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Mata Atlântica: socorro!!! Cadê você??? 199 Biologia Para saber mais sobre outros exemplos de Unidades de Conservação, incluindo fotos e mapas, visite o site do IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - www.ibama.gov.br . A história da fitogeografia brasileira teve início com a classifica- ção de Martius em 1824, que usou o nome da divindade Dryads pa- ra nomear a flora da Costa Atlântica; em 1926, o geógrafo Gonzaga de Campos a classificou como Floresta Atlântica e, em 1943, o fitogeógra- fo Lindalvo Bezerra dos Santos usou pela primeira vez o termo “Mata Atlântica” na classificação, por levar em consideração o caráter fisionô- mico das formações vegetais. Outros geógrafos e botânicos fizeram a classificação da vegetação bra- sileira, mas todos empregaram o mesmo nome pelo fato dessa vegetação ter ocupado a costa brasileira, a qual é banhada pelo Oceano Atlântico. Por ser um sistema tão diversificado e, ao mesmo tempo tão frágil, é que o Bioma tropical da Mata Atlântica tem merecido cuidado espe- cial. O desmatamento da Mata, por exemplo, leva a um rápido empo- brecimento do solo da região, uma vez que as águas das chuvas trans- portam os minerais para os lençóis subterrâneos e para áreas de menor altitude. O solo, geralmente de composição argilosa, sofre rápida ero- são ou endurecimento da sua superfície após o desmatamento e quei- mada, tornando-se difícil para o cultivo agrícola. Assim como em grande parte do Estado do Paraná, a região de Ti- bagi, no interior do Estado, era coberta originalmente pela Mata Atlân- tica, mas parte de sua área foi antropizada com a ocupação por pasta- gens e cultivos. Observe nas fotos a seguir a ação antrópica no Bioma Mata Atlântica: FIGURA 12 - A Dríade ou Dríada, na mitologia grega, era uma nin- fa associada aos carvalhos. Sua existência estava vinculada a de sua árvore, caso esta fosse abati- da, a ninfa pereceria. Fonte: EVE- LYN DE MORGAN (1850 - 1919), The Dryads, 1895, Pertence ao Columbia Museum of Artes, Sou- th Caroline, EUA. Aprox. 185 x 85 cm. Técnica: óleo sobre tela. www.columbiamuseum.org FIGURA 1 - Ação antrópi- ca na região de Tibagi/PR. Desmatamento. Fonte: Fo- to de Joel Weçolovis, Tiba- gi, Paraná, 2005. FIGURA 2 - Resultado da antropização na região de Ti- bagi, PR. Desgaste do solo. Fonte: Foto de Joel Weçolo- vis, Tibagi, Paraná, 2005. Figura 4 - Erosão. Fonte: Foto de Maria Gertrudes Damaceno. www.diaadiaeducacao.pr.gov.br Figura 3 - Fonte: Ministério de Meio Ambiente - des- matamento na região de Palmas/PR, 2004. Biodiversidade200 Ensino Médio Você pode perceber agressões antrópicas no ecossistema mostrado nas figura 1. 2, 3 e 4 da página 199. Com base nessas imagens, responda: a) Quais as conseqüências possíveis vindas dessa ação antrópica? b) Por que podemos considerar este solo como sistema também frágil? c) Liste 3 possíveis conseqüências decorrentes dessa ação antrópica. ATIVIDADE Você sabia que a ação antrópica na Mata Atlântica fez parte da história da ocupação do território brasileiro? Os acontecimentos históricos ocorridos, desde a colonização do Brasil até os dias atuais, ajudam a entender as relações entre a explora- ção e o ambiente da Mata Atlântica. Portanto, a história de devastação da Mata Atlântica confunde-se com a própria história do Brasil. Os portugueses quando chegaram ao Brasil, no século XV, tinham como objetivo explorar as riquezas aqui encontradas. Toda história flo- restal, corretamente entendida, em todo mundo, é uma história de ex- ploração e destruição (DEAN, 2000). No século XVI, o pau-brasil foi o primeiro recurso natural de valor que os portugueses retiraram da mata utilizando a mão-de-obra indí- gena. Era uma atividade primitiva e nômade que se deslocava pela Ma- ta Atlântica através do litoral à medida que a madeira ia se esgotando, motivo pelo qual não originava núcleos de povoamento significativos. Havia muito desperdício do pau-brasil, pois os índios antecipavam cor- tes que acabavam se perdendo. Também as queimadas e a ocupação reduziram 6 mil quilômetros quadrados da Mata Atlântica apenas no primeiro século da colonização (DEAN, 2000). Mas os portugueses precisavam garantir a posse da terra, pois ti- nham fracassado na transferência de riquezas para Portugal. Para redu- zir custos de colonização, criaram, em 1534, as Capitanias Hereditárias que eram grandes lotes de terras cobertos pela mata virgem, concedi- das aos donatários para promover a colonização e sua exploração. Em Pernambuco e São Vicente, grandes áreas da Mata Atlântica fo- ram derrubadas para a implantação de povoados e do plantio da cana- de-açúcar. Os plantadores de cana-de-açúcar não achavam a mata in- teressante. A mata era considerada um obstáculo às suas pretensões. Assim como a cana-de-açúcar, outras culturas também foram introduzi- das no Brasil, trazidas do Velho Mundo, como por exemplo, a banana. Pau-brasil (Caesalpinia echinata). Fonte: MMA - Ministério do Meio Ambiente.