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ESCOLA DA PSICOLOGIA DO SELF

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ESCOLA DA PSICOLOGIA DO SELF
1. Principais conceitos da escola
· Tem origem com a sua insatisfação com as escolas existentes (freud)
· Pacientes buscavam por empatia e afirmação 
· As queixas no consultório na época não eram explicadas pela teoria existente, pois não havia conflito neurótico
· Buscou a explicação a partir das experiências de transferência 
· Pacientes com falha na constituição do self; segundo Kohut a falha estava em uma fase mais precoce, elencada por ele como pré-edípica; ao contrário de Freud que entendia ser na elaboração do complexo de Édipo.
· self multifragmentado e desarmônico
· self no sentido restrito e no self no sentido amplo
· self no sentido restrito: conteúdo ou uma estrutura no aparelho psíquico que apresenta continuidade no tempo.
· dois momentos na formação do self: um primeiro, que pode ser denominado self fragmentado, e um segundo, chamado self coeso.
· self fragmentado ou corpoself fragmentado: seria constituído de partes corporais ou funções mentais individuais.= autoerotismo de Freud
· estágio do self coeso ou corpo-self coeso: partes corporais e funções mentais se amalgamassem, formando uma unidade. Com a formação dessa unidade, a libido estaria investida em um conjunto, não mais em partes. = narcisismo de Freud
· O self coeso faz o sujeito se perceber como real
· Duas fases: arcaico e maduro
· Kohut refere-se ao narcisismo primário como um estágio em que “o bebê originalmente experiência a mãe e seus cuidados não como um outro e suas ações, mas dentro de uma visão de mundo em que a diferenciação eu-outro ainda não foi estabelecida
· perturbação desse estado de narcisismo primário pelas frustrações que o eu experimenta devido às constantes falhas no cuidado – a mãe que não consegue, naturalmente, estar em absoluta sintonia com as demandas = tensão psíquica do bebê
· recursos para controlar as frustrações: o psiquismo idealiza um "outro" onipotente e perfeito, capaz de lhe proporcionar sentimentos de satisfação e completude = imago parental idealizada.
· frustração ótima x frustração excessiva
· Além da formação de uma imago parental idealizada, Kohut diz que outra forma, concomitante à anterior, que o psiquismo arcaico desenvolve para lidar com a perda do estado de perfeição narcísica primária é atribuir ao self arcaico a onipotência, a onisciência e a perfeição, e ao “externo” a imperfeição. O psiquismo cria então uma imagem grandiosa do self, o self grandioso. = NECESSÁRIO E ESPELHAMENTO
· o espelhamento, para Kohut, consiste em dois momentos diferentes: um de aceitação incondicional e outro de respostas mais seletivas.
· O selfobjeto idealizado é internalizado, constituindo as estruturas de controle e canalização do ego.
· As formas patológicas de estabelecimento do self são decorrentes da permanência ou do retorno a instituições arcaicas e à fragmentação
· Bordeline = self fragmentado
· Self no sentido amplo- questiona sua proposta anterior, de que a origem do self estaria na unificação da experiência de partes corporais e funções mentais, e traz uma nova perspectiva: a de um self independente.
· A respeito do self, Kohut diz, então, que ele não se originou da junção de partes, mas que, desde sua origem, já se apresentaria como uma totalidade, mesmo que rudimentar. Isso nos leva a crer que ele deixa de considerar a existência de um self fragmentado precursor de um self coeso/unitário
· o self funcionaria de forma independente das pulsões
· O núcleo do self, ou self nuclear, combinaria um núcleo de ambições e outro de idealizações, que seriam fruto, respectivamente, das respostas parentais ao self grandioso e à imago parental idealizada.
· Quando o self é fortalecido e bem constituído, quando se dá uma formação adequada do self, é ele quem direciona o funcionamento psíquico do indivíduo. O indivíduo se voltaria para a busca da autorrealização, levado por seus ideais e ambições. Assim, de acordo com Kohut é o self, e não as pulsões, que dita as regras quando é bem constituído.
· o self tem uma constituição bipolar e que ambos os polos precisam ser atingidos para que existam prejuízos na constituição do self.
0. Biografia do autor
Heinz Kohut
Psiquiatra e psicólogo austríaco, Heinz Kohut foi  fundador de uma escola de psicanálise que não foi somente uma teoria, mas também um movimento repleto de conferências, centros de treino e organizações: a Escola da Psicologia do Self onde se dá um destaque importante à patologia dos transtornos narcisistas. Formou-se em Medicina na Universidade de Viena em 1938 e desenvolveu posteriormente o seu trabalho nos Estados Unidos da América, para onde foi forçado a emigrar e fugir dos nazis em 1939, pelo facto de ser judeu. Viveu o resto da sua vida em Chicago, onde deu aulas de Psiquiatria e Psicanálise na Universidade.
Mudou de neurologia para psiquiatria e finalmente para psicanálise como ponto central das suas pesquisas. Estudou no Instituto de Psicanálise de Chicago e tornou-se a figura central da psicanálise americana, vindo a ser presidente da Associação Americana de Psicanálise em 1964/65 e o vice-presidente da Associação Internacional de Psicanálise, de 1965 a 1973.
Criou duas novas estruturas em relação ao Self, ambas de formação arcaica:
O self grandioso e o imago parental idealizado.
Kohut via a psicologia do self como uma extensão da psicanálise e lutou contra a ideia de se tornar um movimento separado desta.
A psicologia do self foi fruto do trabalho pioneiro de Kohut com pacientes que sofriam de distúrbios narcísicos, os quais demonstravam um sentimento indefinido de depressão ou insatisfação que conduzia a uma forte vulnerabilidade de autoestima e a uma extrema sensibilidade às ofensas por parte dos outros, juntamente com uma preocupação excessiva pelo corpo e falta de empatia pelo próximo. Esta falta de autoestima teria como causa uma carência de respostas empáticas na primeira fase do desenvolvimento precoce.
Kohut desdramatizava a importância do papel das vicissitudes das defesas e condutas e do complexo do Édipo como sendo as causas primeiras das patologias. No seu lugar enfatizava o papel da falha de uma empatia precoce e a importância do narcisismo como uma linha de separação do desenvolvimento.
A terapia proposta por Kohut centra-se na reconstrução do self fragmentado.
Para Kohut, o objetivo da psicanálise é ajudar o paciente a desembaraçar-se dos objetos arcaicos e a desenvolver um self coeso que possa complementar um desenvolvimento mental saudável.
As suas obras mais importantes são: The Analysis of the Self (1971), The Restoration of the Self (1977) e o livro publicado postumamente How Does Analysis Cure? (1984).
0. Post CANVA
1. Formular a pergunta.
Em relação a metapsicologia de Kohut, ele apresentava compreensões únicas do início ao fim de suas produções.
Quais são essas fases de compreensão?
Para Kohut o self seria “o sentimento seguro de uma pessoa de ser uma unidade bem delimitada, isto é, sua concepção clara de quem é”. Duas concepções de self: restrito e amplo.
O self no sentido restrito (1966 a 1972)
A formação pode ser dividida em dois momentos: fragmentado e coeso. 
O primeiro, que seria anterior à formação de um self propriamente dito, ele seria constituído de partes corporais ou funções mentais individuais.
O estágio do self coeso ou corpo-self coeso seria quando essas partes corporais e funções mentais formam uma unidade. Um self coeso faz com que o indivíduo se perceba como real, como uma unidade, e por conseguinte experiencie o bem-estar subjetivo.
Kohut apresenta uma descrição usada por um paciente que experienciava fragmentação: Sentia como se os lábios fossem “estranhos”, por exemplo; seu corpo tornara-se “alheio” a ele; seus pensamentos agora são “estranhos” etc. – todos termos que expressam o fato de que mudanças regressivas estão, em essência, fora da organização psíquica do paciente. (1971/2009a, p. 30)8
	No self coeso pode-se observar dois momentos do self: um arcaico e outro maduro, pois esse self ainda precisa evoluir de uma configuração arcaica parauma em que se organiza de forma madura. Kohut não traz definições precisas de cada um desses momentos do self. 
Sobre a diferenciação do rudimentar e do maduro: o self pode perceber o objeto tanto como sua extensão quanto como um objeto independente. Cabe ressaltar que Kohut diz que mesmo um self maduro sempre manterá uma relação com os objetos como sua extensão, ou seja, sempre os vivenciará, em certa medida, como selfobjetos. A diferença entre o self arcaico e o maduro é que o primeiro ainda não consegue conceber objetos independentes de si.
O self no sentido amplo - a partir de 1975.
Passa a considerar o self o centro do funcionamento psíquico, uma estrutura supra ordenada e independente das agências psíquicas. Kohut diz, então, que ele não se originaria da junção de partes, mas que, desde sua origem, já se apresentaria como uma totalidade, mesmo que rudimentar
Kohut declara: “estritamente falando, o neonato ainda não tem self”. Assim, mesmo a forma mais rudimentar do self ainda não estaria presente desde o nascimento.
Kohut criou uma teoria que buscava compreender o desenvolvimento narcísico com objetivo de esclarecer a dinâmica de pacientes que apresentavam queixas distintas das neuróticas. Porém o autor acabou criando uma teoria que modifica o entendimento do funcionamento psíquico como um todo.

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