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34 LINGUAGENS, CÓDIGOS e suas tecnologias V O LU M E 1 A Nosso Senhor eu peço quando houver de vos perder, se me quiser comprazer, que a morte me queira dar. Mas se a vida me poupar, ó formosa! que farei? Vosso amor me leva a tanto! Se, partindo, provocais quebranto que não curais a quem de amor desespera, de vós conselho quisera: ó formosa! que farei? 4. Qual é o tema tratado na cantiga? 5. Que elementos permitem classificar o texto como uma cantiga de amor? 6. Identifique o refrão da cantiga. Que sentimen- to do eu lírico ele reforça? 7. Que forma de tratamento o eu lírico usa para se referir à mulher? O que esse tratamento re- vela a respeito da relação entre eles? 8. (UNIFESP) Sobre a cultura medieval ociden- tal, considere as seguintes afirmativas: I. A maioria dos “não romanos“ desconhecia a escrita e utilizava-se da oralidade para orientar a vida social. II. No campo da Filosofia verificou-se a influ- ência do pensamento escolástico, que reto- mou o debate entre fé e razão. III. A arquitetura medieval caracterizou-se pela presença de grandes construções ins- piradas em motivos religiosos, como mos- teiros e igrejas. IV. O heroísmo da cavalaria e o amor, temas característicos da poesia trovadoresca, tor- naram-se comuns na literatura medieval. Assinale a alternativa correta. a) Apenas as afirmativas III e IV são verdadeiras. b) Apenas as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. c) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras. d) Apenas as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 9. O Humanismo foi um movimento que não pode ser definido por: a) ser um movimento diretamente ligado ao Re- nascimento, por suas características antropo- centristas e individuais. b) ter uma visão do mundo que recupera a he- rança greco-romana, utilizando-a como tema de inspiração. c) ter valorizado o misticismo, o geocentrismo e as realizações culturais medievais. d) centrar-se no homem, em oposição ao teocen- trismo, encarando-o como “medida comum de todas as coisas“. e) romper os limites religiosos impostos pela Igre- ja às manifestações culturais. 10. Considere as seguintes afirmações relaciona- das ao episódio do embarque do fidalgo, da obra Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. I. A acusação de tirania e presunção dirigida ao fidalgo configura uma crítica não ao in- divíduo, mas à classe a que ele pertence. II. Gil Vicente critica as desigualdades so- ciais ao apontar o desprezo do fidalgo aos pequenos, aos desfavorecidos. III. No momento em que o fidalgo pensa ser salvo por haver deixado, em terra, al- guém orando por ele, evidencia-se a crí- tica vicentina à fé religiosa. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 11. Em Farsa de Inês Pereira (1523), Gil Vicente apresenta uma donzela casadoura que se la- menta das canseiras do trabalho doméstico e imagina casar-se com um homem discreto e elegante. O trecho a seguir é a fala de Latão, um dos judeus que foi em busca do marido ideal para Inês, dirigindo-se a ela: “Foi a coisa de maneira, tal friúra e tal canseira, que trago as tripas maçadas; assim me fadem boas fadas que me soltou caganeira... para vossa mercê ver o que nos encomendou.“ friúra: frieza, estado de quem está frio maçadas: surradas fadem: predizem (VICENTE, Gil. “Farsa de Inês Pereira“. 22ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1989. p. 95.) Sobre o trecho, é correto afirmar: a) Privilegia a visão racionalista da realidade por Gil Vicente, empregada pelo autor para aten- der as necessidades do homem do Classicismo. b) É escrito com perfeição formal e clareza de raciocínio, pelas quais Gil Vicente é conside- rado um mestre renascentista. c) Retrata uma cena grotesca em que se notam traços da cultura popular, o que não invalida a inclusão de Gil Vicente entre os autores do Humanismo. d) Sua linguagem é característica de um período já marcado pelo Renascimento, o que se evi- dencia pela referência de Gil Vicente a figuras mitológicas clássicas, como as “boas fadas“. e) Revela em Gil Vicente uma visão positiva do homem de fé que se liberta da doença pelo recurso à divindade.