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Lei de Introdução ao Direito Brasileiro

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Decreto-Lei n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução
DIREITO CIVIL
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DECRETO-LEI N. 4.657/1942 – LINDB – INTRODUÇÃO
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB)
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) entra no ordenamento jurí-
dico por meio do Decreto-Lei n. 4.657/1942.
O PULO DO GATO
Essa Lei é muito cobrada nas provas de Direito Civil.
ATENÇÃO
Leia pelo site do Planalto para garantir que está estudando a versão atualizada.
A LINDB trata de regras introdutórias. Até 2018, a Lei possuía 19 artigos. Porém, agora 
são 30 artigos, que foram introduzidos por meio da Lei n. 13.655/2018.
De 1942 até 2010, a LINDB era denominada como sendo de Introdução ao Código Civil 
(LICC). Porém, ela nunca foi aplicada exclusivamente ao Código Civil, pois aplica-se a todo 
ordenamento jurídico. Por isso, houve alteração no nome. 
Obs.: � os artigos que foram introduzidos em 2018 (art. 20 a 30) não se aplicam a todos 
os ramos do direito, apenas ao Direito Público, principalmente no campo do Direito 
administrativo.
A LINDB tem status de Lei Ordinária.
O PULO DO GATO
A mudança do nome da LICC para LINDB já foi tema de prova do CESPE, afirmando que 
a Lei n. 12.376/2010 promoveu apenas uma adequação formal na alteração do nome, sem 
mudar o conteúdo. 
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Decreto-Lei n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução
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A Lei de Introdução tem origem no Direito Francês, especificamente no Código Napole-
ônico de 1804.
Obs.: � em 1858, no projeto Teixeira de Freitas, que trazia a consolidação das leis civis, já 
havia uma ideia de lei introdutória, bem como no Código Civil de Coelho Rodrigues 
de 1890 e no projeto de Beviláqua em 1916.
Basicamente, os arts. 1º ao 19º são entendidos como sendo a Lei das leis; uma norma de 
sobredireito; lex legum. Ou seja, uma lei que se aplica a outras leis. 
A LINDB trata de regras como, por exemplo, quando que uma lei passa a entrar em vigor, 
como acontece a revogação, integração e interpretação de uma lei, regras de Direito Interna-
cional. É uma lei que trabalha as regras de outras leis.
ATENÇÃO
Ou seja, a LINDB é um conjunto de regras e princípios que regulam aspectos referentes a 
outras leis (vigência, aplicação, interpretação, transitória). É de caráter universal.
O PULO DO GATO
É comum cair em prova o termo "norma de sobredireito" para definir a LINDB, o que nada 
mais é do que uma norma de caráter universal, norma sobre norma ou lex legum. 
Temas da LINDB
• Vigência das leis (temporal);
• Vigência no aspecto espacial (local);
• Interpretação das leis;
• Integração das leis (lacunas);
• Fontes;
• Direito Internacional;
• Segurança Pública (art. 20 a 30). 
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Decreto-Lei n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução
DIREITO CIVIL
Obs.: � como a LINDB é uma Lei das leis, é preciso estudar a parte do processo legislativo, 
do art. 59 da Constituição Federal, juntamente com a Lei Complementar n. 95/1998.
ATENÇÃO
A LINDB aplica-se a todos os ramos do direito, no que couber. Exemplo de exceção: 
analogia no Direito Penal, que tem aplicabilidade específica (in bonan partem). No Direito 
Tributário, a analogia é critério de hermenêutica e não pode ser aplicada fora do que está 
previsto no art. 108 do CTN. 
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preparada e ministrada pela professora Roberta Queiroz. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução II
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DL N. 4.657/1942 – LINDB – INTRODUÇÃO II
VIGÊNCIA
“As leis também têm um ciclo vital: nascem, aplicam-se e permanecem em vigor até 
serem revogadas. Esses momentos correspondem à determinação do início de sua vigência, 
à continuidade de sua vigência e à cessação de sua vigência”.
Caio Mário da Silva Pereira
As leis nascem por meio de um Processo Legislativo (PL) e morrem por meio da revogação.
Obs.: � No Brasil, a retirada de uma lei do ordenamento jurídico positivado acontece por 
meio da revogação.
O PULO DO GATO
Uma questão recorrente de prova é afirmar que o princípio da obrigatoriedade é absoluto, 
mas há exceções. O Código Civil, por exemplo, trabalha a excepcionalidade do erro de 
direito, que são situações específicas em que se pode alegar o desconhecimento de 
determinada norma legal.
As leis são regidas, basicamente, por dois princípios fundamentais:
a) Princípio da Obrigatoriedade das Leis: uma vez em vigor, a lei torna-se obrigatória 
para todos os seus destinatários (art. 3º da LINDB). Tal dispositivo visa garantir a estabilidade 
e a eficácia do sistema jurídico que ficaria comprometido se fosse admitida a alegação de 
ignorância de lei em vigor. O erro de direito (que seria a alegação de desconhecimento da lei) 
só pode ser invocado em raríssimas ocasiões e quando não houver o objetivo de furtar-se o 
agente ao cumprimento da lei.
Obs.: � Para a LINDB, o desconhecimento da lei não pode ser alegado. Na análise do direito 
civil, admite-se o “error” em situações especialíssimas (art. 139, III).
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução II
DIREITO CIVIL
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Se não houvesse o princípio de obrigatoriedade, haveria insegurança jurídica, pois a 
pessoa não será respaldada sob a alegação de que não tinha conhecimento da lei. 
b) Princípio da Continuidade das Leis: a partir de sua vigência, a lei tem eficácia con-
tínua, até que outra a revogue (embora possam existir “leis temporárias” – art. 2º da LINDB). 
O desuso ou o decurso de tempo, não fazem com que a lei perca sua eficácia.
Obs.: � Continuidade significa que a lei tem aplicação contínua até que outro princípio a 
revogue. Exemplo: enquanto não houver um novo Código Civil, o de 2002 está em 
vigência. Outro exemplo: até pouco tempo, o adultério era considerado crime, pois 
é a violação dos deveres conjugais. Além de ser um ato ilícito civil, era criminal. 
Porém, não foi revogado devido a quantidade de pessoas que cometiam o adultério, 
mas porque uma outra lei revogou a classificação criminal. Ou seja, no Brasil, não se 
aplica o desuetudo, que o costume negativo revogando uma norma.
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE) A proibição de desconhecimento da lei imposta é absoluta.
COMENTÁRIO
Não é absoluta.
2. (CESPE) Consoante a LINDB, há uma presunção absoluta de que todos conhecem as 
leis brasileiras.
COMENTÁRIO
Não é absoluta.
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução II
DIREITO CIVIL
A lei nasce pelo procedimento legislativo que, em regra, consiste em:
1. Iniciativa
2. Deliberação parlamentar
3. Deliberação executiva
4. Promulgação
5. Publicação
ATENÇÃO
Vigência é o momento em que a lei tem obrigatoriedade e continuidade.
Na fase de deliberação executiva, é possível vetar dispositivos específicos, não a lei inteira.
A lei só existe após a promulgação, com a assinatura e sanção do presidente. Porém, 
precisa de um tempo para que seja conhecida, o que acontece com a publicação. 
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ATENÇÃO
Antes da vigência de determinada lei, há um momento (prazo) de adaptação que dura 45 
dias. Esse período é conhecido como vacatio legis. 
DIRETO DO CONCURSO
3. O período de vacacio legis é de 45 dias após a promulgação.
COMENTÁRIO
Após a publicação.
4. A lei nova passa a existir a partir da publicação, tendo-se o período de vacacio legis para 
a produção de efeitos.
COMENTÁRIO
A lei passa a existir com a promulgação. A publicação é para ela produzir efeitos.
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução II
DIREITO CIVIL
Obs.: � Ou seja, Dilma promulgou em 16 de março de 2015. 
ATENÇÃO
Quando se fala em via de regra, significa que o prazo de vacatio legis pode ser maior ou 
menor que 45 dias, segundo a complexidade, conforme o CPC/2015, que levou um ano 
para entrar em vigência, e o CC/2002.
GABARITO
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DL N. 4.657/1942 – LINDB – INTRODUÇÃO III
VIGÊNCIA
RELEMBRANDO
Já tratamos em aulas anteriores acerca do tópico da vigência. Dentro desse tema, foram 
estudados os seguintes princípios: princípio da obrigatoriedade das leis e princípio 
da continuidade das leis. Esses dois princípios são inerentes à própria vigência. A 
partir da vigência da lei, ela passa a ter obrigatoriedade, não podendo ser alegado o 
seu desconhecimento. Conforme o princípio da continuidade, salvo a questão das leis 
temporárias, quando a lei nova entra no ordenamento jurídico, não é sabido até que 
momento ela ficará. Exemplo: Código Civil de 1916, que só foi revogado quando o Código 
Civil de 2002 entrou em vigor.
Além desses princípios, tratamos a respeito do processo legislativo (iniciativa, deliberação 
parlamentar, deliberação executiva, promulgação e publicação). Vale destacar que a 
promulgação é condição de existência e a publicação diz respeito à produção dos efeitos.
Obs.: no Direito Constitucional, ao estudar a parte de processo legislativo, algumas dessas 
fases não existiram em determinados atos normativos.
A vacatio legis é o momento em que a lei tem vigência (tem vida). É nesse momento que 
se tem a obrigatoriedade e a continuidade.
Cabe mencionar que a LINDB traz regras sobre outras leis. Ela é a lei das leis.
Em seu art. 1º, a LINDB trata da regra da vigência. Entretanto, para que as pessoas não 
possam alegar o desconhecimento da norma, deve-se ter um prazo para que a norma seja 
efetivamente conhecida. Em regra, de acordo com a LINDB, esse prazo será de 45 dias. 
Todavia, existe a possibilidade de esse prazo ser superior ou inferior a 45 dias. Ainda, 
pode ser que nem haja prazo. O próprio legislador trará na lei nova, se houver, o prazo de 
vacatio legis.
Obs.: em caso de lei brasileira que traga regras para questões estrangeiras, o prazo é 
de 3 meses.
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução III
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Lei
Nova
Regra: 45 dias
+complexa
"Vacatio Legis"
3 meses – estrangeiro
lei
latente
-complexa
viver morrer
Revogadavigência
*Obrigatoriedade
*Continuidade
existência
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Exemplo do Código de Processo Civil de 2015:
III – os arts. 2º, 3º, 4º, 6º, 7º, 11, 12 e 17 da Lei n. 1.060/1950;
IV – os art.s. 13 a 18, 26 a 29 e 38 da Lei n. 8.038/1990;
V – os arts. 16 a 18 da Lei n. 5.478/1968; e
VI – o art. 98, § 4º, da Lei n. 12.529/2011.
Brasília, 16/03/2015; 194º da Independência.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Jaques Wagner
Joaquim Vieira Ferreira Levy
Luís Inácio Lucena Adams
Esse texto não substitui o publicado no DOU de 17/03/2015
vigência
Vacatio LegisPro
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1 ano 2016
É importante relembrar que o prazo de vacatio legis, em anos, é contado como um ano 
“cheio”. Além disso, a contagem é contínua e o dia da publicação e a data final são incluídas.
Ainda, a lei passa a ter vigência no dia imediatamente seguinte (e não no dia útil seguinte), 
não importando se é final de semana ou feriado.
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução III
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Outro exemplo:
Código Civil de 2002
Art. 2.043. Até que por outra forma se disciplinem, continuam em vigor as disposições de natureza 
processual, administrativa ou penal, constantes de leis cujos preceitos de natureza civil hajam sido 
incorporados a este Código.
Art. 2.044. Este Código entrará em vigor 1 (um) ano após a sua publicação.
Art. 2.045. Revogam-se a Lei n. 3.071/1916 – Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, 
Lei n. 556/1850.
Art. 2.046. Todas as remissões, em diplomas legislativos, aos Códigos referidos no artigo antece-
dente, consideram-se feitas às disposições correspondentes deste Código.
Brasília, 10/01/2002; 181º da Independência e 114º o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Aloysio Nunes Ferreira Filho
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 11/01/2002.
vigência
Vacatio LegisPro
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1 ano 2003
CELEUMA: VIGÊNCIA X VIGOR
Embora o legislador use a expressão “vigor”, “vigência” não é a mesma coisa que “vigor”. 
De acordo com a LINDB:
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias 
depois de oficialmente publicada.
Trata-se de uma terminologia equivocada, sendo utilizada como sinônimo de vigência. 
Todavia, se a questão de prova cobrar a literalidade da lei, pode-se aceitar “vigor” como sinô-
nimo de “vigência”.
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução III
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CONCEITOS
Vigência: deriva da expressão latina vigentia (estar em voga, vigorar), que significa a 
qualidade de vigente, o tempo durante o qual uma coisa vige ou vigora. É a qualidade da 
norma no que diz respeito ao seu tempo de validade.
É o período de vida da lei, que vai do momento em que ela entra em vigor (passa a ter 
força vinculante; início da obrigatoriedade) até o momento em que é revogada, ou em que se 
esgota o prazo prescrito para sua duração (lei temporária). Lei em vigor é a que se mantém 
em voga, para ser efetivamente aplicada aos casos sob o seu regime.
Validade: qualidade da norma por terem sido obedecidas as condições formais e mate-
riais de sua produção (devido processo legislativo) e consequente integração no sistema 
jurídico da sociedade.
Há que se falar também em validade constitucional. Se determinada matéria poderia ser 
objeto de lei, é porque ela tem validade. Se ela não tem validade, é porque houve violação 
de regras constitucionais.
Para que a lei chegue a ter vigência, é preciso que ocorra o processo legislativo. Nesse 
caso, a lei será válida.
Eficácia: qualidade da norma que está em vigor no tocante à possibilidade de produção 
de efeitos concretos, seja porque foram cumpridas as condições exigidas para tal (eficácia 
jurídica ou técnica), seja porque estão presentes as condições fáticas exigíveis para sua 
observância, espontâneaou imposta, ou para a satisfação dos objetivos visados (eficácia 
social ou efetividade). 
Todas as normas em vigência possuem eficácia?
Pode ser que uma lei tenha validade e vigência, pois já está em vigor, mas não esteja apta 
a produzir efeitos concretos, porque pode ser que dependa ainda de um ato a ser praticado.
O PULO DO GATO
É possível que os conceitos de vigência e vigor sejam cobrados de duas formas: 
representando a mesma coisa (sinônimos) ou coisas diferentes. Deve-se ter atenção ao 
comando da questão. O CESPE é uma banca que cobra muito esses conceitos.
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Exemplo do Código de Civil de 1916:
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CC/1916
CC/022003
VACATIO VIGÊNCIA
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Revogada
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2002 pr
om
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1 ano
Em 1916, começou a vigência do Código Civil, que permaneceu assim até janeiro de 
2003. A partir de 2003, começou a vigência do Código Civil de 2002, o qual ainda perma-
nece em vigor.
Em 2002, o novo Código foi promulgado, mantendo-se em vacatio legis por um ano.
No período de vacatio legis, qual lei é aplicada?
É a lei revogada, pois a lei em vacatio legis ainda não possui vigência.
Qual é a lei que está em vigência atualmente?
O Código Civil de 2002. Portanto, o Código Civil de 1916 é a lei revogada (que não possui 
mais vigência).
É possível que uma lei revogada produza efeitos prospectivos?
Sim, pois vigência é diferente de vigor. É possível haver uma lei que não está mais 
vigente, mas que ainda esteja em vigor em alguns aspectos. 
É possível que, em 2005, o Código Civil de 1916 seja aplicado?
Sim!
Obs.: é possível que uma lei que não tenha mais vigência continue tendo vigor. Esse fe-
nômeno chama-se ultra-atividade da norma ou pós-atividade da norma. Assim, o 
Código Civil de 1916 pode ser aplicado hoje, pois continua regendo situações con-
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução III
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solidadas sob sua égide. Exemplo: algumas pessoas casaram sob os regimes de 
bens do Código de 1916. Esses regimes de bens ainda são regulados hoje. Um 
outro exemplo é a enfiteuse, que não existe mais no Código Civil atual. Entretanto, 
como as enfiteuses do Código de 1916 eram perpétuas, ainda hoje é possível que 
ele seja aplicado.
Portanto, é possível que uma lei não tenha mais vigência por ter sido revogada, mas 
continue tendo vigor (ultra-atividade da norma ou pós-atividade da norma). Esse é mais um 
argumento para provar que vigência e vigor são conceitos distintos. 
Regras da LINDB
Art. 1º Salvo disposição em contrário, uma lei começa a vigorar, em todo o país, quarenta e cinco 
dias depois de oficialmente publicada.
Este dispositivo prevê um intervalo de tempo entre a publicação da lei e a data de início 
de sua vigência.
Não é regra absoluta, pois quase todas as leis contêm em seu texto disposição prescre-
vendo sua entrada em vigor na data da respectiva publicação.
O espaço compreendido entre a publicação da lei e sua entrada em vigor denomina-se 
VACATIO LEGIS. Geralmente este prazo é estabelecido para melhor divulgação dos textos 
legais antes que eles entrem em vigor e para que os órgãos da Administração se aparelhem 
melhor ao novo texto legal. Enquanto não transcorrido esse período, a lei nova, mesmo que 
já publicada, ainda não tem força obrigatória ou vinculante.
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução III
DIREITO CIVIL
Esse é um critério de vigência simultânea/sincronizada ou de prazo único, uma vez que 
a lei entra em vigor na mesma data, em todo o país, sendo simultânea a sua obrigatoriedade 
(sistema da obrigatoriedade simultânea). Mas, isso não quer dizer que não seja possível uma 
vigência progressiva, que era a regra da LINDB anterior. Assim, ainda há leis que possuem 
vigência progressiva.
DIRETO DO CONCURSO
1. (MPE-MS) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e 
cinco dias depois de oficialmente promulgada.
COMENTÁRIO
Art. 1º da LINDB.
2. (CESPE) Não havendo disposição em contrário, o início da vigência de uma lei coincidirá 
com a data da sua publicação.
COMENTÁRIO
O prazo de vigência é, em regra, de 45 dias.
3. (CESPE) O direito pátrio tem como regra a aplicação da lei nova aos casos futuros, con-
tinuando a norma revogada a reger os casos pendentes.
COMENTÁRIO
A lei nova possui aplicabilidade imediata e geral aos casos pendentes e futuros.
GABARITO
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DL 4.657/42 – LINDB – Introdução IV
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DL 4.657/42 – LINDB – INTRODUÇÃO IV
RELEMBRANDO
É possível que uma lei não tenha mais vigência por ter sido revogada, mas continue tendo 
vigor (ultra-atividade da norma ou pós-atividade da norma). Esse é mais um argumento 
para provar que vigência e vigor são conceitos distintos.
Além disso, a primeira regra da LINDB foi vista:
Art. 1º Salvo disposição em contrário, uma lei começa a vigorar, em todo o país, quarenta e cinco 
dias depois de oficialmente publicada.
Esse é um critério de vigência simultânea/sincronizada ou de prazo único, uma vez que a 
lei entra em vigor na mesma data, em todo o país, sendo simultânea a sua obrigatoriedade 
(sistema da obrigatoriedade simultânea). No entanto, isso não quer dizer que não seja 
possível uma vigência progressiva, que era a regra da LINDB anterior. Assim, ainda há leis 
que possuem vigência progressiva.
Regras da LINDB
O prazo de quarenta e cinco dias não se aplica aos atos normativos administrativos 
(decretos, resoluções, portarias, instruções normativas, regimentos, regulamentos etc.) cuja 
obrigatoriedade determina-se pela publicação oficial. Esse prazo é aplicável aos atos norma-
tivos primários (atos que decorrem do processo legislativo da Constituição Federal).
Atos administrativos, que decorrem do poder normativo, passam a ter vigência imediata-
mente na publicação. Tornam-se, assim, obrigatórios desde a data de sua publicação, salvo 
se dispuserem em contrário, não alterando a data da vigência da lei a que se referem. A falta 
de norma regulamentadora é hoje suprida pelo mandado de injunção. Isso decorre da previ-
são do art. 5º do Decreto n. 572/1890.
Art. 5º Os decretos sobre interesse individual ou local, as instruções e avisos para a boa execução 
das leis e quaisquer atos de privativa atribuição do poder executivo, são exequíveis desde que 
deles tiverem conhecimento os interessados e as autoridades competentes por meio do Diário 
Oficial, ou forma autêntica.
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DL 4.657/42 – LINDB – Introdução IV
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Obs.: � Não é necessário preocupar-se com o fato de esse decreto estar revogado ou não.
Observa Tércio Sampaio Ferraz que “o texto relaciona claramente vigência ao aspecto 
temporal da norma, a qual, no período (de vigência) tem vigor. Ora, o vigor de uma norma tem 
a ver com sua imperatividade, com sua força vinculante. Tanto que, embora a citada regra da 
Lei de Introdução determine o vigor da norma até sua revogação, existem importantes efeitos 
de uma norma revogada (e que,portanto, perdeu a vigência ou tempo de validade) que nos 
autorizam dizer que vigor e vigência designam qualidades distintas”.
Vigência diz respeito ao momento que a lei tem aplicabilidade, obrigatoriedade e conti-
nuidade; quando uma lei não tem mais vigência, ela está revogada. Quando uma lei está em 
vigência, ela tem vigor. Entretanto, é possível que uma lei revogada continue tendo vigor, 
mesmo não tendo vigência, pois vigência e vigor são coisas diferentes. O vigor é a força 
normativa, que não necessariamente depende da vigência (ultra-atividade da norma ou pós-
-atividade da norma).
Art. 1º [...] § 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se 
inicia três meses depois de oficialmente publicada.
Isto é, se uma lei for editada no Brasil, mas para surtir efeitos no estrangeiro (em geral 
quando cuida de atribuição de ministros, embaixadores, cônsules, convenções de direito 
internacional etc.) e esta lei for omissa quanto à data que entrará em vigor (a data de sua 
vigência efetiva), esta lei somente entrará em vigor 03 (três) meses após a sua publicação.
Art. 1º [...] § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, desti-
nada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova 
publicação.
Uma lei pode ter sido publicada com algum erro substancial (possível divergência de 
aplicabilidade). O art. 1º, § 3º, da LINDB estabelece que “se antes de entrar em vigor ocor-
rer nova publicação desta lei, destinada à correção de seu texto, o prazo deste artigo e dos 
parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação”.
Na realidade, haverá uma recontagem do prazo de vacatio legis. 
No entanto, vale mencionar a LINDB não dispõe se o novo prazo será aplicado para a lei 
inteira ou só para os dispositivos republicados. Sobre esse ponto, a doutrina sugere que o 
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DL 4.657/42 – LINDB – Introdução IV
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dispositivo alterado seja analisado. Se o dispositivo alterado for de baixa relevância, o prazo 
será contado apenas em relação a ele; se o dispositivo alterado for de alta relevância, o prazo 
será contado para toda a lei.
Art. 1º [...] § 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Para que haja alteração do texto de uma lei, é necessário que isso decorra de uma nova 
lei. De outra sorte, as correções de texto de lei que já está em vigor consideram-se lei nova, 
pois o art. 1º, § 4º, da LINDB estabelece esta regra. Assim, sujeita-se, naturalmente, aos 
prazos normais das demais leis. (novo processo legislativo, pois se trata de lei nova)
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE) Quando a republicação de lei que ainda não entrou em vigor ocorrer tão somen-
te para correção de falhas de grafia constantes de seu texto, o prazo da vacatio legis não 
sofrerá interrupção e deverá ser contado da data da primeira publicação.
COMENTÁRIO
Se houver correção durante o período de vacatio legis, é preciso que haja a recontagem.
2. (CESPE) Correções de texto de lei já em vigor não se consideram lei nova.
COMENTÁRIO
As alterações na redação de uma lei dependem de outra lei.
3. (CESPE) As correções de texto, de qualquer natureza, ocorridas após a publicação da lei, 
não interferem no termo a quo de sua vigência, na medida em que não se consideram lei 
nova por não alterar seu conteúdo.
COMENTÁRIO
Item em desacordo com os conteúdos estudados.
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DL 4.657/42 – LINDB – Introdução IV
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Como ocorre a contagem do prazo de vacatio legis?
Vacatio legis ocorre quando há promulgação → publicação. A partir daí, começa a contar 
o período de vacatio legis. Após esse prazo, a lei passa a ter vigência.
• A promulgação confere existência à lei no ordenamento jurídico.
• A publicação é condição de eficácia.
• O prazo de vacatio legis é, em regra, de 45 dias.
A Lei Complementar n. 95/1998 dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a 
consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Fede-
ral (processo legislativo) [...].
Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável 
para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua 
publicação" para as leis de pequena repercussão.
Embora a regra de vacatio legis seja de 45 dias, quando a própria lei trouxer um prazo, 
este será aplicado em detrimento daquele.
Tal regra está prevista no art. 8º, § 1º, da Lei Complementar n. 95/1998, texto modificado 
pela Lei Complementar n. 107/2001 e regulamentada pelo Decreto n. 4.176/2002, que dispõe 
sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o 
parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal.
O prazo de vacatio legis conta-se incluindo-se o dia do começo (ou seja, o dia da publi-
cação da Lei) e também do último dia do prazo (que é o dia do seu vencimento). Assim, a 
lei entrará em vigor no dia subsequente a sua consumação integral (ainda que seja sábado, 
domingo ou feriado). [art. 8º, § 1º]
Ainda:
Art. 8º [...] § 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei 
entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial.
Obs.: � O dia para entrada em vigor da lei não precisa ser, necessariamente, útil. Isso ocor-
reu com o novo Código Civil, que passou a ter vigência no dia 18/03/2016. Ele foi 
publicado dia 17/03/2015 (vacatio legis de 1 ano).
RELEMBRANDO
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco 
dias depois de oficialmente publicada.
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DL 4.657/42 – LINDB – Introdução IV
DIREITO CIVIL
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se 
inicia três meses depois de oficialmente publicada.
§ 2º Revogado
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada 
a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova 
publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Até quando a lei terá vigência?
Não se destinando à vigência temporária, uma lei terá vigor até que outra a modifique ou 
a revogue. É o que dispõe o art. 2º, caput da LINDB.
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou re-
vogue.
Regra geral: a lei não tem um prazo certo para vigorar; ela permanece em vigor enquanto 
não for modificada ou revogada por outra. (Eficácia contínua – Princípio da continuidade)
Exemplo: Código Civil de 1916 permaneceu em vigência até ser revogada pelo novo 
Código Civil.
Lei temporária é a que nasce com termo prefixado de duração ou com um objetivo a ser 
cumprido. A Lei já nasce com um prazo para perder sua vigência.
Significado de Revogar
Revocatio, revocare – anular, invalidar, desfazer, desvigorar; significa tornar sem efeito 
uma lei ou qualquer outra norma jurídica; é a supressão da força obrigatória da lei, retirando 
sua a eficácia.
GABARITO
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ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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DL 4.657/42 – LINDB – INTRODUÇÃO V
REVOGAÇÃO
Uma lei sai do ordenamento jurídico quando é revogada.
Revocatio, revocare – anular, invalidar, desfazer, desvigorar; significa tornar sem efeito 
uma lei ou qualquer outra norma jurídica; é a supressão da força obrigatória da lei, retirando 
sua a eficácia.
Exemplo: Código Civil de 2002 revogou inteiramente o Código Civil de 1916.
ATENÇÃO
No Brasil, somente lei revoga lei (critério legal). Além disso, não se admite costume negativo 
como forma de revogação. Portanto, uma lei não sai do ordenamento jurídico pelo fato de 
as pessoas não a observarem.
É importante destacar que o adultério deixou de ser crime, pois uma lei assim dispôs.
Quando ocorre a revogação?
O art. 2º, § 1º, da LINDB dispõe que a lei posterior revoga a anterior em nos seguintes casos:
• quando expressamente assim o declare;
• quando seja com ela incompatível;
• quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou re-
vogue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incom-
patível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
Existem três situações de revogação que nos conduzem a duas espécies de revogação 
(expressa e tácita).
Cabe destacar que, de acordo com a lei complementar, a regra de revogação é a expressa 
(a lei nova deve constar expressamente os itens revogados da lei anterior). Contudo, é muito 
comum verificar decisões judicias que mencionam que uma lei foi tacitamente revogada 
por outra.
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DL 4.657/42 – LINDB – Introdução V
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Espécies de Revogação
O PULO DO GATO
Geralmente, as bancas de concursos públicos gostam de confundir o candidato chamando 
derrogação de revogação total e ab-rogação de revogação parcial.
1. Total (ab-rogação) – quando a lei nova regula inteiramente a matéria da lei anterior, 
ou quando existe incompatibilidade (explícita ou implícita) entre as leis. A norma anterior 
perde sua eficácia na totalidade. Exemplos: Código Civil de 1916 e Código de Processo Civil 
de 1973. 
Lei n. 13.105 de 16/03/2015 – Código de Processo Civil:
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos proces-
sos pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869/1973. (ab-rogação)
§ 1º As disposições da Lei n. 5.869/1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos 
especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início 
da vigência deste Código. (ultra-atividade da norma)
2. Parcial (derrogação) – quando torna sem efeito apenas uma parte da lei ou norma, 
permanecendo em vigor todos os dispositivos que não foram modificados. Exemplo:
Lei n. 13.105 de 16/03/2015 – Código de Processo Civil:
Art. 1.060. O inciso II do art. 14 da Lei n. 9.289/1996, passa a vigorar com a seguinte redação: [...]
3. Expressa (ou por via direta) – quando a lei nova taxativamente declara revogada a lei 
anterior ou aponta os dispositivos que pretende suprimir (art. 2º, § 1º, LINDB).
O art. 9º da Lei Complementar n. 95/1998, com a redação da Lei Complementar n. 
107/2001, estabelece que “a cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as 
leis ou disposições legais revogadas”.
4. Tácita (indireta ou via oblíqua) – quando a lei posterior é incompatível com a anterior 
e não há disposição expressa no texto novo indicando a lei que foi revogada. Diz o art. 2º, 
§ 1º, LINDB, que ocorre a revogação tácita quando “seja com ela incompatível ou quando 
regule inteiramente a matéria que tratava a lei anterior”. Geralmente o legislador utiliza, no 
final das leis, a seguinte expressão genérica: “revogam-se as disposições em contrário”.
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• Expressa: quando expressamente assim o declare;
• Tácita: quando seja com ela incompatível;
• Tácita: quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
Observações Importantes
É possível a ultra-atividade ou pós-atividade da norma, que, nada mais é do que a possi-
bilidade de produção de efeitos por uma lei revogada.
Lei revogada → não tem mais vigência, mas tem vigor. 
Exemplo: Art. 1.046, § 1º, CPC.
No direito brasileiro, não existe a possibilidade de retirar o efeito de uma lei por meio de 
um costume – é a chamada supremacia da lei sobre os costumes. É a inadmissibilidade do 
desuetudo – uma espécie de costume negativo ou desuso.
Nesse sentido, dispõe o STJ:
“A eventual tolerância ou a indiferença na repressão criminal, bem assim o pretenso 
desuso não se apresenta, em nosso sistema jurídico-penal, como causa de atipia 
(Precedentes).
II – A norma incriminadora não pode ser neutralizada ou ser considerada revogada em 
decorrência de, v.g., desvirtuada atuação policial (art. 2º, caput da LICC). Recurso conhecido 
e provido. (REsp 146.360/PR, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 
19/10/1999, DJ 08/11/1999 p. 85)”
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE) O sistema jurídico brasileiro admite que, devido ao desuso, uma lei possa dei-
xar de ser aplicada.
COMENTÁRIO
O desuetudo não é causa de revogação, mas é possível o uso do desuso como cláusula de 
interpretação. O juiz vai analisar, na causa concreta, se essa situação pode ser interpretada 
de uma maneira diferenciada.
2. (CESPE) Para ser aplicada, a norma deverá estar vigente e, por isso, uma vez que ela 
seja revogada, não será permitida a sua ultra-atividade.
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COMENTÁRIO
A ultra-atividade é possível de ocorrer.
O que significa repristinação?
Vem do termo italiano repristinare, que significa reconstituir, restituir ao valor, caráter ou 
estado primitivo.
Repristinação é o restabelecimento da eficácia de uma lei anteriormente revogada.
Art. 2º [...] § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revoga-
dora perdido a vigência. 
A lei “A” foi revogada pela lei “B” (revogadora). Agora, a lei “C” revogou a lei “B”. Nesse 
caso, a repristinação seria a restauração da lei “A” pelo fato de a lei “C” ter revogado a lei “B”. 
Em regra, isso não ocorre no Brasil. Todavia, a repristinação que não ocorre no Brasil é a que 
acontece de forma automática. É o que dispõe o art. 2º, § 3º:
Art. 2º [...] § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revoga-
dora perdido a vigência.
É ou não possível que ocorra o fenômeno da repristinação?
No Brasil, não há repristinação ou restauração automática da lei velha, se uma lei mais 
nova for revogada. Contudo, no Brasil, admite-se repristinação se ocorrer de forma expressa.
EFEITO REPRISTINATÓRIO
É preciso ter em mente que repristinação não é a mesma coisa que efeito repristinatório 
(embora alguns doutrinadores afirmem o contrário).
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DL 4.657/42 – LINDB – Introdução V
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No efeito repristinatório, a lei “A” foi revogada pela lei “B”. Agora, o STF declara a lei “B” 
inconstitucional. Nesse caso, a terceira fase é exercida pelo controle de constitucionalidade, 
diferente da repristinação, que é feita por uma outra lei. 
Para evitar o vácuo legislativo, o STF faz uma modulação nos efeitos, pois a decisão que 
declara a inconstitucionalidade é declaratória, e possui efeitos ex tunc (retira a lei “B” do orde-
namento jurídico como se ela nunca existisse).
É o que ocorre no controlede constitucionalidade da lei revogadora, ou seja, se a lei revo-
gadora for declarada inconstitucional haverá o efeito repristinatório, restaurando-se os efeitos 
da norma revogada, já que a norma revogadora será considerada nunca existente.
O que ocorre com leis gerais e especiais?
É muito comum cair numa prova que se há uma lei geral e entra uma lei específica no 
ordenamento jurídico, esta revoga aquela. É comum também cair que lei geral revoga lei 
específica. No entanto, será quais leis gerais e leis especiais são capazes de revogar só por 
serem gerais e especiais?
Quais são os tipos de revogação? Expressa e tácita.
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DL N. 4.657/1942 – LINDB – INTRODUÇÃO VI
Na aula anterior, foi tratado sobre o fenômeno da revogação.
A respeito desse fenômeno, vale mencionar que, no Brasil, somente lei retira uma lei do 
ordenamento jurídico. A revogação pode ser total (ab-rogação: lei nova retira integralmente 
a lei anterior) e parcial (derrogação: lei nova retira apenas partes da lei anterior). Além disso, 
tem-se revogação expressa, que é a regra, e tácita, a qual acontece quando a lei nova regula 
inteiramente matéria de lei anterior ou em casos de incompatibilidade.
Analisamos também a questão da ultra-atividade ou pós-atividade. É possível que uma 
lei revogada (que não possui mais vigência) continue tendo vigor. É o que ocorre com o art. 
1.046, § 1º, CC. Ainda, no Brasil, não se admite o desuetudo (revogação da norma por um 
costume negativo).
Estudamos também a repristinação, que ocorre quando uma lei nova revoga a lei anterior 
e, posteriormente, essa mesma lei que revogou a anterior é revogada por uma terceira lei. 
Ademais, é importante destacar que, no Brasil, a repristinação não é automática (tem que ser 
expressa). É importante também não confundir repristinação (Direito Civil) com efeito repris-
tinatório (Direito Constitucional). Cabe mencionar que alguns doutrinadores adotam repristi-
nação como sinônimo de efeito repristinatório.
LEIS GERAIS E LEIS ESPECIAIS
Se há uma lei geral (exemplo: Código Civil) e uma lei especial (Lei de Alimentos), elas 
convivem tranquilamente. Assim, não há que se falar em revogação de lei só por ser geral 
ou especial. A revogação acontece nos seguintes moldes: revogação total (ab-rogação) ou 
parcial (derrogação); expressa ou tácita. Portanto, uma lei nova, sendo geral ou especial, não 
tem o condão de revogar uma lei anterior só por ser geral ou especial.
A Lei de Alimentos é de 1968 e o Código Civil é de 2002. Nesse cenário, o Código Civil 
revogou a Lei de Alimentos?
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução VI
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Não! Embora alguns dispositivos sejam interpretados de maneira distinta, uma não revo-
gou a outra.
Pode acontecer de uma lei especial revogar algum dispositivo da lei geral, mas isso acon-
tece se houver disposição expressa ou tacitamente.
De acordo com a LINDB:
Art. 2º [...] § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, 
não revoga nem modifica a lei anterior.
Quando o dispositivo menciona a expressão “a par”, significa que as duas leis irão con-
viver em harmonia.
O PULO DO GATO
É muito comum que as bancas de concursos públicos desvirtuem esse dispositivo. As 
questões costumam dizer que lei especial revoga lei geral e vice-versa.
ATENÇÃO
Entre lei geral e lei especial, não acontece nada, salvo se isso constar expressamente ou 
ocorrer de forma tácita.
Norma especial: tem um conteúdo especializado dentro de um certo ramo do Direito. 
Exemplo: Lei de Alimentos. 
Norma geral: aborda todo um ramo específico do Direito. Exemplo: Código Civil.
Obs.: a norma geral não revoga a especial e a norma especial não revoga a geral.
Quando a lei especial regula determinada matéria que também está prevista num Código, 
contendo outras disposições a mais que não se encontram no Código e que não contradizem 
o novo direito, ambas continuarão em vigor, coexistindo.
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução VI
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A norma especial pode revogar a geral quando dispuser sobre esta revogação de forma 
explícita ou implícita, momento em que regula a mesma matéria que a geral, modificando o 
seu conteúdo.
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE) A Lei n. XX/XXXX, composta por quinze artigos, elaborada pelo Congresso 
Nacional, foi sancionada, promulgada e publicada. A respeito dessa situação, assinale a 
opção correta, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
a. Se algum dos artigos da lei sofrer alteração antes de ela entrar em vigor, será contado 
um novo período de vacância para o dispositivo alterado.
b. Caso essa lei tenha revogado dispositivo da legislação anterior, automaticamente ocor-
rerá o efeito repristinatório se nela não houver disposição em contrário.
c. A lei irá revogar a legislação anterior caso estabeleça disposições gerais sobre assunto 
tratado nessa legislação.
d. Não havendo referência ao período de vacância, a nova lei entra em vigor imediata-
mente, sendo eventuais correções em seu texto consideradas nova lei.
e. Não havendo referência ao período de vacância, a lei entrará em vigor, em todo o ter-
ritório nacional, três meses após sua publicação.
COMENTÁRIO
É a partir da promulgação que a lei passa a ter existência no ordenamento jurídico. Com 
a publicação, a norma passa a ter efeitos. Após a publicação, tem-se o período de vacatio 
legis. De acordo com a LINDB, em regra, o prazo de vacatio legis é de 45 dias. Por exceção, 
se a lei produzir efeitos no exterior, o prazo é de 3 meses. Caso ocorra alguma alteração 
do dispositivo, retoma-se a contagem da vacatio legis. Entretanto, se ocorrer alteração de 
dispositivo após a vigência da lei, essa alteração deve ocorrer através de uma lei nova.
a) quando, no período de vacatio legis, ocorre alguma alteração do dispositivo, a LINDB 
menciona que esse período deverá ser recontado (começar de novo). Todavia, a LINDB 
não menciona se a contagem deve ocorrer para a lei toda ou só para o dispositivo. Assim, 
interpreta-se da seguinte forma: se o dispositivo alterado for de alta relevância, a recontagem 
é feita para toda a lei; se for de baixa relevância, a recontagem será apenas do dispositivo.
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução VI
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b) o efeito repristinatório não é automático no Brasil.
c) simplesmente por lei ser geral ou especial, não há que se falar em revogação.
d) não havendo referência, aplica-se a regra (45 dias).
e) mesma justificativa do item anterior.
2. (FCC) Antes da vigência da Lei n. 13.146/2015, eram considerados absolutamente inca-
pazes aqueles que não podiam exprimir a vontade, ainda que por causa transitória. Com 
a vigência da Lei n. 13.146/2015, passaram a ser considerados absolutamente incapa-
zes apenas os menores de dezesseis anos. Esta mesma lei tratou como relativamente 
incapazes aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade.A Lei n. 13.146/2015 tem aplicação
a. Imediata, porém, não atingindo as pessoas que já não podiam exprimir a vontade quan-
do do início da vigência da referida norma, as quais continuam a ser consideradas 
absolutamente incapazes, em razão da proteção ao direito adquirido.
b. Ultra-ativa, atingindo apenas as pessoas que passaram a não poder exprimir a vonta-
de, por causa transitória ou permanente, depois do início da vigência da referida norma.
c. Imediata, atingindo todas as pessoas que, no início da vigência da referida norma, não 
podiam exprimir a vontade, por causa transitória ou permanente, as quais passaram a 
ser consideradas relativamente incapazes.
d. Imediata, porém, não atingindo as pessoas que já não podiam exprimir a vontade, por 
causa transitória ou permanente, quando do início da vigência da referida norma, as 
quais continuam a ser consideradas absolutamente incapazes, em razão da vedação 
ao efeito retroativo.
e. Imediata quanto às pessoas que, no início da vigência da referida norma, não podiam ex-
primir a vontade em razão de causa transitória, e ultra-ativa em relação às pessoas que 
não o podiam fazer por causa permanente, em razão da proteção ao ato jurídico perfeito.
COMENTÁRIO
A Lei n. 13.146/2005 é o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Esse estatuto entrou no 
ordenamento jurídico em julho/2015. O seu período de vacatio legis foi de 180 dias, 
passando a ter vigência em janeiro/2016.
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução VI
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O estatuto dispõe que pessoa com deficiência é capaz. O Código Civil informava que 
pessoa com deficiência poderia ser absolutamente ou relativamente incapaz (arts. 3º e 
4º). Nesse ponto, quando o Estatuto da Pessoa com Deficiência passou a ter vigência, ele 
alterou imediatamente as disposições contidas no Código Civil.
Atualmente, o único absolutamente incapaz é o menor de 16 anos. Os relativamente 
incapazes são os indivíduos entre 16 e 18 anos, os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, 
aqueles que, por alguma causa transitória ou permanente, não podem ou não conseguem 
manifestar sua vontade e os pródigos. Não há mais a questão dos excepcionais ou pessoas 
com deficiência, pois eles são capazes. 
Quando uma lei nova entra no ordenamento jurídico, ela já chega produzindo imediatamente 
seus efeitos a todos os casos pendentes e futuros. No caso em tela, pessoas dormiram 
sendo incapazes e acordaram capazes no dia em que a Lei n. 13.146/2005 entrou em vigor. 
Uma lei nova, quando entra no ordenamento jurídico, possui eficácia geral e imediata.
a) Se a lei tem eficácia imediata, ela atinge também os casos pendentes. A lei nova tem 
aplicabilidade em relação aos casos pendentes (pessoas que, antes da lei eram incapazes, 
passam a ser capazes) e futuros.
b) No caso da ultra-atividade, a lei que não tem mais vigência continua tendo vigor.
c) Item em acordo com os conteúdos estudados.
d) Não há imediatismo.
e) Mesma justificativa dos itens b e d.
A LINDB também trata de outros temas além da vigência. Um outro tema é o método de 
integração.
A LINDB é a lei das leis; é uma norma de sobredireito; é uma norma que trabalha aspec-
tos relacionados a outras leis.
Temos todo um ordenamento jurídico, composto por normas processuais e materiais. 
O Código Civil regula a vida particular, desde o nascimento das pessoas até sua morte, e a 
transmissão da herança. Portanto, o Código Civil é uma norma de direito material.
Imagine que alguém tenha invadido sua propriedade. Nesse caso, é necessário que o 
Judiciário seja acionado para atuar por meio do Estado-juiz. Aqui, o caso concreto é o pro-
blema da invasão da fazenda e a proteção é feita através da lei (Código Civil).
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução VI
DIREITO CIVIL
Quando o juiz utiliza a lei aplicável ao caso concreto e resolve o problema, tem-se a sub-
sunção. A subsunção é o encaixe perfeito do problema à regra. O juiz, ao julgar dentro de um 
processo, ele o faz aplicando a lei a um caso concreto. Mas, para todas as situações possí-
veis e imagináveis há uma lei aplicável?
Não! Muitas vezes, teremos, perante o Judiciário, uma lei que é aplicável ao caso con-
creto. Entretanto, em algumas situações, é possível não ter lei aplicável a esse caso. Nesse 
sentido, é dada ao juiz a possibilidade de não julgar o caso concreto?
GABARITO
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Decreto-Lei n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução VII
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DECRETO-LEI N. 4.657/1942 – LINDB – INTRODUÇÃO VII
MÉTODOS DE INTEGRAÇÃO DA NORMA
Quando o Juiz utiliza a lei aplicável ao caso concreto e resolve o problema, tem-se a 
subsunção. A subsunção é o encaixe perfeito do problema à regra. O Juiz, ao julgar dentro 
de um processo, ele o faz aplicando a lei a um caso concreto. Mas, para todas as situações 
possíveis e imagináveis, há uma lei aplicável?
Não! Muitas vezes, teremos, perante o judiciário, uma lei que é aplicável ao caso con-
creto. Entretanto, em algumas situações, é possível não ter lei aplicável a esse caso. Nesse 
sentido, é dado ao Juiz a possibilidade de não julgar o caso concreto?
Não! Um dos fundamentos para essa negação é a seguinte situação: princípio consti-
tucional da inafastabilidade do controle jurisdicional. De acordo com esse princípio, os inte-
grantes do Poder Público (Executivo, Legislativo e Judiciário) não podem criar entraves para 
acesso ao Judiciário. Pelo contrário, o acesso ao Judiciário deve ser facilitado. Além disso, o 
próprio Juiz não pode abster-se de julgamento. O Juiz não pode alegar que não há lei para 
julgar o caso concreto.
Nesses casos, a LINDB traz as soluções. Essas soluções são os métodos de integração.
ATENÇÃO
Não confunda método de integração com método de interpretação. O método de integração 
é utilizado para, na ausência de lei, solucionar um conflito. Método de interpretação é 
utilizado na interpretação de uma lei existente. No método de integração, há um caso, mas 
não há lei. No método de interpretação, tem-se um caso e uma lei, bastando que esta seja 
interpretada.
De acordo com a LINDB:
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito.
Essa ordem deve ser seguida: analogia, costumes e princípios gerais de direito. 
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SUBSUNÇÃO X INTEGRAÇÃO
Se há um caso concreto e existe uma lei para resguardar esse caso, utiliza-se a técnica 
de subsunção. Agora, se não há lei para esse caso concreto, deve-se utilizar a analogia, cos-
tumes e princípios gerais de direito.
De acordo com o Código de Processo Civil:
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento 
jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Analogia
A analogia acontece quando não há lei para o caso específico, mas existem regras que 
se aproximam muito do caso. Ocorre a aplicação de norma ou conjunto de normas aproxi-
madas ao caso. 
Analogia Legal X Analogia Jurídica
• Analogia legal (analogia legis):fato que não possui regulamentação, mas é utilizada 
uma norma específica.
• Analogia jurídica (analogia iuris): na ausência de regras, um conjunto de normas 
é aplicado.
Exemplo: arts. 156 e 157 do Código Civil. O art. 156 trata do estado de perigo, que acon-
tece quando alguém, mediante premente necessidade de salvar a si ou pessoa de sua famí-
lia, assume obrigação onerosa.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, 
ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação exces-
sivamente onerosa.
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Isso acontece, por exemplo, em casos de exigência de pagamento extra no plano de 
saúde sendo acionado em urgência.
O art. 157 trata do fenômeno da lesão:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se 
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
A lesão acontece quando alguém, por inexperiência ou necessidade, assume obrigação 
onerosa/desproporcional. Exemplo: alguém que viveu sua vida inteira em uma cidade inte-
riorana, mas mudou-se para uma cidade grande. Na mudança, optou por alugar um imóvel, 
sem saber, por um valor muito acima do praticado na região. 
Além disso, tem-se a seguinte informação:
Art. 157. [...]
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte 
favorecida concordar com a redução do proveito.
Exemplo: o locador compensou os valores pagos a mais.
Cabe destacar que o art. 156 não apresenta essa regra do art. 157, § 2º. Nesse caso, o 
Juiz pode utilizar o § 2º do art. 157 (lesão) no art. 156 (estado de perigo).
Analogia e Interpretação Extensiva
A interpretação ocorre quando há um caso e uma lei, bastando que esta seja interpre-
tada. Na analogia, não há lei aplicável ao caso.
A interpretação extensiva ocorre quando o legislador disse menos do que deveria. Exem-
plo: art. 25 do Código Civil — em caso de desaparecimento de pessoa (ausente), será o legí-
timo curador dos bens o cônjuge (não falando nada sobre o(a) companheiro(a)). 
Nesse caso, por interpretação extensiva, o(a) companheiro(a) será abrangido(a).
Costumes
O costume pode ser secudum legem, praeter legem ou contra legem. Na realidade, os 
costumes são usos reiterados, providos de conteúdo lícito e relevância jurídica. Assim, para 
que o Juiz possa utilizar um costume, ele não pode ser desprovido de relevância jurídica 
(escovar os dentes, exemplo) ou trazer conteúdo ilícito (roubar, por exemplo).
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Decreto-Lei n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução VII
DIREITO CIVIL
Exemplo de costume: cheque (ordem de pagamento à vista). Quem recebe o cheque, 
pode depositá-lo imediatamente. No Brasil, tem-se o costume de utilizar o cheque pré-datado. 
Esse tipo de cheque é dado com data futura para ser depositado. Nesse exemplo, o uso 
é reiterado, seu conteúdo é lícito e há presença de relevância jurídica.
De acordo com a súmula 370 do STJ:
Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
Aqui, tem-se um costume sendo levado em consideração pelo Judiciário.
Imagine a seguinte situação: cheque recebido em uma data, mas com a solicitação de ser 
depositado em uma data futura. Esse caso baseia-se totalmente pela confiança, pois não há 
previsão legal. Caso o cheque seja depositado em uma data anterior à acordada, a súmula 
370 será aplicada.
Trata-se, portanto, de um exemplo de costume sendo aplicado.
Vale dizer que violar um costume é muito grave. Além disso, violar um costume constitui 
abuso de direito.
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DL 4.657/1942 – LINDB – Introdução VIII
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DL 4.657/1942 – LINDB – INTRODUÇÃO VIII
MÉTODOS DE INTEGRAÇÃO DA NORMA
Costumes
Violar costume caracteriza abuso de direito. O abuso de direito ocorre quando alguém 
que tem um direito o exerce em excesso. O art. 187 do Código Civil é um artigo universal 
(aplica-se em qualquer ramo do direito), o qual faz referência ao abuso de direito:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifesta-
mente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Aquele que comete abuso de direito responde objetivamente (não há análise de culpa) 
pelos danos que causou à parte contrária.
Secundum Legem – Praeter Legem – Contra Legem
Costume contra legem: não é levado em consideração, pois o costume tem que ter con-
teúdo lícito. Assim, não se trata de um método de integração.
Costume secudum legem: é aquele costume que a lei autoriza. Exemplo: vício redibitó-
rio (vício oculto na coisa). Carro comprado com problema no motor, por exemplo. O art. 445 
estabelece que, no caso de vício redibitório, tem-se o prazo de 30 dias para reclamar, se o 
bem for móvel, e 1 ano, se o bem for imóvel. 
O § 2º do art. 445 dispõe que, se tratando de animais, é possível verificar a aplicabilidade 
dos costumes locais.
O costume secudum legem também não é um método de integração, pois tem-se um 
caso e uma lei autorizando o costume.
Costume praeter legem: é o costume paralelo à lei. Trata-se de um costume que não 
viola o ordenamento jurídico. Esse é o verdadeiro método de integração.
O costume contra legem pode ser levado em consideração para revogar lei?
Não, pois não se admite o desuetudo no Brasil. Todavia, o costume contra legem pode 
ser observado casuisticamente como forma de o juiz aplicar a lei no caso específico. Dessa 
forma, embora não seja um método de integração, o costume contra legem é um método de 
interpretação. 
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DL 4.657/1942 – LINDB – Introdução VIII
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Costume Judiciário – Jurisprudência Consolidada – Precedentes
Por força do art. 927 do Código de Processo Civil, os precedentes possuem relevância no 
ordenamento jurídico brasileiro. De acordo com esse artigo, os Juízes e Tribunais observa-
rão, obrigatoriamente, as decisões do STF em controle concentrado de constitucionalidade, 
súmulas vinculantes, acórdão de IRDR e assunção de competência RespRE repetitivo, enun-
ciado de súmula do STF e STJ e orientação do Plenário do órgão judicial.
Hoje, o Código de Processo Civil preconiza muito os precedentes judiciais. Assim, tem-se 
falado que vivemos na era do costume judicial.
Existe o sistema chamado de civil law (a lei é a pauta do ordenamento jurídico) e em sen-
tido quase que oposto existe o sistema do common law (os costumes regem o ordenamento). 
Atualmente, fala-se muito que, em virtude da preocupação e prevalência dos precedentes 
judicias, vivemos uma era de “commonlização” do civil law. Então, para dar decisões judicias, 
o Juiz deve levar em consideração os precedentes. Caso não queira aplicar os precedentes, 
ele deve fundamentar sua decisão.
Princípios Gerais de Direito
Trata-se de fontes que são verdadeiros fundamentos para determinado ramo do Direito. 
São mandamentos nucleares de um sistema; são verdades fundantes, segundo Miguel Reale.
Por força da LINDB e do art. 8º do Código de ProcessoCivil, os princípios gerais de 
direito são aplicados no Brasil.
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem 
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcio-
nalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
O Código Civil está orientado segundo três princípios implícitos básicos: eticidade, socia-
lidade (imposição de verificação de função social dos institutos civis) e operabilidade/concre-
tude (o Direito foi pensado para ser efetivado). 
Exemplo: a ninguém é dado o direito de prejudicar alguém. Se o juiz está diante de um 
caso que não é regulado por lei, o juiz irá julgar com base em princípios gerais. Cabe desta-
car que o princípio geral será aplicado caso não haja possibilidade de analogia e costumes.
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DL 4.657/1942 – LINDB – Introdução VIII
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Equidade
A equidade é método de integração?
O art. 4º da LINDB não trata desse tema:
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito.
É muito comum encontrar uma confusão sobre a questão da equidade. Porém, como não 
há previsão expressa, a equidade não será aplicada como método de integração.
Entretanto, faz-se necessário dizer que, de acordo com o art. 140 do CPC, o juiz poderá 
julgar com base na equidade quando autorizado por lei.
Equidade é o uso do equilíbrio e do bom senso, justiça e razoabilidade. Trata-se da busca 
do que é justo. Não se trata de um método de integração normativa, mas é possível que seja 
aplicada quando a lei autorizar.
ATENÇÃO
Existem duas formas de julgamento: julgamento por equidade e julgamento com equidade.
A decisão do juiz tem que ser justa, razoável, adequada, com senso de justiça, com bom 
senso e com equilíbrio. Toda decisão judicial deve ser feita com equidade.
Julgamento por equidade consiste em utilizar a equidade quando a lei permitir (art. 140, do 
CPC). Portanto, pela LINDB, a equidade não é um método de integração, mas de acordo 
com o art. 140 do CPC, o juiz poderá julgar com base na equidade quando autorizado por lei.
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE) Utiliza a analogia o juiz que estende a companheiro(a) a legitimidade para ser 
curador conferida a cônjuge da pessoa ausente.
COMENTÁRIO
O conceito tratado na questão é o de interpretação extensiva.
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2. (CESPE) Por um critério analógico, é possível inferir que é lícita a compra e venda entre 
companheiros de bens que estejam excluídos da comunhão.
COMENTÁRIO
Mesma justificativa da questão anterior.
O PULO DO GATO
A quem defenda que a equidade é autorizada pela LINDB como método de integração, pois 
estaria implícita nos princípios gerais de direito. Contudo, esses aprofundamentos não são 
tão cobrados em provas de concurso.
CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO
O Código de Processo Civil atual foi promulgado em março/2015, passando por um 
período de vacatio legis de 1 ano. Após esse prazo, em março/2016 ele passou a ter vigên-
cia. A partir daí, o Código Processo Civil encontrou três situações: processos que já termina-
ram, processos em andamento e processos futuros. Em relação aos processos futuros, eles 
já serão regidos pelo CPC de 2015. Mas, e os processos pendentes? Estes deixaram de ser 
regidos pelo CPC antigo, via de regra, e passaram a ser regidos pelo CPC novo, pois a lei 
nova tem aplicabilidade imediata e geral.
É a respeito desse assunto que trata o conflito de normas no tempo.
Quando uma norma é modificada por outra e já se haviam formado relações jurídi-
cas na vigência da lei anterior, podem surgir conflitos. Qual norma deve ser aplicada a um 
caso concreto?
O direito intertemporal soluciona o caso, aplicando dois critérios: as disposições tran-
sitórias e o princípio da irretroatividade das leis.
A lei, para evitar eventuais e futuros conflitos, em seu próprio corpo, geralmente ao final, 
pode estabelecer regras temporárias, destinadas a dirimir conflitos entre a nova lei e a antiga, 
conciliando a nova lei com as relações já definidas pela norma anterior.
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DL 4.657/1942 – LINDB – Introdução VIII
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Exemplo: art. 2.038 do CC. Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, 
subordinando-se as existentes, até sua extinção, às disposições do Código Civil anterior, 
(mesmo já revogado, o CC anterior continua produzindo efeito — ultra-atividade).
Vale dizer que a regra é a irretroatividade da lei, mas é possível também que a norma 
retroaja para alcançar fatos pretéritos?
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DL 4.657/42 – LINDB – Introdução IX
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DL 4.657/42 – LINDB – INTRODUÇÃO IX
MÉTODOS DE INTEGRAÇÃO DA NORMA
Quando um juiz vai solucionar um conflito, ele tem um caso concreto. Na sequência, esse 
juiz deve encaixar perfeitamente a lei ao caso concreto; isso se chama subsunção. Cabe 
mencionar que, na ausência de lei, não é dado ao juiz a possibilidade de não julgar. Nesse 
caso, é preciso aplicar os métodos de integração da norma (analogia, costumes e princí-
pios gerais de direito). Ainda, a LINDB não prevê a equidade como método de integração. A 
ordem que deve ser utilizada nos métodos de integração é a seguinte: analogia, costumes e 
princípios.
Tratamos, ainda, sobre conflito de normas no tempo:
vigência
vive
Nasce
vacatio
Jan
2003
JAN/2002
Imediata
* - P - P - PPPPPPPP
Futuros
Lei Nova
Efeitos
Passados
Pendentes
Regra: Irretroatividade da Norma (art 5º, XXVI, CF)
Ultratividade
Exceção: Retroatividade
+ Máxima: restitutória (tudo)
+ Média: lei nova atinge apenas os efeitos
+ Mínima: temperada/mitigada efeitos Ful
1916
CC CC
+
legis
1 ano
Processo
Legislativo
Pr
om
ul
ga
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EX
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Pu
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aç
ão
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FE
IT
O
S
• Obrigatoriedade
• Continuidade
• Ato Jurídico perfeito
• direito adquirido
• coisa julgada
Morrer = Revogação = Lei
Lei
Nova
x
Quando uma lei nova entra no ordenamento jurídico, ela nasce, vive e, posteriormente, 
pode morrer. A lei nasce por meio de um processo legislativo, o qual termina com a promul-
gação (Chefe do Executivo) e publicação. 
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DL 4.657/42 – LINDB – Introdução IX
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A promulgação é a condição de existência da norma; a publicação serve para que a lei 
possa produzir seus efeitos. Depois da publicação, tem-se o período de conhecimento da lei 
(vacatio legis). Em regra, esse período dura 45 dias. Todavia, quando a lei brasileira produzir 
efeitos no exterior, o prazo será de 3 meses. Cabe mencionar que quanto mais complexa a 
lei, maior deve ser o prazo de vacatio legis.
Quando passa o prazo de vacatio legis, diz-se que a lei vive, isto é, está em vigência. A 
vigência da lei traz os seguintes aspectos: obrigatoriedade (não é possível alegar o desco-
nhecimento da norma) e continuidade.
A lei “morre” com a revogação. Vale lembrar que a revogação só épossível com a edição 
de uma nova lei.
Aplicação prática:
Em 1916, surgiu o Código Civil, o qual permaneceu vigente até janeiro/2003. Em 
janeiro/2002, surgiu o novo Código Civil (com prazo de vacatio legis de 1 ano), entrando em 
vigor em janeiro/2003. Nesse cenário, o antigo Código Civil de 1916 foi revogado pelo Código 
Civil de 2002. 
Durante o período de vacatio legis do CC/2002, o CC/1916 ainda era aplicado.
A lei nova tem aplicabilidade imediata aos casos pendentes e futuros. Existem leis que 
passam a ter vigência na data da publicação, desde que isso conste expressamente.
Além de aplicabilidade imediata, a lei nova tem aplicabilidade geral com efeitos pros-
pectivos (para frente). A regra é que a lei não retroage (irretroatividade da norma). Dessa 
forma, a lei nova não atinge as seguintes situações: ato jurídico perfeito, direito adquirido e 
coisa julgada.
Exemplo: instituto praticado sob a égide do CC/1916, que se prolongou no tempo e ainda 
produz efeitos na vigência do CC/2002. Qual Código será aplicado? 
Exemplo prático: enfiteuse (CC/1916) → o senhorio (dono do terreno) cede o domínio útil 
da terra ao enfiteuta. O enfiteuta poderia, mediante pagamento anual (foro), construir, edificar 
e plantar no imóvel. Na realidade, esse instituto é perpétuo, isto é, as enfiteuses que foram 
constituídas no CC/1916 existem até hoje, sendo transmissíveis aos herdeiros. Entretanto, o 
CC/2002 extinguiu o instituto da enfiteuse. Porém, como as enfiteuses do antigo Código são 
perpétuas, elas continuam sendo regidas por ele. Esse fenômeno se chama ultra-atividade 
(lei revogada que ainda possui vigor).
Mas, é possível que a lei nova produza efeitos no passado?
Como a regra é a irretroatividade da lei, a exceção é a retroatividade.
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DL 4.657/42 – LINDB – Introdução IX
DIREITO CIVIL
No Direito penal, a lei nova pode retroagir para beneficiar o réu. Assim, existem situações 
em que a lei nova produza efeitos no passado. Mas isso não é a regra! Porém é possível 
que aconteça. 
No Direito Constitucional, por exceção, também se aplica a retroatividade, com os(as) 
seguintes graus/intensidades:
• Máxima (restitutória): a lei nova retroage em todos os casos (não é aplicado no Brasil).
• Média: a lei nova, sem alcançar os atos anteriores, atinge apenas os efeitos passados.
• Mínima (temperada/mitigada): a lei nova incide imediatamente sobre os efeitos futuros.
Exemplo prático: contrato que estabeleceu o pagamento de várias parcelas (algumas 
estavam sob a égide de lei antiga e outras parcelas estavam sob a égide de lei nova). Essa 
lei nova reduziu os juros de parcelas em atraso. Na retroatividade média, a redução das taxas 
de juros se aplica às parcelas vencidas e não pagas. No caso da retroatividade mínima, a lei 
nova só produzirá efeitos em relação às parcelas pendentes (futuras — após a entrada em 
vigor da nova lei). 
A irretroatividade da norma, que é a regra, consta no art. 5º, XXXVI, da Constituição 
Federal/1988. Portanto, salvo permissão constitucional, as leis não retroagem.
Imagine o que ocorreu com o Código de Processo Civil de 2015. Ele foi promulgado em 
2015, com período de vacatio legis de um ano, tendo vigência em março/2016 (precisamente 
numa sexta-feira).
O CPC/2015 promoveu diversas alterações processuais. Portanto, quando essa lei nova 
chegou, ela encontrou três situações: processos que já terminaram, estando arquivados, 
após julgados; processos em andamento; e processos futuros (que ainda nasceriam). Os 
processos passados e futuros não foram objeto de problemática com as alterações. A grande 
discussão envolveu os processos em andamento, pois o CPC/2015 dispôs que todos os pro-
cessos pendentes seriam regidos por ele. Nesse cenário, ficou a dúvida: qual Código aplicar? 
CPC antigo ou CPC atual?
Esse foi um exemplo de conflito de normas no tempo!
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DL N. 4.657/1942 – LINDB – INTRODUÇÃO X
CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO
Quando uma norma é modificada por outra e já se haviam formado relações jurídi-
cas na vigência da lei anterior, podem surgir conflitos. Qual norma deve ser aplicada a um 
caso concreto?
O direito intertemporal soluciona o caso, aplicando dois critérios: as disposições transitó-
rias e o princípio da irretroatividade das leis.
Disposições transitórias (direito intertemporal)
De acordo com o Código Civil:
Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de 
sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revo-
gada.
Art. 2.029. Até dois anos após a entrada em vigor deste Código, os prazos estabelecidos no 
parágrafo único do art. 1.238 e no parágrafo único do art. 1.242 serão acrescidos de dois anos, 
qualquer que seja o tempo transcorrido na vigência do anterior, Lei n. 3.071/1916.
Exemplo:
Art. 2.038. Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existen-
tes, até sua extinção, às disposições do Código Civil anterior, Lei n. 3.071/ 1916, e leis posteriores. 
De acordo com Código de Processo Civil:
Art. 1.045. Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial.
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos proces-
sos pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869/1973.
§ 1º As disposições da Lei n. 5.869/1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos 
especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início 
da vigência deste Código.
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DL n. 4.657/1942 – LINDB – Introdução X
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A lei, para evitar eventuais e futuros conflitos, em seu próprio corpo, geralmente ao final, 
pode estabelecer regras temporárias, destinadas a dirimir conflitos entre a nova lei e a antiga, 
conciliando a nova lei com as relações já definidas pela norma anterior.
Irretroatividade das leis
Retroagir quer dizer atividade para trás, ou seja, produção de efeitos em situações passa-
das. Juridicamente, podemos dizer que uma norma retroage quando ela vigora, não somente 
a partir de sua publicação, mas, ainda, regula certas situações jurídicas que vêm do passado. 
Na verdade, quando ocorre a criação de uma lei, será para afetar os fatos futuros, a partir de 
sua vigência. A regra no ordenamento jurídico brasileiro é a irretroatividade das leis, ou seja, 
estas não se aplicam às situações constituídas anteriormente. Trata-se de um princípio que 
visa dar estabilidade e segurança ao ordenamento jurídico preservando situações já consoli-
dadas sob a lei antiga, em que o interesse particular deve prevalecer.
O art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal determina que “A lei não prejudicará o 
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
O art. 6º, da LINDB prevê que “A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o 
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”. 
Em outras palavras [...]
A lei nova tem eficácia imediata e geral, ou seja, atinge os fatos pendentes e os futuros 
que se realizarem já sob sua vigência, não abrangendo os fatos passados.
A regra utilizada

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