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117Biomedicina na prática: da teoria à bancada SUMÁRIO 4. Identificação de fungos dimórficos Uma das primeiras características microscópicas que se observa no diagnóstico laboratorial micológico é a morfologia celular. Alguns fungos são unicelulares, conhecidos como leveduras, enquanto outros fungos têm uma estrutura multicelular mais complexa, são compostos por um conjunto de células tubulares, que formam as hifas, e são chamados de fungos filamentosos. Porém, existe um grupo de fungos que pode assumir a forma de levedura ou de fungo filamentoso, dependendo da temperatura, e por isso são chamados de fungos dimórficos. Os fungos dimórficos, quando expostos à temperatura de 25oC, crescem como filamentosos, e quando estão à temperatura de 37oC, crescem como leveduras. Esse grupo de fungos geralmente causa micoses graves, o que torna o diagnóstico correto mais importante. Para fazer a identificação desses fungos, usa-se a característica dimórfica deles para fazer a confirmação da espécie, conforme descrito abaixo. Suspeita de fungo dimórfico: a) Em material clínico analisado pelo exame direto, aparecerão fungos leveduriformes, pois é a morfologia de fungos dimórficos a 37oC, temperatura do corpo humano; b) A amostra será então semeada em meio de cultivo, onde crescerá colônia fúngica na temperatura de 25oC; c) Após verificação da macro e micromorfologia, serão visualizadas hifas, e conclui-se se tratar de um fungo filamentoso, com estruturas morfológicas semelhantes à um fungo dimórfico; Confirmação de fungo dimórfico e identificação da espécie: a) Com auxílio de alça ou fio flambado, pegar uma alíquota da colônia; b) Semear em um novo meio de cultivo enriquecido, tais como ágar sangue ou ágar infusão cérebro coração (BHI); c) Incubar em uma estufa a 37oC; d) Após crescimento fúngico, analisar macro e micromorfologia; e) A identificação do gênero e espécie do fungo é feita pela visualização do aspecto microscópico característico de cada fase, que se apresenta, na maioria dos casos, conforme imagens a seguir: 118Biomedicina na prática: da teoria à bancada SUMÁRIO Fonte: adaptada de KAMESWARAN, 2009. 5. Teste do tubo germinativo O teste do tubo germinativo é o principal método laboratorial utilizado para identificação presuntiva de Candida albicans. É importante fazer essa identificação, pois algumas espécies possuem resistência intrínseca a alguns antifúngicos, dessa maneira, a identificação da espécie ajuda a nortear a conduta terapêutica. O tubo germinativo é um brotamento em forma de pseudo-hifa que se forma nas células leveduriformes de Candida albicans, quando incubadas a 37oC, e pode ser facilmente visualizado em microscópio. Materiais: - Lâmina; - Lamínula; - Alça ou fio em L; - Pipeta pasteur; - Bico de Bunsen; - Luvas; - Jaleco; - KOH 10 a 40%; - Soro humano; - Microscópio; - Estufa. Procedimento: 1. Colocar 0,5 mL de soro humano em um tubo de ensaio;