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DnA: a longa cadeia da vida 131 Biologia É interessante saber que um cromossomo é formado por uma única molécula de DNA, associada às moléculas de proteínas. Essas longas cadeias de DNA possuem os códigos para a “fabricação” de todas as proteínas do organismo. Portanto, gene é cada parte do DNA que possui essa informação, nos códigos, para a formação da proteína. Observe ao lado: Qual o segredo para que toda a vida do Planeta seja mantida? DEBATE A procura de respostas para decifrar o segredo da vida é muito anti- ga. Desde 400 a.C., Hipócrates, filósofo grego, explicou que as caracte- rísticas adquiridas pelos pais eram transmitidas aos filhos. No ano 340 a.C. Aristóteles observou que as características hereditárias eram mais semelhantes às dos avós do que às dos pais. Em meados do século XIX, os cientistas identificaram a existência do DNA, mas não se conheceu sua estrutura nem o seu funcionamen- to. Friedrich Miescher, bioquímico, em 1869, pesquisando bandagens cheias de pus, isolou uma substância que denominou “nucleína”. Mais tarde descobriu que essa substância só era encontrada no cromossomo. Quando percebeu a importância de sua façanha, em 1893, escreveu: Aristóteles de Estagira, 384 a.C. – 322 a.C. filósofo grego, um dos maiores pensadores de todos os tempos. Fonte: GNU Free License, www.wikipedia.org Esquema do mecanismo de produção de proteína. Com seu professor, realize o seguinte experimento: Raspe com um “palitinho” um pouquinho de sua mucosa bucal e coloque sobre uma lâmina de vi- dro, pingue uma gota de azul-de-metileno ou iodo (lugol). Observe ao Microscópio Óptico. A mancha escura que você vê no centro das células é o núcleo, e dentro dele estão os cromossomos. ATIVIDADE Desvendando o segredo da vida: a molécula do DnA Biodiversidade132 Ensino Médio “A hereditariedade garante, de geração a geração, uma continuidade de forma num nível ainda mais profundo que o da molécula química. Faz parte dos grupos atômicos estruturais. Nesse sentido, sou partidário da teoria da hereditariedade química” (WATSON, 2005, p. 49). Por várias décadas, esse mistério não foi revelado até que, em 1930, foi possível mostrar que o DNA é uma molécula muito longa contendo quatro bases: adenina (A), guanina (G), timina (T) e citosina (C). Em 1935, Alan Turing desenvolveu um trabalho que fornecia a ba- se da moderna teoria do computador: a linguagem binária. Porém, na época, sua proposição não foi considerada pela academia, a não ser por uns poucos matemáticos. Paralelamente aos estudos de Turing, Watson e Crick preparavam-se para decifrar a estrutura do DNA, não havendo troca de idéias entre eles para saber em que pesquisa cada qual estava imerso (HOBSBAWN, 1995). Dezoito anos mais tarde, Watson e Crick relacionaram a decifração do código genético à teoria matemática proposta por Turing, ou seja, uti- lizaram a teoria binária para explicar a estrutura da molécula de DNA. No ano de 1944 é publicado o livro “O que é a vida?”, escrito por Erwin Schrödinger, relatando que a vida era escrita num código secre- to. Esta obra inspira James Watson e Francis Crick a entender o “fenô- meno vida”. Linus Pauling (químico), em 1953, publica um artigo onde esboça a estrutura de DNA com três hélices. Watson discorda deste modelo, para ele a molécula era formada por duas cadeias, onde as bases es- tariam ligadas por hidrogênio (H). Fica então a indagação: “Mas como poderiam se juntar em pares?” Numa manhã de sábado, 28 de fevereiro de 1953, no laborató- rio Cavendishi, da Universidade de Cambridge, James Watson con- segue finalmente desvendar o fascinante segredo da vida. Brincando com seu quebra-cabeça tridimensional, percebe que os nucleotídeos se emparelham sempre da mesma forma, isto é, adenina com timina e citosina com guanina. Crick, imediatamente, consente num modelo de bases emparelhadas. A proposição deste modelo abre um imen- so e novo horizonte de pesquisas. E não há exageros, a Biologia Mo- lecular dominou por completo o campo da Biologia no século XX e continua dominando. James Watson e Francis Crick com um modelo da molécula do DNA, a dupla-hélice. Fonte: Ima- gem disponível na Academy of Achievement, Museum of living history, Washington, EUA. Modelo original da demonstração de Watson e de Crick da dupla-hé- lice. Fonte: Imagem disponível na Academy of Achievement, Museum of living history, Washington, EUA.