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Biomedicina

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53Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
6. Secar o resíduo, espalhando-o sobre o papel filtro, com o auxílio de um bastão de 
vidro. A secagem pode ser acelerada pressionando o resíduo com outros pedaços de 
papel filtro;
7. Passar o resíduo seco para o copo de Becker usado anteriormente e adicionar 10 mL 
de clorofórmio. Misturar bem com bastão de vidro;
8. Filtrar através de papel filtro, recolhendo o extrato clorofórmico em um tubo de ensaio 
grande (para obter uma filtração rápida, utilizar filtro de pregas);
9. Retornar o resíduo para o copo de Becker e adicionar ao mesmo mais 5 mL de 
clorofórmio. Misturar e filtrar para o mesmo tubo de ensaio usado anteriormente. 
Desprezar o precipitado remanescente;
10. Reduzir o filtrado clorofórmico ao menor volume possível (1/5 do volume inicial) por 
evaporação em banho-maria (em capela com exaustor);
11. O resíduo líquido obtido contém a lecitina parcialmente purificada.
9.2. Caracterização química através da Lecitina 
Hidrólise Alcalina da Lecitina
Os fosfoglicerídeos são lipídeos que dão por hidrólise: ácido fosfórico, compostos 
nitrogenados de caráter básico, ácidos graxos e glicerol. Em presença de hidróxido de sódio, 
os ácidos graxos formarão sais alcalinos (sabões).
Procedimento:
1. Adicionar 5 mL de etanol ao resíduo de lecitina obtido no processo de extração, 
aquecendo o tubo de ensaio em banho-maria a 100ºC para auxiliar a emulsificação;
2. Adicionar 5 mL de NaOH 10 N e mais 10 mL de água destilada;
3. Misturar bem e levar ao banho-maria por 15 minutos, agitando ocasionalmente e com 
cuidado, com o bastão de vidro (cuidado para não derramar);
4.Resfriar o hidrolisado e acrescentar, com pipeta, ácido acético glacial até franca 
reação ácida ao papel tornassol (± 2,5 mL). É importante evitar o excesso de ácido, 
pois poderá ser prejudicial às reações de caracterização. Verificar a reação ao papel 
tornassol após a adição de cada 0,5 mL de ácido;
5.Reaquecer a solução acidificada, em banho-maria por 1 minuto e filtrar em papel filtro 
umedecido com água destilada. Assim, os ácidos graxos obtidos pela saponificação 
da lecitina e liberados pela acidificação, ficam retidos no papel filtro;
Dica: Usar o filtrado para as reações seguintes, de identificação da colina e fosfato.
9.3. Identificação de Colina e Fosfato Inorgânico Livre
Detecção de colina
Procedimento:
1. Colocar uma gota do filtrado sobre uma lâmina;
2. Adicionar uma gota de lugol (KI + I2) concentrado;
3. Cobrir com uma lamínula e levar ao congelador por 10 minutos;
54Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
4. Examinar ao microscópio o produto da reação entre o iodo e a colina, o qual precipita 
sob forma cristalina (cristais de Florence), a temperaturas inferiores a 15 0C.
5. Detecção de Fosfato: Método de Fiske-Subbarow
6. Colocar 3 mL de filtrado em tubo de ensaio;
7. Adicionar 1 mL da solução de molibdato de amônio a 2,5g% em ácido sulfúrico 5N;
8. Aquecer suavemente, em banho-maria, durante alguns minutos. O produto formado 
será fosfomolibdato de amônio (amarelado);
9. Adicionar 0,4 mL de reagente redutor (ácido amino-naftol sulfônico + NaHSO3 + 
Na2SO3);
10. Observar a coloração azul, devido à formação de “óxidos de molibdênio”, resultantes 
da reação com fosfomolibdato de amônio. A cor azul evidencia, indiretamente a 
presença de fosfato inorgânico.
10. PRÁTICA: Rancificação de Óleos Vegetais
Esta prática tem por objetivo avaliar quantitativamente a rancidez de óleos vegetais.
Quando expostas ao ambiente, as gorduras sofrem o processo de rancificação, o qual 
altera sua natureza química e modifica suas propriedades organolépticas. A rancificação 
pode ser hidrolítica (catalisada por enzimas, que liberam os ácidos graxos, aumentando a 
acidez da gordura) ou auto-oxidativa (pelo O2 do ar). A rancidez oxidativa ocorre em óleos 
e gorduras que contém ácidos graxos insaturados, levando à formação de compostos que os 
tornam impróprios para o consumo. Quando o O2 é adicionado às cadeias de ácidos graxos 
insaturados, peróxidos e hidroperóxidos são formados. Estes compostos são degradados 
a aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos, álcoois, que são responsáveis pelas características 
organolépticas, físicas e químicas associadas à rancificação oxidativa.
Reações de rancificação tem sido objeto de muita atenção no plano químico, visto que 
ocorrem através de mecanismos que envolvem radicais livres e estes são responsáveis pela 
degradação de moléculas orgânicas através de sua auto-oxidação. A determinação da acidez 
pode nos fornecer dados valiosos sobre o estado de conservação de um óleo ou gordura, 
pois um processo de decomposição, seja por hidrólise, oxidação ou fermentação, altera a 
concentração de íons H+.
Materiais:
- Diferentes tipos de óleo;
- solução de éter etílico e etanol 95%, na proporção de 1:1;
- fenolftaleína 1%;
- NaOH 0,1M;
- béqueres;
- buretas;
- suportes para buretas.
Procedimento:
1. Depois de rotular os béqueres, pesar 25 g de amostra de óleo em Becker de 250 mL.