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PLANTAS MEDICINAIS CULTIVADAS EM SISTEMA AQUAPÔNICO COMO MEIO DE CONTROLE DE PARASITAS DE PEIXES Carliene Silva de Paula¹, Maria Letícia Lopes da Silva¹, Renan de Andrade Feitosa¹, Thiago Andrade da Silva² 1 – Aluna/o do Curso Técnico em Aquicultura da EEEP José Ivanilton Nocrato, Guaiúba-CE; 2 – Zootecnista, Professor do Curso Técnico em Aquicultura da EEEP José Ivanilton Nocrato, Guaiúba-CE. RESUMO Sistemas de produção aquapônicos aproveitam a mesma água e certas estruturas para o cultivo simultâneo de peixes e vegetais. Os elementos do sistema, especialmente animais, plantas, microbiota nos biofiltros e água, interagem entre si de diferentes formas, cabendo ao homem controlar o ambiente para aproveitar os aspectos positivos dessas interações. Plantas medicinais possuem o potencial de liberar através de suas raízes elementos com atividade antiparasitária, tais como terpenos. Caso essas plantas sejam cultivadas em aquaponia, o exsudado das raízes será adicionado à água circulante no sistema, permitindo o controle de parasitas de peixes, frequentemente encontrados em ambientes ricos em matéria orgânica, assim como sistemas de recirculação de água. Dentre os parasitas mais comuns são encontrados os monogenoides, que já foi demonstrado serem susceptíveis aos terpenos presentes em muitos óleos essenciais extraídos de hortelãs, manjericão, dentre outras plantas. Um cultivo experimental foi realizado nas dependências da EEEP José Ivanilton Nocrato, em Guaiúba-CE, onde foi montado pelos alunos do curso técnico em aquicultura um sistema aquapônico integrando a produção de tilápias (Oreochromis niloticus) e hortelã-pimenta (Menta piperitha). Para o cultivo dos peixes foram utilizados 3 tanques de 1.000 L, um decantador de 500 L e biofiltro composto por areia e brita. As hortelãs foram cultivadas em bancadas de hidroponia do tipo NFT (Nutrient film technique) confeccionadas com tubos de 75 mm em duas seções de 6,0 m colocadas acima dos reservatórios de cultivo de peixes recebendo água oriunda do biofiltro. Os peixes foram alimentados à vontade com ração comercial durante 120 dias. O cultivo vegetal apresentou elevada biomassa sem a necessidade da adição de solução hidropônica. Os peixes cresceram saudáveis e sem mortalidade. O efetivo controle de parasitas baseando-se somente no efeito alelopático das plantas deve ser melhor investigado. De qualquer forma, a integração da produção de peixes e plantas medicinais apresenta potencial para aplicação prática, aproveitando-se de mais uma vantagem da aquaponia. Palavras-chave: aquaponia; efeito alelopático; monogenoides