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Carlos Alberto de Moura Ribeiro Zeron ESTADO E DIREITO COMPREENDER A PRODUÇÃO E O PAPEL HISTÓRICO DAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS, POLÍTICAS E ECONÔMICAS, ASSOCIANDO-AS ÀS PRÁTICAS DOS DIFERENTES GRUPOS E ATORES SOCIAIS. Capítulo IV 72 Ciências Humanas e suas Tecnologias Ensino Médio Capítulo IV Estado e direito A LENDA DA FUNDAÇÃO DE ROMA Conta a lenda que, no reino de Alba, vivia um rei chamado Proco. Já muito velho, quando estava para morrer, deixou seu reino como herança para o seu filho primogênito, que se chamava Numitor. Mas Numitor tinha um irmão, de nome Amulius, ruim como poucos. Amulius usurpou o trono de Numitor e, para garantir que nenhum de seus descendentes reivindicasse a herança legítima do pai, matou todos os filhos homens do rei deposto e obrigou a sua única filha, Silvia, a tornar-se uma sacerdotisa, de modo que não pudesse esposar-se, nem ter filhos. Um dia, o deus da guerra, Marte, encontrou-se por acaso com Silvia, e eles logo se enamoraram um do outro. Tanto que, nove meses depois, nasceram dois meninos gêmeos, fortes e robustos como o pai. Logo que Amulius, o rei usurpador, ficou sabendo disso, mandou trancafiar Silvia numa prisão e ordenou que os gêmeos fossem colocados numa cesta e jogados no rio Tibre, para que a corrente os levasse para bem longe dali. Como os gêmeos eram filhos de um deus, nem mesmo um sujeito sem escrúpulos como Amulius tinha coragem de matá-los. Mas naqueles dias o rio Tibre estava cheio. Quando as águas baixaram um pouco, a cesta encalhou na beira, à sombra de uma figueira selvagem. O deus Marte, que observava seus filhos de longe, fez com que uma loba que andava por ali encontrasse os dois meninos. Essa loba tinha parido uns filhotes há pouco tempo e, assim, adotou os gêmeos, amamentou-os e os esquentou e protegeu até que, algum tempo depois, um pastor chamado Faustulus passou por aquelas partes e levou-os para a sua casa. Faustulus e sua esposa, Acca Larentia, chamaram os seus filhos adotivos de Rômulo e Remo. Os pais adotivos criaram os dois meninos com amor até que se tornaram dois rapazes robustos. Então Faustulus chamou-os e disse-lhes: “Meus filhos, eu não sou o seu verdadeiro pai. Eu encontrei vocês ainda pequenos à beira do rio, perto do monte Palatino, onde uma loba tinha lhes alimentado com o seu leite. Depois de tê-los trazido para casa, fiquei sabendo que o rei Amulius tinha mandado jogar no rio os netos de seu irmão Numitor. Compreendi então que aqueles meninos deviam ser vocês. Se esperei todo esse tempo para lhes dizer a verdade, é porque queria vê-los crescer serenos. Mas agora que são grandes, é justo que saibam a verdade: vocês são os netos de um rei e filhos do deus Marte!” Rômulo e Remo tinham se tornado líderes de um bando de pastores guerreiros. Ao conhecerem sua verdadeira história, não pensaram duas vezes: primeiramente chamaram todos os seus camaradas e marcharam em direção à cidade de Alba, onde vivia o rei usurpador. Decididos a vingarem seu avô, Remo e seus amigos conseguiram entrar no palácio de Amulius, mas logo foram capturados e aprisionados. Remo estava para ser morto, quando Rômulo chegou com sua tropa e o liberou, matando o pérfido rei.