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JORNADA DE TRABALHO
· Jornada de 44h: Divisor é 220h
· Jornada de 40h: Divisor é 200h
· Bancários: Divisor é 180h
JORNADAS ESPECIAIS
COMPENSAÇÃO DE JORNADA
JORNADA 12 POR 36
PRORROGAÇÃO DE JORNADA EM NECESSIDADES IMPERIOSAS
HORA NOTURNA
Súmula 265 – TST - A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno.
Súmula 112 – TST - O trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração, perfuração, produção e refinação do petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus derivados, por meio de dutos, é regulado pela Lei nº 5811, de 1972, não se lhe aplicando a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos do art. 73, § 2º, da CLT.
Súmula 65 – TST - O direito à hora reduzida de 52  minutos e 30  segundos aplica-se ao vigia noturno.
Súmula 60 – TST - I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos; e II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.
OJ 395 – SDI1 - O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT e 7º, XIV, da Constituição Federal.
OJ 97 – SDI1 - O adicional noturno integra a base de cálculo das horas extras prestadas no período noturno.
TRABALHO NOTURNO URBANO E RURAL
INTERVALO INTRAJORNADA
INTERVALOS ESPECIAIS 
CONTROLE DE JORNADA
MOTORISTA PROFISSIONAL
FÉRIAS
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO
Remuneração = Salário + Gorjetas
Remuneração como BC
· 13º;
· Férias
OBS: Gorjetas não integram a BC do(a) - Súmula 354 do TST:
· Aviso prévio;
· Adicional noturno;
· Horas extras; e 
· Repouso semanal remunerado
Parcelas Salariais
· Adicional de Insalubridade
40, 20, 10%, graus máximo, médio e mínimo, sobre o Salário Mínimo, art. 192;
· Horas-extras
No mínimo 50% à mais da hora normal, Salário Base + Adicional de Insalubridade (OJ SDI 1 - nº 47);
	Cálculo:
O adicional de insalubridade, como os demais, integra o salário para todos os efeitos. Neste sentido, a OJ 47 determina a soma do salário contratual (salário-base) ao adicional de insalubridade para formação da base de cálculo da hora extra. Por isso diz-se que o adicional de insalubridade integra as horas extras. Vejamos o cálculo:
BASE DE CÁLCULO DA HE = SALÁRIO-BASE + AD. INSALUBRIDADE
R$ 1.452,00 + R$ 528,00 = R$ 1.980,00
O empregado é mensalista com jornada completa, o que significa que trabalha 8h por dia, 44h por semana e 220h por mês. A partir daí calcula-se o salário/hora, já integrado pelo adicional de insalubridade:
SALÁRIO/HORA = COMPLEXO SALARIAL ÷ 220
Salário/hora = R$ 1.980,00 ÷ 220h = R$ 9,00/h.
Logo, o valor da hora extra é o valor do salário/hora x 1,5 (ou mais 50%, tanto faz) R$ 9,00 x 1,5 = R$ 13,50.
· Adicional de Periculosidade
30% sobre o Salário Básico (Salário sem qualquer acréscimo), art. 193, §1º.
Integra a BC de Indenizações, Horas-extras, Adicional Noturno;
· Adicional Noturno (20%)
Integra a BC das Horas-extras no período noturno;
	Cálculo:
Em primeiro lugar é necessário calcular o valor do salário/hora de Henrique. Como mencionado, o salário/hora é obtido pela divisão do salário pela “jornada” mensal.
Salário/hora = R$ 1.540,00 ÷ 220h = R$ 7,00/h. Em segundo lugar, quanto seria devido a Henrique a título de adicional noturno?
Considera-se hora noturna, no meio urbano, aquela trabalhada a partir das 22h, até 5h do dia seguinte. Logo, Henrique trabalhou 1h em horário noturno. Isso porque a hora noturna reduzida é de 52’30’’, o que significa dizer que o empregado que trabalhou 52’30’’ em horário noturno deve receber 1h. Logo, seria devida a Henrique 1h noturna. Como o salário/hora vale R$ 7,00, esta hora noturna valeria R$ 7,00 x 1,20 = R$ 8,40.
Ocorre que esta hora noturna é também extra. Aliás, Henrique prestou duas horas extras neste dia. A primeira hora extra trabalhada, entre 21h e 22h é diurna, visto que prestada em horário considerado diurno. Logo, valerá R$ 7,00 x 1,5 = R$ 10,50.
Quanto à hora noturna extraordinária, há que se integrar também o adicional noturno. Portanto, utilizaremos o salário/hora já integrado pelo adicional noturno, que resulta em valor hora de R$ 8,40. Calculando a hora extra, R$ 8,40 x 1,5 = R$ 12,60. O exemplo pediu o valor da remuneração das horas extras do dia, então é necessário somar a hora extra diurna e a noturna. Fica assim: R$ 10,50 + R$ 12,60 = R$ 23,10. 
COMISSIONISTA
· Puro: recebe só comissões
Horas-extras: cabem.
	 Imagine um empregado vendedor em uma loja de departamentos, remunerado à base de comissões no valor de R$ 3.000,00 (comissionista puro). Suponha que este empregado, devido ao aumento das vendas no final do ano, prestou 20h extraordinárias durante o mês de dezembro. É certo que estas 20h de trabalho já foram remuneradas pelas comissões recebidas, ao passo que também durante o tempo de sobrejornada o empregado continuou remunerado à base de comissões, ou seja, recebendo um percentual sobre aquilo que efetivamente vendeu. Entretanto, como prestou serviços além da jornada normal, fará jus ao adicional de horas extraordinárias (50% sobre o valor da hora normal), nos termos da Súmula 340 e da OJ 235. O cálculo, por sua vez, será obtido pelo total recebido no mês, dividido pelo número de horas trabalhadas, donde se encontrará o valor-hora das comissões (Súmula 340). Sobre este valor hora será calculado o adicional devido.
Comissão-hora = 3.000/240h = R$ 12,50
Valor da Hora-extra = 12,50 x 50% ou 0,50 = R$ 6,25 (valor somente do adicional)
Remuneração das Hrs-extras = 20h x R$ 6,25 = R$ 125,00
Remuneração total do mês = R$ 3.000,00 + R$ 125,00 = R$ 3.125,00
· Misto: salário fixo e comissão
Horas-extras sobre os dois.
	Salário-fixo de R$ 1.000 para 44hrs semanais
Valor da Hr = 1.000/220 = R$ 4,55
Valor da Hora-extra
	PARCELAS NÃO SALARIAIS
	As parcelas pagas pelo empregador não têm natureza salarial se:
→ A sua natureza é indenizatória OU
→ O seu fornecimento não é habitual OU
→ A norma jurídica, por disposição expressa, retira-lhe a natureza salarial.
	1. Abono → antecipação de salário ou de reajuste salarial. Não tem natureza salarial por força de lei.
	2. Ajuda de custo → tradicionalmente, único pagamento, a título de ressarcimento de despesas, normalmente relacionadas à transferência. A partir da vigência da Lei nº 13.467/2017, pode ser inclusive parcela paga habitualmente, e mesmo assim não terá natureza salarial.
	3. Auxílio-alimentação → não tem natureza salarial, salvo se pago em dinheiro.
	4. Diárias para viagem → não terão natureza salarial independentemente do valor e da habitualidade do pagamento.
	5. Gratificações meramente ajustadas → não terão natureza salarial independentemente da habitualidade do pagamento. Somente gratificações legais têm natureza salarial.
	6. Prêmio ou bônus → liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. Não tem natureza salarial por força de lei.
	7. Participação nos lucros e resultados (PLR) → não é compulsória, dependendo de negociação coletiva. Tem a natureza salarial retirada pela CRFB e pela Lei.
	8. Verba de representação → visa o ressarcimento de despesas incorridas pelo empregado no relacionamento com clientes.
	9. Abono do PIS → parcela de direito público, assegurada a quem é cadastrado no PIS/PASEP há 5 anos, recebeu em média até 2 salários mínimos no ano anterior e esteve empregado por pelo menos 30 dias.
	10. Stock options → oportunidade de compra de ações da companhia por valores diferenciados.
	11. Salário-família → benefício previdenciário que, embora pago pelo empregador, é compensado nas contribuições previdenciárias devidas.
	SALÁRIO-UTILIDADE
	Requisitos:· Utilidade fornecida habitualmente.
· Natureza contraprestativa (pelo trabalho, e não para o trabalho; se a utilidade for híbrida, não será salário).
· Utilidade benéfica ao empregado.
· Natureza salarial não afastada por lei.
· Concessão gratuita, salvo se o valor for desprezível (requisito controvertido!).
	· Valor das utilidades:
· Habitação: até 25% do salário contratual, e limitada ao valor real.
	· Rurícola:
· A utilidade somente poderá ser descontada com autorização do empregado.
· As hipóteses legais são taxativas (moradia e alimentação sadia e farta).
· Os percentuais sempre incidirão sobre o salário mínimo.
· Habitação: até 20% do salário mínimo.
· Alimentação: até 25% do salário mínimo.
	Doméstico:
· Não é admitido o desconto de moradia (no local de trabalho), vestuário, higiene e alimentação, bem como despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem.
· Se a moradia for concedida em local diverso ao de trabalho, pode haver o desconto, desde que autorizado pelo empregado.
	· Utilidades sem natureza salarial:
· Vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço (inclui uniformes e EPIs).
· Educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático.
· Transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público (inclusive vale-transporte).
· Assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde.
· Seguros de vida e de acidentes pessoais.
· Previdência privada.
· Valor correspondente ao vale-cultura.
· Alimentação fornecida nos termos do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, ou auxílio-alimentação, em qualquer caso.
· Para o trabalhador rural, a moradia e infraestrutura básica, e bens destinados à subsistência.
· Previsão expressa em norma coletiva.
1.Salário é toda contraprestação ou vantagem, concedida em pecúnia ou em utilidade, paga diretamente pelo empregador ao empregado em virtude do contrato de trabalho.
2.Remuneração é a soma dos pagamentos diretos e indiretos, sendo os diretos aqueles feitos pelo empregador, e indiretos os feitos por terceiros.
3.Gorjeta é a importância paga por terceiro, seja oferecida espontaneamente (própria), seja compulsória, incluída na nota de serviços (imprópria). A distinção entre gorjetas próprias e impróprias não tem relevância jurídica, ao passo que os efeitos de ambas são os mesmos.
4.A gorjeta não tem natureza salarial, mas integra a remuneração do empregado.
5.As gorjetas não integram a base de cálculo das parcelas trabalhistas baseadas no salário (aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e DSR).
6.As gorjetas integram a base de cálculo das parcelas baseadas na remuneração (FGTS, férias e 13º).
7.São características do salário: a) caráter forfetário; b) natureza alimentar; c) crédito privilegiado; d) indisponibilidade; e) periodicidade; f) natureza composta; g) pós-numeração; h) tendência à determinação heterônoma.
8.É vedado o pagamento complessivo do salário, assim considerada a prática de pagar determinado valor ao empregado englobando mais de uma parcela sob a mesma rubrica.
9.O salário pode ser estipulado por unidade de tempo, por unidade de obra ou por tarefa.
10.Na estipulação por unidade de tempo, interessa a passagem do tempo, e não produção do empregado.
11.Na estipulação por unidade de obra, interessa a produção do empregado, e não a passagem do tempo. Aplicam-se, contudo, as normas que limitam a jornada de trabalho.
12.Na estipulação por tarefa, interessa a relação entre a produção e o tempo gasto, pelo que se combinam os dois critérios anteriores.
13.A soma do salário-base e dos sobressalários dá origem ao chamado complexo salarial.
14.As parcelas cuja natureza é salarial e que são concedidas habitualmente integram o cálculo das demais parcelas.
15.Os requisitos básicos para integração de uma parcela em outra são: a) natureza salarial; b) habitualidade; c) a parcela não pode ter feito parte do cálculo daquela a que se pretende integrá-la, sob pena de bis in idem.
16.O FGTS incide sobre qualquer parcela de natureza remuneratória (e não só salarial), bem como prescinde do requisito habitualidade.
17.Incorporar uma parcela significa somá-la ao patrimônio jurídico do empregado, tornando-a intangível no âmbito do contrato de trabalho.
18.Para que determinada parcela seja incorporada ao salário do empregado, ela deve ser salarial, habitual e incondicional.
19.A habitualidade surge a partir do momento em que o empregado passa a contar com o recebimento de determinada parcela, em razão da expectativa criada pelo recebimento periódico e reiterado.
20.Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as gratificações legais, os adicionais e as comissões pagas pelo empregador.
21.Uma parcela tem a natureza salarial quando é paga diretamente pelo empregador, e de forma habitual, como contraprestação pelo trabalho.
22.O salário-base é a contraprestação fixa paga pelo empregador.
23.Não é obrigatória a fixação de salário-base, podendo o empregado receber apenas salário variável, assegurado sempre o salário mínimo.
24.Abono é antecipação de salário feita pelo empregador. É espontâneo e não tem natureza salarial a partir da vigência da Reforma Trabalhista de 2017.
25.Os adicionais são parcelas pagas em razão de circunstâncias mais gravosas a que está exposto o empregado.
26.Os adicionais são espécie de salário condição, pois seu pagamento depende da satisfação de determinada condição. Cessada esta circunstância mais gravosa, o empregado deixa de receber o adicional. Por isso, o adicional, enquanto é pago, integra o salário, mas não se incorpora ao mesmo.
27.O adicional de periculosidade deve compor a base de cálculo do adicional noturno, já que também neste horário o trabalhador permanece sob as condições de risco.
28.O adicional noturno integra a base de cálculo das horas extras prestadas no período noturno.
29.O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais.
30.A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa.
31.Porque calculado sobre o salário, o adicional de insalubridade já remunera os dias de repouso semanal e feriados.
32.Gratificações legais (v.g. o décimo terceiro salário) têm natureza salarial.
33.Não possuem natureza salarial as gratificações ajustadas, assim consideradas tanto aquelas expressamente pactuadas, quanto as gratificações tacitamente ajustadas, mediante a concessão habitual. Exemplos: gratificação semestral; gratificação de quebra de caixa (há controvérsias); gratificação por tempo de serviço.
34.Gratificação de função é o plus pago pelo empregador ao empregado que exerce função de confiança. A reversão do empregado ao cargo efetivo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado a manutenção do pagamento da gratificação de função, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício na respectiva função.
35.A gratificação semestral é aquela paga, por óbvio, a cada seis meses. Não tem natureza salarial, pois não é assegurada por lei.
36.A gratificação de quebra de caixa é paga ao empregado que exerce a função de caixa, como forma de compensar a eventual responsabilização do trabalhador por diferenças quando do fechamento do caixa. Como não se enquadra no conceito de gratificação legal, não tem natureza salarial.
37.A gratificação por tempo de serviço é parcela espontânea, concedida pelo empregador conforme o tempo de serviço do empregado. Normalmente é paga sob a forma de anuênios, biênios e quinquênios, e também é conhecida como adicional por tempo de serviço. Como não é prevista em lei, nãotem natureza salarial.
38.O décimo terceiro salário é parcela salarial compulsória, sendo o empregador obrigado a pagá-lo até o dia 20 de dezembro de cada ano. É também devido um adiantamento de metade do valor, a ser pago entre os meses de fevereiro e novembro.
39.O empregado tem direito de receber o adiantamento do décimo terceiro junto com as férias, desde que o requeira no mês de janeiro.
40.Não é o empregador, entretanto, obrigado a pagar o adiantamento a todos os empregados em um único mês.
41.Caso o empregado não tenha trabalhado desde o início do ano, tem direito ao décimo terceiro proporcional, à razão de 1/12 por mês ou fração igual ou superior a 15 dias de trabalho.
42.Também em caso de rescisão do contrato de trabalho o empregado faz jus ao décimo terceiro proporcional, salvo se dispensado por justa causa.
43.Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso-prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.
44.Para os empregados que recebem remuneração variável, o décimo terceiro é calculado pela média duodecimal.
45.O décimo terceiro integra o cálculo do FGTS, mas não das outras parcelas, tendo em vista que considera o parâmetro anual de tempo.
46.As demais parcelas salariais pagas com habitualidade integram a base de cálculo do décimo terceiro.
47.O auxílio-alimentação, ainda que habitual, não tem natureza salarial, salvo se pago em dinheiro. É indiferente que tenha sido concedido in natura ou por meio de documentos de legitimação, como tíquetes, vales, cupons, cheques ou cartões eletrônicos.
48.Prêmio é a liberalidade concedida pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.
49.Ainda que pago com habitualidade, o prêmio não tem natureza salarial.
50.As comissões constituem forma de pagamento do salário variável (por unidade de obra).
51.O salário do comissionista pode ser fixado exclusivamente por comissões (comissionista puro) ou não (comissionista misto). Na segunda hipótese, o empregado recebe salário fixo + comissões.
52.Em qualquer caso é assegurado ao empregado comissionista a garantia do salário mínimo, porém a garantia se refere ao total recebido, e não somente às comissões.
53.O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem, isto é, quando aceito o negócio pelo empregador.
54.O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a um mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações.
55.Nas vendas realizadas por prestações sucessivas, as comissões devem ser pagas de acordo com o vencimento das parcelas, independentemente do efetivo pagamento.
56.Mesmo extinto o contrato de trabalho, o empregado continua tendo direito de receber as comissões vincendas relativas aos negócios já efetuados antes da sua demissão.
57.O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas.
58.O empregado que recebe remuneração mista tem direito a horas extras pelo trabalho em sobrejornada. Em relação à parte fixa, são devidas as horas simples acrescidas do adicional de horas extras. Em relação à parte variável, é devido somente o adicional de horas extras.
59.É devida a remuneração do repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista.
60.As férias do comissionista são calculadas pela média das comissões recebidas nos doze meses que antecedem a concessão.
61.Verificada a insolvência do comprador, cabe ao empregador o direito de estornar a comissão que houver pagado.
62.A cláusula star del credere não é compatível com o Direito do Trabalho.
63.São parcelas não salariais aquelas cuja natureza é indenizatória (ressarcimento, e não contraprestação), bem como aquelas cuja natureza salarial é afastada por disposição expressa de lei.
64.Não se inclui no salário, independentemente de pagamento habitual, a ajuda de custo, salvo se concedida de forma fraudulenta.
65.Diárias são valores pagos ao empregado a título de ressarcimento de despesas provenientes de viagens a serviço.
66.As diárias para viagem não integram o salário, independentemente de seu valor ou do pagamento habitual.
67.A participação nos lucros e resultados é parcela desvinculada do salário (portanto, não salarial), por força de Lei e da Constituição.
68.A verba de representação constitui a parcela indenizatória que tem por objetivo ressarcir gastos do empregado com o relacionamento mantido com os clientes do empregador. Não tem natureza salarial.
69.O abono do PIS não tem natureza salarial, pois sequer é pago pelo empregador.
70.O regime de stock options não tem natureza salarial.
71.O salário-família, embora pago pelo empregador, é um benefício previdenciário e, a exemplo do que ocorre com o salário-maternidade, o seu valor é posteriormente compensado com as prestações devidas pelo empregador à Previdência. Logo, não tem feição salarial.
72.O pagamento do salário pode ser feito somente em dinheiro ou ainda em dinheiro e utilidades.
73.São consideradas utilidades para fins de composição do salário do empregado o fornecimento de habitação, vestuário (exceto uniformes), entre outros. A lista apresentada pela CLT é meramente exemplificativa.
74.Não se admite o fornecimento de utilidade nociva ao empregado, como cigarro, bebida alcoólica ou drogas nocivas.
75.É vedado o pagamento em moeda estrangeira, através de cartas de crédito, cupons e quaisquer outros meios não especificados.
76.Não se admite o truck system, assim considerada a prática de vinculação do pagamento do salário à quitação de dívidas contraídas em mercearia mantida pelo empregador.
77.Embora a regra seja o pagamento do salário em dinheiro, também se admite o depósito bancário do valor correspondente, desde que autorizado pelo empregado e feito em conta específica para este fim, em estabelecimento bancário localizado próximo ao local de trabalho.
78.O pagamento em cheque é admitido no meio urbano, desde que o empregador garanta ao empregado condições de descontar o cheque até o dia do vencimento.
79.Utilidade é tudo que não for dinheiro e for útil.
80.Salário-utilidade é o fornecimento de utilidade(s) qualificado pela habitualidade e pela natureza contraprestativa, sendo o fornecimento concedido pelo trabalho e não para o trabalho.
81.A utilidade de uso híbrido, assim considerada aquela fornecida para o trabalho, mas que também constitua vantagem ao empregado, não é considerada salário.
82.Se a lei afasta natureza salarial de determinada parcela, é claro que ela não poderá ser considerada salário in natura.
83.Não é considerado salário o fornecimento vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço.
84.Não é considerado salário o custeio de educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático.
85.Não é considerado salário o fornecimento de transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público.
86.Não é considerado salário o custeio de assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde.
87.O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas,não integra o salário do empregado para qualquer efeito.
88.Não é considerado salário o custeio de seguros de vida e de acidentes pessoais, de previdência privada, bem como o valor referente ao vale-cultura.
89.Alguns autores defendem que somente a utilidade concedida gratuitamente poderia ser considerada salário in natura, salvo se o valor cobrado for irrisório.
90.Pelo menos 30% do valor do salário mínimo deve ser pago em dinheiro ao empregado.
91.Quanto ao valor das utilidades, a habitação é limitada a 25% do salário contratual, observado o valor real da utilidade.
92.Os percentuais fixados em lei relativos ao salário in natura apenas se referem às hipóteses em que o empregado percebe salário mínimo, apurando-se, nas demais, o real valor da utilidade.
93.No meio rural, o valor da habitação e da alimentação é limitado a, respectivamente, 20% e 25% do salário mínimo, mesmo que o empregado perceba remuneração maior.
94.É proibida a coabitação de famílias em uma mesma moradia fornecida pelo empregador.
95.Não poderão ser descontadas dos domésticos as seguintes utilidades: a) moradia (desde que a moradia seja fornecida na residência em que são prestados os serviços); b) vestuário; c) higiene; d) alimentação; e) despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem. Estas utilidades, se concedidas não têm natureza salarial.
96.Se a moradia for concedida ao doméstico em local diverso de onde são prestados os serviços, terá natureza salarial e poderá ser descontada, desde que tenha havido ajuste das partes neste sentido.
97.O vale-transporte não tem natureza salarial.
98.O empregador pode descontar até 6% do salário-base do empregado para custeio do vale-transporte.
99.A jurisprudência tende a aceitar retirada, por norma coletiva, da natureza salarial de determinadas parcelas fornecidas pelo empregador.
100.Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. O salário do doméstico, por sua vez, deve ser pago até o dia sete do mês subsequente ao vencido.
101.As comissões e percentagens devem ser pagas, em princípio, mensalmente. Entretanto, mediante acordo individual pode ser seu pagamento estipulado no máximo trimestralmente.
102.Considera-se em mora contumaz o empregador que deixa de pagar os salários por período igual ou superior a três meses, sem motivo grave e relevante.
103.O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.
104.O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do trabalho, dentro do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo quando efetuado por depósito em conta bancária.
105.Como regra, não se admite o recebimento do salário por procurador, salvo se o empregador tiver como provar que salário reverteu efetivamente ao trabalhador.
106.O salário nominal é irredutível, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
107.A irredutibilidade não alcança parcelas de salário-condição.
108.O salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
109.A verificação do respeito ao direito ao salário mínimo não se apura pelo confronto isolado do salário-base com o mínimo legal, mas deste com a soma de todas as parcelas de natureza salarial recebidas pelo empregado diretamente do empregador.
110.Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado.
111.Na Administração Pública direta, autárquica e fundacional não é válida remuneração de empregado público inferior ao salário mínimo, ainda que cumpra jornada de trabalho reduzida. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.
112.Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
113.Os pisos salariais definidos pelos Estados não podem fixar um valor único como salário mínimo estadual.
114.Salário profissional é o piso salarial fixado em lei e válido para os trabalhadores integrantes de categoria profissional cujo ofício seja legalmente regulamentado.
115.Salário normativo é o piso salarial estipulado em sentença normativa, válido para a categoria profissional envolvida no dissídio coletivo.
116.Salário convencional, por sua vez, é o piso salarial estipulado em instrumento coletivo de trabalho (ACT ou CCT), válido para a respectiva categoria de trabalhadores. Entretanto, o salário convencional é também denominado salário normativo, piso salarial ou salário relativo.
117.Os reajustes salariais previstos em legislação federal devem ser observados pelos Estados-membros, suas Autarquias e Fundações Públicas nas relações contratuais trabalhistas que mantiverem com seus empregados.
118.Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.
119.Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
120.É lícito o desconto salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista não observar as recomendações previstas em instrumento coletivo.
121.Além dos descontos expressamente mencionados no art. 462, admitem-se descontos expressamente autorizados pelo empregado, como planos de saúde, seguros, previdência privada, mensalidade de clube etc.
122.É inválida a presunção de vício de consentimento resultante do fato de ter o empregado anuído expressamente com descontos salariais na oportunidade da admissão. É de se exigir demonstração concreta do vício de vontade.
123.O salário é impenhorável (salvo para pagamento de pensão alimentícia) e constitui crédito privilegiado em caso de falência do empregador. Consoante entendimento do STJ, entretanto, existe a possibilidade de penhora do salário, desde que garantida a dignidade do trabalhador e de sua família (ERESP 1874222).
124.O salário é irrenunciável pelo empregado.
125.A cessão de crédito do salário não é admitida.
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