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Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em período integral, 
com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totali-
zando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, 
de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a 
aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desen-
volvida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e 
nos principais vestibulares voltados para o curso de Medicina 
em todo o território nacional.
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS 
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada co-
leção tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolu-
ção das questões propostas. Os textos dos livros são de fácil 
compreensão, completos e organizados. Além disso, contam 
com imagens ilustrativas que complementam as explicações 
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em 
cores nítidas, também são usados e compõem um conjunto 
abrangente de informações para o aluno que vai se dedicar 
à rotina intensa de estudos.
TEORIA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cui-
dadosa seleção de conteúdos multimídia para complementar 
o repertório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a 
compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, 
livros, etc. Tudo isso é encontrado em subcategorias que fa-
cilitam o aprofundamento nos temas estudados – há obras 
de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões de aplicati-
vos que facilitam os estudos, com conteúdos essenciais para 
ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, em uma 
seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais 
o conhecimento do nosso aluno.
MULTIMÍDIA
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é 
elaborada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que 
trata de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares 
atuais não exigem mais dos candidatos apenas o puro co-
nhecimento dos conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran-
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, 
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Ma-
temática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato 
com essa realidade por meio de explicações que relacionam 
a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de 
outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, 
o aluno consegue entender que cada disciplina não existe de 
forma isolada, mas faz parte de uma grande engrenagem no 
mundo em que ele vive.
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico 
é o seu distanciamento da realidade cotidiana, o que difi-
culta a compreensão de determinados conceitos e impede 
o aprofundamento nos temas para além da superficial me-
morização de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios na 
aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida a seção “Vi-
venciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma preo-
cupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações 
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm 
contato em seu dia a dia.
VIVENCIANDO
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fa-
zem parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos 
compilados, deparamos-nos com modelos de exercícios re-
solvidos e comentados, fazendo com que aquilo que pareça 
abstrato e de difícil compreensão torne-se mais acessível e 
de bom entendimento aos olhos do aluno. Por meio dessas 
resoluções, é possível rever, a qualquer momento, as explica-
ções dadas em sala de aula.
APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desem-
penho ao fim da escolaridade básica, organizamos essa 
seção para que o aluno conheça as diversas habilidades e 
competências abordadas na prova. Os livros da “Coleção 
Vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas 
dessas habilidades. No compilado “Áreas de Conhecimento 
do Enem” há modelos de exercícios que não são apenas 
resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva e 
descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no 
dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para 
ajudá-lo a apurar as questões na prática, a identificá-las na 
prova e a resolvê-las com tranquilidade.
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, 
criamos para os nossos alunos o máximo de recursos para 
orientá-los em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de 
Ideias”, para aqueles que aprendem visualmente os conte-
údos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas 
mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo 
da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta 
aos principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a 
organização dos estudos e até a resolução dos exercícios.
DIAGRAMA DE IDEIAS
© Hexag SiStema de enSino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2023
Todos os direitos reservados.
Coordenador-geral
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por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a in-
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HISTÓRIA
HISTÓRIA GERAL 5
AULAS 1 E 2 : INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HISTÓRIA E PRÉ-HISTÓRIA 007
AULAS 3 E 4 : ANTIGUIDADE ORIENTAL 014
AULAS 5 E 6 : CIVILIZAÇÃO GREGA: PERÍODOS PRÉ-HOMÉRICO, HOMÉRICO E ARCAICO 026
AULAS 7 E 8 : CIVILIZAÇÃO GREGA: PERÍODOS CLÁSSICO E HELENÍSTICO & 
 CIVILIZAÇÃO ROMANA: MONARQUIA 034
HISTÓRIA DO BRASIL 43
AULAS 1 E 2: FORMAÇÃO DE PORTUGAL E NAVEGAÇÕES ULTRAMARINAS 045
AULAS 3 E 4: AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA, MERCANTILISMO E 
 ADMINISTRAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICA 056
AULAS 5 E 6: PERÍODO PRÉ-COLONIAL, ADMINISTRAÇÃO COLONIAL E 
 INVASÕES FRANCESAS 067
AULAS 7 E 8: ECONOMIA COLONIAL, SOCIEDADE E INVASÕES HOLANDESAS 078
SUMÁRIO
Co
m
pe
tê
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Ci
a
 1
Compreender os elementos culturais que constituem as identidades
H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspectoda cultura.
H5 - Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.Co
m
pe
tê
n
Ci
a
 2
Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.
H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
H7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8 Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.
H10
Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade 
histórico-geográfica.
Co
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Ci
a
 3
Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, con-
flitos e movimentos sociais.
H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14
Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica 
acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.
H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
Co
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Ci
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 4
Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na 
vida social.
H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
Co
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Ci
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 5
Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função,
organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
H21 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H22 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construçãodo texto literário.
H23 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Co
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tê
n
Ci
a
 6
Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos.
H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.
H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM 
HISTÓRIA
HISTÓRIA 
GERAL
LIVRO 
TEÓRICO
6  CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias
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INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
A proposta do Enem é interpretativa. Na 
maioria das questões, o candidato deve 
ler os textos propostos atentamente, 
pois as soluções quase sempre estarão 
contidas neles.
Determina a compreensão de processos 
históricos em associação com conceitos e 
dados próprios de cada tema. A temática 
Antiguidade Clássica é muito cobrada. É 
necessário atribuir correlações entre as 
realidades econômicas e política de cada 
período. Atente-se aos principais 
temas da atualidade.
As questões exigem do candidato uma 
apreensão conceitual com alto teor de 
crítica. O caráter das questões é de âm-
bito reflexivo, trazendo temas históricos 
para o debate de temas contemporâne-
os. Cabe ao candidato ficar atento aos 
aspectos sociológicos, políticos e 
econômicos dos temas.
No sistema misto de ingresso é necessá-
rio a realização da prova do Enem e do 
vestibular da Unifesp. São determinados 
dois dias para a prova e nela, não são 
abordadas diretamente questões de His-
tória, mas há um grau de interdisciplinari-
dade na resolução dos exercícios 
e escrita da redação.
Cobra a associação de fatos e conceitos 
políticos, econômicos e sociais com tex-
tos científicos e mapas. Exige domínio de 
interpretação textual e estabelecimento 
de conexões entre diferentes áreas do 
conhecimento. Os temas da Antiguidade 
Clássica são recorrentes.
A prova possui cinco questões de múlti-
pla escolha de História e que, nos últimos 
anos, não trouxe o tema da Antiguidade 
Clássica. Contudo, as estruturas sociais, 
políticas e econômicas contemporâneas 
são embasadas em conceitos originados 
no período antigo.
Nesta prova, a abordagem de História 
combina análise de documentos com 
alto teor de interpretação. Nas seis ques-
tões de História, há uma tendência em 
abranger temas relacionados à História 
do Brasil, mas isso não impede a relevân-
cia da temática da Antiguida-
de Clássica.
Esta prova adota um perfil específico, 
que ora cobra do candidato um teor de 
interpretação textual nas questões de 
História, dado que os registros textuais 
costumam ser longos, ora realiza uma 
combinação entre a leitura e conhe-
cimentos detalhados sobre 
determinados con-
teúdos.
São cinco questões de múltipla escolha 
de História. A abordagem conta com for-
te presença de questões de Antiguidade 
Clássica, que exigem do candidato um 
grau de apreensão de conceitos combi-
nados com interpretação de fontes.
O vestibular é dividido em duas fases. 
Na primeira, História está relacionada 
com a capacidade do candidato de rea-
lizar leituras atentas e, simultaneamente, 
analisar o contexto de um determinado 
período. Há um tema que percorre toda 
a prova e nele, pode-se englobar a 
temática de Antiguidade 
Clássica.
Na primeira fase, História ocorre em nove 
questões de múltipla escolha. O vesti-
bular privilegia que o candidato realize 
análises e interpretações sobre diferentes 
processos históricos e perceba suas con-
tinuidades e rupturas. Há uma distribui-
ção balanceada de questões 
de Brasil e Geral.
Elaborada pela Vunesp, esta prova possui 
características semelhantes às demais 
provas citadas e organizadas pela mes-
ma fundação. Em suas 55 questões de 
múltipla escolha, não são contemplados 
diretamente temas de História, mas que 
podem aparecer abordados 
em outras discipli-
nas.
Este vestibular não contempla com fre-
quência temas das Antiguidades Clássica 
e Oriental. No entanto, pelo caráter da 
prova, cabe ao candidato preparar-se 
para questões que envolvam conheci-
mento das condições políticas, sociais e 
econômicas dos períodos des-
critos.
Nesta prova, não há uma divisão clara 
entre História e Geografia, que são abor-
dadas como Estudos Sociais. Portanto, 
não existem definições específicas de 
tema, mas sim um grau elevado de inter-
disciplinaridade.
Para o curso de Medicina, além do Enem, 
conta com uma avaliação elaborada pela 
instituição “TalentVest”. Em suas dez 
questões de múltiplaescolha destinadas 
à História, há uma tendência em abordar 
temas contemporâneos.
CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias  7

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1. Introdução ao 
estudo de História
Quando iniciamos os estudos na disciplina de História, 
geralmente um dos primeiros pensamentos que temos é 
“tudo aquilo que já aconteceu” ou, em outras palavras, 
“nosso passado”. Entretanto, essa visão é simplista, já que 
a História não se limita apenas a estudar fatos antigos. A 
História vai além desse objetivo e é com ela que podemos 
analisar a trajetória das diversas sociedades e compreender 
contextos e problemáticas atuais, levando em consideração 
as transformações econômicas, políticas e sociais das so-
ciedades humanas.
1.1. Por que estudar a História?
Existem vários motivos para estudar a História. Entre a va-
riedade e a multiplicidade de fatores, talvez o mais evidente 
seja a busca para a compreensão das transformações da 
humanidade ao longo do tempo, ou seja, estudar História é 
fundamental para perceber como foram alicerçadas as estru-
turas que envolvem os sistemas políticos de variadas regiões 
do globo, os diversos processos históricos que acarretaram, 
por exemplo, na queda de monarcas e na instauração de 
regimes representativos ou nas disputas sociais que levaram 
determinados grupos socias, antes marginalizados, a con-
quistarem direitos políticos.
Fonte: Youtube
O que é História?
multimídia: vídeo
1.1.1. O termo "História"
O termo "História" surgiu com os gregos "histor" e, origi-
nalmente, significava "aquele que aprende pelo olhar, aquele 
que sabe, o testemunho, aquele que testemunhou com seus 
próprios olhos os acontecimentos".
"História" ("his" + "oren") significava "apreender pelo 
olhar aquilo que se sucede dinamicamente", ou seja, tes-
temunhar os acontecimentos, a realidade.
O termo foi criado pelo grande geógrafo e historiador He-
ródoto de Halicarnasso, nascido no século V a.c. 
 
Esse termo surgiu devido aos registros em escrita que Heró-
doto fazia das “Histórias” (em forma oral) que ele ouvia dos 
povos que ele encontrava durante suas viagens. Heródoto 
posteriormente foi apelidado pelos historiadores como o 
“pai da História” por ter sido o primeiro homem que come-
çou a registrar as histórias contadas de geração a geração (a 
valorização de vestígios sobre o passado).
1.1.2. Periodização da História
Ao longo do tempo, os historiadores convencionaram-se a 
organizar os eventos em períodos. Essa periodização, natu-
ralmente, seguia uma organização cronológica e utilizava 
acontecimentos marcantes para determinar o fim de um 
período e o começo de outro. O fim de um período, no en-
tanto, não significava o registro de mudanças profundas e 
INTRODUÇÃO 
AO ESTUDO DE 
HISTÓRIA E 
PRÉ-HISTÓRIA 
COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4, 5 e 6
HABILIDADE(s)
1, 4, 5, 7, 8, 9, 11, 14, 15, 16, 
18, 19, 22, 23, 27 e 29
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AULAS 
1 E 2
8  CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias
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imediatas, mas indicava a partir daquele marco o aconteci-
mento de mudanças significativas com o passar do tempo.
Apesar de muitos historiadores questionarem a datação 
dos marcos de cada período, ela permanece em vigência 
e é utilizada como mecanismo para organizar o estudo da 
História e facilitar o ensino. 
Os principais períodos históricos são: Pré-História, Idade An-
tiga, Idade Média, Idade Moderna, Idade Contemporânea.
Fonte: Youtube
Aula Top | História Geral | Introdução aos 
Estudos Históricos | Profª Carla Kurz
multimídia: vídeo
1.1.3. Calendários
O tempo é considerado um objeto de difícil conceituação, 
mas de extrema importância no estudo da História. Situar os 
fatos no tempo e contextualizá-los é tarefa de historiadores 
e professores dessa disciplina. Sem o tempo, não existe His-
tória. Assim, como os instrumentos para contar o tempo, os 
calendários também foram criados como forma de organizar 
as sociedades. Calendários são sistemas de contagem que 
utilizam unidades temporais como dia, mês e ano. Eles va-
riam de acordo com a cultura ou religião de um povo.
O calendário cristão marca os anos a partir do nascimento de 
Cristo, usando a extensão a.C. (antes de Cristo) ou d.C. (depois 
de Cristo). Foi adotado em 1582, através do papa Gregório XIII.
O calendário hegírico, ou muçulmano, é utilizado em paí-
ses de religião muçulmana. Marca os anos a partir da fuga 
(Hégira) de Maomé para Meca, em 622.
O calendário hebraico, por sua vez, é utilizado em países de re-
ligião judaica. Marca os anos a partir de uma referência bíblica 
do que seria a criação do mundo, situada no ano 3760 a.C.
1.1.4. Linha do tempo
Através de uma concepção eurocêntrica do mundo, difun-
diu-se uma linha do tempo baseada em eventos ligados 
ao contexto do continente europeu. Essa linha do tempo, 
considerada “oficial”, divide-se tradicionalmente em:
 § Pré-História: surgimento dos primeiro hominídeos até cer-
ca de 4 mil anos antes de Cristo, com o surgimento dos 
primeiros tipos de escrita.
 § Idade Antiga: até 476 d.C. (queda do Império Romano).
 § Idade Medieval: até 1453 (fim do Império Bizantino).
 § Idade Moderna: até 1789 (Revolução Francesa).
 § Idade Contemporânea: dias atuais.
Essa linha do tempo é limitada por não oferecer dados para 
a compreensão histórica e temporal de outras sociedades, 
como as africanas e asiáticas.
1.2. Os períodos da História
A Pré-História é dividida em dois principais períodos (Pale-
olítico e Neolítico).
A definição de Pré-História vai do início da espécie humana 
até o advento da escrita. Entretanto, pela periodização, levar 
em consideração o protagonismo do Ocidente, em especial a 
Europa, é uma divisão que pode sofrer algumas críticas, tais 
como levar em consideração um processo que não foi unifor-
me em toda humanidade. Desse modo, toma-se como refe-
rência a Pré-História como o período que ocorre por volta de 
4.000 a. C., quando se tem os primeiros indícios das grandes 
civilizações que surgiram no Crescente Fértil – Mesopotâmia 
e o Egito – e suas tentativas de passagem do nomadismo à 
sedentarização, o que se consolida com a urbanização.
Fonte: Youtube
Pré-História
multimídia: vídeo
A ”História” é dividida em 4 períodos (Idade Antiga, Idade 
Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea).
 § Idade Antiga
Tem início com o surgimento da escrita, em um contexto 
aproximado de 4.000 a.C. e vai até o fim do Império Roma-
no. Esse período também é marcado pelo desenvolvimento 
CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias  9
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das civilizações do Crescente Fértil (Mesopotâmia e Egito), 
assim como das civilizações persa, hebraica e fenícia.
 § Idade Média 
Compreende-se desde a queda do Império Romano do Oci-
dente, em 476 d.C., até a tomada de Constantinopla (capi-
tal do Império Romano Oriental) pelos turcos otomanos em 
1453. É nesse período que também há o desenvolvimento 
do sistema feudal na Europa Ocidental, as primeiras caracte-
rísticas do sistema capitalista (o surgimento das cidades na 
Europa, a burguesia e a expansão do comércio). 
 § Idade Moderna 
Esse período começa com a tomada de Constantinopla 
em 1453 e vai até 1789 com a queda da Bastilha (início 
da Revolução Francesa). É interessante destacar que é na 
Idade Moderna que ocorre a transição do mundo feudal 
para o sistema capitalista. Além disso, esse intervalo é mar-
cado pelo surgimento da Reforma religiosa e da formação 
e consolidação do Antigo Regime, caracterizado pelas suas 
estruturas absolutistas e mercantilistas. 
 § Idade Contemporânea 
Estende-se do início da Revolução Francesa, em 1789, até 
os dias atuais. Caracteriza-se pela ascensão política da bur-
guesia, o desenvolvimento e a consolidação do capitalismo 
financeiro, a extensão da industrialização, o surgimento do 
socialismo científico e outras ideologias. É a esse período que 
pertence o século XX, marcado por inúmeros eventos histó-
ricos que modelaram a sociedade ocidental e oriental, como 
Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa, Surgimento do 
Nazi-Fascismo,Segunda Guerra Mundial, Guerra Fria, Des-
colonização da África e Ásia e Ordem Globalizada.
1.3. Historiador e historiografia
A História é uma ciência humana. Como uma ciência, a 
História possui métodos para investigar o passado. His-
toriografia é o termo utilizado para designar o campo de 
estudo, as reflexões e os exames de discursos, narrativas e 
pesquisas sobre o passado. O historiador é o profissional 
apto para pesquisar e construir o saber histórico, definindo 
linhas de pesquisa, objetivos e, sobretudo, utilizando docu-
mentação para a análise do passado.
1.3.1. O papel do historiador
Para iniciar um trabalho de pesquisa histográfica, o historia-
dor precisa utilizar documentação, ou seja, algum elemento 
humano que seja um vestígio do período que ele estuda. Por 
exemplo, a utilização de fontes textuais, evidências arqueo-
lógicas, fontes de cultura material, representações pictóricas 
(gênero da pintura, com o objetivo de representar a aparência 
visual do sujeito, em geral um ser humano, embora também 
possam ser representados animais) e registros orais.
Inicialmente temos que destacar o compromisso da verda-
de como aspecto fundamental do ofício do historiador. E, 
para chegar a essa verdade, o historiador segue um padrão 
rígido de investigação. Quando um historiador traça uma 
hipótese, como ao defender que o assassinato do arquidu-
que Ferdinando foi o estopim da Primeira Guerra Mundial, 
ele utiliza fontes primárias para fundamentar essa hipóte-
se. Fontes primárias são vestígios da época, como docu-
mentos, manuscritos, diários, cartas, fotografias, tudo que 
foi produzido em um contexto passado. 
Como observamos, as fontes históricas são a matéria-pri-
ma do historiador. Elas podem ser materiais e imateriais ou 
vestígios do passado. Segundo o historiador Marc Bloch, 
“tudo que o homem diz ou escreve, tudo que fabrica, tudo 
que toca pode e deve informar sobre ele” (BLOCH, Marc. 
Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janei-
ro: Zahar, 2001, p. 79). A partir dessa afirmação, podemos 
definir que as fontes históricas são:
 § Fósseis: registros de vida animal ou vegetal que se 
conservaram ao longo dos séculos. Normalmente, os 
fósseis são objetos de estudo da paleontologia. Entre-
tanto, constituem-se em fontes históricas, já que podem 
atestar elementos sobre a vida no local encontrado.
 § Vestígios arqueológicos e fontes da cultura ma-
terial: referem-se a itens resgatados pela arqueologia, 
como construções, ruas, estátuas, objetos funerários, 
roupas, peças de cerâmica, etc. Outros itens mais mo-
dernos e que não foram resgatados pela arqueologia 
também se encaixam aqui, como vestuário e utensílios 
fora de circulação e produção.
 § Documentos textuais: documentos oficiais, cartas 
pessoais e governamentais, diários, relatos de viagens, 
crônicas, livros literários, processos de justiça, jornais, en-
tre outros.
 § Representações pictóricas: quadros, fotos, afres-
cos, pinturas rupestres, charges, entre outros.
 § Registros orais: testemunhos pessoais e mitos trans-
mitidos oralmente de geração para geração.
É a partir desses vestígios que o historiador elabora a sua 
ideia e monta a sua pesquisa com o objetivo de compreen-
der o que ocorreu. 
Fernand braudel, um dos maiores historiadores recentes.
10  CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias
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1.3.2. Escolas historiográficas 
Inicialmente cabe definirmos o que é historiografia e para 
que serve. Historiografia é o registro escrito da História, a 
arte de escrever e registrar os fatos. E seu uso serve como 
ferramenta teórica de como iremos realizar um estudo 
crítico sobre como um determinado historiador escreveu 
aquele fato sobre História.
As principais correntes das escolas historiográficas são:
 § Positivismo: é uma corrente filosófica que surgiu na 
França no início do século XIX. Ela defende a ideia de 
que o conhecimento científico seria a única forma de 
conhecimento verdadeiro. A partir desse saber, pode-
-se explicar coisas práticas, como as leis da física, das 
relações sociais e da ética. O seu uso na História se dá 
pela análise cronológica dos fatos, sem realizar qual-
quer análise crítica;
 § Materialismo histórico: criado pelo filósofo alemão 
Karl Marx, enfatiza o aspecto econômico da sociedade 
no estudo da História. O materialismo dialético consis-
te em ler a história baseando-se na constante luta de 
classes. Dessa forma, sempre há uma classe dominan-
te e uma classe dominada, sendo que ambas estão em 
confronto de interesses, já que uma explora a outra. Esse 
embate seria o motor da História, através do qual se da-
ria o progresso e as transformações na estrutura.
 § Escola dos Annales: criada no ano de 1929 pelos his-
toriadores franceses Marc Bloch e Lucien Febvre. A pro-
posta inicial do periódico era se livrar de uma visão posi-
tivista da escrita da História que havia dominado o final 
do século XIX e início do XX. De acordo com essa teoria, 
a História até então era relatada como uma crônica de 
acontecimentos. O novo modelo, no entanto, baseava-se 
na interdisciplinaridade. Assim, pretendia-se realizar 
análises de processos de longa ou curta duração com a 
finalidade de permitir maior e melhor compreensão das 
civilizações, das “mentalidades”. Desse modo, incorpo-
rou na História aspectos de Antropologia, Psicologia, 
Geografia e Filosofia. 
1.4. Pré-História
Fonte: Youtube
Pré-História
multimídia: vídeo
Ao iniciar o estudo da Pré-História, vale um adendo: no 
senso comum existe uma visão popularizada dos chama-
dos “homens das cavernas”, representados de maneira 
“primitiva” e “selvagem”. É importante romper com essa 
visão simplista para que possamos realizar análises mais 
pormenorizadas.
Como visto anteriormente, a periodização tradicional divide 
a História em duas grandes partes: “Pré-História” e “His-
tória”. Ou seja, o critério utilizado por essa visão histórica 
para dividir os dois períodos é o surgimento da escrita. Pode 
ser que agora você esteja se perguntando: “Como então os 
historiadores e cientistas conseguiram ter conhecimento de 
como era a vida das pessoas daquela época, já que não ti-
nha nenhum documento oficial informando essas coisas?”. 
Tal conhecimento advém dos vestígios arqueológicos e pale-
ontológicos que os pesquisadores encontram em suas pes-
quisas, como pinturas rupestres, instrumentos antigos, restos 
de fósseis, etc. Com ajuda desses vestígios, é possível ter 
uma visão de como era a vida desses nossos antepassados.
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Os historiadores, durante suas pesquisas, dividiram a Pré-
-História em dois períodos: Paleolítico e Neolítico.
1.4.1. Período Paleolítico
O período Paleolítico, também conhecido como Idade da 
Pedra Lascada, ocorreu há aproximadamente 2,7 milhões 
de anos até 10 mil a.C. Trata-se do maior período da pré-
-história. Esse período é chamado de Idade da Pedra Lasca-
da porque uma de suas características principais é o come-
ço do desenvolvimento de ferramentas e de instrumentos 
de trabalho provenientes da pedra. 
Certos eventos e comportamentos marcaram o período Pa-
leolítico, como domínio do fogo, nomadismo (mobilização 
de grupos humanos sem local fixo), caça em grupo, divisão 
de tarefas, coletas de recursos na natureza (frutos e raízes), 
começo do convívio em tribos, primeiras manifestações artís-
ticas (pinturas rupestres) e uso da pele de animais, uso de 
cavernas para se abrigar.
Fonte: Youtube
Pré-História - Brasil Escola
multimídia: vídeo
Mas foi bem notório que a característica mais presente nes-
se período foi o domínio do fogo. O fogo podia esquentar 
as pessoas, aquecer os alimentos e iluminar lugares. O mais 
importante, porém, é que os grupos paleolíticos que controla-
vam o fogo "dominavam" os grupos que não o controlavam.
Fonte: Youtube
Paleolítico | Pré-História - Brasil Escola
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1.4.2. Mesolítico
O período Mesolítico foi a transição do Período Paleolítico 
para o PeríodoNeolítico. Ele se caracteriza pelo começo 
e pelo fim da era do gelo em alguns continentes. Após a 
era glacial, o planeta Terra ficou em um ótimo clima para 
a agricultura.
1.4.3. Período Neolítico
O período Neolítico, também conhecido como Idade da 
Pedra Polida, ocorreu aproximadamente de 10 mil a.c. até 
3 mil a.c., ou seja, ele durou desde a revolução neolítica 
até a criação da escrita. O período Neolítico começou com 
a revolução neolítica, que ocorreu quando o ser humano 
passou a dominar outras áreas do conhecimento que fo-
ram essenciais para as tribos começarem a se estabelecer 
em um único lugar. Durante o período Neolítico, o ser hu-
mano desenvolveu a agricultura (onde a terra era coletiva) 
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e a domesticação dos animais, o que só foi possível devido 
ao clima da Terra depois do período Mesolítico. Esses povos 
se estabeleceram em lugares onde criaram sua própria “es-
tratificação social”, ou seja, sua divisão social.
Fonte: Youtube
Neolítico | Pré-História - Brasil Escola
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1.4.4. Período da Idade dos Metais
A Idade dos Metais teve início quando os seres humanos 
começaram a dominar a metalurgia, aprendendo a fundir 
coisas e a aprimorar suas armas e ferramentas. Assim, eles 
conseguiram manipular cobre, bronze e ferro. 
Fonte: Youtube
Idade dos Metais - Brasil Escola
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O fim do período Neolítico ocorreu em um contexto de cres-
cimento das comunidades sedentárias, com o surgimento de 
hierarquizações sociais, de religiões e de um Estado capaz de 
organizar produções agrícolas e de proteger territórios pre-
viamente definidos. Vale o destaque para a consolidação dos 
primeiros sistemas de escrita.
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ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana 
com a paisagem.
A habilidade 26 tem como objetivo desenvolver a capacidade de percepção sobre a pluralidade de fontes 
históricas como elemento fundamental para a compreensão e estudo do passado, além de dar ênfase ao 
processo de ocupação dos meios físicos, trazendo para as questões abordagens que identificam a dispersão 
territorial humana como fator de intervenção no meio físico e natural, sobretudo salientando as modifi-
cações humanas de paisagens. 
MODELO 1
(Enem) A pintura rupestre mostrada na figura abaixo, que é um patrimônio cultural brasileiro, expressa 
Pintura ruPestre da toca do Pajaú – Pi. internet: www.betocelli.com
a) o conflito entre os povos indígenas e os europeus durante o processo de colonização do Brasil; 
b) a organização social e política de um povo indígena e a hierarquia entre seus membros; 
c) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram durante a chamada pré-história do Brasil; 
d) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinossauros atualmente extintos; 
e) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios da América durante o período colonial. 
ANÁLISE EXPOSITIVA
A questão, ao colocar uma imagem de pintura rupestre da Toca do Pajaú, exige do aluno a percepção de 
que elas representavam cenas de atividades rotineiras, como caça, pesca e rituais, evidenciando a inter-
venção humana no meio natural e as formas de representação sobre o cotidiano no contexto conhecido 
como “pré-história do Brasil”. 
Vale destacar que, ao apresentar uma pintura rupestre encontrada na região da Serra da Capivara, no 
Piauí, local que abarca uma série de importantes sítios arqueológicos da pré-história brasileira e onde é 
possível encontrar e conhecer milhares dessas pinturas, fica evidente a importância que o exame do Enem 
atribui aos significativos elementos que fazem parte do patrimônio cultural brasileiro. 
RESPOSTA Alternativa C
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1. Egito
1.1. Geografia e povoamento
Antigo Egito
adaPtado de: Pt.wikiPedia.org. acesso em: 03 dez. 2014
Da Pré-História para a História houve uma série de trans-
formações, como o surgimento do Estado, a organização 
da religião como instrumento de poder, o desenvolvimen-
to da escrita e a realização de grandes obras de irrigação 
e drenagem do solo para permitir a agricultura. Entre as 
civilizações que surgiram durante esse processo, vale des-
tacar a civilização egípcia.
Fonte: Youtube
Se liga nessa História - Egito Antigo
multimídia: vídeo
A civilização egípcia desenvolveu-se no nordeste da Áfri-
ca, uma região caracterizada pela existência de desertos e 
uma vasta planície banhada pelo rio Nilo, onde, de junho a 
setembro, ocorrem chuvas abundantes que provocam en-
chentes. Quando voltam ao normal, as águas deixam nas 
terras um limo, ou húmus, muito fértil.
A vida girava em torno do ciclo de cheias e vazantes do 
Nilo. Os egípcios dirigiam preces e cânticos ao deus Hapi, 
deus do Nilo.
O rio Nilo divide o Egito em duas partes bem distintas: o 
Alto e o Baixo Egito. O Alto Egito é a região do interior do 
território, com cerca de 10 quilômetros de largura e que 
chega até a primeira catarata. O Baixo Egito é a região do 
delta, cheia de alagadiços e que se alarga à medida que 
se aproxima do Mediterrâneo.
Graças à localização do seu território cercado de desertos, 
uma das características da civilização egípcia foi seu isola-
mento, o que permitiu o desenvolvimento de traços cultu-
rais razoavelmente homogêneos.
1.2. Política
1.2.1. Império Antigo (3200-2200 a.C.)
A história do Egito começou quando as populações que vi-
viam às margens do Nilo tornaram-se comunidades dedica-
das mais à agricultura do que à caça ou à pesca. No quarto 
milênio antes de Cristo, evoluíram para pequenas unidades 
políticas, chamadas nomos. Formaram-se dois reinos, um ao 
norte e outro ao sul. Por volta de 3200 a.C., o faraó Menés 
(ou Narmer) unificou os reinos, com capital em Tínis, daí o 
período chamar-se Tinita até 2800 a.C.
ANTIGUIDADE 
ORIENTAL 
COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4, 5 e 6
HABILIDADE(s)
1, 4, 5, 7, 8, 9, 11, 14, 15, 16, 
18, 19, 22, 23, 27 e 29
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AULAS 
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Os sucessores de Menés organizaram uma monarquia po-
derosa e de maior prosperidade do Antigo Império. Entre 
2700 e 2600 a.C., foram construídas as célebres pirâmides 
de Gizé, atribuídas aos faraós Quéops, Quéfren e Miqueri-
nos, da terceira dinastia, fundada por Djoser em cerca de 
2850 a.C.; sua nova capital era Mênfis.
1.2.2. Império Médio (2000-1750 a.C.)
Com a ascensão dos monarcas, após uma crise de autori-
dade e apoiados pela nobreza, os faraós reconquistaram 
o poder. Permitiram o ingresso de elementos das camadas 
inferiores no exército e, com isso, submeteram a Palestina, 
onde descobriram minas de cobre, e a Núbia, onde encon-
traram ouro. Tais metais fortaleceram o Estado.
Entre 1800 e 1700 a.C., chegaram os hebreus, mas foram os 
hicsos, vindos da Ásia, que criaram as maiores dificuldades. 
Eles possuíam cavalos e carros de combate, que os egípcios 
desconheciam. Dominaram a região e instalaram-se no delta 
de 1750 a 1580 a.C.
1.2.3. Império Novo (1580-1085 a.C.)
A nova fase, após a expulsão dos hicsos, de enorme desen-
volvimento militar, transformou o Egito em potência imperia-
lista. O Novo Império marcou o apogeu da civilização egípcia.
No reinado de Tutmés III (1480-1448 a.C.), o império 
atingiu sua maior expansão territorial, ampliando-se até o 
rio Eufrates, na Mesopotâmia.
Marido da rainha Nefertiti, Amenófis IV empreendeu 
uma revolução religiosa monoteísta, provavelmente para 
anular o poder e a autoridade da camada sacerdotal, ins-
tituiu o culto monoteísta ao deus Áton, simbolizado pelo 
disco solar, chegando a mudar seu nome para Akhenaton 
(“aquele que agrada a Aton”).
Tutancáton, seu sucessor, restaurou o deus Amon e pôs fim 
à revolução, mudando o próprio nome para Tutancâmon.
Os faraós da dinastia de Ramsés II (1320-1232 a.C.) enfren-
taram novosobstáculos, como a invasão dos hititas, vindos 
da Ásia Menor. O Império entrava em declínio. Em 525 a.C., 
o rei persa Cambises derrotou o faraó Psamético III. A inde-
pendência acabou. Nos séculos seguintes, os povos do Nilo 
seriam dominados pelos gregos e, finalmente, cairiam nas 
mãos do imperialismo romano em 30 a.C.
1.3. Sociedade e economia 
Considerada uma civilização mais agrária que mercantil, 
era o Nilo que movia a economia e garantia unidade à civi-
lização egípcia. A agricultura de regadio era a principal 
atividade econômica no Egito Antigo. Estava diretamente 
ligada às águas e às obras hidráulicas que tornavam possí-
vel o controle sobre essas águas.
O faraó encarregava-se de fornecer alimentos a todos, em 
um sistema econômico dirigido. Os agricultores conside-
ravam a terra como propriedade do faraó e a si mesmos 
como funcionários do Estado, ficando com uma parte mui-
to pequena da produção.
Em consequência natural da geografia, o Estado precisava 
intervir para regularizar o uso das águas do Nilo.
A economia egípcia pode ser enquadradada no modo 
de produção asiático, em que coexistiam comunidades 
caracterizadas pela propriedade coletiva do solo, e organi-
zadas sobre as relações de parentesco, e um poder estatal 
que representava a unidade verdadeira ou aparente de tais 
comunidades.
O Estado, detentor das terras, organizava as atividades 
produtivas por meio de uma rígida estrutura repressiva, a 
população camponesa era subjugada ao poder do faraó, 
pagando impostos, em produto ou em trabalho, sob uma 
estrutura chamada de servidão coletiva. Tais tributos 
permitiam ao Estado apropriar-se do excedente de produ-
ção e contar com uma mão de obra numerosa e gratuita 
para a construção de grandes depósitos para estocagem. 
Em épocas de cheia do Nilo, quando a agricultura tornava-
-se impossível, era comum o Estado requerer camponeses 
das comunidades de aldeia para o trabalho em obras como 
diques, palácios, canais de irrigação e templos. O contro-
le sobre o excedente da produção e sobre o trabalho era 
realizado por uma ampla burocracia estatal, diretamente 
controlada pela nobreza e pela casta sacerdotal.
O governo do Egito antigo era teocrático, o faraó era consi-
derado filho de Amon-Rá, o deus Sol, e encarnação de Hórus, 
simbolizado pelo falcão. Isolados geograficamente, os egíp-
cios criaram uma civilização original, intensamente marcada 
pela religião, era estratificada e rígida em termos de mobili-
dade. Os egípcios julgavam que toda a felicidade dependia 
do faraó, diante de quem se prostravam em frequentes ceri-
mônias. Ele comandava o exército, distribuía justiça e organi-
zava as atividades econômicas. Usava dupla coroa, símbolo 
do Alto e Baixo Egito, e um cetro. Tinha várias mulheres, mas 
só a primeira podia usar o título de rainha.
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A nobreza era formada pelos parentes do faraó, altos funcio-
nários do palácio, oficiais do exército, chefes administrativos 
e sacerdotes. A dignidade sacerdotal passava de pai para fi-
lho. Os sacerdotes, membros da mais elevada camada social, 
administravam os bens oferecidos aos deuses. Recebiam do 
Estado grandes propriedades. O mais importante de todos 
era o Profeta de Amon.
Exerciam considerável influência política e, no período do 
Novo Império, muitos tentaram tomar o poder.
Escribas formavam-se nas escolas do palácio e aprendiam 
os hieróglifos, complicados caracteres da escrita.
Subestimados pela população, os soldados viviam dos pro-
dutos recebidos como pagamento e saques realizados 
durante as conquistas.
Camponeses e artesãos eram a camada inferior da socieda-
de, mas deles dependia a prosperidade do país. Recebiam 
míseros pagamentos em forma de produtos, moravam em 
cabanas, vestiam-se pobremente e comiam pouco. Aquilo 
que poupavam, guardavam para o funeral, para garantir 
uma vida melhor após a morte.
Mais tolerantes que outros povos da mesma época, os egíp-
cios ofereciam certa segurança a seus escravos, em geral, 
bem tratados e numerosos em tempo de guerra.
1.4. Cultura e religião: 
politeísmo e imortalidade
Os egípcios eram politeístas, isto é, adoravam vários deu-
ses. Antropozoomórficos, esse deuses apresentavam forma 
de homem e animal. As principais divindades eram: Osíris, 
Amon-Rá, Isis, Hórus, Ápis e Anúbis. 
Para explicar a origem de seus deuses, contavam que, nos 
primeiros tempos, Set (o vento quente do deserto) assas-
sinou Osíris (o sol poente) e lançou o corpo ao rio Nilo 
(deus das sementes). Ísis (deusa da vegetação) conseguiu 
encontrar o corpo, mas Set voltou a atacar Osíris e dividiu-
-lhe o corpo em 14 pedaços, que espalhou pelo Egito. Ísis, 
pronunciando palavras mágicas, uniu os pedaços com a 
ajuda de Hórus (deus do céu, o sol levante).
A vida poderia durar eternamente, desde que a alma encon-
trasse no túmulo o corpo destinado a servir-lhe de moradia. 
Para os egípcios, a morte apenas separava o corpo da alma. 
Por isso, era preciso conservar o corpo. Com essa finalidade, 
os egípcios desenvolveram técnicas de mumificação.
Dentro do corpo, punham substâncias aromáticas que evi-
tavam a deterioração, como mirra e canela. Eles extraíam 
as vísceras e imergiam o corpo numa mistura de água e 
carbonato de sódio. Envolviam o corpo em faixas de pano, 
sobre as quais passavam uma cola especial para impedir 
o contato com o ar, e o colocavam num sarcófago para 
levá-lo a um túmulo. Os faraós tinham lugares reservados 
numa câmara secreta dentro das pirâmides.
1.5. Ciência e arte
A arquitetura egípcia é reconhecida pelos seus templos, 
as pirâmides, as mastabas e os hipogeus, túmulos sub-
terrâneos cavados nas barrancas do Nilo, o Vale dos Reis. 
Nas ciências, eles se destacaram na Matemática e Geome-
tria, que tinham finalidade prática: a construção civil.
Na escultura, predominantemente religiosa, destacaram-se 
com os sarcófagos, de pedra ou madeira.
Os egípcios conheciam a raiz quadrada e as frações e che-
garam a calcular a área do círculo e a do trapézio.
A preocupação com as cheias e vazantes do Nilo e com a 
natureza estimulou-os a estudar Astronomia. Localizaram 
alguns planetas e constelações. Construíram um relógio de 
água e organizaram um calendário solar. Dividiram o dia 
em 24 horas, e a hora, em minutos, segundos e terços de 
segundos. Tinham semana de dez dias e mês de três se-
manas. O ano de 365 dias dividiu-se em estações agrárias: 
cheia, inverno e verão.
Pirâmides de QuéoPs, QueFren e miQuerinos
Seus escritores se inspiravam em temas morais, poéticos ou 
religiosos, como o Texto das Pirâmides e o Livro dos Mortos.
Tinham três tipos de escrita. Uma sagrada, em túmulos e 
templos, a hieroglífica; uma versão mais simplificada, a 
hierática, em documentos administrativos; e a demócri-
ta, mais popular. Champollion, orientalista francês, foi o 
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primeiro a decifrar os hieróglifos egípcios, a partir de uma 
lápide, conhecida como Pedra da Roseta, encontrada por 
um soldado de Napoleão Bonaparte em 1799.
 
Pedra de roseta, british museum
Fonte: Youtube
Cleópatra (1963)
Uma fantástica história de poder e traição que mudou o 
curso da história. Como a lendária Cleópatra, rainha do 
Nilo, conquistou Júlio César e Marco Antônio, dois dos 
maiores soldados de Roma.
multimídia: vídeo
2. Mesopotâmia
2.1. Geografia e povoamento
Crescente fértil e Mesopotâmia
disPonível em: <httPs://Pt.wikiPedia.org/wiki/
crescente_F%c3%a9rtil>. acesso em: 22 dez. 2015.
Mesopotâmia (atual Iraque) é uma palavra de origem gre-
ga que significa “terra entre rios”. Nela viveram sumérios, 
acádios e assírios, entre os rios Tigre e Eufrates, que nasciam 
nas montanhas da Armênia e desaguavam no golfo Pérsico. 
Uma extensa faixa de terra conhecida como Crescente Fértil, 
onde a neve dos montes da Armênia derretia e provocava 
inundações anuais semelhantes às que ocorriam no Egito, e 
o húmus depositado no solo dava à terra grande fertilidade.Desde muito cedo essa intensa fertilidade em meio a de-
sertos e a uma natureza essencialmente inóspita atraiu e 
fixou comunidades. Estima-se que a sedentarização das 
primeiras comunidades humanas na Mesopotâmia tenha 
ocorrido por volta de 10 000 a.C.; vários historiadores e 
arqueólogos acreditam que essas são as primeiras formas 
de civilização humana existentes.
Fonte: Youtube
Já entendi - História - Mesopotâmia
multimídia: vídeo
2.2. Política
Quish foi a primeira cidade da primeira civilização mesopo-
tâmica, de acordo com a tradição suméria. Depois Ur, Uruk, 
Lagash, Eridu e Nipur – cidades-Estado, com autonomia reli-
giosa, política e econômica, e governadas por um sacerdote, 
ajudado por um conselho de anciãos, que logo evoluiu para 
uma espécie de autocracia, um governo pessoal, despótico.
Lagash e Ur combatiam, enquanto os semitas instalavam-se 
na Mesopotâmia. Sua cidade mais famosa foi Acad, que 
deu origem ao termo acádios. Estes estabeleceram uma 
organização centralizada em seu Império, afastando a in-
fluência dos sacerdotes. Por volta de 2330 a.C., o rei semi-
ta Sargão unificou as cidades sumérias, criando o Primeiro 
Império Mesopotâmico. 
2.3. Sociedade e economia
Marcadas pela agricultura de regadio e pela servidão co-
letivas, várias civilizações mesopotâmicas inseriram-se no 
chamado modo de produção asiático. As terras e meios de 
produção, bem como as grandes obras hidráulicas, eram di-
retamente controlados pelo Estado, seja em um plano mais 
local, na cidade-Estado, seja no nível dos grandes impérios.
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Tendo no topo uma elite composta por reis, nobres, sa-
cerdotes, militares e altos funcionários; comerciantes e 
artesãos; camponeses e, finalmente, escravos, via de regra 
prisioneiros de guerra; a estrutura social mesopotâmica as-
semelhava-se à egípcia.
2.3.1. Primeiro Império Babilônico 
(1800-1600 a.C.)
Concentrados em torno da Babilônia, e com o enfraqueci-
mento sumério, os semitas ascenderam. Hamurábi foi um 
dos primeiros reis babilônicos (1728-1686 a.C.). Ampliou 
o Império, foi sobretudo um legislador, responsável por um 
dos primeiros códigos de leis que se conhece: o Código de 
Hamurábi. Transformou a língua acádia em língua oficial e 
Marduck, deus babilônico, em primeiro deus supremo da 
Mesopotâmia. Com as invasões de hititas e cassitas, o rei-
no sucumbiu provavelmente no século XVI a.C.
A epopeia de Gilgamesh (séc. XX a.C.)
Um antigo poema épico da Mesopotâmia (atual Ira-
que), uma das primeiras obras conhecidas da literatura 
mundial. Sua origem são diversas lendas e poemas su-
mérios sobre o mitológico deus-herói Gilgamesh, que 
foram reunidos e compilados no século VII a.C. pelo rei 
Assurbanípal. 
multimídia: livro
O império Babilônico
adaPtado de: <httPs://Pt.wikiPedia.org/wiki/>. acesso em: 25 dez. 2015.
 
adaPtado de: <httPs://Pt.wikiPedia.org/wiki/assíria>. acesso em: 25 dez. 2015.
2.4. Império Assírio (1875-612 a.C.)
Com origem por volta de 1800 a.C., o Império Assírio teve 
seu período de maior expansão entre 883 e 612 a.C., con-
quistando a Síria e o Egito.
Com carros de combate e catapultas, o exército assírio im-
punha sua dominação pelo terror, saqueando os territórios 
conquistados e massacrando as populações vencidas.
O apogeu dessa civilização ocorreu durante os reinados de 
Sargão II, Senaqueribe e, principalmente, Assurbanipal, que 
conquistou o Egito. Em 612 a.C., o Império Assírio chegou 
ao fim com a invasão e o domínio dos medos.
2.5. Novo Império ou Segundo 
Império Babilônico (612-539 a.C.)
O domínio babilônico voltou a impor-se com os caldeus, 
um dos povos que haviam se aliado aos medos para com-
bater os assírios.
Nabucodonosor (605 a 563 a.C.), filho de Nabopo-
lassar, fundador da nova dinastia, tomou Jerusalém 
em 587 a.C., levou numerosos israelitas cativos para 
a Babilônia (episódio conhecido como “Cativeiro da 
Babilônia”), conquistou a Síria, a Fenícia e construiu 
grandiosas obras, como os Jardins Suspensos da Ba-
bilônia e a Torre de Babel, com 215 metros de altura. 
Não deixou sucessores capazes, e o Segundo Império 
Babilônico foi tomado por Ciro em 539 a.C.
2.6. Cultura e religião
zigurate
Estado teocrático, a religião mesopotâmica tinha caráter po-
liteísta. Entre os deuses destacam-se: Anu (rei do céu), Enlil 
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(rei da terra), Shamash (deus Sol) e Marduk, deus de Babi-
lônia, que tornou-se a principal divindade da Mesopotâmia.
relevo assírio de nimrud, a Partir de 728 a.c.
A escrita era em forma de cunha (cuneiforme), feita com um 
estilete para gravar em tabuletas de argilas com traços verti-
cais, horizontais e oblíquos. Na literatura, as principais obras 
foram o Poema da Criação e a Epopeia de Gilgamesh.
Também avançaram em Matemática, criando tábuas de mul-
tiplicação e divisão, inclusive de raízes cúbicas. Na astronomia, 
desenvolveram um calendário baseado nos ciclos da Lua.
A arquitetura se destacou pela construção de palácios e zi-
gurates, torres de vários andares sobre as quais havia uma 
capela, usada para observar o céu. Na escultura, figuras 
em baixo-relevo ornamentavam as paredes dos palácios, 
geralmente retratando a guerra e a caça.
O maior legado mesopotâmico foi o Código de Hamurábi, 
o primeiro código escrito do qual se tem conhecimento 
na história do Oriente Antigo. Tinha como princípio a “Lei 
de Talião”, resumida na expressão “olho por olho, dente 
por dente”, ou seja, a punição deveria ser equivalente ao 
crime cometido.
3. Hebreus
3.1. Geografia e povoamento
A Palestina, localizada no Oriente Próximo, era formada 
pelo vale do rio Jordão, as áridas terras da Judeia e a planí-
cie costeira, delimitada a nordeste pela Síria, ao norte pela 
Fenícia, a sudeste pelo deserto da Arábia e a oeste pelo 
mar Mediterrâneo.
Inicialmente habitada por cananeus, filisteus e arameus, foi 
povoada por volta de 2000 a.C. pelos hebreus1, povo de 
origem semita2.
Os hebreus
1. A palavra hebreu significa, de maneira literal, “povo do outro lado do rio”, 
referindo-se ao rio Eufrates, uma vez que a base de seu povoado deu-se após 
realizarem a travessia do rio e fixarem-se na chamada “terra de Canaã”.
2. Semita (do hebraico sem, nome do filho de Noé); nome dado aos 
membros de um grupo de povos do Oriente Próximo, que falam atual-
mente, ou que falaram na antiguidade, línguas originárias do norte da 
África e da Ásia Médio-Oriental.
disPonível em: <httP://www.historianet.com.br/conteudo/deFault.
asPx?codigo=85>. (adaPtado). acesso em: 25 dez. 2015.
3.2. Política
3.2.1. Período dos patriarcas (2000-1200 a.C.)
Os hebreus viviam perto de Ur, no Primeiro Império Babilô-
nico, eles se organizavam em grupos familiares patriarcais, 
seminômades, sob a liderança de chefes denominados pa-
triarcas. Nessa fase não havia unidade política e os hebreus 
estavam divididos em tribos. Segundo a Bíblia, Abraão foi o 
primeiro patriarca, tendo conduzido seu povo à terra pro-
metida por Deus, Canaã, ou Palestina. De seu neto, Jacó, 
originaram-se as 12 tribos de Israel.
Talvez, afugentados pelos hicsos, cerca de 1800 a.C. as se-
cas obrigaram os hebreus a emigrarem para o Egito. 
A vida tornou-se difícil, e depois da expulsão dos hicsos 
(1580 a.C.), os hebreus, perseguidos, deixaram o Egito 
por volta de 1250 a.C. Foi o Êxodo, ou fuga, sob a li-
derança de Moisés, criado pela filha de um faraó, que o 
encontrou boiando em uma cesta no rio. 
Segundo a Bíblia, os israelitas atravessaram o mar Verme-
lho, atingiram a península do Sinai e vagaram quarenta 
anos pelo deserto antes de chegar à Palestina.
No deserto, do alto do Monte Sinai, Deus se revelou a Moi-
sés. Ele recebeu as Tábuas da Lei, que apresentou ao povo. 
Apesar da crença no único Deus, Iavé (Aquele que é), os 
hebreus se desviaram do monoteísmo várias vezes, como 
quando adoraram um bezerro de ouro. Moisés morreu an-
tes de ver seu povo entrar na Terra Prometida.
3.2.2. Período dos juízes(1200-1010 a.C.)
Os hebreus chegaram à Palestina (Terra Prometida), logo 
após a morte de Moisés, e, sob a liderança de Josué, deram 
início a intensas lutas contra os antigos habitantes da região 
(cananeus e filisteus). As necessidades bélicas impuseram 
uma maior unidade às tribos hebraicas, que passaram a ser 
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lideradas por chefes guerreiros, os juízes. Os mais importan-
tes, segundo a Bíblia, foram: Josué, que tomou a cidade de 
Jericó; Gedeão; Sansão, que lutou contra os filisteus, e Sa-
muel, que foi o articulador da centralização política.
3.2.3. Período dos reis (1010-587 a.C.)
Reino dividido
disPonível em: <httPs://Pt.wikiPedia.org/wiki/reino_de_judá>. 
acesso em: 25 dez 2015.
A luta pela reconquista da Palestina desencadeara um pro-
cesso de unificação das tribos hebraicas e de centralização 
política, cujo desfecho foi a fundação do reino de Israel.
Saul, o primeiro rei dos hebreu, comandou uma ofensiva 
contra os filisteus, mas acabou derrotado. Davi, seu suces-
sor, derrotou os inimigos e ampliou os territórios sob seu 
domínio conquistando Jerusalém, a capital do reino.
Com a morte de Davi, o trono foi ocupado por seu filho 
Salomão. Seu reinado ficou marcado por realizações em 
várias áreas. Na área religiosa, mandou construir o Templo 
de Jerusalém, onde foi depositada a Arca da Aliança, urna 
que continha as Tábuas da Lei, onde estão gravados os Dez 
Mandamentos. No campo da economia, o comércio dos 
hebreus atingiu seu apogeu. As relações comerciais com a 
Fenícia foram intensificadas com destaque para o comér-
cio de madeiras, óleos e tecidos. O reinado de Salomão foi 
marcado pela ostentação e pela abundância de palácios 
luxuosos que exigiram o constante aumento dos impos-
tos, empobrecendo cada vez mais o trabalhador do campo, 
para sustentar o luxo de seu reinado, criando um clima de 
insatisfação entre o povo hebreu.
A morte de Salomão, em 933 a.C., desencadeou uma 
crise política conhecida como o Cisma hebraico, resultan-
do na divisão do reino em duas partes: o Reino de Judá 
(duas tribos), situado ao sul e com capital em Jerusalém, 
e o Reino de Israel (dez tribos), localizado no norte e com 
capital em Samaria. Em 722 a.C., o Reino de Israel foi 
conquistado por Sargão II e transformado em província 
do Império Assírio. O Reino de Judá foi conquistado por 
Nabucodonosor em 587 a.C. O Templo de Jerusalém foi 
destruído e os hebreus foram levados como escravos para 
a Babilônia (Cativeiro da Babilônia).
3.2.4. Diáspora (70 a.C.)
Em 539 a.C. terminou o Cativeiro da Babilônia com a derrota 
do Império Babilônico diante das forças de Ciro, rei dos per-
sas. Os hebreus retornaram à Palestina, reconstruíram o Tem-
plo de Jerusalém e tornaram-se parte integrante do Império 
Persa. Situados nos territórios da antiga tribo de Judá, os 
habitantes dessa região passaram a ser chamados de judeus.
Os judeus foram dominados por vários povos. Após o do-
mínio persa, veio o domínio dos macedônios (332 a.C.), de 
Antíoco, filho de Seleuco, general que ficou com a Ásia por 
ocasião da partilha do Império de Alexandre. Em 63 a.C., 
a Palestina foi conquistada por Pompeu e transformada em 
província do Império Romano. Com o estabelecimento da 
figura do imperador como divino, no ano 70 d.C., os judeus 
se recusaram a reconhecer o imperador dos romanos como 
um verdadeiro deus, rebelando-se contra o domínio romano. 
Em resposta, as autoridades romanas, lideradas pelo general 
Tito, destruíram Jerusalém, inclusive o Templo, e expulsaram 
os judeus da Palestina, que dispersaram-se pelo mundo. Esse 
acontecimento ficou conhecido como Diáspora. O retorno 
dos judeus à Palestina só ocorreu a partir de 1918 e culmi-
nou com a fundação do atual Estado de Israel, em 1948.
destruição do temPlo de jerusalém (1867), Por Francesco haYez
3.3. Sociedade e economia
A economia era predominantemente agropastoril, desen-
volvida nas terras férteis do vale do rio Jordão. E também 
com intensas relações comerciais com o Egito, a Fenícia, 
a Síria, a Ásia Menor, a Mesopotâmia, a Arábia e o reino 
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de Sabá (atual Etiópia). Seus principais produtos agrícolas 
eram a oliva, a uva e diversos cereais.
Durante o Período dos Reis, a estrutura tribal de posse da ter-
ra deu lugar à propriedade privada. A terra ficou concentra-
da nas mãos da aristocracia ligada ao Estado. Camponeses, 
pastores e uma pequena parcela de escravos estavam su-
bordinados a essa aristocracia por meio de vários impostos, 
incluindo a exigência de parte da produção, a sujeição ao 
trabalho compulsório e a obrigatoriedade do serviço militar.
Durante o reinado de Salomão, surgiu uma rica camada de 
comerciantes que possuíam a mesma condição social que 
a camada de funcionários reais. Acima desses, havia uma 
elite de aristocratas, os sacerdotes (rabinos) e a família real.
Fonte: Youtube
Hebreus - Mundo História - ENEM
multimídia: vídeo
3.4. Cultura e religião
O Deus dos hebreus não podia ser representado por está-
tuas ou pinturas, sendo asim eles não se destacaram tanto 
nas artes. No Direito, produziram o Código Deuteronômio 
e sua literatura está contida no Antigo Testamento, onde 
destacam-se os Salmos de Davi, os Cânticos e Provérbios 
de Salomão e o Livro de Jó.
Fonte: Youtube
Os dez mandamentos (1956)
Um longa com Charlton Heston, que conta a vida de Moi-
sés, desde seu nascimento, quando é colocado em um 
cesto nas águas do rio Nilo, até seu resgate pela princesa 
egípcia Bithiah, que resolve criá-lo como príncipe. Já adul-
to, Moisés descobre sua origem e dedica-se a libertar seu 
povo da escravidão e conduzi-lo à Terra Prometida.
multimídia: vídeo
Constituíram a única civilização monoteísta da antigui-
dade oriental. A religião judaica ensina que Deus fez uma 
aliança com o povo de Israel, em que o povo receberia a 
proteção divina por obediência aos Dez Mandamentos 
(Decálogo), gravados nas Tábuas da Lei, depositadas numa 
urna (Arca da Aliança) guardada no templo. A Bíblia con-
tém todos os ensinamentos que o povo deveria seguir. Vale 
dizer que o monoteísmo judaico exerceu grande influência 
sobre o cristianismo e o islamismo.
4. Fenícios
Os fenícios
disPonível em: <httPs://Pt.wikiPedia.org/wiki/Fenícia>. 
acesso em: 22 dez. 2015.
4.1. Geografia e povoamento
Lar dos Fenícios, a estreita faixa de terra localizada ao sul 
da Palestina começou a ser ocupada por povos de origem 
semita, originários das costas setentrionais do mar Verme-
lho, por volta de 3000 a.C. Atualmente é região do Líbano, 
uma faixa de 200 quilômetros de comprimento, entre as 
montanhas e o mar Mediterrâneo. 
4.2. Sociedade e economia
Na Fenícia, a agricultura cedeu lugar ao comércio, à pesca 
e a um rico artesanato, voltado para a comercialização com 
os povos vizinhos. O solo pobre e a configuração geográfi-
ca da região determinaram a ligação com o mar. As vastas 
florestas de cedros (madeira excelente para a construção 
naval) e os bons portos naturais favoreceram a atividade 
marítimo-comercial, destacando-se vinho, azeite, objetos 
de cerâmica, metal, vidro colorido e, especialmente, o co-
rante de púrpura, obtido de molusco chamado múrice, que 
permitia o tingimento de tecidos.
Isso fez deles os principais navegantes e comerciantes da an-
tiguidade, desenvolvendo técnicas navais e conhecimentos 
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geográficos que só foram recuperados no início dos tempos 
modernos. Uma sociedade de castas e constituída por sacer-
dotes, aristocratas, comerciantes, homens livres e escravos.
4.3. Política
Os fenícios, durante toda sua história, diferente dos demais 
povos da antiguidade oriental, não tiveram uma unidade 
política, não constituíram um Estado unificado com um go-
verno centralizado. Agrupavam-se em cidades-Estado, 
de governo autônomo e soberano. Destacaram-se Ugarit, 
Aradus, Trípoli, Biblos, Sídon e Tiro, todas importantescen-
tros manufatureiros e comerciais.
Em cada cidade, um rei exercia o poder, com um conselho 
escolhido entre os grandes comerciantes e proprietários 
agrícolas, que controlavam o governo.
Os fenícios fundaram feitorias para ampliar os benefícios 
de seu comércio marítimo, pontos de apoio localizados no 
litoral das regiões, facilitando o escoamento das mercado-
rias vindas do interior. Uma dessas feitorias era Cartago, no 
litoral da atual Tunísia, a maior rival de Roma no controle 
do Mediterrâneo ocidental no século III a. C.
4.4. Cultura e religião
A religião era politeísta, com divindades associadas às for-
ças da natureza, como Baal, o deus do Sol, e Astarte, a 
deusa da fecundidade, representada pela Lua.
Sua principal contribuição foi a invenção do alfabeto fo-
nético. Para facilitar as transações comerciais, criaram 22 
sinais dos sons das palavras, logo adotado por arameus e 
judeus. Com as vogais, tornou-se o alfabeto grego.
5. Império Persa
5.1. Geografia e povoamento
Situado a leste do Crescente Fértil, entre a Mesopotâmia e 
a Índia, é hoje conhecido como Planalto Iraniano e compre-
ende áreas montanhosas e desérticas.
Dois grupos arianos ocuparam o Irã, a partir de 2000 a.C., 
os medos e os persas. Os primeiros ao sul do mar Cáspio; 
os persas a leste do golfo Pérsico. Tornaram-se pequenos 
reinos rivais no século VIII a.C.. Entre esses Estados mo-
nárquicos, o Reino da Média, ou dos medos, organizou-se 
antes do Reino dos Persas e exerceu sua hegemonia na 
região estendendo seus domínios pela Mesopotâmia e 
participando da destruição do Império Assírio. Entretanto, 
declinaram no século VI a.C., quando Ciro I, rei dos persas, 
conquistou o Reino da Média, provocando a unificação po-
lítica dos povos do Planalto Iraniano, em 550 a.C.
Os persas (séc. V a.C.)
A peça mais antiga que se tem notícia. Os persas, de 
Ésquilo (525-455 a.C.), se desenrola no ano de 472 a.C 
em Susa, capital da Pérsia, e coloca em cena a angústia 
da rainha Atossa e a derrocada de seu filho, o grande rei 
Xerxes, responsável pela invasão à Grécia. 
multimídia: livro
5.2. Política
Ocorreu um rápido expansionismo territorial com a cons-
trução de um enorme império durante o governo de Ciro I 
(559-529 a.C.). Quando de sua morte, o Império Persa se 
estendia dos atuais Paquistão e Afeganistão, a leste, até o 
litoral dos mares Negro e Mediterrâneo, a oeste. Em 525 
a.C., seu filho, Cambises, conquistou o Egito até a Líbia. O 
auge do império foi no reinado de Dario I (512-484 a.C.), 
que manteve a tradição de Ciro de integrar a elite dos 
povos submetidos e de respeitar as diferenças religiosas 
e culturais locais. O império foi dividido em satrápias, pro-
víncias dirigidas por governadores que recebiam o título de 
sátrapas, que eram vigiados e fiscalizados por funcionários 
reais. O dárico, moeda-padrão cunhada em ouro e prata, 
facilitou a integração econômica das regiões e dos povos 
do império. Susa, Sardes, Persépolis, Ecbátana e Babilônia 
– foram integrados por uma ampla rede de estradas e por 
um eficiente sistema de correios.
Dario iniciou a tentativa de submeter completamente as 
cidades gregas da Ásia Menor (litoral da atual Turquia) ao 
Império Persa - origem das Guerras Médicas (490-479 a.C.), 
em que os persas lutaram contra as cidades-Estado gregas. 
Em 480 a.C., Xerxes, sucessor de Dario, foi derrotado na 
Segunda Guerra Médica, na Batalha Naval de Salamina. 
Com a derrota, houve o enfraquecimento e a progressiva 
desintegração do Império Persa, facilitando a total conquis-
ta greco-macedônica de Alexandre Magno, em 330 a.C.
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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
5.3. Sociedade e economia
O comércio dentro do Império foi ajudado com a unifi-
cação política ao reduzir os obstáculos e oferecer maior 
segurança às viagens dos mercadores. A rede de estradas 
reais, o dárico e a padronização dos pesos e medidas pos-
sibilitaram o desenvolvimento das atividades comerciais.
A elite persa era composta pelo imperador e sua família e 
por altos burocratas, comandantes militares e sacerdotes. 
A massa da população era sujeita ao trabalho compulsório 
nos sistemas de regadio e/ou nas obras públicas, e ainda 
tinha que pagar uma pesada tributação.
5.4. Cultura e religião
Desenvolveram a escultura, os baixos-relevos e a arquite-
tura monumental, reconhecidas nos palácios reais de Susa 
e Persépolis. Tinham uma religião dualista, em que o deus 
do bem, Ahura-Mazda (ou Ormuz), opunha-se ao deus do 
mal, Arimã. E fundamentava-se na crença do Juízo Final, 
onde o bem triunfaria sobre o mal, descritos no livro sagra-
do Zend Avesta, escrito pelo lendário Zoroastro ou Zaratus-
tra, em que se baseava o zoroastrismo (ou mazdeísmo, 
em alusão à divindade Ahura-Mazda).
Tais princípios exerceram grande influência sobre o judaísmo 
e, por meio desse, sobre o cristianismo e o islamismo.
5.5. Oriente Médio: tradição e cultura
Enquanto cresciam as civilizações do Oriente Médio, os 
homens dependiam menos da natureza e a aprenderam a 
usar melhor os instrumentos e a técnica para dominá-la. O 
arado, canais de irrigação, domesticação de animais para 
tração e construção de silos para armazenagem são apenas 
alguns exemplos. A indústria evoluiu quando passou a fabri-
car tijolos e a usar planos inclinados para elevar blocos de 
pedra ao alto das construções. Os homens aprimoraram as 
técnicas de construção, com o uso de metalurgia, a cerâmi-
ca e o preparo dos papiros e placas de barro para a escrita. 
Os frígios inventaram a moeda.
No campo da cultura, foram diversos os avanços. A inven-
ção da escrita, com o alfabeto fonético dos fenícios, assi-
nalou a passagem da Pré-História para a História. Foram 
criadas as primeiras obras literárias, como a Epopeia de 
Gilgamesh. Também surgiram os grandes códigos religio-
sos e morais, como os de Moisés e Hamurabi. Desenvol-
veram-se o cálculo matemático, a geometria, as unidades 
de peso e medida, o calendário lunar e o solar, os estudos 
de Astronomia, Medicina e Farmácia. Além disso, foram 
realizados progressos nas ideias de organização do Esta-
do e na arte da guerra. Em relação à moral e à religião, 
destacam-se a tolerância religiosa dos persas e a ideia de 
um único Deus dos hebreus.
Tanto as civilizações mesopotâmicas quanto a egípcia cresceram 
em torno de grandes rios – o Tigre, o Eufrates e o Nilo, no caso dos 
egípcios. Evidenciando a escassez de água no norte da África e no 
Oriente Médio, mesmo até os dias atuais, o que é um empecilho 
muito grande ao sedentarismo. Tais povos só conseguiram desen-
volver a agricultura a partir do uso da água desses rios.
Isso explica a densidade demográfica muito maior nas regiões 
adjacentes às suas margens. 
Na imagem ao lado, do Iraque atual, é possível observar as prin-
cipais cidades do país, ainda hoje, que se concentram na região 
mesopotâmica. 
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ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 11
Através de variadas fontes, cite o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da paisagem 
com a vida humana.
Em documentos escritos, na arte ou na arquitetura, todas as sociedades registram suas práticas cotidianas. A 
habilidade 11 permite ao aluno a compreensão da regência das instituições sociais, políticas e econômicas 
em tais registros. 
Para isso ele deve interpretar as informações passadas, por meio de imagens e textos, juntamente com seus conhe-
cimentos teóricos, relacionando-os conforme a exigência de cada exercício em particular. 
MODELO 1
(Enem) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos 
de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de 
Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo.
O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois:
a) significava, entreoutros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes 
populacionais que trabalhavam nesses monumentos;
b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar tra-
balho nos canteiros faraônicos;
c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses 
suas riquezas, construindo templos;
d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalha-
rem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito;
e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada 
em crenças e superstições.
ANÁLISE EXPOSITIVA
O poder teocrático do faraó era representado pela arquitetura e pelas pirâmides e templos. A alternativa A 
é a correta. Muitas das obras públicas eram realizadas pela servidão coletiva. 
RESPOSTA Alternativa A
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DIAGRAMA DE IDEIAS
• ESTADO
• RELIGIÃO
• ESCRITA
• GRANDES OBRAS
TRANSIÇÃO:
PRÉ-HISTÓRIA -> HISTÓRIA
ANTIGUIDADE ORIENTAL
GEOGRAFIA:
NORDESTE DA ÁFRICA - DESERTOS / RIO NILO
ECONOMIA: 
MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO
SOCIEDADE:
TEOCRÁTICA - FARAÓ (DEUS) / NOBREZA 
COMERCIANTES / CAMPONESES / ESCRAVOS
RELIGIÃO
POLITEÍSMO / MUMIFICAÇÃO
EGITO
GEOGRAFIA:
REGIÃO FÉRTIL ENTRE OS RIOS TIGRES E EUFRATES
ECONOMIA: 
MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO
SOCIEDADE:
TEOCRÁTICA - REIS / NOBREZA / COMERCIANTES 
CAMPONESES / ESCRAVO
RELIGIÃO
POLITEÍSMO / CÓDIGO HAMURABI
ESCRITA CUNEIFORME
MESOPOTÂMIA
GEOGRAFIA:
ATUAL ISRAEL / PALESTINA
ECONOMIA: 
AGROPASTORIL E COMERCIAL
SOCIEDADE:
ESTRUTURA TRIBAL - PROPRIEDADE PRIVADA - 
NOBREZA / COMERCIANTES 
CAMPONESES / ESCRAVOS
RELIGIÃO
MONOTEÍSMO
HEBREUS
GEOGRAFIA:
ATUAL LÍBANO
ECONOMIA: 
MARÍTIMO-COMERCIAL
SOCIEDADE:
CIDADE-ESTADO - REI 
CONSELHEIROS COMERCIANTES
RELIGIÃO
POLITEÍSMO / ALFABETO FONÉTICO
FENÍCIOS
GEOGRAFIA:
ENTRE A MESOPOTÂMIA E A 
ÍNDIA - DESERTOS E MONTANHAS
ECONOMIA: 
COMÉRCIO / MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO
SOCIEDADE:
IMPÉRIO - NOBREZA - BUROCRATAS 
MILITARES / SACERDOTES
RELIGIÃO
RELIGIÃO DUALISTA / ARQUITETURA MODERNA
IMPÉRIO PERSA
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1. Geografia
Banhada pelos mares Jônico e Egeu, a Grécia era, por 
sua posição geográfica, um elo entre a Europa e o Orien-
te Próximo. 
O território grego era composto por duas regiões distintas: a 
parte continental, ao sul da península dos Balcãs, e a Grécia 
insular, que ocupava as ilhas do mar Egeu e a costa da Ásia 
Menor. Com a expansão colonial, ela ocupou também a cos-
ta egeia da Ásia Menor e o sul da península Itálica. 
As comunicações terrestres eram dificultadas pelo seu relevo 
montanhoso e seu solo árido e rochoso. Porém, seu litoral 
com excelentes portos e salpicado de ilhas facilitava as co-
municações marítimas. A escassez de contatos internos con-
tribuiu para impedir a unidade política da Grécia Antiga e, 
ao mesmo tempo, favoreceu a formação de cidades-Estado.
A Grécia antiga
disPonível em: <httPs://commons.wikimedia.org/wiki/
File:maPa_grecia_antigua.svg>. acesso em: 05 jun. 2018.
2. Períodos
A História da civilização grega é dividida, convencional-
mente, em cinco grandes períodos temporais denomina-
dos “Pré-homérico”, “Homérico”, “Arcaico”, “Clássico” e 
“Helenístico”. Neste capítulo abordaremos os três primei-
ros períodos mencionados, salientando o processo de for-
mação e consolidação de importantes estruturas culturais 
e políticas da civilização grega. 
2.1. Período Pré-homérico (2000-1200 a.C.)
De origem indo-europeia, os gregos, helenos – de Hélade, 
nome primitivo da Grécia – ou arianos chegaram à Grécia 
em cerca de 2000 a.C.
Antes deles os aqueus, povo pastoril, já ocupavam as 
melhores terras. Sedentários, assimilaram povos mais an-
tigos, como os pelágios ou pelasgos, provavelmente de 
origem mediterrânea, do Período Neolítico. Os aqueus 
formaram os núcleos urbanos de Micenas, Tirinto e Argos. 
Os habitantes de Micenas integraram sua cultura à dos 
cretenses, cuja civilização era bastante avançada – povo 
marítimo-comercial que dominava as rotas do Mediter-
râneo Oriental (talassocracia1) – o que deu origem à 
civilização creto-micênica.
Com a chegada de novos grupos indo-europeus, os 
jônios e os eólios, por volta de 1700 a.C., os núcleos 
arianos instalados na Grécia foram fortalecidos. Paci-
ficamente integrados com os já habitantes da Grécia, 
enquanto a civilização creto-micênica chegava ao seu 
auge. Os troianos, outra importante civilização pré-he-
lênica, desenvolveram-se ao norte da Anatólia. Troia 
tinha uma população aparentada com os primeiros 
gregos, e foi erguida por volta de 1900 a.C., sua pros-
peridade econômica baseava-se na exploração de ter-
ras ricas e na pecuária. 
No início do século XII a.C.; os gregos destruíram Troia 
(Ílion, em grego), cidade que ocupava posição estratégica 
nos estreitos entre os mares Egeu e Negro, o que lhes 
conferiu o controle do tráfego marítimo na região. 
Os dórios, último grupo de povos arianos a penetrar 
na Grécia, chergaram enquanto a civilização micênica 
se expandia em direção à Ásia. Aguerridos, nômades e 
conhecedores de armas de ferro, os dórios arrasaram as 
cidades dos gregos, que fugiram para o interior ou para 
o exterior. Numerosas colônias gregas formaram-se na 
costa da Ásia Menor e nas ilhas do mar Egeu. Esta foi a 
Primeira Diáspora (dispersão) Grega. 
1. Talassocracia = poderio econômico de um Estado baseado no domínio de 
rotas marítimas comerciais.
CIVILIZAÇÃO 
GREGA: 
PERÍODOS 
PRÉ-HOMÉRICO, 
HOMÉRICO E 
ARCAICO
COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4, 5 e 6
HABILIDADE(s)
1, 4, 5, 9, 11, 14, 18, 19, 
22, 23, 24, 27 e 29
CH
AULAS 
5 E 6
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Primeira Diáspora Grega
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acesso em: 22 dez. 2015.
2.2. Período Homérico (séc. XII-VIII a.C.)
O nome Homérico é baseado em dois poemas épicos atri-
buídos a Homero: a Ilíada e a Odisseia. 
A Ilíada narra a tomada de Troia pelos gregos. Centra-se 
na figura do herói Aquiles e sua cólera contra Agamenon, 
que lhe roubou a escrava Briseida. No começo, Aquiles ne-
ga-se a participar dos combates. Porém, a morte de seu 
amigo Pátroclo o faz mudar de ideia. Parte importante é 
a descrição do cavalo de madeira com o qual os gregos 
“presenteiam” os troianos para tomar sua cidade. 
A Odisseia conta o retorno de Ulisses, Odisseus, ao Rei-
no de Ítaca. Trata de três temas: a viagem de Telêmaco, as 
viagens de Ulisses e o massacre dos pretendentes de sua 
mulher, Penélope. Após o século XII a.C., a célula básica da 
sociedade grega era o genos (comunidade gentílica), uma 
grande família. Os descendentes de um mesmo antepassa-
do viviam no mesmo lar. Cada membro (gens) dependia 
da unidade da família cujo chefe era o páter-famílias – o 
mais velho dos membros do genos, um líder de clã, que 
era juiz, comandante militar e chefe religioso. Seu poder 
era passado para o filho mais velho.
Meios de produção, terras, sementes, implementos, re-
sultados da produção, alimentos, utensílios, pertenciam à 
comunidade, inexistindo a propriedade privada. Porém os 
genos não deixavam de levar em conta diferenças indi-
viduais, uma vez que o status pessoal na família depen-
dia do parentesco com o páter-famílias. Politicamente, o 
poder patriarcal era baseado no monopólio de fórmulas 
secretas, que permitiam ao chefe o contato com os deuses 
protetores da família. 
A falta de terras férteis e o crescimento demográfico levou 
as comunidades gentílicas a tensões, lutas internas e desa-
gregação. Era o fim do Período Homérico.
A desintegração do sistema gentílico e a luta entre os mem-
bros do genos por um pedaço de terra que lhes garantisse 
a subsistência fizeram com que aquela civilização passasse 
do sistema de propriedade coletiva para o de propriedade 
privada. Os parentes mais próximos do pater, os eupátri-

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