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Direito do Trabalho I Aula 01 Data 07/06/2021 Eu mandei o programa, mandei dois textos para vocês para a gente fazer uma introdução trabalhista aqui rapidamente a respeito do direito do trabalho no Brasil, um pouquinho na pandemia. Não vou falar muito porque como a gente vai falar dos direitos individuais esse semestre, na medida em que eu for falando de jornada, eu vou falando das alterações da jornada, vou falando de suspeição, de contrato de trabalho, alteração de contrato de trabalho, porque aí vem suspeição do contrato de trabalho. Então, eu mandei os textos e vocês vão acompanhando as mudanças e vão acompanhando a aula. Nós vamos complementar as aulas com os textos e vocês vão lendo para termos suporte. Mandei o programa. Vamos ter duas provas, a P1, a P2 e a P3 para quem não passar, geralmente eu dou a prova da P1 e da P2 para vocês fazerem em casa para vocês responderem, terá 24H para fazer podendo ser com consulta, então fica tranquilo. Então, o Direito do Trabalho na verdade eu sempre falo que no direito e principalmente nos direitos sociais, nos direitos humanos, e também no direito como um todo a gente tem dois momentos importantes, antes e depois da revolução francesa. Mas no Direito do Trabalho (DiT) esse marco da revolução francesa é muito importante, porque após a revolução francesa que é pautada em três lemas de liberdade, fraternidade e igualdade, hoje a gente vê aí 300 anos depois, a gente vê ainda a briga pela igualdade de forma muito ferrenha, ela é muito discutida, seja referente a cor, seja referente a gênero, com relação a igualdade ou desigualdade do valor de pagamento entre pessoas da mesma cor, de gênero diferente, de todo esse preconceito no ambiente de trabalho, sobre assédio relacionado a gênero, relacionado a hierarquia profissional que tem a ver com DiT. Então a gente vê que o princípio da igualdade, desde a revolução francesa até os dias de hoje é muito e muito discutido. Eu acho até que tem ficado mais acirrado em algumas esferas da sociedade esse princípio da igualdade. O princípio da liberdade ele tem lá os reflexos na própria constituição, onde está o princípio da liberdade na constituição? Ele está em alguns incisos do artigo 5º, mas ele está principalmente no preâmbulo da CF, que traz o princípio da igualdade, estando também no artigo 3º “Construir uma sociedade livre justa e solidária" como direito fundamental, do indivíduo do estado democrático de direito todos são livres no preâmbulo da constituição, onde diz que a todos é dado o direito construir uma sociedade livre, justa e solidária, então está aí o princípio da liberdade. Então está aí o princípio da liberdade, o princípio da igualdade, e o princípio da solidariedade, a solidariedade que é tão vinculada às relações de trabalho, as relações humanas, o princípio da solidariedade que é altamente vinculada aos institutos sociais do trabalhador e do indivíduo como um todo. O DiT, como eu disse antes, a revolução francesa é um marco, e após isso vem a revolução industrial, e aí é um marco na forma que o Estado que até a revolução francesa era absolutista, ele sai do Estado absolutista por causa da revolução francesa, entra na era do Estado liberal, que foi tão alçado pelos trabalhadores do século XVII/XVIII que saíram da esfera de escravo, para a esfera de servo, e depois para a esfera de trabalhadores altamente explorados, a partir do Estado liberal quando instalado a partir de princípios e ideias de doutrinadores de um Estado Liberal Econômico, que tudo tem a ver com o trabalhador que é o Adam Smith, e depois a gente passa... eu estou falando de um modo geral e muito resumidamente... a gente passa então por um momento de revolução dos trabalhadores, do operário ao pensamento, aos pensadores que mais influenciaram, a gente pode dizer que mais influenciaram para que os trabalhadores viessem a fazer reivindicações por melhores condições de trabalho que são os pensadores que são o Marx e o Engels, e o Marx que trouxe muita influência a partir da publicação do manifesto comunista em 1848, e aí já estamos no século XIX, vou falar mais devagar porque eu esqueci que vocês são de DiT I. Então a gente estava nesse momento no século XIX, temos um momento que marca os direitos sociais que com a grande busca por melhores condições nas relações de trabalho surge o partido do proletariado, esse partido do proletariado totalmente baseado nas doutrinas marxistas e na época os países que mais se envolveram com essas mudanças foi principalmente a Alemanha, que na época era chamada de Prússia, que tinha como líder o chanceler, também conhecido como imperador, mas o título oficial era chanceler o Bismarck que era um líder de direita e governava a Prússia que é a Alemanha e ele que ficou encurralado pela pressão dos trabalhadores na época. Entre as décadas de 50 e 70 no século XIX foram as décadas que mais ocorreram enfrentamento dos trabalhadores com os empregadores, com as empresas, e para isso eles se enfrentavam por meio de policia armada, os trabalhadores que não tinham armas, eles enfrentaram greves, a greve surge justamente nessa época em 1948 e logo ao surgir ela é considerada um movimento ilícito, um movimento proibido, inclusive por uma lei chamada Lei Le Champelie (não sei como se escreve), inclusive francesas, que hoje a gente tem a França como um dos países mais liberais e mais solidários e por conta da história e que tudo que se viveu, mas a França foi um dos primeiros países que enfrentaram de forma contundente as greves dos trabalhadores do século XIX. Então, a partir daí a luta muito grande, e os operários o Bismarck que era um governante de direita, vendo que não tinha condição de vencer politicamente, porque eles se organizaram em um partido político e iriam concorrer às eleições, porque apesar a gente não ter um país totalmente democrático na Alemanha no século XIX já havia democracia. E com isso o Bismarck para poder continuar no poder ele resolveu se aliar e fazer um acordo com o partido proletariado. Ele continuaria como chanceler, mas ele nomearia cargos do seu governo aos líderes proletários do partido proletário da época. A partir dessa negociação que se deu no meado da década de setenta do século XIX, surgem então as primeiras leis dos direitos sociais, e quando eu digo sociais é porque a gente tem os direitos trabalhistas e os previdenciários regulamentados pela primeira vez na Europa através do Bismarck, por isso ele é conhecido, e ai você pode pegar qualquer livro de doutrina e lendo toda essa parte da política trabalhista, do surgimento da política trabalhista na Europa, vocês vão ver que o Bismarck é conhecido como pai dos direitos sociais, porque ele foi o primeiro que regulamentou as leis trabalhistas na Europa. A partir daí os outros países europeus passaram a regulamentar leis para os trabalhadores, como a França, a Inglaterra, a Finlândia a Dinamarca, muitos países europeus passaram a editar normas, mas o primeiro país europeu a editar normas trabalhistas ligadas a jornada de trabalho, ao valor mínimo do salário do trabalhador, a questões envolvendo os acidentes de trabalho nas empresas, que eram muito grandes. Então Bismarck foi um dos primeiros a legislar sobre as questões trabalhistas. É engraçado que na época você tinha salários determinado o salário mínimo do trabalhador homem, o salário mínimo da mulher e o salário mínimo da criança, que a idade para o trabalho, até antes desse período do Bismarck, eram 6 anos de idade. Qual é a idade para o trabalho hoje? Resposta: Jovem aprendiz com 14 anos? Não, a idade para o trabalho se você pegar, isso é matéria que está no nosso programa e como estamos em um semestre diferente, na medida que for surgindo eu vou falando. Você não está errada Geane (aluna que respondeu), você está certa, mas se perguntarem qual a idade de trabalho no Brasil, a idade é 16 anos, salvo aos 14 como menor aprendiz. Então na verdade, trabalhar aos 14 como menor aprendiz é uma exceção,porque a idade para o trabalho é de 16 anos, isso está no artigo 7º, inciso 33 da CF: “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; “ Então na verdade na CF você tem que interpretar o artigo, por isso que a pergunta da Geane foi super pertinente, porque eu vou ensinar a vocês a interpretar o artigo, porque diz: “proibição do trabalho insalubre, perigoso ou penosos aos menores de dezoito anos, então a partir de 18 anos é permitido trabalhar nessas condições de periculosidade e insalubridade que é trabalhar exposto a agente físico, químico ou psicológico que prejudique a saúde ou o meio-ambiente. Então até 18 não pode, qualquer trabalho aos menores de 16, então a partir de 16 você já pode trabalhar. Excepcionalmente o menor de 14 anos na condição de menor aprendiz pode trabalhar, porque tem uma lei do Lula de 2008 que diz que menor aprendiz pode trabalhar até 24 anos, porque antes era limitada, mas quando a gente estudar os artigos que falam de menor aprendiz, que é o 402 e seguintes na CLT, ele diz que o contrato do menor aprendiz é por tempo determinado, e o que significa um contrato por tempo determinado? Pensem, eu determino, então eu digo quando começa e quando acaba. Se a gente pegar a CLT, ela coloca em um artigo... (ela parou a frase no meio e continuou outra). Então o que acontece, o contrato pode ser determinado ou indeterminado, se a gente tem um contrato determinado você tem a data do início e a data do fim e o contrato de menor aprendiz ele sempre na forma dele, que está descrita em lei, a forma dele é por tempo determinado, então ele tem data de início e data de fim, e a lei também determina o tempo de duração. A CLT ela traz regras, é 430 ou 418 que vai falar de contrato de trabalho, 442! Ela vai trazer... 402 é do menor aprendiz e 442 e diante é sobre as regras do contrato de trabalho. (Ela voltou ao ponto do Bismarck quanto a idade mínima permitida nessa época). Nessa época era 8 anos inicialmente, depois passou para 10 anos, e depois foi evoluindo, até que a OIT determinou através de uma convenção no início do século XX, e início vírgula, porque a OIT só foi criada em 1919, e se só foi criada em 1919 e é uma convenção da OIT que data da idade do trabalho do menor, então só depois da década de 20 no século XX é que a gente teve uma idade indicada própria para o trabalho do indivíduo, então o indivíduo pode trabalhar sem prejudicar questões físicas e psíquicas, e por isso é proibido a todo menor de 18 anos de trabalhar em local insalubre e perigoso ou penoso (?), porque se fez pesquisa e se verificou que menor de 18 ainda não está totalmente formado na sua composição física e mental para trabalhar sob trabalhos perigosos ou insalubre, e então vem o artigo 33 (imagino que seja o inciso 33 do artigo 7º da CF) e trata dessa questão. Mas porque eu falei aí da CF? Hoje a gente tem inúmeras denúncias ao MPT da exploração do trabalho do menor, porque o menor abaixo de 16 anos e salvo na condição de menor aprendiz, ou seja, menores de 14 anos, qualquer trabalho realizado é considerado exploração do trabalho infantil, e por isso toda vez que a gente verifica o trabalho do menor há muitas denúncias e principalmente no Nordeste. Mas aí existe o “O” trabalho e “U trabalho” (?). A algum tempo atrás eu assisti ao Globo Repórter que estava falando no Nordeste em que as crianças que trabalham nas feiras carregando aqueles carrinhos de mão de feira para complementar a renda da família, mas ainda é exploração de trabalho infantil. Essas crianças deveriam estar na escola estudando enquanto só os pais trabalham, mas elas para aumentar a renda em dia de final de semana elas vão em dia de feira carregar comprar para complementar a renda de casa. Mas temos aí então a exploração pela exploração, a gente ouve falar muito dessas usinas de cana de açúcar e pelo interior que trata criança como trabalho escravo, porque são crianças que ficam trancadas forçadas a trabalhar, mas também tem aquelas crianças que por questões sociais elas trabalham, mas legalmente em qualquer pergunta de prova, menor de 14 trabalhando que não é aprendiz é exploração de trabalho infantil, é proibido. Olha o que diz o inciso do artigo “é proibido”, o que é proibido não é permitido. Isso no direito, hoje não se estuda mais, mas antigamente se estudava, se chamava lógico jurídica, o que não é proibido é permitido, então se é proibido é permitido, então a depender da tipificação, pode ser ilegal ou ilícita, ilegal é aquilo que vai contra a lei, e ilícito é aquilo que além de contra legis é contra a conduta penal e posta pelo CP como um tipo penal. Nessa parte de menor aprendiz cai muitas questões em provas de concursos quanto à OAB que trata muito do trabalho do menor, por isso que eu trouxe todas essas questões e para acrescentar mais uma questão, no inciso fala de trabalho noturno, o que é considerado trabalho noturno? É considerado 18h da tarde, 20h da noite, 21h da noite, o que é trabalho noturno? Porque ele diz assim: “é proibido a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, isso significa que que entre 16 e 18, a partir dos 16 o adolescente ele pode trabalhar de carteira assinada inclusive, a partir dos 16, o menor aprendiz também trabalha de carteira assinada, porque é obrigatório ter carteira assinada, e conta como tempo de serviço e de contribuição portanto. E o maior de 16, ele pode trabalhar, mas até os 18 ele não pode trabalhar no horário noturno, exposto a agente físico, químico ou psicológico que prejudique a saúde. Aí vem uma questão que acontece muito, a criança que tem 16 para 17 anos, ela trabalha, ela pode trabalhar em uma boate vendendo bala? Um adolescente de 16 anos, ele pode vender bala durante o dia em um bazar, por exemplo? Ela pode trabalhar em um bazar de carteira assinada vendendo bala? Pode ou não pode? A partir de 16 anos ela pode trabalhar até às 18h, às 20h, porque noturno é considerado a partir das 22h, está lá na CLT e a gente vai ver isso. Na boate só funciona depois das 22h né? Uma boate, de dia vendendo bala, a partir dos 16 anos, pode? Se ela vender bala pode. Eu estou contando um exemplo hipotético, se for com prostituição não pode. Agora se for maior de 18 anos pode trabalhar como prostituto? Pode, não é uma profissão regulamentada, mas não é uma profissão ilegal. Essa coisa da idade a gente vai voltar, mas se vocês puderem ler, pegar um livro, um texto, isso é uma coisa que vale muito a pena, e depois eu vou trazer textos e casos para a gente discutir aqui. Mas voltando ao caso lá, o DiT no direito estrangeiro ele teve essa evolução, e aí a gente teve esse período de regulamentação infraconstitucional, e a partir do início do século XX a gente teve a regulamentação constitucional dos direitos sociais. O primeiro país a regulamentar os direitos sociais foi o México em 1917, e o segundo país foi a Alemanha com a constituição mais maravilhosa e completa quanto a direitos sociais, que foi a constituição de Weimar. Então a gente teve um período liberal, onde teve a exploração do trabalho pelo capital, a exploração sem limite, depois veio toda a doutrina marxista que trabalhou toda essa exploração do trabalho pelo capital, inclusive através do manifesto do capital que ajudou muito a busca do trabalhador pelos seus direitos, então vem o surgimento das greves, dos movimentos de reivindicação. Por isso que eu digo que os direitos coletivos nasceram antes dos direitos individuais, no DiT I a gente estuda os direitos individuais, mas os direitos coletivos nascem antes porque através das greves que pelas lutas coletivas que se regulamentou os direitos individuais do trabalho. Então só a partir das associações, dos sindicatos, da busca de melhores condições de trabalho que surge a regulamentação das férias, da jornada,do salário mínimo, e eu sempre digo que a gente faz o contrário, a gente da DiT I que são os direitos individuais, e os direitos coletivo no Trabalho II, até porque se não fosse à luta pelos direitos coletivos a gente não teria os direitos individuais. Então veio a constituição de Weimar, veio a OIT, e a partir daí há uma pacificação nas constituições de um modo geral e incluindo nos seus textos constitucionais o direito do trabalho que foram se adaptando a partir do surgimento das alterações e das bonificações (?) da sociedade. No Brasil a gente tem um problema, porque a gente não pode falar antes e depois da revolução francesa, no Brasil a gente tem que falar antes e depois da abolição da escravatura no final do século XX, porque em 1888 que que a gente tinha no Brasil? Trabalhador tinha algum direito? Alguns poucos tinham direito, os ferroviários, os trabalhadores da imprensa, na verdade a gente tinha na grande massa de trabalhadores do Brasil era feito o trabalho através de trabalho escravo. Então a gente falar de direitos dos trabalhadores, tinham poucos direitos, algumas categorias profissionais, mas na sua grande maioria, até pela história que a gente teve de colonização, só no século XIX que a gente teve a independência no Brasil, tivemos uma história muito dura aqui, porque só depois veio a república, e é daí que vem um Estado democrático que veio logo depois em 1889, mas isso é muito importante na história dos direitos fundamentais, direitos humanos e nos direitos sociais. Uma coisa muito interessante que aí surge a partir mesmo no século XIX, depois dessa pacificação constitucional dos direitos sociais, e aí vem a declaração universal de direitos humanos em 1948 e a gente os direitos fundamentais temos uma coisa muito importante, onde é que a gente pode achar localizado os direitos trabalhistas e os direitos humanos dentro da linha dos direitos fundamentais, dentro daquele estudo que nós temos que os direitos fundamentais, são estudos constitucionais, baseados nos doutrinadores alemães, principalmente baseados no Robert Alexy, e que você divide os direitos em 4 gerações ou dimensões. É como se você tivesse um círculo com os direitos individuais, primeira geração, depois você tem outro círculo que engloba os outros direitos individuais e os direitos sociais que são os direitos de segunda geração, e depois você tem outro círculo que vem os direitos ao meio ambiente, os direitos difusos de terceira geração, e aí você tem um círculo maior que você tem direito a robótica, a tecnologia, ao tecno trabalho, ao que eles chamam de revolução tecnológica, que é a quarta geração que é a parte tecnológica. No Brasil a partir de todos esses estudos, o Brasil começa a desenvolver os estudos pelo DiT a partir do início do século XX, quando sofremos influência do que vem de fora para dentro, o que seriam os imigrantes e estrangeiros europeus que vem buscando novas oportunidades de uma crise que acontecia na Europa muito grande, vem buscar novas oportunidades no terceiro mundo, e aqui eles encontram um país que não existe direitos, onde há uma exploração monstruosa do indivíduo do capital pelo trabalho. A partir da substituição do trabalho, da agricultura, dos escravos que fugiram para os trabalhadores estrangeiros, principalmente italianos e japoneses, que não aceitam ser explorados pelos grandes latifundiários, surge a luta dos trabalhadores rurais, muito antes da luta dos trabalhadores urbanos no Brasil. E a partir dessa luta dos trabalhadores rurais é que é criado o sindicato dos trabalhadores rurais em 1905/1907. Além de sofrer da influência dos trabalhadores que vem dos países estrangeiros, a gente tem também aqueles brasileiros que eram descendentes de portugueses, que tinham condições de estudar em Portugal, iam estudar em Portugal e voltavam para o Brasil com uma outra concepção e que encabeçaram juntos dos trabalhadores do sindicato rural, essa busca, essa luta de greve, de melhores condições de trabalho começou no início do século XX, que veio acompanhada pelos trabalhadores das ferrovias, da imprensa nacional e que veio acompanhado da luta dos trabalhadores urbanos a partir da década de 20, no que se chama da semana de arte moderna, que houve uma revolução muito grande, e com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, essa figura controversa, que ao mesmo tempo que é o ditador ferrenho e perseguidor, ele é um populista amado. Vimos isso na década de 20 e de 40 e vemos agora. E é isso que aconteceu antigamente, Getúlio que espertamente conseguiu a admiração dos trabalhadores, porque apoiou greves, apoiou trabalhadores, viajou o Brasil inteiro, criou o ministério do trabalho em 1930, criou a justiça do trabalho em plena ditadura em 1939, regulamentou os direitos trabalhistas dentro da CF de 1934, constitucionalizou os direitos sociais trabalhistas, regulamentou um ordenamento jurídico que é a CLT em 1943, mas matou e torturou muita gente no período de 37 a 45. Esse Getúlio era tão populista que foi deposto em 45 e voltou em 1950. Essa história do direito trabalhista brasileira evoluiu muito, porque a partir de 34 é considerado mais importante para os direitos trabalhistas no Brasil, porque foi lá que na de 34 que se constitucionalizou os direitos trabalhistas, e depois todas as constituições elas permaneceram com o direito trabalhista, houve uma alteração na CF de 37 que tornou a greve um crime, era proibido, quem fizer greve aí preso, era livre em 1934, na emenda de 37 quando Getúlio já era ditador, e depois em 46 que a greve foi liberada, porque ele tinha sido deposto. Em 1967 a greve novamente foi proibida, e eu estou falando de um direito, e em 1988 a greve ganhou seus status de liberdade como um direito do trabalhador, o trabalhador é livre para fazer suas opções políticas partidárias e sindicais a partir da CF de 88. Então o DiT veio evoluindo, passou por uma grande crise entre a década de 70 e 90 tendo em vista a globalização tendo vista o cenário global chamado de globalização, então tivemos o fenômeno da flexibilização dos direitos do trabalho. E o que seria a flexibilização dos direitos do trabalho? Seria você flexibilizar para não perder direito através de acordos entre instituições coletivas, somente seria possível de negociação coletiva que se concretizava através dos documentos dos acordos de convenções coletivas. Então o DiT teve esse momento de flexibilização, tendo em vista a necessidade de... Era melhor ser demitido ou flexibilizar? Tendo em vista que a gente teve um momento econômico mundial muito difícil que se refletiu no Brasil até 1994. (Houve um debate entre o Seu Geraldo e a Professora Suzane sobre a questão dos sindicatos e das greves entre 57:30 até 01:10:55) Então gente, a CF de 88 é outro ponto marcante para os direitos trabalhistas porque ela traz, abarca, primeiro ela separa os direitos trabalhistas dos direitos previdenciários, que até então eram estudados nos mesmos capítulos, então ela consegue compilar e juntar todos os direitos trabalhistas, a gente tem no artigo sétimo, e a todos momentos em que eu falar de direitos individuais a partir da próxima aula eu vou falar ainda de fontes do direito rapidamente, mas eu vou falar do direito de jornada, de periculosidade, de maternidade, direito à paternidade, direito ao salário mínimo ao FGTS, despedida arbitrária, direito adicional noturno à hora extra, banco de horas, aviso prévio férias, enfim tudo está previsto como direito do trabalhador. Mas professora, se está tudo na constituição como o governo conseguiu fazer uma reforma trabalhista e mudar? Porque está dizendo que o trabalhador tem direito a hora extra, mas é a CLT que diz qual o percentual a essa hora. Está dizendo que o trabalhador tem direito adicional noturno, mas é a CLT que vem dizendo qual o percentual do adicional e de que horas até que horas é o adicional. Outro é o da licença a gestante que fala, mas mesmo assim coube questionamento de constitucionalidade sobre o inciso XVIII do artigo sétimo da CF. Então houve questionamento, não tem aquestão da proteção do salário, que também está na CF, mas ela não regulamenta, quem regulamenta é a CLT, e foi a partir daí que vieram as principais alterações, mas essas alterações, não estou dizendo que a gente não precisava adaptar a CLT, a gente precisava, tem o tecno trabalho, trabalho digital, como vai se dar esses direitos no mundo globalizado, ao mundo onde você trabalha do Brasil para a China, como que isso funciona? Tinha que haver uma adaptação, mas a gente tem as questões sociais, a questão de desenvolvimento humano, a questão desenvolvimento econômico, e tudo isso influencia nas questões das relações de trabalho e nas discussões das relações de trabalho. Então, assim, essa breve visão que eu trago para vocês é uma visão para contextualizar como houve a evolução do direito do trabalho no direito estrangeiro e no brasileiro de forma sintetizada, de forma concentrada... (ela cortou porque vazou o áudio de alguém) ... Outra coisa importante... (ela cortou novamente porque leu o chat). (Após essa parte ela conversou com a turma sobre como seria o esquema das aulas síncronas). Aula 2 - Trabalho I - Dia 14 de Junho Na semana passada a gente falou um pouco da parte histórica do Direito do trabalho, para poder contextualizar. Hoje, eu vou falar sobre as fontes do Direito do Trabalho. Esse primeiro momento é um pouco teórico, mas eu passo ela bem resumida, para que não fique cansativo. As fontes do Direito do Trabalho têm um papel muito importante, talvez mais importante do que em outros ramos do direito, pois o direito do trabalho é um direito menos formal do que os outros. Aqui eu fiz uns slides que eu dei em uma pós, mas eu vou resumir. A gente aproveita e vê o conceito do direito do trabalho, a divisão desse direito em direitos individuais e coletivos, que no processo a gente chama de dissídio, mas aqui são os direitos. Então aqui a gente traz uma introdução, pois na próxima aula a gente já vai entrar em questões mais objetivas e práticas, como quem é empregado, quem é empregador, a relação de trabalho propriamente dita, uma relação jurídica com sujeitos e objetos. Os sujeitos são o empregado e empregador, e o objeto é o contrato de trabalho. O objeto é basicamente o que envolve todo nosso curso, a gente tipos de contrato, formas de contrato, e aí faz parte do contrato a jornada, é no contrato que consta a remuneração, a hora extra, salário, etc. Então ele é responsável por todos os conflitos ou não que podem vir dessa relação jurídica. CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO Geralmente eu trago dois conceitos, tem vários, vocês podem ver na internet. Eu trouxe de um autor estrangeiro (não fala o nome), que é: o conjunto de princípios e normas que regulam as relações de empregadores e trabalhadores, e de ambos com o Estado, para efeito de proteção e tutela do trabalho. Quando a gente estuda direito do trabalho, e como ele pretende trazer a tutela e proteção para o trabalhador, vocês podem abrir a Constituição no artigo 7 e encontrar todos os direitos que o trabalhador tem, pois a própria CF o protege. Então a gente tem um conjunto de normas, que podem ser desde a CF, leis, decretos-lei que é a CLT, normas administrativas com a finalidade de regulamentar a proteção do trabalhador em diversas áreas. Então a gente vê como o Estado tutela e tenta proteger o empregado da violação dos seus direitos, e mesmo assim não consegue, é impressionante. E aí eu coloquei outro conceito, que é o do professor Evaristo de Morais Filho, que não é muito lido, e ele traz: É um conjunto de princípios e normas jurídicas que regulam as relações jurídicas oriundas da prestação de serviço subordinado e outros aspectos desse último como consequência da situação econômico-social das pessoas que o exercem. A gente tem no Direito do trabalho essa divisão, essa dicotomia, entre o direito individual e o coletivo do trabalho, e eu trouxe o conceito do Cesarino Junior que diz (ela não fala, mas provavelmente é o conceito do direito individual, pois o coletivo está logo a frente): é um conjunto de leis que consideram individualmente o empregado e o empregador unidos em uma relação contratual. Como esse livro não está atualizado, ele fala de empregado e empregador, ele não está atualizado pois o autor já morreu, mas tem uma parte teórica muito boa. Mas em função da emenda 45 de 2004, a CF no artigo 114 usa a terminologia trabalhadores e empregadores. E aí tem: o direito coletivo do trabalho, por sua vez, é conceituado como conjunto de normas que consideram os empregados e empregadores coletivamente reunidos, principalmente na forma de entidades sindicais. Ou seja, são normas que são efetivamente criadas pelos próprios empregados e empregadores através da negociação coletiva, que são os acordos e convenções coletivos. A gente tem as convenções de direito coletivo, as recomendações da OIT, os tratados internacionais, normas de direito coletivo (normas de greve, as normas da CLT que tratam da organização sindical...). Quando a gente fala de direito coletivo a gente está falando de empregados e empregadores, mas efetivamente a palavra certa é sindicato da categoria profissional dos trabalhadores e sindicato da categoria profissional dos empregadores. Nós temos também a questão da flexibilização, que inclusive eu mandei um texto pra vocês, e aí diz: representa atenuação da rigidez protegida do direito do trabalho, com a torção de condições trabalhistas menos favoráveis do que as previstas em lei, mediante negociação coletiva em que a perda de vantagens econômicas poderá ser compensada pela instituição de outros benefícios de cunho social que não onerarão excessivamente a empresa nos períodos de crise econômica, ou de transformação na realidade produtiva. Eu vou ler aqui e depois a gente discute: A flexibilização tende ao ideal de restringir -significa que é evitar, diminuir - a intervenção do Estado no campo trabalhista, passando-se ao sistema a autorregulação das relações laborais pelas próprias partes interessadas por meio de negociação coletiva. Tal ideal, no entanto, somente pode ser atingido com um sindicalismo forte, extensivo a todos os ramos produtivos, quando ao poder econômico patronal pode opor-se em igualdades condições um poder sindical obreiro, de modo que tal poder de barganha alcançado pela união de trabalhadores torne equilibrado o diálogo entre empregados e empregadores (gente essa parte ta muito difícil de entender, tanto algumas palavras quanto a pontuação da frase, pq ela fica interrompendo). A gente tem aqui 3 partes, vou pular a segunda. "No embate entre capital e trabalho, a tendência do empregador é exigir o máximo de rendimento"...vou pular esse slide..."A necessidade de flexibilização das normas trabalhistas coloca-se tanto nos períodos de crise da economia, como em decorrência de processo tecnológico, que torna supérflua parte da mão de obra empregada. Nesses períodos verifica-se a impossibilidade prática das empresas arcarem com todos os ônus trabalhistas, sob pena de perderem competitividade no mercado internacional em uma economia globalizada, sendo que a rigidez do direito trabalhista, como ela é protetiva do polo mais fraco na relação laboral, pode conduzir à desagregação de fatores produtivos". Então nesses slides a gente tem algumas coisas importantes: a questão da flexibilização, a da globalização, e tem uma que está implícita no texto, que é a da desregulamentação. Quando ele diz que a flexibilização facilita um acordo sem que tenha que se alterar um texto trabalhista protetivo que tem rigidez, isso significa que a flexibilização possibilita, através de normas de acordos e convenções coletivas. Ninguém está falando aqui em flexibilizar direitos do trabalhador sem passar por uma negociação coletiva. E pra que essa negociação seja boa, há necessidade de um sindicato forte, para que o trabalhador não perca os seus direitos postos através das normas, da CF e da CLT, mas que em um momento de crise o empregado possa negociar com o empregador a um ponto em que ele possa principalmente se manterdentro da empresa, manter sua fonte de sustento que é seu salário. Por duas vezes, no ano passado com a pandemia e há alguns anos atrás, em um momento de crise econômica, grandes empresas automotivas passaram por crise, e aí eu tenho um exemplo que eu participei de perto, que foi o momento da Volkswagen e da Chevrolet. Na Volkswagen 1200 trabalhadores receberam uma carta de demissão, vocês sabem qual o reflexo disso? Se você tem 1200 empregados que tem uma família mínima de 4 pessoas, a gente tem 4800 pessoas sem sustento. E aí eu faço a pergunta: é melhor flexibilizar ou desregulamentar? Desregulamentar é tirar o que está escrito, revogar uma lei, alterar um artigo, então você está tirando o direito de um trabalhador que está posto em lei. Flexibilizar não, é sempre para que se possa alterar as normas trabalhistas, mas momentaneamente. Você vai fazer acordo em convenção coletiva através de uma negociação coletiva, você vai produzir um documento, que pode ser um acordo ou convenção coletiva, que vai ter uma validade de até 2 anos, tudo isso está previsto na CLT. Então aquela negociação pode durar 6 meses, pode durar 1 ano, até 2 anos. Não era mais fácil se os empregadores tivessem momentaneamente negociado com os empregados, do que demitir milhares? Quantas pessoas estão passando fome por conta da pandemia? Nesse mundo globalizado que a gente vive agora, para que haja uma melhor circulação de trabalhadores dentro do nosso próprio país e em países vizinhos, é melhor que as normas fiquem equiparadas para que os trabalhadores possam circular de modo a sempre ser uma mão de obra necessária. Então a flexibilização também é necessária levando-se em conta os processos tecnológicos que a gente vai sofrendo. Essa questão da flexibilização é muito importante, a gente está vivendo um momento em que se deve flexibilizar, muita gente diminuiu jornada, diminuiu salário, isso está certo? Pela CF, salvo se houver acordo ou convenção coletiva. No ano passado foi uma coisa muito interessante, pois foi um dos momentos em que o sindicato se fortaleceu muito, pois os empregados precisaram muito dos sindicatos para negociar essas reduções, pois a própria CF, e por isso que se fala que o direito trabalhista é rígido, ela própria diz no artigo 7, inciso 6 e 13, que só pode haver redução de salário e jornada se por meio de negociação coletiva, e é o que mais se flexibiliza no Brasil, no intuito de combater o desemprego: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; Passando dessa parte que a gente tenta demonstrar a necessidade de flexibilizar os direitos trabalhistas para evitar a desregulamentação, vamos às fontes. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO O que são fontes do direito do trabalho? "Fonte comporta a relativa variedade conceitual além da acepção estrita, a causa donde provêm efeitos, tanto físicos como morais. Assim, no plano dessa teoria, fontes do Direito consubstancia a expressão metafórica para designar a origem das normas jurídicas. A ciência do direito classifica as fontes jurídicas em dois grandes blocos, separados segundo a perspectiva de enfoque do fenômeno das fontes. Trata-se das fontes materiais e das fontes formais". As fontes formais são as fontes escritas, quais essas regras se revelam para o mundo exterior. A CF é fonte formal, as leis, a medida provisória, decretos e consectários, sentença normativa, tratados e convenções internacionais favorecidos por ratificação interna, a CLT, os acordos e convenções coletivas, as normas administrativas. SLIDE: 4.2.2-Fontes formais – Fenômeno de exteriorização final das normas jurídicas, os mecanismos e modalidades mediante os quais o Direito transparece e se manifesta. Portanto, são fontes formais os meios de revelação e transparência da norma jurídica, ou seja, os mecanismos exteriores e estilizados pelos quais as normas ingressam, instauram-se e cristalizam-se na ordem jurídica. Prof.: E o que são fontes materiais? As fontes materiais são substratos fáticos que exprimem o conteúdo da norma. Então assim: quais são os substratos fáticos que levaram à criação de uma norma de jornada de trabalho? Os fatos inspiram: aconteceu uma pandemia, a pandemia inspirou o congresso nacional a legislar sobre alterações nas normas trabalhistas, a mudar as fontes formais do direito do trabalho. Então você vê o que gerou a criação da norma, da MP 927, MP 932 e depois o MP 936 que foi criado uma norma, a 14.020. Então os fatos são substâncias que levam o legislador a regulamentar o direito do trabalho. SLIDE: 4.2.1-Fontes reais ou materiais – São os fatos sociais, históricos, econômicos, sociológicos, movimentos que a sociedade empreende para que surja o direito. (A prof. ainda fala das políticas e filosóficas. As filosóficas são as que levam o legislador a levar em conta questões como a dignidade da pessoa humana, o valor social do trabalho, etc. A finalidade é poder construir uma norma que esteja substancialmente comprometida com as necessidades do trabalhador brasileiro.) As fontes formais, quais são? A CF é fonte formal, as leis, a medida provisória, decretos e consectários, sentença normativa, tratados e convenções internacionais favorecidos por ratificação e adesão interna. Essas são as heterônomas. Ou seja: Quem faz a Constituição é o trabalhador? Não. Quem faz é o legislador, um ente externo à relação de trabalho do empregador, ele simplesmente faz a lei. Agora, o que leva o legislador a criar um projeto de lei, mandar um projeto pro congresso ou ter uma iniciativa de projeto de lei de uma matéria? - Eu li esses dias uma matéria de um deputado encaminhando projeto de lei para extinção da UERJ. Quem foi o louco que fez uma coisa dessas? Aí no grupo falaram que foi arquivado pois não tinha fundamento jurídico. Ou seja, não tinha substância fática para as alegações de extinguir uma universidade - Essas são as heterônomas, pois são feitas através de substâncias, mas elas não têm a participação direta dos envolvidos na relação jurídica trabalhista, por isso são fontes heterônomas do direito do trabalho. Mas a gente tem as fontes autônomas do direito do trabalho. Eu vou até ler aqui: "Fontes heterônomas (não) se caracterizam pela participação dos destinatários principais das mesmas regras jurídicas, são em geral as regras de direta origem estatal." E aí a gente tem as fontes autônomas, quais são? Os contratos coletivos, as convenções coletivas ou os acordos coletivos. Hoje a CF/88 não se utiliza da nomenclatura contrato coletivo, mas muita gente ainda usa, e na CLT acho que aparece. E aí o que diz: "Se caracteriza pela imediata participação dos destinatários principais das regras produzidas. As regras autônomas, caso coletivamente negociadas e construídas, consubstancia o alto disciplinamento das condições de vida e do trabalho pelos próprios interessados, podendo traduzir o processo crescente de democratização da relação de poder da sociedade". E aí a gente tem aqui a questão da competência: quem pode legislar sobre as questões de direito do trabalho no brasil? As fontes heterônomas são pela União Federal. Estados e Municípios não podem legislar. Isso está no artigo 22, parágrafo único da CF. E também no artigo 7, a CF dispões dos direitos sociais assegurados aos trabalhadores. A gente tem as leis, as medidas provisórias e os decretos legislativos que aprovam tratados, convenções e protocolos de organismos internacionais. Aí o que que a gente tem aqui? Decretos, regulamentos e portarias. É bem importante isso porque a gente tem no direito do trabalho normas administrativas que são chamadasnormas regulamentadoras. Elas são editadas pela Secretaria do Trabalho, no Ministério da Economia, e tem uma importância enorme de proteção ao trabalhador nas áreas em que eles exercem. Tem normas próprias para construção civil, para eletricitários, para os químicos, questões portuárias. Então essas normas tratam sobre o direito à proteção, do direito à periculosidade e insalubridade, e são muito importantes para proteger os trabalhadores. Tem como fontes autônomas também os tratados e convenções internacionais, esses tratados alguns o Brasil ratifica, outros não. A gente tem uma questão aqui da idade mínima para o trabalho, que até a emenda 20/88 o Brasil não tinha ratificado essa convenção internacional da OIT, tendo em vista que a convenção recomenda que a idade seja a partir de 16 anos, e até essa época o Brasil tinha a idade mínima 14 anos. "Os tratados internacionais, por serem incorporados ao ordenamento brasileiro pela espécie legal decreto legislativo, tradicionalmente goza de status de lei ordinária. Porém, a partir da emenda constitucional número 45/2004, quem introduziu o parágrafo 3 ao 5 da CF aos tratados internacionais que versam sobre direitos humanos, como em regra fazem as convenções da OIT, passam a ter status de norma constitucional derivada. O artigo 8 da CLT considera ainda como fonte supletiva em caso de lacuna do direito comparado". Ou seja, a CLT está desatualizada. Os tratados internacionais não são fontes supletivas, mas sim principais, formais, pois no momento em que você incorpora esse tratado através de decreto legislativo, ele tem status de lei. Costumes: Essa fonte não é muito considerada no Brasil em outros ramos do direito, mas no direito do trabalho é considerada fonte formal. Pois aqui, muitas coisas que acontecem nas empresas, acontecem porque viram costumes. (Prof. faz uma pausa para buscar água e já volta em outro assunto). E aí gente, o que acontece: A qualidade e a função dos costumes como normas jurídicas autônomas, com intuito se suprirem lacunas percebidas nas fontes jurídicas, são referidas pela legislação trabalhista de forma genérica, no artigo 8 da CLT. Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Isso aqui é interessante, pois causa polêmicas. No direito administrativo, um dos princípios mais discutidos é aquele que o direito privado nunca prevalece sobre o interesse público. Mas esse interesse público tem feito com que a gente tenha tido muitos direitos sociais delapidados pelo poder público estatal. O Estado diz que não pode, que vai afetar o Estado, mas qual o interesse do Estado que tem entre uma relação de empregador e trabalhador da iniciativa privada, o que isso atinge o Estado? Vai atingir é o trabalhador se o empregador deixar de depositar o FGTS, se o empregador deixar de fazer a contribuição social à parte que lhe cabe na relação de trabalho. Tem uma parte que cabe ao trabalhador e tem uma que cabe ao empregador. O governo quer tirar a parte que cabe ao empregador. O governo quer tirar a parte que cabe ao empregador. Então o empregado vai sozinho suportar esse peso tributário. Quando o sistema necessita de um sistema que seja democrático e descentralizado na forma do financiamento para os empregados, através de como vai financiar seguro desemprego, FGTS, o benefício de auxílio emergencial em um estado de calamidade pública... então o Estado ele tem proporcionado que o empregador suporte todos esses direitos sociais sozinho, e tem outra: a gente paga tributo e não tem retorno, não tem saúde pública condizente, não tem ensino de qualidade. Arbitragem: vocês acham que é possível a arbitragem no direito do trabalho? Arbitragem é uma das formas de dirimir conflito, mas existem 2 formas: a voluntária, que é quando as partes resolvem que precisam de uma terceira pessoa para dirimir o conflito para elas, e nesse caso elas escolhem quem será o árbitro em comum acordo; e a obrigatória, que é aquela que o Estado intervém no conflito e escolhe um árbitro. Vocês sabiam que justiça do trabalho não existe em nenhum outro lugar do mundo né? Nos EUA, quando há algum conflito com o empregador, você vai pra justiça comum. Aliás, acho que existe em algum país, mas na maioria não. A OIT vê a justiça do trabalho brasileira como se fosse uma forma de arbitragem obrigatória, pois quem determina quem é o arbitro quando tem um conflito trabalhista? A gente que escolhe o árbitro? Não. Quem escolhe é o Estado. A gente tem quase 200 juízes do trabalho na capital, e aí como são muitos há um sorteio automático e você cai em uma determinada vara. Aqui a gente até fala da lei geral de arbitragem: "o laudo arbitral é entendido no direito do trabalho como a decisão de caráter normativo tomada por alguém escolhido pelos sujeitos coletivos do trabalho, sindicatos dos trabalhadores, empresas e sindicatos dos empregadores, para dirimir conflito surgido no bojo da negociação coletiva e nos termos genericamente traçados pela lei de arbitragem geral, que é a lei 9.307/96. Nessa acepção o laudo arbitral é meio facultativo de solucionar conflitos, desde de que versem sobre direitos patrimoniais disponíveis, o que exclui o contrato individual do trabalho, mas uma vez aceito torna-se fonte heterônomas". Essa última parte do slide está desatualizada, porque? Pois a reforma trabalhista de 2017 pela lei 13.457/17, ela diz que é possível utilizar arbitragem nos conflitos individuais do trabalho. Princípios do direito do trabalho no contexto da flexibilização Esses são os grandes princípios do direito do trabalho de proteção ao trabalhador. Temos a regra do in dubio pro operario: possibilidade de inversão do ônus probandi quando o empregador detém os principais meios de prova. Exemplo: hora extra. Na hora extra há diretamente a inversão do ônus da prova. Você faz a hora extra, bate o ponto, até recebe um comprovante, mas quem é detentor do seu relatório da sua folha de ponto do mês inteiro é o empregador. Então quando você diz que fez hora extra, como vai provar que fez hora extra? Em obediência ao princípio do in dubio pro operario, o juiz em toda reclamação trabalhista inverte o ônus da prova e determina que o empregador prove que você não fez hora extra. Princípio da norma mais favorável: incidindo duas ou mais normas jurídicas sobre a mesma situação concreta, impõe-se aplicação da norma mais favorável ao empregado. Aqui existe uma espécie de discussão, pois com esse princípio, no direito do trabalho é possível inverter a ordem do princípio da hierarquia das normas, principalmente a ordem imposta por Kelsen na sua pirâmide hierárquica, que o Brasil segue, em que a CF fica no ápice da pirâmide e as normas administrativas na base. Só que no caso da norma mais favorável, há possibilidade de inverter essa pirâmide e aceitar uma norma inferior, desde que ela seja mais favorável ao empregado, em detrimento de uma norma superior na hierarquia normativa do Kelsen. "Na elucidação do conceito de norma mais favorável, a doutrina aponta duas teorias centrais: acumulação e conglobamento. Pela acumulação, na aplicação das normas jurídicas trabalhistas, o operador do direito procede à seleção, análise e classificação de diversas fontes trabalhistas, objetivando o fracionamento dos textos normativos. O que se busca é o acúmulo de preceitos favoráveis ao trabalhador com a cisão de diversos diplomas normativos analisados e comparados. A teoria da acumulação é criticável, pois na cisão e soma de diversos instrumentos normativos, quebra-se a harmonia do direito do trabalho como sistema de normas". Ou seja, você pega um pouco de uma norma, um pouco de outra, um pouco de outra, e vai acumulandoum caminhão de normas. Ou conglomerar, o que é conglomerar? É você analisar os diversos instrumentos, e não procede à um fracionamento, pois na acumulação você fraciona um pouco de uma e um pouco de outra. Essa não, essa você junta todas em uma só, conglomera. Quando se adota o conglobamento é "a comparação de vários textos, sendo que a escolha é efetuada pelo texto que seja mais favorável ao trabalhador no mesmo conjunto. Dessa forma, respeita-se a visão do direito como um sistema, evitando inclusive a ocorrência de antinomias jurídicas". O que é antinomia? Antinomia é conflito jurídico entre normas do mesmo grau hierárquico. Uma diz que sim e outra que não, você cria um conflito. No direito do trabalho isso não é um conflito pois você vai usar a mais favorável, mas em outro tipo de interpretação jurídica, às vezes pode ocorrer. Princípio da condição mais benéfica: "garantir a manutenção da condição ou cláusula contratual, tácita ou expressa, mais benéfica, (?) que diante de uma alteração contratual se revelará um benefício a um empregado. Tal condição deverá ser incorporada ao seu patrimônio jurídico como direito adquirido, e revela-se um prejuízo ao empregado quando essa condição perde eficácia jurídica, (?) por si declarar sua nulidade, consubstanciando o princípio da inalterabilidade contratual lesiva". Isso acontecia muito. Eu tenho o empregador com o contrato, e ele me oferece uma alteração contratual. Eu trabalho perto da minha casa, não gasto transporte, e ele resolve me transferir para uma loja, uma filial em outro município. Se é outro município, eu posso ir pro mesmo cargo com um salário menor, porque lá ele paga menos que aqui no Rio, devido à situação econômica do RJ. E essa condição é pior pra mim. Então eu posso não querer aceitar, baseado na inalterabilidade contratual que é lesiva ao meu benefício, e não favorável. Princípio da indisponibilidade ou irrenunciabilidade das normas trabalhistas: a gente estuda no direito civil que os direitos são irrenunciáveis e intransponíveis. Aqui no direito do trabalho a gente também tem, isso com base na alteração em contrato de trabalho, que é o artigo 468 da CLT. "Dessa forma, esse princípio traduz-se na impossibilidade jurídica do empregado privar-se voluntariamente das vantagens concedidas pelas vantagens do direito do trabalho, até por que se presume que, se assim o fez, foi devido à vício de consentimento, forçado, induzido ou ludibriado, em sua ignorância em face da posição subordinada que ocupa na relação". Quando se está numa relação capital trabalho, quando você está em uma situação difícil e precisa do trabalho, você acha que tem condição de enfrentar o empregador e dizer: "esse contrato eu não quero"? A gente sempre fala que o contrato de trabalho e um contrato de adesão, ou é isso ou é isso. Ou ele fica desempregado. Na maioria das vezes o que é levado em consideração é a vontade do empregador. Princípio da primazia à realidade: significa que na realidade é uma coisa, e no caso de fato é outra coisa. Porque "no caso de discordância entre o que ocorre de fato e o que está nos documentos trabalhistas, haverá a prevalência do sucedido no plano dos fatos. Para o direito do trabalho os documentos são válidos desde de que estejam em sintonia com a realidade diária do contrato individual do trabalho". Tem muita ação, e eu estou até com uma ação trabalhista para fazer aqui, que é de uma manicure, ela trabalha em um salão há 15 anos e a carteira dela é assinada com salário mínimo + comissão. Aí a empregadora paga ela a comissão, mas só recolhe FGTS todo mês sobre o salário mínimo, paga o 13º sobre o salário mínimo, paga o terço de férias sobre o salário mínimo, enquanto ela ganha 5, 6mil todo mês. Então o direito é uma coisa e de fato é outra coisa. Princípio da razoabilidade: princípio que prevê a razoável duração do processo no artigo 5º. Princípio da boa-fé: consiste na afirmação que as partes da relação devem agir com lealdade, cumprindo honestamente as obrigações assumidas. O empregado e empregador devem ser sinceros, leais e honestos, não só nos atos de contratação, mas como no desenrolar da prestação de serviço. (Não sei bem onde essa parte entra, se é um princípio por si só, ela só começou a falar) As principais normas se caracterizam por ter imperatividade, por serem de ordem pública, e por isso tem aplicabilidade imediata sobre as situações ainda não consumadas. Esse dispositivo, além de estar no artigo 912 da CLT, essa questão da aplicabilidade imediata está também no parágrafo 2º artigo 5º da CF, que fala da aplicabilidade nos direitos fundamentais sociais. AULA 03 - DIREITO DO TRABALHO Na última aula, a gente falou dos principais princípios das fontes do Direito do Trabalho, e aí hoje nós já vamos começar falando da relação de trabalho e relação de emprego, isso aqui é muito legal, inclusive eu vou compartilhar com vocês uns slides, porque é muito importante, a gente começar direito do trabalho falando um pouco dessas relações. Justamente para diferenciar o que é relação de trabalho e o que é relação de emprego, então, deixo aí nesses slides bem claro. Relação de trabalho tem caráter genérico, porque dentro da expressão está incluído os trabalhadores, aqueles que têm vínculo e aqueles que não tem vínculo. Relação de emprego é somente entre aqueles que têm vínculo empregatício. Só existe uma relação de emprego quando alguns requisitos são preenchidos de acordo com os artigos 2º e 3º (CLT) da relação de trabalho. Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. E aí nós temos o seguinte silogismo jurídico, que é toda relação de emprego, é uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho, é uma relação de emprego. Eu cheguei a falar que a relação jurídica do trabalho tinha sujeito e objeto, os sujeitos são empregados e empregadores e o objeto é o contrato de trabalho, então para a gente conseguir definir essa relação jurídica, conceituar cada um dos sujeitos e por fim, do objeto dessa relação. Quando chegarmos ao contrato de trabalho, vamos verificar que quase todo o nosso curso, está em cima dessa questão relacionada ao contrato de trabalho. Empregado: Toda pessoa física que presta serviço de natureza não eventual (habitualmente)ao empregador sob a dependência deste e mediante salário. Uma coisa importante gente, é que a reforma trabalhista, ela altera a CLt em muitos artigos, mas ela não altera os princípios básicos da CLT que são, empregados, empregador, e muitas questões relacionados ao contrato de trabalho, altera muita coisa do contrato de trabalho, mais relacionado às férias, a suspensão de contrato de trabalho, a décimo terceiro... mas os conceitos basilares se mantém. Então, com base no artigo 3º, já sabemos que empregado é pessoa física e não pessoa jurídica, tem natureza habitual (professora conta que quando era estudante, uma professora colocou na prova uma terminologia, "de trato sucessivo", se era uma característica do advogado), quando eu digo que a natureza é não eventual, ela é habitual, e se eu digo que ela é habitual, então a característica é habitualidade, habitualidade de um dia após o outro, logo, é um trato sucessivo. Então gente, é importante que quando vocês estudarem, que determinado aspectos, vocês leiam os livros ou busquem textos na internet mais completos na doutrina, não adianta só eu falar do artigo legal, se eu não falar aqui das controvérsias existentes na doutrina, e aí, essa coisa de "trato sucessivo" é uma expressão que não está na CLT, mas que pode ser sinônimo de "habitualidade", continuidade. Considera-se empregado, como estáno artigo art. 3º da CLT: toda pessoa física que presta serviço de natureza não eventual (habitualmente/contínuo de trato sucessivo) ao empregador sob a dependência (subordinação jurídica porque estamos falando de empregado, e se é empregado, tem contrato/vínculo assinado ou verbal feito, e aí temos uma subordinação jurídica, por que existe um contrato verbal ou formal) deste e mediante salário (onerosidade). Temos também a pessoalidade, ou seja, só quem pode prestar esse serviço de empregado é a própria pessoa física contratada pessoalmente. Não posso contratar João de carteira assinada, e Pedro fazer o serviço no lugar dele. Agora, é diferente se eu sou prestadora de serviço sem vínculo, a depender do contrato de prestação, eu contrato por exemplo a Suzane que é responsável absoluta da ação, mas tem outro advogado que trabalha com ela. Por exemplo, tem cliente que liga para o escritório da professora e quer saber do andamento do processo, aí o Caio é o responsável por passar o andamento do processo ao cliente. Mas o cliente reclama porque liga para o escritório e não consegue falar com a Suzani. Nessa situação, todo suporte é dado porque essa pessoa que trabalha para Suzani a representa e passa o andamento. Agora se a questão é pessoal ela atende e fala, não significa que Suzani Ferrari não está dando atenção ao cliente (isso acontece muito no ramo do Direito). Temos os principais tipos de empregado, são eles: APRENDIZ (A professora disse que já falou na semana passada, começa no art. 402 a 428 e seguintes). EMPREGADO DOMÉSTICO (alterar a lei de empregado doméstico no slide): Já tiveram duas leis depois dessa de 72, então temos atualmente a Lei Complementar 150/2015, que vem corrigir muitas distorções de desigualdade que existiam entre o empregado que não é doméstico e o empregado doméstico. Então hoje o empregado doméstico é considerado empregado, mas nas suas características, por exemplo, tem direito a hora extra, FGTS. De forma diferenciada porque o trabalho doméstico continua sendo sem finalidade lucrativa, e por isso o empregador desse empregado doméstico não pode ser onerado da mesma forma que o empregador que possui finalidade lucrativa. Definição de empregado doméstico: Art. 1º: Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei. Então algumas características desse contrato de trabalho entre o empregado não doméstico e o empregado doméstico, ainda existem diferenças, em relação ao índice de FGTS é o mesmo, ou seja, 8%. Porém existe alguma diferenciação ainda nesse sentido (ela não falou quais). EMPREGADO RURAL (Lei Específica, que é a Lei 5.889/73): O segurado especial que existe na previdência não é empregado rural. Segurado especial é o trabalhador, parceiro, meeiro, é aquele que exerce atividade em conjunto com o grupo familiar. Ele não é empregado, ele mesmo produz na terra dele em quantidade muito menor que um grande empregador da área rural, mas ele é empregado rural (?? uma hora ela fala que não é empregado rural, outra hora fala que é! 17:35). E como empregado rural ele continua sendo regulamentado pela Lei 5.889/73. O conceito do empregado rural está no art. 2º da Lei 5.889/73: Art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário. São as mesmas características do empregado do art. 3º da CLT. Porém tem característica diferente porque ele exerce a atividade remunerada dele, e ao invés de ser em local urbano é em propriedade rural ou prédio rústico também localizado em local rural. Por isso que diferem, e também porque a atividade exercida pelo empregador rural é completamente diferente do empregador urbano. DIRETOR DE SOCIEDADE: É o cargo de administração previsto em lei, estatuto ou contrato social, independente da denominação do cargo, ou seja, é o gerente, administrador da empresa, sócio administrador. Diretor de sociedade é aquele que também contribui para previdência e tem alguma característica de subordinação a outras pessoa, e por isso, é considerado equivalente ao empregado. Inclusive, essa denominação está no art. 16 da lei 8.036/90 (Lei que regulamentou pela segunda vez o FGTS no Brasil, quando o FGTS surge ele era regulamentado pela Lei 5.107/66 que entrou em vigor em 1º de janeiro de 67, depois essa lei foi revogada pela Lei 8.036/90) e temos também a súmula nº 269 do TST que confirma a situação de diretor de sociedade ser considerado equivalentemente ao empregado. Art. 16. Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão equiparar seus diretores não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS. Considera-se diretor aquele que exerça cargo de administração previsto em lei, estatuto ou contrato social, independente da denominação do cargo. SÚMULA 269 do TST: o empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço deste período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego. Nesse caso é que é equiparado ao empregado. EMPREGADO PÚBLICO: Não é servidor público, não foi nomeado pelo concurso público. Dessa forma, o empregado público pode ser um empregado temporário que trabalha no serviço público. Assim, ele é agente público enquanto trabalha prestando serviço à sociedade dentro da administração pública, mas ele é celetista, ele contribui para previdência social, ou seja, ele é considerado um empregado público. Pode ser aquele contratado para exercer cargo comissionado também. A definição de empregado público está no art. 173, § 1, II da CF, e o critério de admissão do empregado público está no art. 37, II da CF. Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao seguinte: II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; Temos como figura afim, o TRABALHADOR TEMPORÁRIO: A Lei 6.019/64 nunca foi revogada, ela define o trabalhador temporário: pessoa física contratada por empresa de trabalho temporário ou interposta para prestação de serviço destinado a atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou acréscimo extraordinário de tarefas de outras empresas. Art. 2º da Lei: Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. Então, aqui temos empresa de trabalho temporário, tomador ou cliente. No caso da empresa temporária, a pessoa é contratada, tem carteira assinada. Porém, só pode ser de carteira assinada nos casos de atender necessidade transitória de substituiçãode pessoal permanente ou acréscimo extraordinário de tarefas Necessidade transitória: Por exemplo, tenho dois empregados importantes para fazer a folha de pagamento, uma entra de licença gestante, e o outro que teve problema de saúde. Nesse caso, a empresa ficou descoberta. E a empresa quer alguém que tenha experiência na área para substituir esses funcionários durante o período de licença. Como as empresas de trabalho temporário tem um banco de dados com um monte de gente que tem características apropriadas para essa situação, ela indica uma pessoa para substituir o pessoal regular da empresa, assim, essa pessoa indicada vai ser contratada de carteira assinada só que por um período especificado em lei, que é de 90 dias, podendo chegar a 120 dias. Outro caso é de acréscimo extraordinário na tarefa: Quando a empresa recebe uma encomenda que não estava esperando, como por exemplo, na pandemia, que precisou fabricar essas capas de médico e enfermeiro, máscara para hospital, logo, essa empresas que produzem material para hospitais aumentaram muito seus gastos e tarefas nesse período. Por conta disso vai aumentar o serviço, então houve um acréscimo extraordinário, e com esse acréscimo extraordinário, a empresa contrata pessoas para esse período. Mas pode ser também por conta de situações de aumento de demanda no comércio, por exemplo, no natal, dia dos namorados, dia das mães, etc. A própria lei diz que o contrato temporário tem prazo determinado de 90 dias, podendo chegar a 120 dias. Assim, o contrato define a data de entrada e de saída, por isso é considerado contrato por tempo determinado. Diferença para o contrato de trabalho e contrato de experiência: O contrato temporário tem prazo máximo de três meses podendo chegar a 120 dias, art. 10, § 1º da Lei 6.019/64. Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017) § 1o O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. Já o contrato de experiência é de 90 dias, não tem acréscimo, podendo ser renovado uma única vez, ou seja, posso fazer um contrato de 30 e renovar por 60, fazer um contrato de 60 e renovar por 30, um de 45 e renovar por mais 45, ou fazer um contrato direto de 90 dias. Já o contrato temporário é no máximo de 3 (três) meses, e não tem esse direito a renovação, o que ele pode virar é um contrato por tempo indeterminado, que é diferente, não pode fazer outro contrato temporário depois de passado os três meses, somente com o lapso temporal de 6 (seis) meses, conforme o art. 451 da CLT. Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo. Ambos os contratos são de carteira assinada. FALÊNCIA DA EMPRESA DE TRABALHO TEMPORÁRIO : A responsabilidade solidária é da empresa tomadora, ela é responsável porque ela ganha um percentual referente ao contrato do empregado pago pela empresa contratante para colocar uma pessoa de segurança em sua empresa. Necessidade de substituição transitória de pessoal permanente: é aquilo que já disse, quando uma pessoa fica grávida ou sai de férias e contrata outra para substituir. Acréscimo extraordinário do serviço: é a questão que ela colocou do aumento da fabricação de máscaras e de EPI na pandemia. VANTAGENS: - Remuneração equivalente a recebida pelos empregados da categoria da empresa tomadora, calculado na base horária garantido o pagamento do salário mínimo. - Jornada de 8 horas. - Adicional de hora extra, não excedente de duas. - Os mesmos direitos que o empregado por tempo indeterminado tem, o empregado temporário tem também. Então o contrato temporário não diferencia em nada do contrato indeterminado, somente em relação ao prazo determinado. TRABALHADOR AUTÔNOMO: A definição está na Lei Previdenciária, Lei 8.212 no artigo 12, V, letra H. Hoje não é mais conhecido como trabalhador autônomo, e sim, como contribuinte individual. No meio trabalhista ainda se usa o termo trabalhador autônomo, que é aquela pessoa que trabalha sem subordinação jurídica, sem carteira assinada, ou seja, é o seu próprio empregador. Definição de trabalhador autônomo: Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: V - como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). A pessoa física que exerce, por conta própria (ou seja, não está subordinada, não tem habitualidade), atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. Na letra g diz respeito a quem presta serviço de caráter eventual: g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual (esporádico), a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). Qual a diferença entre o trabalhador eventual e o autônomo? O eventual é aquele que tem caráter provisório e por conta e risco alheio, e autônomo exerce por sua conta própria e risco. Os dois se inscreveram pra prestar serviço por meio de MEI. TRABALHADOR AVULSO: Uma coisa importante, sabe onde tem muito trabalhador avulso? no Amazonas, vocês já ouviram falar que o amazonas chegou no nível máximo? A professora foi em Manaus três vezes dar aula de pós graduação, e lá no porto tem um movimento impressionante, parece a rodoviária Novo Rio. No porto de Manaus você encontra muito trabalhador avulso. Trabalhador avulso é trabalhador básico de portos, então tem vários trabalhadores em lugares que têm portos, e só tem porto onde tem mar. Porém manaus não tem mar mas tem três rios, o Rio Negro, o Rio São Limões e o Rio Amazonas, e lá você encontra muito trabalhador avulso. O trabalhador avulso é um trabalhador autônomo, e ele está caracterizado pela Constituição Federal art. 7, XXXIV da CF , é o único trabalhador que é citado no art. 7º da CF. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Quem tem direito a férias e décimo terceiro? A professora paga férias e décimo terceiro para seus empregados, mas como advogada ela não tem direito a férias e nem décimo terceiro. O empresário também não tem direito, mas ele tem que pagar o empregado. Por isso que se diz que o empregado sai muito caro para uma empresa, porque ele recebe férias, décimo terceiro, tem que depositar 8% do FGTS todo mês, e não é descontado do empregado, é um ônus do empregador, tem que pagar além da contribuição que o empregado paga ele tem que pagar uma contribuição com a receita federal relacionado a previdência sobre a folha de salário e isso é um ônus a mais. Como a empresa faz para reduzir esses custos? Ela tem direitos a benefícios, esses benefícios podem ser requeridos junto a Secretaria do Trabalho que hoje faz parte do Ministério da Economia. Mas ela só consegue esses benefícios, se estiver em dia com as obrigações tributárias. Então ela pode oferecer vale transporte e ter esse valor abatido nos tributos, pode abater parte do programa de alimentação e transporte (PAT). Se ela paga fundo de pensão e auxílio creche, pode abater no imposto de renda também. Assim, quanto mais Benéficos a empresa oferecer ao empregado mais ela consegue reduzir esses tributos. Então, lá na CF está escrito que o trabalhador avulso, que é um trabalhador autônomo, que não tem carteira assinada, se iguala ao empregado em direitos e obrigações. Quer dizer que o trabalhador avulso tem direito a décimo terceiro? Sim, mas se ele não tem empregador, quem paga? O sindicato. Que hoje não tem mais sindicato, eles mudaram para Empresatomadora de mão de obra. Lei 9.719 é a lei de proteção ao trabalhador avulso. (A professora não achou a outra Lei que ela queria sobre trabalhador avulso, mas acredito que seja a LEI Nº 12.023/2009). OGMO = Orgão gestor de mão de obra, que é o tomador de serviços. Lá no porto de Manaus, tinha um quiche tipo de banco que ia aparecendo os números, e a cada número que aparecia levantava um cara. E ai tinha alguns exemplos de trabalhadores avulsos: o estivador (abre o Container e ele descarrega a mercadoria nas costas), o carregador de malas, o guindasteiro (comanda o guindaste). Tem uma categoria de trabalhador avulso que ganha muito dinheiro, chamada prático de barra (navio), responsáveis pelas manobras para embarcações nos portos. Quem paga os trabalhadores avulsos são as grandes empresas que transportam nesses grandes navios cargueiros, então o preço de mercado é de 500 mil, 700 mil, a depender do porto. Hoje não é mais uma profissão que passa de pai para filho. Não é de carteira assinada, mas eles têm todos os direitos de um trabalhador com vínculo empregatício. CARACTERÍSTICAS: Liberdade na prestação de serviço, possibilidade na prestação de serviço a mais de uma empresa, intervenção do sindicato (OGMO), serviço prestado em curto período. Antigamente existia uma máfia grande nesse sindicato, então para evitar fraude, eles criaram senha. Por isso que mudaram de sindicato para OGMO. No artigo 9, do decreto 3048 fala que empregado doméstico, mais de 2 dias na semana vira segurado obrigatório, segurado obrigatório é aquele que tem que contribuir pra previdência. Os trabalhadores temporários são figuras são regidas pela lei 6019, que não foi revogada e nela todo empregado temporário, de 90 a 120 dias pode ser prorrogado por mais 30 dias, ele tem que ter uma empresa interposta tipo trabalhador avulso e quando eu falo de trabalhador avulso, temos a lei 12.023 de 2009, mas vocês vão encontrar todas as definições de trabalhador avulso no decreto 3048, de 99, no art. 9, inciso VI. Quais são os direitos dos trabalhadores de modo geral? Férias proporcionais, exceto em causas de justa causa e pedido de demissão. Vocês vão ver quando a gente tiver férias, que nas férias você tem o período aquisitivo e o período concessivo, tá no art.130 da CLT. Eu entro numa empresa hoje e no momento que eu entro eu passo a iniciar o período de aquisição de férias. Se eu for demitido antes de completar esse período, eu já constituí esse direito? Sim, porque quem é demitido não escolheu sair, se ele não escolheu sair ele ia completar o período aquisitivo. Quem pede demissão não tem direito a receber as férias proporcionais, ele não tem direito, só expectativa de direito e, na metade do caminho, ele abriu mão ao se demitir. O fim de semana remunerado é previsto na CF, então, você tem direito ao fim de semana remunerado, salvo as pessoas que trabalham em modalidade de trabalho como Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), os trabalhadores comerciais, eles têm o trabalho diferenciado, não é aquele trabalho de seg à sab. Não se usa mais a terminologia "autônomo", tecnicamente, é contribuinte individual. Como um prestador de serviços, tem direito, se não tem vínculo? Todas as empresas pagam um valor pra órgãos gestores de mão de obra ou para sindicatos, nesse valor tá embutido todo o serviço de desembarque, tanto o trabalho braçal e essa taxa cobre a hora do trabalhador avulso. Por isso muitos navios pararam de atracar no porto do RJ e passaram a atracar no porto de SP, porque as taxas do RJ são altíssimas. O trabalhador eventual ele também tá conceituado no art.12 da lei 8212 e aí eu vou dizer pra vocês, a previdência traz alguns institutos e normas que são fundamentais, tanto o direito do trabalho tem a CLT, como o tributário tem a CTN, que prevê as normas principais e secundárias, créditos, lançamentos, a gente utiliza tudo isso e recursos humanos nas empresas, como também utiliza na área previdenciárias: salário maternidade, salário paternidade, fora as questões à contribuição social: compensação, questões relacionadas à insalubridade, periculosidade, tudo isso se reflete na previdência social e no direito tributário, por isso a gente tem como áreas de atuação essas 3 áreas. No direito previdenciário a gente tem 2 leis e 1 decreto que são superimportantes, que é a lei 8.213 que trata do regulamento de benefício, a lei 8.212 que trata de toda parte de custeio, inclusive das obrigações principais e acessórias da empresa, do art.28 ao art.35, a gente tem o decreto 3048 de 99 que traz definições explícitas, inclusive quando se fala que empregado é segurado obrigatório, ela traz o conceito previsto no art.3 da CLT. Então eventual é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural em caráter eventual a uma ou mais empresas sem relação de emprego, é como se fosse um trabalhador autônomo. A gente tem as características do trabalhador avulso: liberdade na prestação de serviços, possibilidade na prestação de serviços em mais de uma empresa, serviço prestado em curto período. Estagiário... Quem é estagiário na turma? O estagiário teve muita mudança desde a década de 70 pra cá, a gente chamava de escraviário e ainda continua meio que sendo, o que ocorria antes da lei dos estagiários (LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008), a caixa econômica federal botava vários estagiários, a justiça federal coloca também, mas tem a desculpa que você tá na área de direito, os bancos não, durante muito tempo os bancos usavam os estagiários de direito. Essa lei teve um papel muito forte pra cortar isso. A lei dispõe sobre a facultatividade de bolsa, o estágio pode ter bolsa ou não. O estagiário não é empregado. Exigências legais: que o estagiário esteja matriculado na escola e esteja frequentando. Firmado termo de compromisso por escrito é exigência, o contrato de estagiário é formal, é obrigatoriamente prevista a formalidade. O estágio deve proporcionar experiência prática ao estagiário. O estagiário tem direito hoje ao que ele não tinha antigamente, não é férias, é um recesso remunerado, durante 30 dias. Considera-se trabalho voluntário a atividade não remunerada prestada por pessoa física à entidade pública de qualquer natureza ou à instituição privada sem fins lucrativos, que tenha objetivos físicos, culturais, educacionais, científico, criativos ou de assistência social, inclusive de mutualidade. Característica: pessoalidade, tem que ser exercido pela própria pessoa física. Gratuidade: falta de remuneração e não gera vínculo de emprego, o que é importante nesse conceito é *trocou de assunto* construtora é atividade pública ou privada? Privada. O que uma instituição privada sem finalidade lucrativa? É uma instituição publicamente considerada filantrópica. Trabalhador voluntário só pode trabalhar ou pra uma instituição pública ou uma instituição privada sem finalidade lucrativa. Aí no termo de adesão deve constar as condições e o objeto da atividade. Terceirização A terceirização teve um boom no início do século 21 e, consiste na possibilidade de contratar um terceiro para a realização de atividade que não constitui o objeto principal da empresa. Ou seja, na terceirização existe uma empresa interposta e uma prestadora de serviços. Terceirização: transferência de uma parte da atividade da empresa para outra, que passa a funcionar como terceiro no processo produtivo. Você tem duas formas de terceirizar: através do trabalhador da empresa principal e aí você tem a questão do trabalhador temporário. Ou você tem a terceirização através da prestação de serviços. A finalidade é a redução dos custos da produção pela especialização como concentração da empresa principal na sua atividade produtiva fundamental. Modalidades: locação de mão de obra e prestação de serviços. Na prestação de serviço a gente tem deslocamento de parte da atividade produtiva para a empresa secundária, que presta serviços a principal com seu próprio pessoal e equipamento, transferindo-lhe o produto concluído. Por ex: na Rural, os servidores da