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Saúde e Doença: Uma Visão Ampliada

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Victória Ellen Gomes de Sousa
Bacharelanda em enfermagem na UEPB
SAÚDE E DOENÇA
SAÚDE
Não é apenas a ausência de doença;
corresponde ao bem estar humano (físico,
psíquico e social), tal como consta na
definição mais conhecida.
(OMS,1977)
Cidadãos devem ter grau de saúde que lhes
permita levar uma vida social e
economicamente produtiva.
Em seu sentido mais abrangente, a Saúde é a
resultante das condições de:
Alimentação;
Habitação;
Educação;
Renda;
Meio Ambiente;
Trabalho;
Transporte;
Emprego;
Lazer;
Liberdade;
Acesso e Posse Da Terra;
Acesso a Serviços De Saúde.
Resultado de formas de organização social de
produção, as quais podem gerar profundas
desigualdades nos níveis de vida.
(8ª Conferência Nacional de Saúde, 1986)
DOENÇA
Perda da homeostasia corporal, total ou
parcial, que pode acontecer devido a
infecções, inflamações, isquemias,
modificações genéticas, sequelas de trauma,
hemorragias, neoplasias ou disfunções
orgânicas.
Falta ou perturbação da saúde, enfermidade,
moléstia. Processo definido, com sintomas
característicos, que podem afetar o corpo todo
ou uma ou várias de suas partes.
PROCESSO DE SAÚDE-DOENÇA
Conjunto de relações e variáveis que produzem
e condicionam o estado de saúde e doença de
uma população, que varia nos diversos
momentos históricos do desenvolvimento
científico da humanidade.
I - IDADE MÉDIA
- Pensamento
mágico-religioso-sobrenatural.
GRÉCIA
- CORPO COM O CENTRO
↪ Sazonalidade; higiene e trabalho
FEUDALISMO
- Senhores: MEDICINA LEGAL
- Vassalos: PRÁTICAS ALTERNATIVAS
(CULTURAS AFRICANAS E
INDÍGENAS)
● CURANDEIRO, BRUXOS…
II - TEORIA MIASMÁTICAS
(Por que adoecemos?)
- Miasmas;
- Maior susceptibilidade;
- O médico grego Hipócrates explicou o
processo saúde-doença por meio do
que ele chamou de Teoria dos
Miasmas, que dizia que as doenças
são transmitidas pelo ar, águas e
outros locais insalubres;
- Primeira teoria que afirmava que as
doenças não eram causadas por
“coisas” sobrenaturais.
III - TEORIA UNICAUSAL
- Cada doença tem um agente
específico (agente infeccioso -
doenças infectocontagiosas);
- Na Teoria Unicausal, os vírus e as
bactérias passaram a ser as únicas
causas das doenças, substituindo as
explicações sobrenaturais. Mas essa
teoria mascarava os efeitos sociais
produzidos pelo sistema de exploração
capitalista.
IV - TEORIA MULTICAUSAL
- Essa teoria tomou espaço quando a
teoria unicausal já não explicava mais
algumas doenças como câncer,
transtornos mentais e doenças
cardiovasculares;
- A teoria defende que as doenças eram
causadas por diversos fatores que se
relacionavam;
- A Multicausal é a teoria hegemônica
até hoje, pois considera que
características individuais,
comportamentais, fatores de risco,
estilo de vida, entre outras coisas,
influenciam no aparecimento das
doenças.
- AGENTE - NÃO É MAIS SOMENTE
INFECCIOSO;
- DOENÇAS CRÔNICAS E
DEGENERATIVAS;
- Fatores pré-disponíveis.
MODELO DA BALANÇA
- Balança equilibrada = saúde
- Balança desequilibrada = doença
- Agente e Hospedeiro nas
extremidades e o meio ambiente no
centro
MODELO DA REDE DE CAUSALIDADE
- Possível verificar o contato entre os
elementos;
- Crítica: não se descreve claramente
como se fazer prevenção.
MODELO ECOLÓGICO
- Biofeedback Regulador
- Avanço do sistema na regulação do
três
MODELO OU TEORIA DA DETERMINAÇÃO
SOCIAL
- Relação da saúde-doença com a
influência do social;
- Todas as teorias anteriores deram
origem ao que hoje se chama de
Determinantes Sociais de Saúde, que
define que as condições de vida e
trabalho das pessoas influenciam em
sua situação de saúde;
- Vários conceitos foram formulados
para definir os DSS, mas alguns são
muito próximos da Teoria Multicausal
porque não relacionam as causas das
doenças;
- A relação da determinação não é uma
relação direta de causa e efeito. Há
vários fatores que influenciam, mas
incidem de formas diferentes entre os
grupos sociais.
HISTÓRIA NATURAL DA
DOENÇA
Inter-relações do agente, do suscetível
(hospedeiro) e do meio ambiente, passando
desde a criação do estímulo patológico no
meio ambiente, até a resposta do homem ao
estímulo patológico e as alterações que podem
até levar à morte.
É basicamente o curso da doença desde o seu
início até o seu desfecho.
O processo se dá início com a exposição
de um hospedeiro a um agente, terminando
com a recuperação, sequela ou óbito.
O termo “História Natural da Doença” se
refere a um conjunto de relações
específicas entre 3 indivíduos.
Subdividida em 4 fases:
Fase Inicial de Susceptibilidade: Pessoas que
não se encontram doentes, mas que
possuem um risco maior de adoecer;
Fase Patológica ou Pré-Clínica: Pessoas sem
sintomas, mas que já estão doentes devido
algum agente causal;
Fase Clínica: Pessoas doentes
Fase de incapacidade residual: Indivíduo em
recuperação parcial ou total da doença, não foi
a óbito, porém não houve cura completa,
deixando sequelas no indivíduo.
ETAPAS DA HISTÓRIA
NATURAL DA DOENÇA
Pode ser dividida em 2 Períodos:
Período Epidemiológico (Pré-Patogênico)
- Relações suscetível-ambiente.
Período Patológico (Patogênico)
- Modificações que se passam no
organismo vivo.
PERÍODO
PRÉ-PATOGÊNESE/EPIDEMIOLÓGICO
Momento em que a doença ainda não
existe.
Meio ambiente em que o indivíduo está
exposto possui as pré-condições para
existência do agente causal.
Hospedeiro: idade, sexo, estado ci vil ,
ocupação, e scolaridade, g enética, estado
imunológico.
Agente: biológico (microrganismos),
químicos (mercúrio, álcool, medicamentos),
físicos (trauma, calor, radiação, nutricionais
(carência), e excesso).
Ambiente: determinações físico -químicas
(temperatura , umidade, poluição),
biológicas (acidentes, infecções) e sociais
(comportamento, org. social).
FATORES PRÉ-PATOGÊNICOS
SOCIAIS
Estrutura social particularizada em
conjunturas econômicas, políticos e
ideológicas condiciona uma determinada
situação de vida de grande parcela da
população de um agravamento crítico de seu
estado de saúde
Não é mais uma variável ao lado dos outros
fatores causais da doença, mas antes como
um campo onde a doença adquire um
significado específico.
Fatores Socioeconômicos
Associação inversa entre capacidade
econômica e probabilidade de adquirir a
doença (morbidade e mortalidade).
↑ DINHEIRO - ↓ DOENÇA
Fatores Sociopolíticos
- Instrumentação jurídico-legal;
- Decisão política;
- Participação comunitária efetiva;
- Transparência das ações;
- Acesso às informações.
Fatores socioculturais
Abrange preconceitos, hábitos culturais,
crendices, comportamentos, difusão e
manutenção de doenças.
Fatores psicossociais
Fatores psicológicos advindos de questões
sociais: ausência de relação parentais
- falta de apoio no contexto social
- trabalho estressante
AMBIENTAL
Conjunto de todos os fatores que mantêm
reações interativas com o agente etiológico e o
suscetível.
Ambiente Físico
- Situação geográfica
- Solo Clima
- Recurso hídricos
- Topografia
- Agente químicos e físicos
- Industrialização/Urbanização
Ambiente humano
- Hábitos de vida
- Comportamentos
Ambiente biológico
Constituído por todos os seres vivos que
passam ter influência sobre o agente
etiológico e o suscetível
Biota: Conjunto de seres vivos que habitam
um ambiente
MULTIFATORIALIDADE
Doença: Depende da estruturação dos fatores
contribuintes, cujo risco varia entre os
extremos (mín/máx).
Não é uma simples soma dos fatores. É a
sinergia dos fatores = dois fatores estruturais
aumentam o risco do desenvolvimento da
doença se comparado à simples soma destes.
Fatores em sinergia: produz efeito por si +
contribui com a causa do outro fator.
PERÍODO
PATOGÊNESE/PATOLÓGICO
Período com a presença da doença , a que
se iniciam as ações contra os agentes
causais da doença.
Segue com as perturbações bioquímicas em
nível celular, continuam com as perturbações
na forma e na função, evoluindo para defeitos
permanentes, cronicidade ou cura.
NÍVEIS DE EVOLUÇÃO DO PERÍODO
1. Interação estímulo-suscetível
A doença ainda não tomou desenvoltura,
porém estão presentes todos os fatores
necessáriospara sua ocorrência. Alguns
fatores agem predispondo o organismo à ação
subsequente de outros agentes patógenos.
2. Alterações bioquímicas, histológicas e
fisiológicas
A doença já está implantada no organismo
afetado com alterações no organismo, mas as
manifestações clínicas ainda não são
percebidas. Porém, exames laboratoriais
orientados podem identificar as alterações.
3. Sinais e sintomas
Os sinais iniciais da doença se tornam nítidos
e transformam-se em sintomas - estágio
clínico.
4. Cronicidade
A evolução da doença pode progredir até o
estado de cronicidade ou conduzir o doente a
uma incapacidade variada. A doença pode
evoluir para invalidez permanente, para morte
ou cura.
PREVENÇÕES
Medicina preventiva: técnica e arte de evitar
doenças, prolongar a vida e desenvolver a
saúde física e mental.
Ação antecipada, a fim de interceptar ou
anular a evolução de uma doença.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA
Ocorre no período pré-patogênico;
Há a promoção de saúde através de
moradias adequadas, escolas, educação
sanitária, alimentação e nutrição adequada ,
empregos e salários adequados, além de
proteção específica como imunização
(vacinas), controle de vetores, higiene
pessoal e do lar .
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
Ocorre no período em que o indivíduo já
está sob ação do agente patogênico;
Se dá através de diagnósticos e
tratamentos precoces, tratamento médico,
exames periódicos, hospitalização em função
da necessidade, isolamento para evitar
propagação e auto exame.
PREVENÇÃO TERCIÁRIA
Ocorre no período desfecho da doença com
foco na reabilitação, inclui ações como
fisioterapia, terapia ocupacional, prótese e
órteses.
PROGNÓSTICO
É uma suposição que se faz sobre a evolução
de uma doença após o seu diagnóstico.
Pode ser estabelecido com base no curso
clínico da doença (evolução da doença com
tratamento) ou na história natural da doença
curso da doença sem intervenção).
Fatores Prognósticos:
- Fatores prognósticos: após a doença
Condições associadas ao desfecho clínico
Específicos do indivíduo: sexo, idade,
tabagismo;
Relacionados com a doença: insuficiência
cardíaca, IAM.

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