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Biomedicina

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115Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
• Deixar solidificar com o tubo inclinado, deixando espaço de aproximadamente 2 a 3 
centímetros no final do tubo, para evitar contaminação;
• Fechar os tubos com algodão ou tampa de rosca levemente fechada;
• Após solidificar, os meios devem ser armazenados em sacos plásticos fechados e 
mantidos a temperatura ambiente durante sete dias, para confirmar a esterilidade 
(meios com crescimento fúngico devem ser descartados).
Materiais:
- Alça ou fio em L;
- Bico de Bunsen; 
- Luvas;
- Jaleco; 
- Meios de cultivo;
- Amostra clínica;
- Estufa.
Procedimentos: 
Com os meios de cultivo previamente preparados, o isolamento primário do fungo pode 
ser feito da seguinte maneira:
1. Separar metade do material clínico (outra metade para o exame direto);
2. Flambar a alça ou fio em L;
3. Flambar a boca do tubo do meio de cultivo ao abrir e segurá-lo próximo à chama do 
bico de Bunsen;
4. Pegar o material clínico.
Dica: A alça pode ser umedecida no meio para facilitar na manipulação de escamas de 
pele, unhas e pelos ou cabelos;
Materiais líquidos podem ser manipulados com pipeta Pasteur;
Materiais coletados com swab devem ser manipulados com o próprio swab;
5. Com a alça ou fio, semear o material clínico na superfície do meio, com movimentos 
de estrias em zigue-zague (se houverem fragmentos de material, devem ser dispostos 
no meio em pontos equidistantes);
6. Flambar novamente a boca do tubo, e fechá-lo;
7. Se houver excesso de material clínico, podem ser semeados dois meios de cultura;
8. Incubar o meio de cultura entre 25 e 30oC (em estufa ou à temperatura ambiente);
9. Fazer verificações periódicas nos meios para visualizar se há crescimento fúngico, o 
que pode ocorrer em 24 a 72 horas para fungos leveduriformes ou em até 30 dias para 
fungos filamentosos;
Observe: Se não houver crescimento fúngico após 30 dias, o meio pode ser descartado. 
116Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
Análise dos resultados:
Análise da macromorfologia → é feita a análise da colônia fúngica a olho nu. As 
características macroscópicas de alguns fungos são bem distintas, podendo auxiliar no 
diagnóstico. Pode-se observar o tamanho da colônia, características das bordas, textura 
(algodonosa, aveludada, arenosa, glabra etc.), relevo (cerebriforme, apiculada, rugosa, lisa ou 
crateriforme) e cor.
Análise da micromorfologia → é feita a análise da colônia no microscópio:
1. Flambar a alça ou fio e a boca do tubo do meio de cultura;
2. Deixar esfriar um pouco;
3. Raspar no meio de cultivo para pegar uma alíquota da colônia;
4. Colocar sobre uma lâmina limpa;
5. Pingar 1 ou 2 gotas de KOH ou lactofenol azul de algodão;
6. Cobrir com lamínula;
7. Analisar no microscópio na busca de estruturas fúngicas específicas (macro e 
microconídios, hifas em espiral, células leveduriformes etc).
Importante: certificar de que a cultura esteja pura, para que contaminações não 
confundam o diagnóstico.
3. Diagnóstico Micológico (Laudo)
Para chegar à conclusão final do diagnóstico, devem-se reunir todas as informações 
possíveis, evitando erros ou confusões. Possuindo as características da lesão ou do estado 
clínico do paciente, o resultado do exame direto e os resultados da macro- e micromorfologia 
após o cultivo do fungo, tem-se informações para elaboração de um laudo confiável. O laudo 
contendo o diagnóstico micológico deve ser simples, contendo a descrição morfológica 
das principais estruturas fúngicas observadas e sugestão do patógeno relacionado, quando 
possível.
Após análise do material clínico, normalmente pode-se chegar a três situações:
a) Não foi observada nenhuma estrutura fúngica no exame direto e não houve 
crescimento de colônia no meio de cultivo. Nesse caso, o laudo pode ser: “Não foram 
visualizadas estruturas fúngicas na amostra analisada”.
b) Foram observadas estruturas fúngicas, mas nenhuma que fosse específica de um 
determinado fungo, impossibilitando a identificação do agente causador. Nesse caso, 
devemos descrever com clareza os achados laboratoriais, sugerindo um grupamento 
fúngico, ou sem sugestão de fungo, por exemplo: “Presença de hifas hialinas 
septadas, sugestivas de dermatófitos”. Ou “Presença de hifas demáceas septadas, com 
ramificações”.
c) Foram observadas estruturas fúngicas específicas o suficiente para fazer a 
identificação do gênero ou espécie do fungo. Nesse caso, os laudos podem ser, por 
exemplo: “Presença de blastoconídios sugestivos de Candida sp.” ou “Isolamento de 
Trichophyton rubrum”.

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