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1/1 Serra da Capivara Situado dentro de penhascos traiçoeiramente íngremes, e escondido nos vales isolados do nordeste do Brasil, é uma das mais significativas e espetaculares arte rupestre da América do Sul. A arte mais conhecida vem do Parque Nacional arquelogicamente importantíssimo da Serra da Capivara, no estado do Piauí, e está causando uma grande controvérsia. A razão para o alvoroço? A arte está sendo datada de cerca de 25.000 anos atrás, enquanto um pequeno número de eminentes especialistas em arte rupestre estão propondo uma data ainda anterior – talvez já em 36.000 anos atrás. Se estiver correto, isso é definido para desafiar a visão amplamente difundida de que as Américas foram colonizadas pela primeira vez a partir do norte, através do Estreito de Bering em torno de 10.000 aC, movendo-se apenas para a América Central e do Sul nos milênios depois (um modelo conhecido como oTeoria de Clovis em primeiro lugar, após as ferramentas de pedra “Clovis-tradição” usadas por esses colonos). Então, o que é essa arte controversa e por que está sendo dada uma data tão antiga? Antes da designação da área como Parque Nacional, os locais de arte rupestre eram difíceis e muitas vezes perigosos para entrar. Nos tempos antigos, essa inacessibilidade deve ter aumentado a importância dos locais e, de fato, daqueles que pintaram nas rochas. Esta arte “perigosa” tende a ser pintada em vários tons de vermelho usando ochre (haematite), que sangra naturalmente do afloramento de rochas expostas; embora ocasionalmente, pigmentos amarelos (limonitos) e cinza também foram usados. Cada painel (ou tela) geralmente assume a forma de um longo bloco linear de imagens, organizado cerca de 0,5 m a 2m acima do piso original e estendendo-se algumas dezenas de metros de comprimento. Ocasionalmente, o painel preenche todo o comprimento do abrigo ou saliência de rocha naturalmente formado. A maioria das imagens parece estar estrategicamente posicionada, geralmente dentro de depressões naturais, cortando a superfície da rocha ou em cavidades erodidas. Este artigo é um extrato do artigo completo publicado na edição 37 World Archaeology. Clique aqui para subscrever https://www.world-archaeology.com/subscriptions