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83Biomedicina na prática: da teoria à bancada SUMÁRIO Tipagem sanguínea direta em lâmina: Materiais: - Luvas; - Jaleco; - Lâminas escavadas; - Pipetadores; - Ponteiras; - Algodão; - Álcool 70%; - Lanceta ou agulha estéreis; - Kit contendo os soros Anti-A, Anti-B e Anti-AB Procedimentos: 1. Em uma lâmina escavada adicionar: 10 µL soro Anti A (azul) 10 µL soro Anti B (amarelo) soro Anti AB (incolor) 2. Fazer assepsia com álcool 70% na polpa do dedo indicador e perfurar com a lanceta; 3. Aplicar uma gota de sangue sobre os anti-soros e misturar bem com a ponteira; 4. Verificar as aglutinações; 5. Anotar os resultados obtidos. 2 PRÁTICA: Determinação do Fator Rh O fator Rh foi descoberto na década de 40, sendo um dos sistemas de maior interesse clínico, por seu envolvimento na doença hemolítica perinatal, reações transfusionais hemolíticas e nas anemias hemolíticas auto-imunes. Existem mais de 40 antígenos diferentes no sistema Rh, contudo constuma-se classificá-lo pela presença ou ausência do antígeno D, onde se ele estiver presente é classificado como Rh positivo, se ausente, como Rh negativo. Ainda, um individuo sem o antígeno D não possui anticorpos anti-D se nunca tiver sido exposto ao antígeno. O antígeno D só é produzido após o contato. Materiais: - Luvas; - Jaleco; - Lâminas escavadas; 84Biomedicina na prática: da teoria à bancada SUMÁRIO - Pipetadores; - Ponteiras; - Algodão; - Álcool 70%; - Lanceta ou agulha estéreis; - Soro Anti- Rh (D) Procedimentos: 1. Colocar uma gota de soro Anti-Rh (D) na lâmina. 2. Fazer assepsia com álcool 70% na polpa do dedo indicador e perfurar com a lanceta; 3. Aplicar uma gota de sangue sobre o anti-soro e misturar bem com a ponteira; 4. Verificar as aglutinações e anotar os resultados obtidos. Observe: O tempo máximo para se observar a aglutinação é de 2 minutos. Realizar a ténica ABO e Rh em temperatura ambiente. Correlação Clinica: Doença hemolítica do recém-nascido O antígeno Rh pode ser responsável por reações transfusionais. Apesar de não existir anticorpos naturais contra antígeno Rh, indivíduos que não expressam o antígeno Rhesus D, aproximadamente 15% da população, podem ser sensibilizados contra esse antígeno se receberam transfusões a partir de um doador que expressa Rh, a reação ocorrerá após uma segunda transfusão de Rh-positivo, pois o sistema imune irá atacar e promover a hemólise dessas células que expressarem o fator Rh. Esse é o princípio da Eritroblastose fetal, ou doença hemolítica do recém-nascido. Mães Rh-negativo, gestando filho Rh-positivo pode ser sensibilizada pelas hemácias do feto e produzir anticorpos. Essa sensibilização normalmente ocorre no momento do parto, logo o filho da primeira gestação não será afetado. Gestações seguintes, com fetos Rh-positivos irão desencadear a doença, promovendo e hemólise do sangue fetal e podendo levar ao óbito. Essa doença pode ser evitada pela administração de anticorpos anti-Rh dentro de 72 horas após o parto, que irão destruir as hemácias Rh positivas que estão na circulação materna, impedindo a sensibilização. 3. PRÁTICA: Pesquisa de anticorpos irregulares (PAI ou coombs indireto) O teste de coombs indireto serve para identificar se uma amostra de soro tem anticorpos dirigidos contra uma hemácia em particular, além de assegurar que também vai detectar anticorpos não-aglutinadores potenciais na amostra. É um teste importante na prática gestacional e obrigatoriamente deve ser realizada no soro de todos os pacientes antes de qualquer transfusão. Este teste é feito incubando as células vermelhas sanguíneas com a amostra de soro, lavando-se para retirar quaisquer anticorpos não ligados e depois adicionando um segundo reagente anti-imunoglobulina para fazer ligação cruzada com as células. Geralmente, a detecção de anticorpos é realizada testando o soro do paciente contra 2 e/ou 3 células de hemácias de reagentes de doadores fenotipados para a maioria dos antígenos comuns, preparadas comercialmente.