bem-Bem, um pistoleiro, acompanhado de sua gangue. Com entusiasmo, ele convida a todos para se hospedarem em sua casa e demonstra grande estima pelo grupo. No entanto, quando é convidado a se juntar a eles, ele recusa veementemente, afirmando que sua vida será dedicada ao bem. A gangue parte.
Algum tempo depois, em Arrial do Rala-Coco, Nhô Augusto cruza novamente o caminho de Joãozinho Bem-Bem, que, com sua gangue, planeja executar uma família de um assassino fugitivo.
Nhô Augusto discorda completamente da condenação e decide intervir para fazer justiça. No calor do momento, ele sente renascer sua antiga essência e acaba matando alguns capangas e o próprio Joãozinho. É durante a briga que a identidade de Nhô Augusto é revelada novamente.
No desfecho da história, Joãozinho Bem-Bem e Nhô Augusto acabam morrendo durante o confronto.
Da dor e do sofrimento, vemos surgir um Nhô Augusto. A pergunta que fica ao leitor é: este sujeito é capaz de viver uma vida tão diferente da que tem? A novela mergulha em questões de identidade e levanta questões como "É possível escaparmos de nossos instintos?", "Como nos tornamos quem somos?"
REFERÊNCIAS 
LEAL, F. Matraga e bem-bem: conflito ético. Uma leitura de "A hora e vez de Augusto Matraga" de João Guimarães Rosa”. Espéculo: Revista de Estudios Literarios, nº 30, 2005.
SILVA, C. M. Entre a coragem e o medo: uma análise de A hora e vez de Augusto Matraga. Odisseia, Natal, RN, v. 3, n. 2, p. 1-15, jul.-dez.
CARTA de João Guimarães Rosa a João Condé, revelando os segredos de Sagarana. In.: ROSA, João Guimarães. Sagarana. Ed. comemorativa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. p. 395.
image1.jpeg

Mais conteúdos dessa disciplina