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Pró-Reitoria de Extensão – PROEX 118 Ciências Humanas A passagem do feudalismo ao capitalismo, nos países da Europa Ocidental, operou-se através de revoluções burguesas. A burguesia ascendente valeu-se da luta dos camponeses contra os proprietários de terra para acelerar a queda do feudalismo, substituir a exploração feudal pela exploração capitalista e tomar nas suas mãos o poder político. orGanização de Produção CaPitalista Durante a Idade Moderna, predominou o denominado capitalismo co- mercial e, nessa fase, foram acumulados os capitais necessários para a Revolução Industrial, a qual transformou profundamente o modo de produção da Europa Ocidental. O capitalismo é baseado na propriedade privada dos meios de produção (máquinas, ferramentas, fábricas e matérias-primas) e no trabalho assalariado. O capitalismo não se desenvolveu no mesmo ritmo e na mesma época em todos os países. Dessa forma, o processo de formação do mercado de trabalho tam- bém assumiu características diferenciadas entre eles. Com o surgimento das fábricas, a partir do século XVIII, na Inglaterra, e depois em outros países, apareceram também os proprietários das máquinas. Se a mecanização revolucionou o modo de produzir mercadorias, colocou o trabalhador debaixo de ordem. Assistiu-se, dessa maneira, ao processo de acumulação da mais valia, ou seja, as horas que os trabalhadores trabalhavam a mais, sem receber por elas. Durante a Revolução Industrial, os operários, nas indústrias, eram subme- tidos a jornadas de trabalhos exaustivas, chegando a 16 horas por dia, em ambientes insalubres, sujeitando-se a rigorosa disciplina e sem ter nenhum direito trabalhista assegurado. Com o passar do tempo e com as organizações e lutas, os trabalhadores foram conquistando direitos e assegurando condições de trabalho e de vida mais dignas. O capitalismo também foi se transformando, entretanto, com momentos de expansão, retratação e depressão. O desenvolvimento tecnológico, nas mais di- ferentes áreas do conhecimento, propiciou ao capitalismo concentração de capitais sem precedentes na história humana. Atualmente, com a chamada Terceira Revolução Industrial, grandes avan- ços tecnológicos têm repercutido intensamente na produção econômica e no traba- lho no mundo como um todo. Assim, alguns historiadores e analistas contemporâ- neos passam a considerar a existência de uma terceira fase ou etapa da Revolução Industrial, dado o impacto de novas tecnologias, como o microcomputador, a micro- Pró-Reitoria de Extensão – PROEX História 119 eletrônica, a robótica, a engenharia genética, a telemática, entre outras. O emprego dessas novas tecnologias propicia o aumento da produtividade com o concurso de um número cada vez menor de trabalhadores. O resultado dessa equação tem sido o aumento generalizado do desemprego, em todo o mundo. Se, por um lado, o Modo de Produção Capitalista, empregando essas novas tecnologias, consegue taxas de produtividade altíssima e concentração de capitais, por outro lado, é responsável pelo aumento do desemprego e de pobreza em quase todos os países que adotam a economia do mercado, na atualidade. Além desse pro- blema social gravíssimo, o Modo de Produção Capitalista gera sérias consequências para o meio ambiente, com a degradação constante da natureza. Hoje, muitos naturalistas, ecologistas e estudiosos das mais diferentes áreas do conhecimento vêm alertando a humanidade sobre o perigo de um colapso, a per- sistir esse modelo capitalista de produção e consumo. Portanto, em que pese o grande avanço tecnológico e uma produção de riqueza inédita na história da humanidade, parcela significativa das sociedades dos países capitalistas estão condenadas a viver privadas das condições essenciais a uma vida digna e humana. orGanização da Produção soCialista O socialismo, enquanto teoria social, surgiu e se desenvolveu no dramático mundo capitalista, principalmente com a Revolução Industrial. O socialismo nasce da pobreza e das condições de exploração dos trabalhadores. Diante da ganância dos capitalistas, da exploração dos operários por parte dos patrões e da falta de leis que defendessem os trabalhadores, começaram a aparecer pensadores e teorias socioeconômicas que contestavam e combatiam o sistema capi- talista. Por isso, nasceram várias formas de socialismo; a base, no entanto, de todas elas é o descontentamento diante da situação injusta, miserável e explorada na qual se via a classe trabalhadora e, obviamente, a luta, por parte desses mesmos trabalha- dores, para encontrar um modo de vida mais humano e digno. Definir o socialismo não é tarefa fácil, pois socialismo passou a traduzir genericamente o conjunto de doutrinas que se propõe a promover o bem comum, pela transformação da sociedade e da relação entre as classes, mediante a alteração do regime de propriedade. Dentro da doutrina socialista se enquadram a “socialdemocracia”, o “co- munismo”, o “anarquismo”, o “socialismo cristão” e outras formas de teorias de base social.