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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
2022 
 
ANTÔNIO KLEBER DA ROCHA 
BEATRIZ COUTO SILVA 
BRUNA FERNANDES ANDRADE 
CAROLINA DOS ANJOS SÃO PEDRO 
DÉBORA BRAGA PINHEIRO DE MATOS 
GABRIEL RAMOS LUCAS DOS SANTOS 
IASMIN SANTANA FILGUEIRA FORTUNA 
ISRAEL DE FIGUEIREDO OLIVEIRA ALMEIDA 
MÁRCIA GABRIELA RODRIGUES ALMEIDA 
MARIA EDUARDA BARRETO MAIA 
NUANA LOUYSE DE OLIVEIRA SANTOS 
SÉRGIO DE SOUZA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABCESSO FÊNIX 
 
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ANTÔNIO KLEBER DA ROCHA 
BEATRIZ COUTO SILVA 
BRUNA FERNANDES ANDRADE 
CAROLINA DOS ANJOS SÃO PEDRO 
DÉBORA BRAGA PINHEIRO DE MATOS 
GABRIEL RAMOS LUCAS DOS SANTOS 
IASMIN SANTANA FILGUEIRA FORTUNA 
ISRAEL DE FIGUEIREDO OLIVEIRA ALMEIDA 
MÁRCIA GABRIELA RODRIGUES ALMEIDA 
MARIA EDUARDA BARRETO MAIA 
NUANA LOUYSE DE OLIVEIRA SANTOS 
SÉRGIO DE SOUZA FERREIRA 
 
 
 
 
 
ABCESSO FÊNIX 
 
Trabalho apresentado à Disciplina de 
Endodontia do Centro Universitário UNIFTC, 
como requisito de avaliação extra da 1ª 
Unidade. 
 
 
 
 
 
Salvador 
2022 
 
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SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO 4 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5 
 
3 ABSCESSO FÊNIX 8 
3.1 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 8 
3.2 CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS 8 
3.3 CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS 10 
3.4 TRATAMENTO 10 
 
4 CONCLUSÃO 11 
 
5 REFERÊNCIAS 12 
 
 
 
 
 
 
 
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1 INTRODUÇÃO 
O acúmulo de células inflamatórias agudas no ápice de um dente necrosado é denominado abscesso 
periapical. Os tecidos são agredidos diretamente pelos microrganismos e toxinas. Além disso, a 
resposta aguda ou crônica do tecido periapical depende da virulência da infecção endodôntica e das 
condições do sistema imunológico do paciente. Frequentemente, a fonte da infecção é um processo 
carioso avançado, infecção da polpa dental como sequela da cárie dental. 
Dentre as periapicopatias, há o abscesso apical agudo (AAA) o qual é um processo inflamatório agudo, 
que afeta a região apical, sendo violento, rápido e com formação de pus. Paralelo ao exposto, quando 
o abscesso alveolar agudo se desenvolve a partir da exacerbação de um granuloma apical ou de um 
abscesso apical crônico, sem um tratamento endodôntico prévio, a infecção primária recebe o nome 
de Abscesso Fênix. 
Este, para Neville et al. (2009), é uma exacerbação aguda de uma lesão inflamatória periapical crônica, 
em que radiograficamente apresenta-se o perfil da lesão crônica original, com ou sem perda óssea mal 
definida. Concomitantemente, o Abscesso Dento Alveolar Crônico Reagudizado, chama-se Abcesso 
Fênix, “o que ressurgiu” (em analogia à ave que renasce das cinzas), pois são lesões assintomáticas 
que podem evoluir para sintomáticas espontaneamente à medida que o material purulento se acumula 
no interior do alvéolo. 
Na maioria das vezes, o Fênix não pode ser distinguido clinicamente do Abscesso Apical Agudo, exceto 
radiograficamente, quando pode ser relacionado com grandes áreas de rarefação na região periapical. 
Por essas razões, é importante a intervenção precoce dos abcessos periapicais em evolução com 
drenagem a ser realizada com extremo zelo, se necessário, preferencialmente por Cirurgiões-dentistas 
habilitados Especialistas em Cirurgia Buco-maxilo. 
Assim, o objetivo do presente trabalho é abordar informações pertinentes ao abcesso fênix, como as 
características clínicas, radiográficas, histológicas e o tratamento para essa patologia através de artigos 
e livros. 
 
 
 
 
 
 
 
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
A partir da formação do elemento dentário, podemos perceber a intima relação dos tecidos que o 
compõem. Sendo assim é comum encontrarmos referência a relação dentina / polpa como um 
complexo, de equilíbrio e preservação da saúde do elemento dentário. A dentina do manto será a 
primeira a ser formada e está localizada imediatamente abaixo do esmalte ou cemento. A dentina 
primária é depositada durante a formação fisiológica da dentina pelos odontoblastos e constitui grande 
parte do elemento dentário. A dentina secundária é depositada fisiologicamente após a raiz estar 
completamente formada e o ápice ter alcançado o estágio final de desenvolvimento. Ela é depositada 
por odontoblastos originais em taxa menor que a primária. A dentina terciária é formada em resposta a 
estímulos externos, sendo depositada no lado pulpar, logo abaixo do local de injúria. A taxa de 
deposição é proporcional ao grau da agressão. 
Já a polpa é um tecido conjuntivo, a dimensão da agressão ao elemento dental pode promover 
fenômenos inflamatórios (vásculo-exsudativos) que levam à compressão das fibras nervosas e, 
portanto, geram a dor. É interessante ressaltar que a estrutura mineralizada dos elementos dentais não 
permite que a polpa expanda quando ocorrem reações inflamatórias, de forma que, quando há aumento 
no seu volume, consequentemente, há um aumento da pressão interna, o que causa os episódios de 
dor. A vascularização pulpar é fornecida por vasos sanguíneos que entram na polpa via forame apical 
ou foraminas e, em seguida, se estendem e ramificam no sentido coronário. A vascularização é 
originada a partir dos ramos da artéria infraorbital, da artéria alveolar posterossuperior ou da artéria 
alveolar inferior, que, por sua vez, tem origem na artéria maxilar, um ramo da artéria carótida externa. 
Uma ou algumas vezes, duas arteríolas, com cerca de 100 μm (ou até menos) de diâmetro, entram 
pelo forame apical e se posicionam um pouco deslocadas do centro do tecido pulpar. Estas arteríolas 
se estendem longitudinalmente em direção à polpa coronária, enquanto numerosos capilares se 
ramificam em ângulo reto para formar uma densa rede de capilares na periferia da polpa. 
Aproximadamente 1.000 a 2.000 nervos penetram em um único dente, o que nos dá a real importância 
do elemento dentário na saúde do ser humano. Destes: 80% são amielinizados e 20% são mielinizados. 
Os nervos pulpares geralmente seguem os vasos sanguíneos que se estendem e ramificam no sentido 
coronário. Na zona subodontoblástica pobre em células, as fibras nervosas originam uma rica rede de 
terminações nervosas para formar o plexo nervoso de Rashkow. 
A polpa dental apresenta inervação sensorial e autônoma. A inervação sensorial da polpa e dos tecidos 
perirradiculares é originada das divisões maxilar e mandibular do nervo trigêmio (quinto par craniano). 
As situações de injúria e dor endodôntica são reflexos de alterações que podem ser classificadas como 
pulpares ou periapicais. 
O diagnóstico e o tratamento destes eventos agudos se relacionam a essas alterações tornando-se 
rotina frequente na praxe odontológica. A causa mais comum de alterações pulpares e periapicais é a 
presença de bactérias em decorrência de lesões de cárie. A magnitude da lesão pulpar está 
diretamente relacionada com a extensão e com a profundidade da lesão de cárie, sendo que a polpa 
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poderá responder com um leve depósito de dentina ou até mesmo com alterações inflamatórias e 
degenerativas. 
As informações colhidas das características da dor obtida por meio da anamnese, do exame 
radiográfico e dos testes de vitalidade, percussão e mobilidade. Resultaram em uma classificação de 
diagnósticos e alterações pulpares na endodontia. 
Classificação das doenças pulpares inflamatórias 
CLASSIFICAÇÃO - 1 
NOMENCLATURA 
ADOTADA 
CORRESPONDÊNCIA COM OUTRAS NOMENCLATURAS 
Hiperemia pulpar 
Pulpite aguda Serosa / Purulenta 
Pulpite crônica Ulcerativa / Hiperplástica 
Necrose pulpar 
CLASSIFICAÇÃO - 2 
Pulpite fechada Hiperemia pulpar / Pulpite Infiltrativa / Pulpite abcedada 
Pulpite aberta Pulpite ulcerosa traumática / Pulpite Ulcerosa não traumática 
/ Pulpite hiperplásica 
Necrose Pulpar 
CLASSIFICAÇÃO - 3 
Pulpite aguda Reversível em transição / Irreversível 
Pulpite crônica Ulcerada HiperplásicaNecrose Pulpar 
Fonte: adaptado de Estrela, 2004 
 
 
7 
 
Classificação clínica versus classificação histopatológica das doenças inflamatórias da polpa 
dentária 
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA CLASSIFICAÇÃO HISTOPATOLÓGICA 
NOMENCLATURA 
ADOTADA 
CORRESPONDÊNCIA COM OUTRAS NOMENCLATURAS 
Pulpalgia hiper-reativa 
 
Hipersensibilidade dentinária 
Hiperemia pulpar (Pulpite reversível) 
Pulpite sintomática 
 
Pulpite aguda serosa e purulenta 
Pulpite fechada Infiltrativa e abcedada 
Pulpite de transição e irreversível 
Pulpite assintomática 
 
Pulpite crônica ulcerativa e hiperplásica 
Pulpite aberta ulcerosa traumática, ulcerosa não traumática e 
hiperplásica 
Pulpite crônica ulcerada e hiperplásica 
Necrose pulpar Necrose pulpar 
Fonte: adaptado de Estrela, 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 ABSCESSO FÊNIX 
 
3.1 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
A unidade dentária afetada apresenta sensibilidade extrema à percussão e à palpação. Pode estar 
presente uma tumefação no fundo de vestíbulo e mobilidade dental. Os dentes vizinhos podem também 
apresentar-se sensíveis à percussão, porém com vitalidade pulpar. 
Nos casos de Abcesso fênix, pode haver bacteremia transitória, linfadenite regional e elevação da 
temperatura corporal decorrente da infecção. Há presença de pus na região periapical, e se não 
drenado pelo canal, esse pus procura o caminho de menor resistência para exteriorizar-se, podendo 
perfurar o osso cortical e acumular-se sob o periósteo, em seguida passa para a fase submucosa, 
formando assim uma fístula. 
A principal ferramenta para o diagnóstico diferencial será a radiografia, que demonstrará a presença 
de lesão óssea periapical (rarefação óssea), que poderá ser difusa, localizada (sugestivo de granuloma 
periapical) ou circunscrita (sugestivo de cisto periapical). Durante a realização da avaliação diagnóstica 
das alterações pulpares e periapicais, o cirurgião-dentista pode deparar-se com situações limítrofes 
entre duas patologias, nas quais será necessário realizar o diagnóstico diferencial. 
 
Figura 1: Aspecto clínico do abscesso fênix intraoral na unidade 21 (fonte: https://www.endo-e.com/images/doencas_polpa/doencas_polpa.htm) 
 
3.2 CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS 
Quando o Abscesso Alveolar Agudo progride a partir da exasperação de um granuloma apical ou de 
um Abscesso Apical Crônico, está presente um Abscesso Fênix. 
Diante de um caso clínico de AAA (Abscesso Alveolar Agudo), se a radiografia apresentar um grande 
espaço de rarefação apical, será um Abscesso Fênix, considerando que, a diferença radiográfica entre 
o AAA e o Abscesso Fênix se dá pela área de rarefação, pois o AAA não provoca o espaço de imediato. 
Logo, radiograficamente é visto uma rarefação óssea periapical difusa ou circunscrita ao ápice 
radicular, sinalizadora de lesão óssea periapical, que poderá ser difusa, localizada ou circunscrita e 
podendo apresentar aspecto normal da área apical ou mostrar um ligeiro espessamento da lâmina dura. 
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Quando a área de rarefação está presente, diz-se que ocorreu a agudização de um processo crônico, 
que, assim, se chama “abscesso fênix”. 
 
Figura 2: Aspecto radiográfico do abscesso fênix (fonte: Classificação radiográfica das lesões periapicais, 2003) 
 
Figura 3: Aspecto radiográfico do abscesso fênix na unidade 21 (fonte: https://www.endo-e.com/images/doencas_polpa/doencas_polpa.htm) 
 
Figura 4: Aspecto radiográfico do abscesso fênix no início, final e após 
(fonte: https://www.facebook.com/odirleypereiraendodontia/photos/a.792746354122359/936215256442134/) 
 
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3.3 CARACTERÍSTICAS HISTOLOGICAS 
 
O abscesso crônico agudizado é uma formação de coleção purulenta composta por células mortas, 
resíduos, neutrófilos polimorfonucleares e macrófagos, amplas áreas de destruição tecidual e 
fenômenos vasculares localizados ao redor do dente. Além disso, tais áreas são circundadas também 
por linfócitos e plasmócitos. 
A microbiota se diferencia para cada indivíduo, porém há o predomínio de bacilos anaeróbicos, gram-
negativos, e cocos anaeróbicos facultativos (streptococcus) e anaeróbicos estritos (Porphyromonas, 
Prevotella, Fusobacterium). 
 
3.4 TRATAMENTO 
De acordo com Faria de França MIA et al. para realização do tratamento do abcesso fênix, faz-se 
necessário primeiramente o conhecimento da patologia que está afetando o indivíduo e o seu 
mecanismo como um todo. É de extrema importância realizar uma terapia endodôntica correta, 
respeitando os passos para uma boa efetuação da mesma. 
A mesma alega que, a conduta farmacológica será definida a partir do conhecimento do mecanismo da 
patologia, sendo indicado caso o indivíduo apresente linfonodos palpáveis, celulite, trismo, dispneia, 
febre e mal-estar e pacientes com comprometimento imunológico. Ainda pontua que o tratamento do 
abcesso fênix consiste em estabelecer uma drenagem oportuna e eliminar a causa. 
Por conseguinte, os medicamentos utilizados para o controle da dor aguda, são: paracetamol, dipirona 
e podendo utilizar como outra alternativa ibuprofeno. Como também aponta, são utilizados antibióticos 
sistêmicos, como amoxicilina associada ao clavulanato de potássio e clindamicina (AA, WICHNIESKI 
C).

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