Pequenas mudanças climáticas podem ser ampliadas por processos naturais

Prévia do material em texto

1/4
Pequenas mudanças climáticas podem ser ampliadas por
processos naturais
Uma tradução deste artigo foi possível graças a uma parceria com a Planeteando. Una traducción de
este artículo fue negobilia gracias a una asociación con Planeteando.
Um pouco de aquecimento global pode percorrer um longo caminho. Uma análise matemática recente
do clima do Cenozoico – nossa atual era geológica, começando com o desaparecimento dos
dinossauros há 66 milhões de anos – diz que os processos naturais podem amplificar pequenas
quantidades de aquecimento, transformando-as em eventos “hipertérmicos” que podem durar milhares
de anos ou mais. Esta descoberta sugere que as mudanças climáticas induzidas pelo homem podem
tornar nosso planeta suscetível a eventos de aquecimento mais extremos no futuro.
“Consideramos todas as flutuações envolvidas em vez de escolher as grandes.”
Os cientistas estudaram vários eventos importantes de aquecimento Cenozóico em detalhes, incluindo o
Máximo Térmico Paleoceno-Eoceno, no qual as temperaturas globais saltaram mais de 5oC e
permaneceram elevadas por dezenas de milhares de anos. Tais eventos podem ajudar os cientistas a
https://eos.org/articles/small-climate-changes-could-be-magnified-by-natural-processes-spanish
https://planeteando.org/
https://eos.org/articles/small-climate-changes-could-be-magnified-by-natural-processes-spanish
https://planeteando.org/
https://www.e-education.psu.edu/earth103/node/639
2/4
entender como o planeta responde às mudanças climáticas e prever como ele pode reagir às mudanças
atuais causadas pelo homem.
Constantin Arnscheidt e Daniel Rothman, do Centro Lorenz, no Instituto de Tecnologia de
Massachusetts, no entanto, decidiram examinar a história do ciclo climático-carbono de todo o período.
O estudo foi publicado na Science Advances.
“Queríamos entender o comportamento mais geral das flutuações do ciclo climático-carbono de sub-
milhões de anos em todo o Cenozóico”, disse Arnscheidt, um estudante de pós-graduação e principal
autor do estudo. “E assim, pela primeira vez, consideramos todas as flutuações envolvidas, em vez de
escolher as grandes.”
Bias de aquecimento
Os pesquisadores usaram um banco de dados de foraminíferos encontrados em sedimentos do oceano
profundo. Os organismos unicelulares são protegidos por cascas de carbonato de cálcio. Mudanças na
temperatura da superfície, carbono inorgânico da superfície, química do oceano e outros fatores
climáticos alteram as proporções de isótopos de carbono e oxigênio nas conchas, possibilitando que os
cientistas os usem como proxies climáticos.
Arnscheidt e Rothman usaram métodos estatísticos para analisar o banco de dados. “As flutuações
climáticas em uma ampla gama de escalas de tempo são o resultado de muitos processos complexos
que são impossíveis de modelar exatamente”, disse Arnscheidt. “Modelos escromáticos, que têm sido
empregados para entender a variabilidade climática de curto prazo, capturam aspectos essenciais desse
comportamento, incluindo termos de ruído aleatório”.
Seus resultados mostraram um desequilíbrio entre o aquecimento global e o resfriamento global, com
um forte viés em relação a eventos extremos de aquecimento. Houve mais aquecimento do que eventos
de resfriamento, eles produziram uma maior oscilação nas temperaturas, e eles duraram mais tempo.
Essa tendência continuou até o início do Plioceno, cerca de 5,3 milhões de anos atrás, quando o clima
global esfriou consideravelmente e as camadas de gelo começaram a cobrir a América do Norte.
Processos naturais não identificados bombeiam carbono adicional e outros
compostos de aquecimento para a atmosfera e aumentam a temperatura,
levando a eventos de aquecimento extremos e duradouros.
https://eapsweb.mit.edu/people/cwa
https://eapsweb.mit.edu/people/dhr
https://eapsweb.mit.edu/research/lorenz-center
https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.abg6864
https://serc.carleton.edu/teachearth/eos-activities.html?url=https://eos.org/articles/small-climate-changes-could-be-magnified-by-natural-processes
https://www.science.org/doi/abs/10.1126/science.aba6853
3/4
O viés nas estatísticas era consistente com o princípio do “ruído multiplicous”, no qual a extensão das
mudanças em um sistema depende de seu estado. Neste caso, se as variações de temperatura ao longo
de períodos de milhares ou dezenas de milhares de anos aumentarem à medida que o clima fica mais
quente, “isso resultaria em um viés de aquecimento precisamente como o observado”, disse Arnscheidt.
Um viés de aquecimento sugere que um pouco de aquecimento global pode desencadear processos
biológicos ou geoquímicos naturais (que os pesquisadores dizem ainda precisam ser identificados) que
operam de forma mais eficiente sob condições mais quentes. Esses processos bombeiam carbono
adicional e outros compostos de aquecimento para a atmosfera e aumentam ainda mais a temperatura,
levando a eventos de aquecimento extremos e duradouros.
O impulso inicial para eventos de aquecimento pode vir de mudanças na excentricidade da órbita da
Terra, que varia ao longo de um período de cerca de 100.000 anos. Os cientistas observaram que alguns
eventos de aquecimento parecem se alinhar com este ciclo, mas não foram capazes de explicar como a
mudança de excentricidade poderia causar grandes mudanças climáticas. O novo modelo sugere que,
embora a mudança inicial no clima causada pelo ciclo possa ser pequena, os efeitos multiplicadores
podem transformá-la em um grande evento.
Explorando os limites operacionais do clima
O novo estudo sugere que, se o aquecimento atual continuar, o clima pode se
tornar mais suscetível a eventos de aquecimento extremo, como os vistos no
registro geológico.
“O artigo nos leva a explorar muito mais a resposta da Terra ao forçamento orbital nos diferentes estados
climáticos”, disse Thomas Westerhold, diretor do Centro de Ciências do Meio Ambiente Marinho da
Universidade de Bremen, na Alemanha, que liderou o desenvolvimento do banco de dados dos
foraminíferos, mas não esteve envolvido neste projeto. “O sistema climático parece ter limites
operacionais que, uma vez que são passados, o sistema se move para um estado diferente ...
Precisamos saber onde estão esses limites que, uma vez cruzados, não podemos simplesmente
desfazer.”
O estudo não diz que os efeitos multiplicativos aumentarão os efeitos das mudanças climáticas
antropogênicas em breve, observou Arnscheidt. Ele, no entanto, sugere que, se o aquecimento atual
continuar, o clima pode se tornar mais suscetível a eventos de aquecimento extremo como os vistos no
registro geológico.
“Fundamentalmente, este estudo destaca que ainda há muito a ser aprendido sobre os mecanismos que
regem a evolução climática a longo prazo da Terra e que o clima humano que força hoje pode ter efeitos
de longo alcance no futuro a longo prazo”, disse Arnscheidt.
—Damond Benningfield (damond5916?att.net), Escritor de Ciência
Este artigo de notícias está incluído em nosso recurso de ENGAGE para educadores que buscam
notícias científicas para suas aulas em sala de aula. Navegue por todos os artigos da ENGAGE e
compartilhe com seus colegas educadores como você integrou o artigo em uma atividade na seção de
comentários abaixo.
https://www.marum.de/en/Dr.-thomas-westerhold.html
https://www.marum.de/en/index.html
https://www.marum.de/en/index.html
https://undefined/mailto:damond5916@att.net
https://eos.org/engage
4/4
Citação:
Benningfield, D. (em inglês). (2021), as pequenas alterações climáticas poderiam ser ampliadas por
processos naturais, Eos, 102, https://doi.org/10.1029/2021EO163169. Publicado em 16 Setembro 2021.
Texto em 2021. Os autores. CC BY-NC-ND 3.0 (em versão 3.0)
 Exceto quando indicado de outra forma, as imagens estão sujeitas a direitos autorais. Qualquer
reutilização sem permissão expressa do proprietário dos direitos autorais é proibida.
https://doi.org/10.1029/2021EO163169
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/us/