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Educação Especial e Adequação Curricular

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17/06/2024, 00:48 EDUCAÇÃO ESPECIAL E LEGISLAÇÃO: ADEQUAÇÃO CURRICULAR | MOODLE-CEaD/UFU
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PRINCIPAIS CONCEITOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E LEGISLAÇÃO
6. ADEQUAÇÃO CURRICULAR
Adequação Curricular
No dicionário o termo “adequação” apresenta as seguintes descrições: ajuste; adaptação em relação a alguma coisa. Conformidade;
relação de acomodação entre uma coisa e outra, entre uma pessoa e outra ou entre uma coisa e uma pessoa.
Transportando esse conceito para o universo educacional, mais precisamente o currículo escolar, pode-se compreender que
adequação é uma ação de acessibilidade.
Partindo do pressuposto que somos seres únicos, que cada um apresenta particularidades, como seria possível sustentar um
currículo padrão? Como um currículo homogêneo pode suprir as necessidades de uma população totalmente heterogênea? Será que
aí está localizado o cerne da pseudoinclusão? E, embora o objetivo aqui seja tratar de adequação, voltada às pessoas com
deficiência, quando é mencionada a escola inclusiva não há referência apenas às pessoas público-alvo da educação especial. Ela deve
abarcar todos os indivíduos, com suas singularidades, no que abrange características físicas, intelectuais, sociais e culturais; dessa
forma não há condições de se objetivar sincronismo no processo de aprendizagem. Cada pessoa tem seu tempo para aprender. O
sucesso ou insucesso escolar apresenta diversas variantes, como metodologia e avaliação, por exemplo.
Sobre isso, Beyer (2006, p. 76) indica que
O desafio é construir e pôr em prática no ambiente escolar uma pedagogia que consiga ser comum e válida para todos os alunos da
classe escolar, porém capaz de atender os alunos cujas situações pessoais e características de aprendizagem requeiram uma pedagogia
diferenciada. Tudo isto sem demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados estigmas.
Nesta perspectiva, é possível afirmar que uma escola realmente inclusiva oferece oportunidades de forma equânime, possibilitando
condições de desenvolvimento a todos os indivíduos, considerando suas singularidades, empreendendo ações que vislumbram o
sucesso no processo ensino e aprendizagem de todos, sem distinções.
Encontra-se respaldo para a aplicabilidade da adequação no currículo escolar por alguns dispositivos, dentre eles a Lei nº 9.394, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996), a qual, alterada pela Lei nº 12.796,
de 4 de abril de 2013, em seu artigo 59, inciso I, dispõe que:
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades (BRASIL, 2013, p. 19).
A Resolução CNE/CEB nº 2, em seu Art. 8º, Inciso III, estabelece que as escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na
organização de suas classes comuns, dentre outros:
Flexibilizações e adaptações curriculares que considerem o significado prático e instrumental dos conteúdos básicos, metodologias de
ensino e recursos didáticos diferenciados e processos de avaliação adequados ao desenvolvimento dos alunos que apresentam
necessidades educacionais especiais, em consonância com o projeto pedagógico da escola, respeitada a frequência obrigatória (BRASIL,
2001, p. 02).
Já o Art. 17 do mesmo documento assegura que:
Em consonância com os princípios da educação inclusiva, as escolas das redes regulares de educação profissional, públicas e privadas,
devem atender alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, mediante a promoção das condições de acessibilidade, a
capacitação de recursos humanos, a flexibilização e adaptação do currículo e o encaminhamento para o trabalho, contando, para tal,
com a colaboração do setor responsável pela educação especial do respectivo sistema de ensino (BRASIL, 2001, p. 05)
O currículo escolar, para se fazer inclusivo, deve ser moldado de acordo com as necessidades dos alunos, tendo como fio condutor a
valorização da diversidade. Para que tal façanha seja alcançada, a escola deve valer-se, na construção dos seus currículos, da
adequação, com o intuito de oportunizar o aprendizado de todos, como destacado na Declaração de Salamanca sobre princípios,
políticas e práticas na área das necessidades educacionais especiais/ UNESCO.
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17/06/2024, 00:48 EDUCAÇÃO ESPECIAL E LEGISLAÇÃO: ADEQUAÇÃO CURRICULAR | MOODLE-CEaD/UFU
https://ead.ufu.br/mod/book/view.php?id=131243&chapterid=5710#mod_book-chapter 2/2
[...] todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas
possam ter. Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e
ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjos
organizacionais, estratégias de ensino, uso de recurso e parceria com as comunidades (UNESCO, 1994).
REFERÊNCIAS
BEYER, O. H. Da integração escolar a educação inclusiva: implicações pedagógicas. In: BAPTISTA, C. et. al. (Orgs.). Inclusão e
escolarização: múltiplas perspectivas: Porto alegre: Mediação, 2006.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Resolução n. 002/2001, de 11 de setembro de 2001. Institui diretrizes
nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília: MEC/SEESP, 2001. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/resolucao2.pdf. Acesso em: 19 jan. 2024.
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/resolucao2.pdf

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