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119Biomedicina na prática: da teoria à bancada SUMÁRIO 2. Pegar uma alçada da colônia de Candida sp. isolada; 3. Fazer uma suspensão no tubo de ensaio contendo soro humano; 4. Incubar em estufa a 37oC durante 1 a 3 horas (máximo de 3 horas); 5. Com a pipeta Pasteur, depositar uma gota sobre lâmina-lamínula; 6. Examinar ao microscópio óptico, em aumento de 400X. 7. Análise do resultado: Resultado negativo: ausência de tubo germinativo. São visualizados apenas blastoconídios, e não é possível identificar a espécie de Candida. Laudo: “Isolamento de Candida sp.”. Resultado positivo: presença de tubo germinativo, na forma de pequeno filamento que brota do blastoconídio, sem formar constrição com a célula-mãe. Laudo: “Isolamento de Candida albicans”. Dica: Outra maneira de fazer identificação das espécies de Candida é adquirir comercialmente os meios CHROMagar, nesses meios, a amostra clínica é semeada em placa, e cada espécie cresce em uma colônia com coloração diferente, sendo possível identificar a espécie simplesmente pela cor visualizada a olho nu na placa. 6. Prova da urease Alguns testes bioquímicos podem ser utilizados para auxiliar no diagnóstico laboratorial, quando não é possível fazer a identificação através do exame direto ou cultivo do material clínico. Existem testes que avaliam a assimilação de carbono e nitrogênio, chamados de auxanogramas, e testes que verificam a fermentação de açúcares, conhecidos como zimogramas. Como esses testes são apenas auxiliares, e, laboriosos, necessitando de reagentes específicos, muitas vezes não são realizados. O teste da urease se baseia na capacidade de alguns fungos em hidrolisar a ureia, o ágar utilizado para esse teste muitas vezes está disponível no laboratório de microbiologia, o que o torna mais utilizado. Fungos que hidrolisam a ureia tornam o meio alcalino, e há mudança de cor devido ao indicador de pH presente no meio. Esse teste pode ser utilizado quando for isolado o gênero Trichophyton no cultivo, mas sem estruturas específicas para fazer a identificação da espécie, o Trichophyton mentagrophytes é capaz de hidrolisar a ureia (teste positivo), o Trichophyton rubrum não (teste negativo). O teste da ureia também pode ser usado na diferenciação de leveduras, onde os gêneros Cryptococcus, Rhodotorula e Trichosporon são positivos, enquanto Candida e Geotrichum são negativos. Materiais: - Alça ou fio em L; - Pipeta pasteur; - Bico de Bunsen; - Luvas; - Jaleco; - Estufa; - Ágar de Christensen ureia. 120Biomedicina na prática: da teoria à bancada SUMÁRIO Procedimento: 1. Pegar uma alçada da colônia previamente isolada; 2. Fazer o repique no ágar de Christensen ureia; 3. Incubar em estufa a 25oC ou temperatura ambiente; 4. Aguardar até 5 dias; 5. Verificar se houve mudança na coloração do meio e analisar o resultado: Resultado negativo: o meio, que originalmente é da cor amarelo (alaranjado), continua da mesma cor, significa que não houve mudança de pH, pois o fungo não hidrolisa ureia. Resultado positivo: o meio vai trocar de amarelo para rosa forte devido a alteração do pH, provocada pela hidrólise da ureia. 7. Técnica de microcultivo Quando não foi possível fazer a identificação do fungo presente na amostra, utilizando as metodologias abordadas anteriormente, pode ser utilizada a técnica de microcultivo. Através dessa técnica, utiliza-se uma pequena placa de ágar, sobre uma lâmina, onde é feito o “microcultivo”. Essa montagem é utilizada para visualização no microscópio. Dessa maneira, as estruturas fúngicas permanecem íntegras, tornando a visualização e identificação mais fáceis. Como previamente mencionado, o ASD é o mais frequente na rotina laboratorial, mas além dele, o ágar dextrose batata e o ágar Fubá também são indicados para o microcultivo, por estimularem maior produção de macro e microconídios, que auxiliam na identificação. O procedimento deve ser realizado em cabine de segurança biológica, para evitar contaminação. Materiais: - Lâmina; - Lamínula; - Alça ou fio em L; - Bico de Bunsen; - Luvas; - Jaleco; - Algodão; - Placas de petri; - Microscópio; - Estufa; - Água destilada estéril; - Pinça; - Ágar Sabouraud ou ágar Fubá ou ágar dextrose batata; - Corante lactofenol azul de algodão; - Autoclave; - Cabine de segurança biológica.