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Capítulo VI - A vida cotidiana e os impactos ambientais
convencional e divulgavam as propostas alternativas. A ação dessas entidades contribuiu
para que alguns ideais alternativos penetrassem em certas esferas do poder público. É difícil
mensurar o impacto desse movimento na agricultura brasileira, pois, assim como em outros
países, os sistemas alternativos continuam ocupando uma posição marginal em relação às
práticas convencionais. Mas, sem dúvida, cresceu no Brasil o interesse e a preocupação com
as questões que relacionam a produção agrícola e o meio ambiente.
EHLERS, Eduardo. Agricultura sustentável: origens e perspectivas de um novo paradigma. São Paulo: Livros da Terra, 1996, páginas 91-92.
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Desenvolvendo competências
Aponte as vantagens da agricultura orgânica frente à convencional que emprega defensivos
químicos.
A PRODUÇÃO DA ENERGIA
Quem se lembra do “apagão” do começo do ano
2002, quando o país sofreu uma séria crise no
abastecimento elétrico, sabe a importância da
energia no modo de vida adotado pela maioria
das pessoas. Mesmo durante o racionamento,
que durou mais de seis meses, foi preciso alterar
hábitos e poupar energia elétrica. Essa contenção
forçada gerou muito descontentamento na
população brasileira, mas ao menos serviu para
criar uma maior consciência sobre as dificuldades
do país em gerar e distribuir energia.
A atividade industrial também é a principal
consumidora de energia. Aqui o problema
amplia-se, já que os modelos de geração
energética causam impactos ambientais, como
veremos mais à frente.
Para prover a base material da existência, é
preciso muita energia, usada para transformar
recursos naturais em coisas úteis para nós:
preparar alimentos, aquecer ambientes e água e
movimentar motores elétricos ou a explosão.
A energia é fundamental em diversas etapas de
nossas vidas, envolvendo não apenas a produção
industrial mas também a qualidade de vida.
Ela pode ser gerada a partir de recursos
renováveis ou não renováveis. O abastecimento
da população exige a geração e o transporte da
energia aos consumidores. Disso resulta um
complexo sistema de geração e distribuição
que mobiliza muita gente: grandes obras,
como hidroelétricas, usinas nucleares, linhas
de transmissão, gasodutos, refinarias de petróleo
e oleodutos.
Vamos conhecer alguns dos sistemas de geração
de energia e suas conseqüências ambientais.
Veremos também sistemas de energia
alternativos, que recebem esse nome por
gerarem menos impactos que os anteriores.
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Ciências Humanas e suas Tecnologias Ensino Médio
A HIDROELETRICIDADE
A produção de energia elétrica em uma
hidrelétrica ocorre pelo lançamento de água, por
gravidade, em turbinas que vão girar e
movimentar uma bobina produzindo energia. Esta
maneira de produzir tem vantagens, pois não
depende da queima de um recurso não renovável,
mas também desvantagens, como o alagamento de
imensas áreas para formar os reservatórios de
água. Disso decorrem a perda da diversidade
biológica e o deslocamento da população que
vive na área.
Houve situações em que uma cidade inteira foi
mudada de lugar para alojar um lago! Por outro
lado, foram construídas outras tantas cidades, em
especial na região Norte do Brasil, para alojar os
trabalhadores que foram colaborar na construção
da usina. Os desalojados criaram até um
movimento, o Movimento dos Atingidos por
Barragens - MOAB, constituído tanto pelos
desalojados da terra quanto pelos operários que
ficaram sem trabalho ao final da construção da
obra e perderam sua moradia.
Gráfico 1
Fonte: BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Sinopse Estatística. Brasília, 2000.
O Brasil é o único país do mundo que produz a
maior parte da energia que consome a partir da
hidroeletricidade, como indica o Gráfico 1.
A adoção desse modelo de geração de energia é
condizente com algumas características do país,
que possui extensos corpos d’água, clima tropical
que recebe chuvas torrenciais em grande parte do
território e área para alojar lagos que se formam
pela retenção da água. Mas uma das dificuldades é
que, como indica o Mapa 4, as maiores
hidrelétricas brasileiras encontram-se afastadas
dos centros consumidores de energia, gerando a
necessidade de construir extensas e caras redes de
transmissão.
BRASIL: OFERTA DE ENERGIA (%).

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