Prévia do material em texto
Células-tronco: a realidade de muitos sonhos ou a frustração da humanidade? 229 Biologia Como vimos, a expectativa de vida tem sido alterada ao longo dos anos graças ao progresso das pesquisas na área biomédica. Hoje, a me- dicina está muito avançada e vislumbramos uma grande esperança pa- ra a maioria das doenças que antigamente eram incuráveis. Diferentes órgãos do corpo humano já podem ser transplantados permitindo as- sim, prolongar a vida do homem. Nem todo transplante é possível, como no caso do tecido nervoso e do sistema nervoso central que ainda é uma utopia para a ciência. No ca- so específico do sistema nervoso central, obviamente não pode haver doa- dor. Por quê? O que você imagina sobre o transplante do Sistema Nervoso Central? O Sistema Nervoso pode ser doado ou não? Mas, se um dia o transplante do Sistema Nervoso Central for possível, levaria vantagem quem doa ou quem recebe o cérebro? O que você acha? DEBATE Na técnica do transplante é necessário que haja doadores, mas infeliz- mente as pessoas ainda são muito resistentes a doar seus órgãos. Você é doador? Quantos doadores há em sua família? A cultura de células a partir de células-tronco exige a presença de doadores? A senhora Maria Olivia da Silva, residente no município de Astorga, Estado do Paraná, no distrito de Içara, foi entrevistada pela professora Cecília Vechiatto. Durante a entrevista, o neto da senhora Maria contou que ela teria nascido em Varsóvia, na Polônia. Entretanto, em seus documentos consta que ela nasceu em Itapetininga, Estado de São Paulo, no dia 28 de fevereiro de 1880. A “vózinha”, como gosta de ser chamada, de aparência frágil, continua assis- tindo as transformações sociais, políticas, econômicas, científicas, tecnológicas entre tantas outras. Teve oportunidade que poucos tiveram. Viveu no contexto histórico da libertação dos escravos, da Proclamação da República e do primeiro astronauta brasileiro. A mulher de hábitos simples, prova viva de nossa história, talvez não tenha a noção da importância de seu exemplo para todos nós. Você gostaria de poder viver tanto quanto D. Maria? Que condições são necessárias para que todos possam ter a expectativa de vida aumentada? Maria Olívia da Silva. Fonte: Cecília Helena Vechiatto dos Santos. Astorga, PR, 2006. Implicações dos Avanços Biológicos no Fenômeno VIDA230 Ensino Médio O que são células-tronco? Células-tronco são células que têm o potencial de formar diferen- tes tecidos. Os estudos com as células-tronco começaram no início do século XX. Os pioneiros foram os alemães Hans Spemann (1869-1941) e Jacques Loeb (1859-1924), a partir de experimentos com células de embriões de anfíbios. Eles observaram que, quando as duas primeiras células de um embrião são separadas, cada uma é capaz de gerar um girino normal, e que, mesmo após as quatro primeiras divisões celula- res, o núcleo dessas células embrionárias ainda pode transmitir todas as informações necessárias à formação de girinos completos, se trans- plantado para uma célula da qual o núcleo tenha sido retirado. Sabia que a ovelha Dolly deu o ponta-pé inicial pa- ra os estudos sobre células- tronco? Representação do mecanismo de formação de um anfíbio. O nascimento da ovelha Dolly (1996), primeiro mamífero clonado a par- tir do núcleo de uma célula adulta diferenciada (célula epitelial de glândula mamária) mostrou que o núcleo de uma célula totalmente diferenciada é ca- paz de gerar um indivíduo adulto, se transplantado para um óvulo sem nú- cleo. Sobre a CLONAGEM, procure no Livro Didático Público de Biologia, o Folhas Clonagem: receita pronta para planejar novas gerações ou para produzir seres inimagináveis? Existem dois tipos de células-tronco: A) Células-tronco embrionárias (totipotentes ou pluripotentes): Derivadas do embrião, são totipotentes ou pluripotentes, depen- dendo da fase embrionária em que se encontram. Quando formam qualquer tecido do corpo são denominadas toti- potentes. São pluripotentes quando não tem potencial para formar um organismo completo. Células tronco medulares cultiva- das em meio de cultura estimula- das para se diferenciar em Macró- fago. Visualização por microscopia óptica, coloração Giemsa, tama- nho aproximado 50 micrômetros. Fonte: foto de Mariana M. Pie- monte tirada no Centro de Mi- croscopia Eletrônica da Universi- dade Federal do Paraná, cedida pelo prof Dr Fabio Rueda Faucz, da PUC/PR.