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Tuberculose pulmonar MICROBIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA • Micobactérias: ácidos micólicos; lipídeos complexos; peptideoglicanos → dificulta a penetração dos antibióticos • São intracelulares facultativas: cavernas, granulomas e macrófagos ➔ Agente etiológico principal: Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch) ➔ Pode ser causada por qualquer uma das bactérias do complexo mycobaterium tuberculoses (7 bactérias) FISIOPATOLOGIA Contato com o paciente bacilífero (pBAR +)→ macrófagos intra-alveolares → tentam conter a infecção com citocinas e recrutam outras células → nódulo de Ghon (calcificado) → TNF alfa → formação de granuloma por necrose caseosa que contem a infecção e impede a disseminação. (a resposta a TB depende da imunidade celular do paciente. O bacilos podem ir tbm para os linfonodos peri- hilares → morte dos bacilos (cura) ou disseminação por via hematogênica ou latência clínica No adulto normal a infecção se dá por novo contato com o bacilo TRANSMISSSÃO: através dos aerossóis (dos bacilíferos o Doença de alta infectividade e baixa patogenicidade (muita gente entra em contato com o bacilo mas poucos desenvolvem a doença) o Pode acometer vários órgãos e sistemas (pulmonar é o mais frequente) o Busca ativa do sintomáticos respiratórios para diag. Precoce → pessoas que apresentam tosse por 3 semanas ou mais TUBERCULOSE LATENTE Bacilos ficam viáveis dentro dos macrófagos – sendo um risco para: • pacientes imunossuprimidos por HIV • usuários de corticosteroides ( > 15mg/dia por 30 dias) e de anti tnf alfa → screening e tto de TB latente • Contactantes domiciliares Outros pacientes com indicação para investigação de ILTB: • Pessoas com alterações radiológicas fibróticas sugestivas de sequela de TB; • Pré-transplante que irão realizar terapia imunossupressora; • Pessoas com silicose; • Neoplasia de cabeça e pescoço, linfomas e outras neoplasias hematológicas; • Insuficiência renal em diálise; • Diabetes mellitus; • Calcificação isolada (sem fibrose) na radiografia de tórax; • Profissionais de saúde, pessoas que vivem ou trabalham no sistema prisional. Métodos de investigação de TB latente • PPD ✓ Grupos de maior risco: >= 5mm ✓ Prof. Fa saúde, neoplasias, DM, em diálise: >=10mm ✓ Contactantes domiciliares - >= 5 mm: já é indicado tto - < 5mm: repetir em 6-8 semanas → se aumentar pelo menos 10mm é +. • IGRA: melhor em imunossuprimidos pois evita os falso-negativos do PPD (é mais caro) Em alguns casos vamos tratar pacientes imunossuprimidos independente de PPD ou IGRA • HIV contactante domiciliar de TB pulmonar ou laríngea • HIV om contagem de CD4+ <= 350 célula/uL • HIV com radiografia de tórax com cicatriz radiológica de TB OBS: não se faz retratamento de TB latente, a não ser nos tópicos acima. TRATAMENTO Isoniazida 300mg/dia por 9 meses(180-270 doses)+ piridoxina (prevenir neuropatia periférica) Alternativas: • Rifapentina + isoniazida semanal / 3 meses • Rifampicina + isoniazida diária / 3 meses; • Rifampicina diária / 4 - 6 meses (120 doses) O Tto alternativo é preferível em pacientes com >50 anos e hepatopatas. (abandono: perder pelo menos 3 meses sem medicação consecutivos ou não) → reiniciar o esquema OBS: em gestantes se trata tb latente após o parto, caso ela seja HIV + faz o tto após o 3° mês de gestação. TUBERCULOSE PULMONAR ATIVA BACILÍFERO: paciente com TB pulmonar ou laríngea com baciloscopia positiva SINTOMÁTICO RESPIRATÓRIO: paciente com tosse por período de >= 3 semanas de duração → suspeitar e investigar. Para pacientes de alta risco, toda e qualquer tosse deve ser investigada pata TB independentemente da duração: • Pessoas em situação de rua • Profissionais da saúde • Indígenas, imigrantes • Moradores de comunidades de dependentes ou instituições de longa permanência • Contato com TB pulmonar • PVHIV com tosse de qualquer duração associada a outros sinais de TB (febre, emagrecimento, sudorese noturna) QUADRO CLÍNICO Formas • TB pulmonar primária : geralmente em crianças, no primeiro contato com o bacilo • TB pulmonar pós-primária: geralmente adolescentes e adultos - características clássicas de tosse (purulenta, seca, hemoptise), emagrecimentos, sudorese noturna, febre vespertina e ausculta pulmonar pode ser normal) • TB miliar: forma grave da doença que ocorre e pacientes imunocomprometidos • TB pleural: forma mais comum de TB extrapulmonar em pessoas SEM HIV ✓ Quadro clínico: dor torácica do tipo pleurítica + dispneia ✓ Diagnóstico: estudo do líquido pleural → exsudato com predomínio de linfócitos; níveis elevados de adenosina deaminase ✓ Outros exames: cultura de TB do escarro induzido positiva em até 50% dos casos Sintomas clássicos: tosse persistente (seca ou produtiva) + febre vespertina + emagrecimento + sudorese (pode haver escarro hemoptoico) Sintomas não clássico (paciente de risco): sd. Abdominais agudas; sinal neurológico focal ; espondilodiscite; febre de origem indeterminada DIAGNÓSTICO • pBAAR: pesquisa direta do bacilo em 2 amostras (primeiro escarro da manhã) - positiva apenas em casos bacilíferos • GeneXpert (TRM): exame molecular específico para o complexo m. tuberculosis - detecta resistência a rifampicina - não serve para pacientes que já tiverem TB antes • Cultura: permite o teste de sensibilidade aos atb (pode demorar até 2 meses) MS indica: fazer os 3 exames laboratoriais e com 1 positivo já confirma o diagnóstico (cuidado com o TRM) ACREDITE NA TUBERCULOSE APESAR DOS EXAMES CONFIRMATÓRIOS → avaliar critérios clínicos e epidemiológicos → pode iniciar sim o tto. • LAM HIV + - teste urinário que em 30 min detecta os antígenos de tuberculose - todo HIV + gravemente doente (independente da doença) - no ambulatório se CD4+ < 100 - na internação se CD4+ < 200 ACHADOS RADIOLÓGICOS • Atelectasias/ cavernas geralmente em ápices (pressão de oxigênio mais alta) • Cavidades de paredes espessas e ou nódulos centrolobulares de distribuição segmentar • Atípicos: vidro fosco, micronódulos (geralmente bilaterais) TRATAMENTO o Fase intensiva: 2 meses de RIPE o Fase de manutenção: 4 meses de RI (pode durar mais) RIPE: • Rifampicina 150 mg • Isoniazida 75 mg • Pirazinamida 400 mg • Etambutol 275 mg EM CASOS DE RESISTENCIA A RIFAMPICINA Tb multirresistente: resistência a pelo menos rifampicina e isoniazida EFEITOS COLATERAIS • Rifampicina → urina alaranjada, intolerância gástrica; anemia hemolítica; • Isoniazida→ neuropatia periférica (repor piridoxina B6; psicose; crise convulsiva • Pirazinamida→ hiperuricemia; rabdomiólise; hepatotoxicidade; IRA • Etambutol → neurite óptica QUANDO INTERNAR? • TB meningoencefálica → tto de 2 meses na fase intensiva e 10 meses da fase de manutenção • Intolerância as medicações • Estado geral que não permite tto ambulatorial • Intercorrências clínicas • Situação de vulnerabilidade social TTO DA TB PULMONAR EM PACIENTES HIV + • LT CD4 <50: TTO DE TB IMENDIATO + TARV APÓS 2 SEMANAS • LT CD4 >50: TTO DE TB IMEDIATO + TARV APÓS 8 SEMANAS (geralmente na neuro TB) OBS: vacina BCG protege contra TB meníngea TB miliar (disseminada). A negativação da baciloscopia (melhora clínica e laboratorial) deve ocorrer em cerca de 15 dias mas pode demorar até 2 meses ➔ Falência do tto: persistência de positividade até o 4° mês ou nova positividade após o 4° mês → descartando má adesão ou uso incorreto do tto, considerar resistência. ➔ Interrupção do tratamento por >30dias → abandono→ reiniciar o tto.