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biologia-77

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Sangue:	um	mar	vermelho	que	sustenta	a	vida 153
Biologia
Em meio a todo esse cenário, Lands-
teiner, juntamente com Levine, por volta 
de 1927, continuou sua pesquisa em he-
matologia, ou seja, sobre o sangue. 
Além do sistema ABO, os cientistas re-
alizaram outra experiência importante, em 
que injetaram sangue humano em coelhos 
descobrindo, assim, duas outras proteínas, 
às quais denominaram antígeno M e antí-
geno N. Porém, esses antígenos reagiam 
de três formas diferentes, mantendo uma 
relação de co-dominância entre si, ou se-
ja, o indivíduo heterozigoto expressava ao 
mesmo tempo os dois fenótipos, veja:
FENÓTIPO
PRODUÇÃO DE 
AGLUTINOGÊNIOS
Grupo M M
Grupo N N
Grupo MN MN
Perceberam ainda, que a quantidade de aglutininas presente não 
chegava a causar problemas em transfusões sangüíneas não recorren-
te, e que os anticorpos anti-M e anti-N só eram produzidos quando es-
timulados, ou seja, se um indivíduo do grupo M recebesse sangue do 
grupo N, haveria a produção de anticorpos anti-N, no receptor.
Porque a transfusão precedida por exame de compatibilidade ABO só passou a ser efetivamente uti-
lizado a partir da Primeira Guerra Mundial?
Você sabia que o primeiro banco de sangue foi criado em 1936, na Espanha?
Para saber mais sobre isso vamos pesquisar sobre exame de compatibilidade, coleta e armazena-
mento de sangue em livros de história e no site: www.prosangue.sp.gov.br.
Em que região da Espanha surgiu esse banco de sangue?
Que fatores favoreceram o surgimento desse banco?
Porque a transfusão precedida por exame de compatibilidade ABO só passou a ser efetivamente uti-
lizada a partir da Primeira Guerra Mundial? 
Que fatores dificultaram a armazenagem de sangue nesse período?
Como é feita nos dias atuais a armazenagem de sangue? Explique.
 PESQUISA
Esquema do processo de de-
terminação do sistema MN.

Mecanismos	Biológicos154
Ensino	Médio
Em meio à Segunda Guerra Mundial, Karl Landsteiner (1868-1943), 
acompanhado de Alexander Solomon Wiener (1907-1976), realizou 
pesquisas sobre o grupo sangüíneo dos animais.
Inicialmente, eles injetaram sangue de primatas da espécie 
Macacus rhesus em cobaias e constataram que elas foram desenvol-
vendo anticorpos (defesa) contra o sangue recebido que agia como 
um veneno (antígeno) para o seu organismo. Mais tarde, quando es-
ses anticorpos produzidos pela cobaia (anticorpo Rh) foram injetados 
novamente no macaco, acabaram por destruir as hemácias do animal. 
Esse outro antígeno recebeu o nome de fator Rh, em virtude do nome 
científico do macaco.
 A partir desse resultado, os dois pesquisadores logo procuraram 
realizar experimentos em seres humanos. Para tanto, eles misturaram, 
em tubos de ensaio diferentes, o anticorpo Rh das cobaias com o san-
gue de pessoas distintas. Desta forma, perceberam que combinando 
sangue humano com o soro da cobaia (contendo anticorpos anti-Rh), 
a grande maioria (cerca de 85%) das amostras de sangue apresenta-
va aglutinação de hemácias, e foram denominadas Rh+ (positivo). Em 
contrapartida, as que não aglutinaram (aproximadamente 15%), foram 
chamadas de Rh- (negativo). Isto nos leva a concluir que as pessoas 
Rh+ possuem antígeno Rh em suas he-
mácias. Ao contrário, as pessoas Rh-, 
não possuem.
Esta constatação trouxe grandes con-
tribuições para os problemas de transfu-
são sangüínea, antes incompreendidos, 
pois mesmo com os exames de incom-
patibilidade pelo sistema ABO, algumas 
pessoas sofriam complicações em decor-
rência do sangue recebido, mais especi-
ficamente, em transfusões repetidas. 
A importância do Fator Rh numa 
transfusão sangüínea tornou-se conhe-
cida e, desta forma, pessoas identifica-
das como Rh+ podiam receber sangue 
de doadores positivos ou negativos, sem 
maiores problemas. Entretanto, nos in-
divíduos Rh-, caso recebessem sangue 
de pessoas Rh+, passariam a desenca-
dear sérios problemas, pois produzi-
riam anticorpos contra os fatores positi-
vos recebidos.
Hoje a espécie 
Macacus rhesus é 
conhecida como Macaca 
mulatta.
Esquema do processo de determinação 
do Fator Rh.


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