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Constituição e Política de Direitos Humanos: antecedentes, trajetórias e desafios 127 Esse movimento pode ser finalizado em 2009 com a aprovação do novo PNDH, cuja conferência preparatória, realizada em dezembro de 2008, apontou para uma convergência entre governo e sociedade civil no sentido de entender os direitos humanos como uma diretriz a pautar todas as ações do Estado. Assim, ao lado de temas tradicionais, como polícias, sistema prisional, discriminação e gru- pos vulneráveis, foram discutidas questões ligadas à pobreza e à desigualdade, à democratização dos meios de comunicação de massa, ao direito a meio ambiente sustentável e à relação entre desenvolvimento e direitos humanos. Nesse sentido, as perspectivas para as políticas públicas apontam no senti- do de retomada da vocação universalista e transversal dos direitos humanos, em contraponto ao projeto focalizado e temático do PNDH I. Entretanto, é funda- mental recordar que a agenda proposta em 1995, de pacificação social, combate à impunidade e à violência institucional e de garantia do direito à vida continua, infelizmente, é bastante atual. Responder a esta dupla demanda – proporcionar continuidade ao enfrentamento dos principais problemas observado no Brasil no que se refere à violação dos direitos humanos; e, simultaneamente, abrir-se para um diálogo com o todo do fazer estatal – é, hoje, o principal desafio para a polí- tica nacional de direitos humanos. Políticas Sociais: acompanhamento e análise128 REFERÊNCIAS ABRAMO, H. Estado da questão no Brasil. In: Juventude e integração sul-ameri- cana: caracterizações de situações-tipo e organizações juvenis. Relatório nacional do Brasil. Rio de Janeiro: Ibase, Pólis, nov. 2007. AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL. MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO 8 DE OUTUBRO (MR-8). Manifesto do sequestro do embaixador americano no Brasil. Rio de Janeiro, 1969. Disponível em: <http://www.marxists.org/portu- gues/tematica/ 1969/09/04.htm>. Acesso em: 15 mar. 2009. ALMEIDA, A. C.; SCHROEDER, A.; CHEIBUB, Z. B. PESB: Pesquisa Social Brasileira. Microdados. 2002. ALSTON, P. Report on extrajudicial, summary or arbitrary executions: mission to Brazil. Advance unedited version. ONU, 29 Aug. 2008. ALVES, M. M. A força do povo: democracia participativa em Lages. São Paulo: Brasiliense, 1981. ARNS, P. E. (Org.). Brasil: nunca mais – um relato para a história. Petrópolis: Vozes, 1996. BELTRÃO, K. I.; CAMARANO, A. A.; MELLO, J. L. Mudanças nas condições de vida dos idosos rurais brasileiros: resultados não-esperados dos avanços da Segu- ridade Social. Rio de Janeiro: Ipea, 2005 (Texto para Discussão, n. 1066). BENEVIDES, M. V. Participação popular na Constituinte: um corretivo para a representação política. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, v. 4, n. 1, 1990. BICUDO, H. A violência e a Constituinte. In: PINHEIRO, P. S.; BRAUN, E. (Org.). Democracia versus violência: reflexões para a Constituinte. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992. BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Ata das comissões. Comissão 1b. Brasília, 7 abr. 1987. ______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Con- gresso Nacional, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em: 10 mar. 2009. ______. Ministério da Educação (MEC). Conselho Nacional de Educação (CNE). Câmara de Educação Básica (CEB). Resolução CEB n. 3, de 10 de no- vembro de 1999. Brasília, 1999. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/ arquivos/pdf/CEB0399.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2009. http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb03_99.pdf http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb03_99.pdf