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147Biomedicina na prática: da teoria à bancada SUMÁRIO Recomendações: Evitar o uso de placas úmidas e, depois de semeada, não incubar caso haja umidade na superfície do ágar. Evitar o rompimento do ágar, estriando o material suavemente. Uma suspensão com 105 UFC/ml deve resultar em um tapete de colônias que cubra toda a superfície do ágar de maneira uniforme, com colônias confluentes. 4. A incubação deve seguir alguns parâmetros determinados, conforme abaixo: Atmosfera • Para bactérias não exigentes em secreções, urina, fezes, etc. incubar em estufa em atmosfera ambiente. • Para bactérias exigentes tais como: pneumococos, hemófilos e Neisserias ou fastidiosos incubar em microaerofilia (Jarra com vela acesa de modo a obter 3 a 5% de CO2). • Para Campylobacter é necessária tensão de 5 a 10% de CO2 e restrição de O2 sendo conveniente o uso de geradores específicos. • Para bactérias anaeróbias, incubar em sistema de anaerobiose estrita. Temperatura • 36oC +/- 1oC é a temperatura para a grande maioria das bactérias da rotina, incluindo os anaeróbios e micobactérias. • Fungos podem ser cultivados a 30oC ou 25 e 35oC. • Temperatura à 42oC pode ser necessário para isolar espécies de Campylobacter, Acinetobacter baumannii, e algumas espécies de Pseudomonas. Umidade • Bactérias fastidiosas e exigentes (neisserias patogênicas e hemófilos) crescem melhor se forem incubadas num recipiente com tensão de 5% de CO2 com um chumaço de algodão embebido em água estéril. Tempo • Em geral a primeira leitura é realizada com 18 a 24 horas de incubação ou em casos de urgência para iniciar a identificação e antibiograma, a partir de 6 horas é possível visualizar crescimento de algumas enterobactérias. • Para anaeróbios é recomendável a primeira leitura com 48 a 72 horas de incubação. • Para bactérias exigentes ou de crescimento lento o período de incubação pode ser bastante prolongado: Micobactérias de 3 a 45 dias; Nocardia, 4 a 7 dias; Brucella 3 a 7 dias (hemoculturas até 45 dias). 3. Coloração de Gram A coloração de Gram é a principal técnica de identificação bacteriana. Com a coloração é possível visualizar a morfologia individual e as reações tintoriais nas quais as bactérias reagem frente aos corantes. A amostra utilizada deve ser o material coletado de sítio anatômico com suspeita de infecção ou colônia bacteriana isolada. 148Biomedicina na prática: da teoria à bancada SUMÁRIO Materiais: - Lâminas; - Água ou solução salina (0,85%); - Bico de Bunsen; - Alça de inoculação; - Microscópio; - Violeta de Genciana; - Lugol; - Álcool; - Fucsina; Procedimentos: 1. Com uma agulha microbiológica estéril, pegar pequena porção de uma colônia isolada ou amostra coletada e passar para uma lâmina limpa e identificada. 2. Para facilitar a leitura, pode-se homogeneizar o material com uma gota de solução salina estéril em movimentos centrífugos, se necessário; 3. Aguardar para que seque e fixar rapidamente sobre a chama. 4. Cobrir o esfregaço com solução de Violeta de Genciana por um minuto. Dica: Cuidado para não colocar a lâmina invertida. 5. Retirar o corante em água corrente. 6. Cobrir o esfregaço com Lugol durante um minuto. 7. Retirar com água corrente. 8. Gotejar o álcool rapidamente. 9. Repetir o passo 8 até notar que não remove mais o excesso de corante. 10. Cobrir o esfregaço com Fucsina durante 30 segundos. 11. Retirar o corante com água corrente examinar o esfregaço no aumento de 100X. Lembrar de usar o óleo de imersão. Observação microscópica: • Gram Positivo: roxo; • Gram Negativos: rosa;