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1/2 Este novo papel eletrônico exibe cores brilhantes Crédito: Marika Gugole/Chalmers University of Technology. Imagine ficar de fora ao sol, lendo uma tela digital tão fina quanto papel, mas vendo a mesma qualidade de imagem como se estivesse dentro de casa. Graças à pesquisa da Universidade de Tecnologia de Chalmers, na Suécia, pode ser em breve uma realidade. Um novo tipo de tela reflexiva – às vezes descrito como “papel eletrônico” – oferece uma exibição de cores ideal, enquanto usa a luz ambiente para manter o consumo de energia ao mínimo. As telas digitais tradicionais usam uma luz de fundo para iluminar o texto ou as imagens exibidas sobre elas. Isso é bom dentro de casa, mas todos nós experimentamos as dificuldades de ver essas telas sob sol brilhante. Telas reflexivas, no entanto, tentam usar a luz ambiente, imitando a maneira como nossos olhos respondem ao papel natural. “Para que as telas reflexivas concorram com as telas digitais com uso intensivo de energia que usamos hoje, imagens e cores devem ser reproduzidas com a mesma alta qualidade. Esse será o verdadeiro avanço. Nossa pesquisa agora mostra como a tecnologia pode ser otimizada, tornando-a atraente para uso comercial”, diz Marika Gugole, estudante de doutorado do Departamento de Química e Engenharia Química da Universidade de Tecnologia Chalmers. Os pesquisadores já haviam conseguido desenvolver um material flexível e ultrafino que reproduz todas as cores que uma tela de LED pode exibir, exigindo apenas um décimo da energia que um tablet padrão consome. 2/2 Mas no design anterior, as cores na tela reflexiva não são exibidas com a qualidade ideal. Agora, o novo estudo, publicado na revista Nano Letters, leva o material um passo adiante. Usando um material previamente pesquisado, poroso e nanoestruturado, contendo trióxido de tungstênio, ouro e platina, eles experimentaram uma nova tática – invertendo o projeto de forma a permitir que as cores apareçam com muito mais precisão na tela. Inverter o design para a cor de alta qualidade A inversão do design representa um grande passo em frente. Eles colocaram o componente que torna o material eletricamente condutor sob a nanoestrutura pixelada que reproduz as cores – em vez de acima dele, como era anteriormente o caso. Este novo design significa que você olha diretamente para a superfície pixelada, portanto, vendo as cores com muito mais clareza. Além do consumo mínimo de energia, as telas reflexivas têm outras vantagens. Por exemplo, eles são muito menos cansativo para os olhos em comparação com olhar para uma tela regular. Para fazer essas telas reflexivas, certos metais raros são necessários – como o ouro e a platina – mas como o produto final é tão fino, as quantidades necessárias são muito pequenas. Os pesquisadores têm grandes esperanças de que, eventualmente, será possível reduzir significativamente as quantidades necessárias para a produção. “Nosso principal objetivo ao desenvolver essas telas reflexivas, ou ‘papel eletrônico’, como às vezes é chamado, é encontrar soluções sustentáveis e de economia de energia. E, neste caso, o consumo de energia é quase zero porque simplesmente usamos a luz ambiente do ambiente”, explica o líder da pesquisa Andreas Dahlin, professor do Departamento de Química e Engenharia Química da Chalmers. Flexível com uma ampla gama de usos Telas reflexivas já estão disponíveis em alguns tablets hoje, mas elas exibem apenas as cores preto e branco, o que limita seu uso. “Um grande jogador industrial com a competência técnica certa poderia, em princípio, começar a desenvolver um produto com a nova tecnologia dentro de alguns meses”, diz Andreas Dahlin, que prevê uma série de outras aplicações. Além de smartphones e tablets, também pode ser útil para publicidade ao ar livre, oferecendo economia de energia e recursos em comparação com cartazes impressos ou telas digitais em movimento.