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Que herança é essa? 173 Biologia E esse sangue, de onde vem? Além do daltonismo, existem outras heranças que apresentam os mesmos comportamentos em suas manifestações. Veja algumas... Espantoso, mas existem pessoas que podem morrer com um sim- ples arranhão. Você sabe por quê? É que essas pessoas têm dificuldades no processo da coagulação sangüínea, estando constantemente sujeitas à hemorragia. Se numa pessoa normal o sangue leva de 5 a 15 minutos para coagular, naque- las pessoas - hemofílicos - a coagulação pode levar de 30 minutos à várias horas. Existem três tipos de hemofilia: A, B e C. As do tipo A (hemofi- lia clássica ou real) e B (doença de Christmas) estão relacionadas ao cromossomo X, mais precisamente com sua porção não-homóloga ao cromossomo Y. Nesses dois tipos de hemofilia, os problemas he- morrágicos acontecem porque os indivíduos têm carência na produ- ção de determinados fatores: fator VIII ou globulina anti-hemofílica para a hemofilia A e fator IX para a hemofilia B, ambos responsáveis pela coagulação. Dentre as doenças hereditárias de coagulação, a incidência da he- mofilia A corresponde a mais de 80% dos casos e a hemofilia B a cer- ca de 20%. A hemofilia C, com uma ocorrência menor que 1%, é determina- da por um gene autossômico incompletamente recessivo, não estando vinculada ao sexo, explicando a existência de indivíduos com defici- ência menor (parcial e sem história hemorrágica) e outros com defici- ência maior. Busque mais informações em livros de Biologia Geral, Genética Humana e no site www2.ufp.pt/ ~jcabeda/pdf/Sebenta-1996.pdf, o texto “A genética molecular em hematologia: ferramenta auxiliar no diagnóstico, avaliação de prognóstico e follow-up”. Pesquise sobre os componen- tes de coagulação sangüínea e responda: a diferença genômica entre homens e mulheres é grande. Is- to interfere no fator coagulação sangüínea? De que modo? PESQUISA Hoje, com o avanço da medicina, as pessoas hemofílicas podem ser tratadas com injeções de plasma contendo o fator em deficiência extra- ído do sangue de pessoas normais. O gene para a hemofilia é muito raro, acometendo 1/10.000 ho- mens e muito raramente as mulheres 1/100.000.000. Podemos dizer Mecanismos Biológicos174 Ensino Médio que, em termos percentuais, a ocorrência da hemofilia no sexo femini- no é praticamente desprezível, justificando-se dizer que “não existem mulheres hemofílicas”. A hemofilia A é conheci- da como hemofilia real pelo fato de ter atingido diversos membros das famílias reais européias. Nesse caso, o ale- lo foi transmitido pela rainha Vitória, da Inglaterra, a vários de seus descendentes e de- les para outras famílias no- bres da Europa. Resumo genealógico de incidência da hemofilia na realeza européia. Fonte: GNU Free Doc. License, www.wikipedia.org Adreno... o quê??? Mas, que nome esquisito... Para início de papo, o nome é adrenoleucodistrofia, e não é somen- te o nome que ela tem em comum com o “bicho-papão”. Ela é um ver- dadeiro “bicho papão”. A adrenoleucodistrofia ou ALD, conhecida popularmente como Síndrome de Lorenzo, é uma doença também relacionada ao cromossomo X. Felizmente sua ocorrência é rara com uma incidência de 1:10.000, sendo classificada em três formas de acordo com a idade de seu início. Observe a Tabela disponível no endereço eletrônico www.unifoa.edu.br/ genetica/genetema/ald.htm: