Prévia do material em texto
Que herança é essa? 171 Biologia A capacidade que temos em perceber a luz está nos cones e basto- netes. Os bastonetes funcionam principalmente com baixa intensidade luminosa e são encontrados na periferia da retina. No centro da retina estão os cones; nele estão os fotorreceptores que contêm pigmentos que absorvem as radiações luminosas. Os fotorreceptores sensíveis à onda curta localizam-se nos cones para o azul; à onda média, nos co- nes para o verde, e à onda longa, nos cones para o vermelho. A incapacidade em distinguir ou mesmo enxergar as cores está li- gada ao mau funcionamento dos cones, na sua conversão da luz de um determinado comprimento de onda em uma sensação de cor sub- jetiva no cérebro. Este mau funcionamento reside nos alelos “defeitu- osos” existentes nos genes que herdamos dos nossos pais. Faça uma viagem nos livros de Genética Humana ou no site www.evoluindo.biociencia.org/visaocores.htm. Clique em “Tópicos em Evolução” e, em seguida, no artigo de Eliane Evanovich, “Evolu- ção da visão em cores”. Você poderá aprofundar seus conhecimen- tos sobre o fator evolutivo da visão tricromática entre os animais. Partindo do princípio que os mamíferos, exceto os primatas, vivem num mundo sem cor ou acin- zentado, qual a vantagem evolutiva em enxergar colorido e não em preto e branco ou acinzentado? DEBATE Organização da retina, parte do olho dos vertebrados responsável pela formação da imagem. É como uma tela onde se projetam as imagens: retém as imagens e as traduz para o cérebro através de impulsos elé- tricos enviados pelo nervo óptico. Mecanismos Biológicos172 Ensino Médio Os indivíduos portadores dessa deficiência, ou seja, que não con- seguem distinguir algumas cores, ou ainda, não as enxergam, são aco- metidos pelo daltonismo. Esta deficiência genética está vinculada à porção “não-homóloga” entre os cromossomos X e Y, nos genes relacionados à produção de proteínas que expressam a pigmentação da visão do verde e vermelho. É uma característica hereditária que acomete maior número de pessoas do sexo masculino (cerca de 8%), do que do sexo feminino (0,5%). Essa falha em visualizar ou mesmo diferenciar determinadas cores, pode estar ligada a duas cores ou a apenas uma. Os indivíduos daltô- nicos podem ser: Acromáticos: é a forma mais rara do daltonismo; os indivíduos não enxergam cor alguma. Vêem o mundo em tons de preto e branco. Dicromáticos: indivíduos que possuem dois tipos de cones em vez de três. São classificados em: protan – distúrbio para reconhecer a cor vermelha; deutan – distúrbio em identificar a cor verde, e tritan – dis- túrbio que impede o reconhecimento da cor azul. Tricromáticos anormais: possuem os três tipos de cones, mas percebem os tons de cores alterados. É a forma mais abundante de daltonismo. Relembrando o que foi dis- cutido na página 95: “Os ge- nes que se acham localizados exclusivamente no cromos- somo X, na sua porção não- homóloga, determinam a he- rança ligada ao sexo.” Que tal realizar uma pesquisa e descobrir por que essa anomalia recebeu o nome “daltonismo”... Para tanto, faça uma busca em livros de Genética Humana ou no endereço eletrônico www.ufv.br/dbg/ trab2002/hrsexo/hrs005.htm PESQUISA Curiosidade: no caso do azul, o gene é autossômico dominante, com uma freqüên- cia de 1/500 indivíduos de ambos os sexos. Voltando ao teste da p. 97, observe novamente os algarismos. Você conseguiu identificá-los? Descobriu do que se trata? Justifique sua res- posta em caso afirmativo ou negativo. Sabia que ... Essa anomalia não traz grandes conseqüências, pois os daltônicos pos- suem uma visão normal para as demais características, causando apenas al- gumas impossibilidades nas atividades profissionais ou cotidianas (piloto de aeronaves, navios e maquinista); porém, alguns recursos ópticos (lentes) têm sido desenvolvidos para facilitar a identificação das cores pelos daltônicos. As lentes objetivam filtrar ou absorver determinadas radiações luminosas, o que proporciona maior conforto, proteção e melhora a percepção das cores.