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Victória Ellen Gomes de Sousa
Bacharel em enfermagem na UEPB
CONTEXTO HISTÓRICO
1920 - 1930
Criações da caixas de aposentadorias e
pensões (CAPS);
- LEI ELOY CHAVES.
Nova visão da saúde pública de caráter social
e educativo;
Centralização e Unificação das estruturas de
saúde;
Criação dos IAPS.
1960 - 1970
ANOS 60
Guerra Fria:
Potências capitalistas X potências socialistas
=
instabilidade política.
1964: Golpe militar no Brasil.
Política econômica de "arrocho salarial"
- Queda do poder aquisitivo dos
assalariados; maior concentração de
renda para elites; e aumento das
desigualdades socioeconômicas.
Sistema de saúde:
Medicina previdenciária:
- Saúde individual dos trabalhadores
formais;
- Zonas urbanas;
- Comandada pelos Institutos de
Aposentadoria e Pensão (IAPs).
Saúde pública:
- Atividades preventivas;
- Zonas rurais e setores mais pobres da
população;
- Comandada pelo Ministério da Saúde
(MS);
- Quebra dos IAPS
↪ Criação do INPS (Instituto
Nacional de Previdência Social) -
cobertura estendida aos trabalhadores
rurais, porém limitada;
- Crise econômica internacional
↪ Fim do crescimento econômico
↪ Aumento de tensões sociais
↪ Mobilização popular por mudanças
políticas e sociais.
ANOS 70
Criação do:
Ministério da Previdência e Assistência
Social;
Sistema Nacional de Previdência e Assistência
Social (Sinpas);
Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (Inamps);
Instituto de Administração Financeira da
Previdência e Assistência Social (lapas).
1974: criação do Ministério da Previdência e
Assistência Social (MPAS), com a
incorporação ao sistema previdenciário dos
trabalhadores rurais, empregados domésticos
e outras categorias de trabalhadores;
1975: Instituição do Sistema Nacional de
Saúde (SNS) (lei 6.229), como resultado da
V Conferência Nacional de Saúde. Porém,
este promoveu a separação entre assistência à
saúde (MPAS) e ações coletivas de saúde
(MS);
1976: Programa de Interiorização das Ações
de Saneamento e Saúde - Piass
- Tinha em vista a expansão da rede
de atenção primária de saúde em
municípios do interior (busca do
aumento do alcance da cobertura
de serviço médico, especialmente
nas áreas rurais e a viabilização da
regionalização da atenção e da
assistência médica, de forma
descentralizada e hierarquizada);
- Para os objetivos do PIASS serem
alcançados, era necessária a formação
e capacitação de pessoal técnico
auxiliar para a saúde;
- Com dificuldades, limitou-se a uma
atenção primária seletiva, para as
populações marginalizadas de regiões
marginalizadas, enfrentando a falta de
recursos, pessoal qualificado e
tecnologias sofisticadas.
Adoção dos princípios de medicina
comunitária:
- Participação social;
- Hierarquização;
- Regionalização;
- Integralidade.
Foram adotados pela Organização Pan
Americana da Saúde (OPAS)
↪ inserção de grupos progressistas no
MS.
Planejamento e avaliação de ações:
- Unidades especializadas dentro dos
Ministérios;
- Gestão adequada estatísticas vitais e
sanitárias (pesquisa de
epidemiológica);
- Integração da prevenção com a
assistência curativa;
- Ênfase na formação e capacitação de
recursos humanos.
Nova forma de "pensar saúde"
- Aumento da cobertura dos serviços.
A origem do movimento sanitário se deu na
segunda metade da década de 1970.
Criação do Centro Brasileiro de Estudos de
Saúde (Cebes), com objetivo principal de
editar o periódico "Saúde em debate".
Criação do Programa de Preparação
Estratégica de Pessoal de Saúde;
↪ Formação descentralizada de
recursos humanos em diferentes
níveis.
1977: Meta "Saúde para todos no ano
2000".
Criação do Sistema Nacional de
Previdência e Assistência Social,
promove pequena abertura para ações
de atenção integral na rede pública,
incluindo planejamento e participação
popular na gestão do sistema (tudo
muito no inicio);
1978: Conferência Internacional de Saúde de
Alma-Ata cuidados na atenção primária para
todos, aumento do acesso, participação da
comunidade;
2° Plano Nacional de Desenvolvimento: leva
para a agenda de planejamento estatal
prioridades nas áreas da educação, saúde e
infraestrutura urbana.
- Maior articulação do MS
↪ Projetos para controle da
hanseníase, câncer e tuberculose.
1979:
Criação da Associação Brasileira de
Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco),
organização dos programas de pós-graduação
em saúde pública, medicina social e saúde
coletiva.
| Simpósio sobre Política Nacional de Saúde,
na Câmara dos Deputados
↪ Aponta a crise no sistema de saúde
do país e a necessidade de
democratização da sociedade como
requisito para sua superação.
↪ O CEBES (centro brasileiro de
estudos de saúde) apresentou uma
proposta de reorganização do sistema
de saúde (já na época chamava de
Sistema Único de Saúde);
Recessão econômica
- Insatisfação social com o regime
militar;
- Movimento das Diretas Já (1983 e
1984).
Surgimento de movimentos sociais:
- Movimento Popular pela Saúde;
- Movimento dos Médicos;
↪ Demanda por controle social dos
serviços de saúde, melhoria da
medicina previdenciária,
desenvolvimento de ações preventivas
e melhoria das condições de vida da
população.
Financiamento inadequado + alto custo dos
serviços privados = déficit econômico
- Inviabilidade do sistema de saúde
vigente.
Necessidade de aproximação da medicina
previdenciária à saúde pública.
1980
1983: Ações Integradas de Saúde
↪ Projeto interministerial
(Previdência-Saúde- Educação), no
qual ações curativas-preventivas e
educativas eram integradas e
estabelecidas como área prioritária
para a promoção da saúde.
- Baseadas na regionalização e
hierarquização;
- Interligar a rede pública federal,
estadual e municipal.
1985: Fim do regime militar no Brasil.
1986: Assembleia Nacional Constituinte / 8°
Conferência Nacional de Saúde (CNS):
MOVIMENTOS DA REFORMA
SANITÁRIA
DÉCADA DE 1970 (AUTORITARISMO)
Saúde pública continua com baixa qualidade e
limitada apenas para trabalhadores formais
Abordagem histórico-estrutural dos
problemas de saúde:
- Universidade/ departamento de
medicina preventiva
- Movimento estudantil e CEBES
- Associação dos Médicos Sanitaristas;
Todos lutam por um sistema de saúde mais
justo e igualitário;
O movimento da Reforma Sanitária surgiu no
início dos anos 1970, podendo ser definido
como um conjunto de ideias para mudanças e
transformações na saúde brasileira;
A construção do projeto da reforma
sanitária foi fundada na noção de crise:
- Crise do conhecimento e da prática
médica;
- Crise do autoritarismo;
- Crise do estado sanitário da
população;
- Crise do sistema de prestação de
serviços de saúde.
Linha tática: ocupação dos espaços
institucionais e implementação ativa de
políticas de saúde.
Transforma a participação social:
- Reconhecimento da diversidade de
interesses e projetos em disputa na
sociedade;
↪ Dimensão e perspectiva mais
abrangentes
- Cidadania: universalização dos
direitos;
- Propõe institucionalização da
participação no interior do aparato
estatal;
- Possibilidade de interlocução e
diálogo entre Estado e sociedade;
Princípios orientadores:
- Ético-normativo: Saúde como parte
dos direitos humanos;
- Científico: Determinação social do
processo saúde doença;
- Político: Saúde como direito universal
inerente à cidadania em uma
sociedade democrática;
- Sanitário: Entende a proteção à saúde
de forma integral
Promoção
↓
Ação curativa
↓
Reabilitação
REFORMA SANITÁRIA
A Reforma Sanitária Brasileira foi proposta
num momento de intensas mudanças e
sempre pretendeu ser mais do que apenas
uma reforma setorial.
Almejava-se, desde seus primórdios, que
pudesse servir à democracia e à
consolidação da cidadania no País.
A realidade social, na década de oitenta,
era de exclusão da maior parte dos
cidadãos do direito à saúde, que se
constituía na assistência prestada pelo
Instituto Nacional de Previdência Social,
restrita aos trabalhadores que para ele
contribuíam, prevalecendo a lógica
contraprestacional e da cidadania regulada.
Surgimento de diversas organizações de
profissionais desaúde:
- Centro Brasileiro de Estudos em
Saúde - CEBES;
- Associação Paulista de Saúde Pública;
- Associação dos Médicos Sanitaristas;
- Associação Brasileira de Saúde
Coletiva ABRASCO (1979).
Marcos institucionais que datam o início
da reforma sanitária:
CEBES (Centro Brasileiro de Estudos de
Saúde) e a ABRASCO (Associação
Brasileira de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva);
Ambas se empenharam na universalidade e
equidade da assistência à saúde;
Abrasco: forma de organização dos programas
de pós graduação no campo da saúde
pública, da medicina social e da coletiva;
No mês seguinte a criação da Abrasco,
realizou-se o primeiro Simpósio sobre Política
Nacional de Saúde;
↪ O CEBES (centro brasileiro de
estudos de saúde) apresentou uma
proposta de reorganização do sistema
de saúde (já na época chamava de
Sistema Único de Saúde);
O documento aprovado neste simpósio
estabelecia princípios centrais que seriam
adotados pela reforma sanitária:
- Direito universal à saúde;
- Caráter intersetorial dos
determinantes da saúde;
- Papel regulador do Estado em
relação ao mercado de saúde;
- Descentralização;
- Regionalização e hierarquização do
sistema;
- Participação popular;
- Controle democrático;
- Necessidade de integração entre
saúde previdenciária e saúde pública.
Os membros do movimento sanitário eram
favoráveis à prestação estatal de serviços de
saúde e procuraram introduzir mudanças
progressiva nas bases de organização do
sistema de saúde do país:
Propostas de um documento chamado
Saúde e Democracia:
Saúde direito do cidadão;
Ações de saúde integradas;
- Curativas/previdência
- Preventivas/MS
Descentralização da gestão;
Controle social.
PROPOSTA
Construção de uma nova política de saúde
efetivamente democrática, tomando por base a
equidade, a justiça social, a descentralização,
universalização e unificação como elementos
essenciais para a reforma do setor.
MOVIMENTO POPULAR E
MOVIMENTO MÉDICO
Esses movimentos tiveram grande
importância na ampliação da discussão
sobre a reforma da saúde:
Movimento popular: buscavam melhoria
das condições de saúde;
Movimento médico: surgiu a partir de
críticas ao sistema de saúde vigente e
lutas da categoria por direitos trabalhistas.
VIII CNS
Realização da 8ª Conferência Nacional de
Saúde, onde foi consolidada a reforma
sanitária;
Na qual mais de cinco mil representantes
de todos os seguimentos da sociedade civil
discutiram um novo modelo de saúde para o
Brasil;
- Delegados dos diversos segmentos;
- Usuários, trabalhadores;
- Partidos políticos;
- Universidades;
- Parlamentares, gestores.
Em seus grupos e assembleias foram
discutidas e aprovadas as principais
demandas do movimento sanitarista:
fortalecer o setor público de saúde, expandir
a cobertura a todos os cidadãos e integrar a
medicina previdenciária à saúde pública,
constituindo assim um sistema único;
A Conferência ocorreu com o intuito de
assegurar que a saúde seja um direito do
cidadão, um dever do Estado e que seja
universal o acesso a todos os bens e
serviços de saúde;
↪ Principais temas discutidos na 8° CNS:
Dever do Estado e direito do cidadão quanto à
saúde;
Reformulação do sistema nacional de saúde;
Financiamento do setor saúde;
Hierarquização dos cuidados médicos segundo
complexidade e especialização;
Participação popular nos serviços de saúde.
As propostas resultaram na universalidade
do direito à saúde, oficializado com a
Constituição Federal de 1988 e a criação do
SUS;
Constitui-se como marco para a saúde pública
no Brasil pelo seu caráter democrático.

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