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Aulas de Direito de Trabalho I

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Direito do Trabalho I
Aula 01
Data 07/06/2021
Eu mandei o programa, mandei dois textos para vocês para a gente fazer uma introdução trabalhista
aqui rapidamente a respeito do direito do trabalho no Brasil, um pouquinho na pandemia. Não vou
falar muito porque como a gente vai falar dos direitos individuais esse semestre, na medida em que eu
for falando de jornada, eu vou falando das alterações da jornada, vou falando de suspeição, de
contrato de trabalho, alteração de contrato de trabalho, porque aí vem suspeição do contrato de
trabalho. Então, eu mandei os textos e vocês vão acompanhando as mudanças e vão acompanhando a
aula. Nós vamos complementar as aulas com os textos e vocês vão lendo para termos suporte. Mandei
o programa. Vamos ter duas provas, a P1, a P2 e a P3 para quem não passar, geralmente eu dou a
prova da P1 e da P2 para vocês fazerem em casa para vocês responderem, terá 24H para fazer
podendo ser com consulta, então fica tranquilo.
Então, o Direito do Trabalho na verdade eu sempre falo que no direito e principalmente nos direitos
sociais, nos direitos humanos, e também no direito como um todo a gente tem dois momentos
importantes, antes e depois da revolução francesa. Mas no Direito do Trabalho (DiT) esse marco da
revolução francesa é muito importante, porque após a revolução francesa que é pautada em três lemas
de liberdade, fraternidade e igualdade, hoje a gente vê aí 300 anos depois, a gente vê ainda a briga
pela igualdade de forma muito ferrenha, ela é muito discutida, seja referente a cor, seja referente a
gênero, com relação a igualdade ou desigualdade do valor de pagamento entre pessoas da mesma cor,
de gênero diferente, de todo esse preconceito no ambiente de trabalho, sobre assédio relacionado a
gênero, relacionado a hierarquia profissional que tem a ver com DiT. Então a gente vê que o princípio
da igualdade, desde a revolução francesa até os dias de hoje é muito e muito discutido. Eu acho até
que tem ficado mais acirrado em algumas esferas da sociedade esse princípio da igualdade.
O princípio da liberdade ele tem lá os reflexos na própria constituição, onde está o princípio da
liberdade na constituição? Ele está em alguns incisos do artigo 5º, mas ele está principalmente no
preâmbulo da CF, que traz o princípio da igualdade, estando também no artigo 3º “Construir uma
sociedade livre justa e solidária" como direito fundamental, do indivíduo do estado democrático de
direito todos são livres no preâmbulo da constituição, onde diz que a todos é dado o direito construir
uma sociedade livre, justa e solidária, então está aí o princípio da liberdade.
Então está aí o princípio da liberdade, o princípio da igualdade, e o princípio da solidariedade, a
solidariedade que é tão vinculada às relações de trabalho, as relações humanas, o princípio da
solidariedade que é altamente vinculada aos institutos sociais do trabalhador e do indivíduo como um
todo.
O DiT, como eu disse antes, a revolução francesa é um marco, e após isso vem a revolução industrial,
e aí é um marco na forma que o Estado que até a revolução francesa era absolutista, ele sai do Estado
absolutista por causa da revolução francesa, entra na era do Estado liberal, que foi tão alçado pelos
trabalhadores do século XVII/XVIII que saíram da esfera de escravo, para a esfera de servo, e depois
para a esfera de trabalhadores altamente explorados, a partir do Estado liberal quando instalado a
partir de princípios e ideias de doutrinadores de um Estado Liberal Econômico, que tudo tem a ver
com o trabalhador que é o Adam Smith, e depois a gente passa... eu estou falando de um modo geral e
muito resumidamente... a gente passa então por um momento de revolução dos trabalhadores, do
operário ao pensamento, aos pensadores que mais influenciaram, a gente pode dizer que mais
influenciaram para que os trabalhadores viessem a fazer reivindicações por melhores condições de
trabalho que são os pensadores que são o Marx e o Engels, e o Marx que trouxe muita influência a
partir da publicação do manifesto comunista em 1848, e aí já estamos no século XIX, vou falar mais
devagar porque eu esqueci que vocês são de DiT I.
Então a gente estava nesse momento no século XIX, temos um momento que marca os direitos sociais
que com a grande busca por melhores condições nas relações de trabalho surge o partido do
proletariado, esse partido do proletariado totalmente baseado nas doutrinas marxistas e na época os
países que mais se envolveram com essas mudanças foi principalmente a Alemanha, que na época era
chamada de Prússia, que tinha como líder o chanceler, também conhecido como imperador, mas o
título oficial era chanceler o Bismarck que era um líder de direita e governava a Prússia que é a
Alemanha e ele que ficou encurralado pela pressão dos trabalhadores na época. Entre as décadas de 50
e 70 no século XIX foram as décadas que mais ocorreram enfrentamento dos trabalhadores com os
empregadores, com as empresas, e para isso eles se enfrentavam por meio de policia armada, os
trabalhadores que não tinham armas, eles enfrentaram greves, a greve surge justamente nessa época
em 1948 e logo ao surgir ela é considerada um movimento ilícito, um movimento proibido, inclusive
por uma lei chamada Lei Le Champelie (não sei como se escreve), inclusive francesas, que hoje a
gente tem a França como um dos países mais liberais e mais solidários e por conta da história e que
tudo que se viveu, mas a França foi um dos primeiros países que enfrentaram de forma contundente as
greves dos trabalhadores do século XIX. Então, a partir daí a luta muito grande, e os operários o
Bismarck que era um governante de direita, vendo que não tinha condição de vencer politicamente,
porque eles se organizaram em um partido político e iriam concorrer às eleições, porque apesar a
gente não ter um país totalmente democrático na Alemanha no século XIX já havia democracia. E
com isso o Bismarck para poder continuar no poder ele resolveu se aliar e fazer um acordo com o
partido proletariado. Ele continuaria como chanceler, mas ele nomearia cargos do seu governo aos
líderes proletários do partido proletário da época. A partir dessa negociação que se deu no meado da
década de setenta do século XIX, surgem então as primeiras leis dos direitos sociais, e quando eu digo
sociais é porque a gente tem os direitos trabalhistas e os previdenciários regulamentados pela primeira
vez na Europa através do Bismarck, por isso ele é conhecido, e ai você pode pegar qualquer livro de
doutrina e lendo toda essa parte da política trabalhista, do surgimento da política trabalhista na
Europa, vocês vão ver que o Bismarck é conhecido como pai dos direitos sociais, porque ele foi o
primeiro que regulamentou as leis trabalhistas na Europa.
A partir daí os outros países europeus passaram a regulamentar leis para os trabalhadores, como a
França, a Inglaterra, a Finlândia a Dinamarca, muitos países europeus passaram a editar normas, mas
o primeiro país europeu a editar normas trabalhistas ligadas a jornada de trabalho, ao valor mínimo do
salário do trabalhador, a questões envolvendo os acidentes de trabalho nas empresas, que eram muito
grandes. Então Bismarck foi um dos primeiros a legislar sobre as questões trabalhistas. É engraçado
que na época você tinha salários determinado o salário mínimo do trabalhador homem, o salário
mínimo da mulher e o salário mínimo da criança, que a idade para o trabalho, até antes desse período
do Bismarck, eram 6 anos de idade. Qual é a idade para o trabalho hoje?
Resposta: Jovem aprendiz com 14 anos?
Não, a idade para o trabalho se você pegar, isso é matéria que está no nosso programa e como estamos
em um semestre diferente, na medida que for surgindo eu vou falando. Você não está errada Geane
(aluna que respondeu), você está certa, mas se perguntarem qual a idade de trabalho no Brasil, a idade
é 16 anos, salvo aos 14 como menor aprendiz. Então na verdade, trabalhar aos 14 como menor
aprendiz é uma exceção,porque a idade para o trabalho é de 16 anos, isso está no artigo 7º, inciso 33
da CF:
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos; “
Então na verdade na CF você tem que interpretar o artigo, por isso que a pergunta da Geane foi
super pertinente, porque eu vou ensinar a vocês a interpretar o artigo, porque diz: “proibição do
trabalho insalubre, perigoso ou penosos aos menores de dezoito anos, então a partir de 18 anos é
permitido trabalhar nessas condições de periculosidade e insalubridade que é trabalhar exposto a
agente físico, químico ou psicológico que prejudique a saúde ou o meio-ambiente. Então até 18 não
pode, qualquer trabalho aos menores de 16, então a partir de 16 você já pode trabalhar.
Excepcionalmente o menor de 14 anos na condição de menor aprendiz pode trabalhar, porque tem
uma lei do Lula de 2008 que diz que menor aprendiz pode trabalhar até 24 anos, porque antes era
limitada, mas quando a gente estudar os artigos que falam de menor aprendiz, que é o 402 e seguintes
na CLT, ele diz que o contrato do menor aprendiz é por tempo determinado, e o que significa um
contrato por tempo determinado? Pensem, eu determino, então eu digo quando começa e quando
acaba. Se a gente pegar a CLT, ela coloca em um artigo... (ela parou a frase no meio e continuou
outra). Então o que acontece, o contrato pode ser determinado ou indeterminado, se a gente tem um
contrato determinado você tem a data do início e a data do fim e o contrato de menor aprendiz ele
sempre na forma dele, que está descrita em lei, a forma dele é por tempo determinado, então ele tem
data de início e data de fim, e a lei também determina o tempo de duração. A CLT ela traz regras, é
430 ou 418 que vai falar de contrato de trabalho, 442! Ela vai trazer... 402 é do menor aprendiz e 442
e diante é sobre as regras do contrato de trabalho. (Ela voltou ao ponto do Bismarck quanto a idade
mínima permitida nessa época). Nessa época era 8 anos inicialmente, depois passou para 10 anos, e
depois foi evoluindo, até que a OIT determinou através de uma convenção no início do século XX, e
início vírgula, porque a OIT só foi criada em 1919, e se só foi criada em 1919 e é uma convenção da
OIT que data da idade do trabalho do menor, então só depois da década de 20 no século XX é que a
gente teve uma idade indicada própria para o trabalho do indivíduo, então o indivíduo pode trabalhar
sem prejudicar questões físicas e psíquicas, e por isso é proibido a todo menor de 18 anos de trabalhar
em local insalubre e perigoso ou penoso (?), porque se fez pesquisa e se verificou que menor de 18
ainda não está totalmente formado na sua composição física e mental para trabalhar sob trabalhos
perigosos ou insalubre, e então vem o artigo 33 (imagino que seja o inciso 33 do artigo 7º da CF) e
trata dessa questão. Mas porque eu falei aí da CF? Hoje a gente tem inúmeras denúncias ao MPT da
exploração do trabalho do menor, porque o menor abaixo de 16 anos e salvo na condição de menor
aprendiz, ou seja, menores de 14 anos, qualquer trabalho realizado é considerado exploração do
trabalho infantil, e por isso toda vez que a gente verifica o trabalho do menor há muitas denúncias e
principalmente no Nordeste. Mas aí existe o “O” trabalho e “U trabalho” (?).
A algum tempo atrás eu assisti ao Globo Repórter que estava falando no Nordeste em que as
crianças que trabalham nas feiras carregando aqueles carrinhos de mão de feira para complementar a
renda da família, mas ainda é exploração de trabalho infantil. Essas crianças deveriam estar na escola
estudando enquanto só os pais trabalham, mas elas para aumentar a renda em dia de final de semana
elas vão em dia de feira carregar comprar para complementar a renda de casa. Mas temos aí então a
exploração pela exploração, a gente ouve falar muito dessas usinas de cana de açúcar e pelo interior
que trata criança como trabalho escravo, porque são crianças que ficam trancadas forçadas a trabalhar,
mas também tem aquelas crianças que por questões sociais elas trabalham, mas legalmente em
qualquer pergunta de prova, menor de 14 trabalhando que não é aprendiz é exploração de trabalho
infantil, é proibido. Olha o que diz o inciso do artigo “é proibido”, o que é proibido não é permitido.
Isso no direito, hoje não se estuda mais, mas antigamente se estudava, se chamava lógico jurídica, o
que não é proibido é permitido, então se é proibido é permitido, então a depender da tipificação, pode
ser ilegal ou ilícita, ilegal é aquilo que vai contra a lei, e ilícito é aquilo que além de contra legis é
contra a conduta penal e posta pelo CP como um tipo penal. Nessa parte de menor aprendiz cai muitas
questões em provas de concursos quanto à OAB que trata muito do trabalho do menor, por isso que eu
trouxe todas essas questões e para acrescentar mais uma questão, no inciso fala de trabalho noturno, o
que é considerado trabalho noturno? É considerado 18h da tarde, 20h da noite, 21h da noite, o que é
trabalho noturno? Porque ele diz assim: “é proibido a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a
menores de 16 anos, isso significa que que entre 16 e 18, a partir dos 16 o adolescente ele pode
trabalhar de carteira assinada inclusive, a partir dos 16, o menor aprendiz também trabalha de carteira
assinada, porque é obrigatório ter carteira assinada, e conta como tempo de serviço e de contribuição
portanto. E o maior de 16, ele pode trabalhar, mas até os 18 ele não pode trabalhar no horário noturno,
exposto a agente físico, químico ou psicológico que prejudique a saúde.
Aí vem uma questão que acontece muito, a criança que tem 16 para 17 anos, ela trabalha, ela pode
trabalhar em uma boate vendendo bala? Um adolescente de 16 anos, ele pode vender bala durante o
dia em um bazar, por exemplo? Ela pode trabalhar em um bazar de carteira assinada vendendo bala?
Pode ou não pode? A partir de 16 anos ela pode trabalhar até às 18h, às 20h, porque noturno é
considerado a partir das 22h, está lá na CLT e a gente vai ver isso. Na boate só funciona depois das
22h né? Uma boate, de dia vendendo bala, a partir dos 16 anos, pode? Se ela vender bala pode. Eu
estou contando um exemplo hipotético, se for com prostituição não pode. Agora se for maior de 18
anos pode trabalhar como prostituto? Pode, não é uma profissão regulamentada, mas não é uma
profissão ilegal. Essa coisa da idade a gente vai voltar, mas se vocês puderem ler, pegar um livro, um
texto, isso é uma coisa que vale muito a pena, e depois eu vou trazer textos e casos para a gente
discutir aqui. Mas voltando ao caso lá, o DiT no direito estrangeiro ele teve essa evolução, e aí a gente
teve esse período de regulamentação infraconstitucional, e a partir do início do século XX a gente teve
a regulamentação constitucional dos direitos sociais. O primeiro país a regulamentar os direitos
sociais foi o México em 1917, e o segundo país foi a Alemanha com a constituição mais maravilhosa
e completa quanto a direitos sociais, que foi a constituição de Weimar.
Então a gente teve um período liberal, onde teve a exploração do trabalho pelo capital, a exploração
sem limite, depois veio toda a doutrina marxista que trabalhou toda essa exploração do trabalho pelo
capital, inclusive através do manifesto do capital que ajudou muito a busca do trabalhador pelos seus
direitos, então vem o surgimento das greves, dos movimentos de reivindicação. Por isso que eu digo
que os direitos coletivos nasceram antes dos direitos individuais, no DiT I a gente estuda os direitos
individuais, mas os direitos coletivos nascem antes porque através das greves que pelas lutas coletivas
que se regulamentou os direitos individuais do trabalho. Então só a partir das associações, dos
sindicatos, da busca de melhores condições de trabalho que surge a regulamentação das férias, da
jornada,do salário mínimo, e eu sempre digo que a gente faz o contrário, a gente da DiT I que são os
direitos individuais, e os direitos coletivo no Trabalho II, até porque se não fosse à luta pelos direitos
coletivos a gente não teria os direitos individuais.
Então veio a constituição de Weimar, veio a OIT, e a partir daí há uma pacificação nas constituições
de um modo geral e incluindo nos seus textos constitucionais o direito do trabalho que foram se
adaptando a partir do surgimento das alterações e das bonificações (?) da sociedade. No Brasil a gente
tem um problema, porque a gente não pode falar antes e depois da revolução francesa, no Brasil a
gente tem que falar antes e depois da abolição da escravatura no final do século XX, porque em 1888
que que a gente tinha no Brasil? Trabalhador tinha algum direito? Alguns poucos tinham direito, os
ferroviários, os trabalhadores da imprensa, na verdade a gente tinha na grande massa de trabalhadores
do Brasil era feito o trabalho através de trabalho escravo. Então a gente falar de direitos dos
trabalhadores, tinham poucos direitos, algumas categorias profissionais, mas na sua grande maioria,
até pela história que a gente teve de colonização, só no século XIX que a gente teve a independência
no Brasil, tivemos uma história muito dura aqui, porque só depois veio a república, e é daí que vem
um Estado democrático que veio logo depois em 1889, mas isso é muito importante na história dos
direitos fundamentais, direitos humanos e nos direitos sociais.
Uma coisa muito interessante que aí surge a partir mesmo no século XIX, depois dessa pacificação
constitucional dos direitos sociais, e aí vem a declaração universal de direitos humanos em 1948 e a
gente os direitos fundamentais temos uma coisa muito importante, onde é que a gente pode achar
localizado os direitos trabalhistas e os direitos humanos dentro da linha dos direitos fundamentais,
dentro daquele estudo que nós temos que os direitos fundamentais, são estudos constitucionais,
baseados nos doutrinadores alemães, principalmente baseados no Robert Alexy, e que você divide os
direitos em 4 gerações ou dimensões. É como se você tivesse um círculo com os direitos individuais,
primeira geração, depois você tem outro círculo que engloba os outros direitos individuais e os
direitos sociais que são os direitos de segunda geração, e depois você tem outro círculo que vem os
direitos ao meio ambiente, os direitos difusos de terceira geração, e aí você tem um círculo maior que
você tem direito a robótica, a tecnologia, ao tecno trabalho, ao que eles chamam de revolução
tecnológica, que é a quarta geração que é a parte tecnológica.
No Brasil a partir de todos esses estudos, o Brasil começa a desenvolver os estudos pelo DiT a partir
do início do século XX, quando sofremos influência do que vem de fora para dentro, o que seriam os
imigrantes e estrangeiros europeus que vem buscando novas oportunidades de uma crise que
acontecia na Europa muito grande, vem buscar novas oportunidades no terceiro mundo, e aqui eles
encontram um país que não existe direitos, onde há uma exploração monstruosa do indivíduo do
capital pelo trabalho. A partir da substituição do trabalho, da agricultura, dos escravos que fugiram
para os trabalhadores estrangeiros, principalmente italianos e japoneses, que não aceitam ser
explorados pelos grandes latifundiários, surge a luta dos trabalhadores rurais, muito antes da luta dos
trabalhadores urbanos no Brasil. E a partir dessa luta dos trabalhadores rurais é que é criado o
sindicato dos trabalhadores rurais em 1905/1907. Além de sofrer da influência dos trabalhadores que
vem dos países estrangeiros, a gente tem também aqueles brasileiros que eram descendentes de
portugueses, que tinham condições de estudar em Portugal, iam estudar em Portugal e voltavam para
o Brasil com uma outra concepção e que encabeçaram juntos dos trabalhadores do sindicato rural,
essa busca, essa luta de greve, de melhores condições de trabalho começou no início do século XX,
que veio acompanhada pelos trabalhadores das ferrovias, da imprensa nacional e que veio
acompanhado da luta dos trabalhadores urbanos a partir da década de 20, no que se chama da semana
de arte moderna, que houve uma revolução muito grande, e com a chegada de Getúlio Vargas ao
poder, essa figura controversa, que ao mesmo tempo que é o ditador ferrenho e perseguidor, ele é um
populista amado. Vimos isso na década de 20 e de 40 e vemos agora. E é isso que aconteceu
antigamente, Getúlio que espertamente conseguiu a admiração dos trabalhadores, porque apoiou
greves, apoiou trabalhadores, viajou o Brasil inteiro, criou o ministério do trabalho em 1930, criou a
justiça do trabalho em plena ditadura em 1939, regulamentou os direitos trabalhistas dentro da CF de
1934, constitucionalizou os direitos sociais trabalhistas, regulamentou um ordenamento jurídico que é
a CLT em 1943, mas matou e torturou muita gente no período de 37 a 45. Esse Getúlio era tão
populista que foi deposto em 45 e voltou em 1950. Essa história do direito trabalhista brasileira
evoluiu muito, porque a partir de 34 é considerado mais importante para os direitos trabalhistas no
Brasil, porque foi lá que na de 34 que se constitucionalizou os direitos trabalhistas, e depois todas as
constituições elas permaneceram com o direito trabalhista, houve uma alteração na CF de 37 que
tornou a greve um crime, era proibido, quem fizer greve aí preso, era livre em 1934, na emenda de 37
quando Getúlio já era ditador, e depois em 46 que a greve foi liberada, porque ele tinha sido deposto.
Em 1967 a greve novamente foi proibida, e eu estou falando de um direito, e em 1988 a greve ganhou
seus status de liberdade como um direito do trabalhador, o trabalhador é livre para fazer suas opções
políticas partidárias e sindicais a partir da CF de 88.
Então o DiT veio evoluindo, passou por uma grande crise entre a década de 70 e 90 tendo em vista a
globalização tendo vista o cenário global chamado de globalização, então tivemos o fenômeno da
flexibilização dos direitos do trabalho. E o que seria a flexibilização dos direitos do trabalho? Seria
você flexibilizar para não perder direito através de acordos entre instituições coletivas, somente seria
possível de negociação coletiva que se concretizava através dos documentos dos acordos de
convenções coletivas.
Então o DiT teve esse momento de flexibilização, tendo em vista a necessidade de... Era melhor ser
demitido ou flexibilizar? Tendo em vista que a gente teve um momento econômico mundial muito
difícil que se refletiu no Brasil até 1994.
(Houve um debate entre o Seu Geraldo e a Professora Suzane sobre a questão dos sindicatos e das
greves entre 57:30 até 01:10:55)
Então gente, a CF de 88 é outro ponto marcante para os direitos trabalhistas porque ela traz, abarca,
primeiro ela separa os direitos trabalhistas dos direitos previdenciários, que até então eram estudados
nos mesmos capítulos, então ela consegue compilar e juntar todos os direitos trabalhistas, a gente tem
no artigo sétimo, e a todos momentos em que eu falar de direitos individuais a partir da próxima aula
eu vou falar ainda de fontes do direito rapidamente, mas eu vou falar do direito de jornada, de
periculosidade, de maternidade, direito à paternidade, direito ao salário mínimo ao FGTS, despedida
arbitrária, direito adicional noturno à hora extra, banco de horas, aviso prévio férias, enfim tudo está
previsto como direito do trabalhador. Mas professora, se está tudo na constituição como o governo
conseguiu fazer uma reforma trabalhista e mudar? Porque está dizendo que o trabalhador tem direito a
hora extra, mas é a CLT que diz qual o percentual a essa hora. Está dizendo que o trabalhador tem
direito adicional noturno, mas é a CLT que vem dizendo qual o percentual do adicional e de que horas
até que horas é o adicional. Outro é o da licença a gestante que fala, mas mesmo assim coube
questionamento de constitucionalidade sobre o inciso XVIII do artigo sétimo da CF. Então houve
questionamento, não tem aquestão da proteção do salário, que também está na CF, mas ela não
regulamenta, quem regulamenta é a CLT, e foi a partir daí que vieram as principais alterações, mas
essas alterações, não estou dizendo que a gente não precisava adaptar a CLT, a gente precisava, tem o
tecno trabalho, trabalho digital, como vai se dar esses direitos no mundo globalizado, ao mundo onde
você trabalha do Brasil para a China, como que isso funciona? Tinha que haver uma adaptação, mas a
gente tem as questões sociais, a questão de desenvolvimento humano, a questão desenvolvimento
econômico, e tudo isso influencia nas questões das relações de trabalho e nas discussões das relações
de trabalho. Então, assim, essa breve visão que eu trago para vocês é uma visão para contextualizar
como houve a evolução do direito do trabalho no direito estrangeiro e no brasileiro de forma
sintetizada, de forma concentrada... (ela cortou porque vazou o áudio de alguém) ... Outra coisa
importante... (ela cortou novamente porque leu o chat).
(Após essa parte ela conversou com a turma sobre como seria o esquema das aulas síncronas).
Aula 2 - Trabalho I - Dia 14 de Junho
Na semana passada a gente falou um pouco da parte histórica do Direito do trabalho,
para poder contextualizar. Hoje, eu vou falar sobre as fontes do Direito do Trabalho.
Esse primeiro momento é um pouco teórico, mas eu passo ela bem resumida, para que
não fique cansativo.
As fontes do Direito do Trabalho têm um papel muito importante, talvez mais
importante do que em outros ramos do direito, pois o direito do trabalho é um direito
menos formal do que os outros. Aqui eu fiz uns slides que eu dei em uma pós, mas eu
vou resumir. A gente aproveita e vê o conceito do direito do trabalho, a divisão desse
direito em direitos individuais e coletivos, que no processo a gente chama de dissídio,
mas aqui são os direitos. Então aqui a gente traz uma introdução, pois na próxima aula a
gente já vai entrar em questões mais objetivas e práticas, como quem é empregado,
quem é empregador, a relação de trabalho propriamente dita, uma relação jurídica com
sujeitos e objetos. Os sujeitos são o empregado e empregador, e o objeto é o contrato de
trabalho. O objeto é basicamente o que envolve todo nosso curso, a gente tipos de
contrato, formas de contrato, e aí faz parte do contrato a jornada, é no contrato que
consta a remuneração, a hora extra, salário, etc. Então ele é responsável por todos os
conflitos ou não que podem vir dessa relação jurídica.
CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO
Geralmente eu trago dois conceitos, tem vários, vocês podem ver na internet. Eu trouxe
de um autor estrangeiro (não fala o nome), que é: o conjunto de princípios e normas que
regulam as relações de empregadores e trabalhadores, e de ambos com o Estado, para
efeito de proteção e tutela do trabalho. Quando a gente estuda direito do trabalho, e
como ele pretende trazer a tutela e proteção para o trabalhador, vocês podem abrir a
Constituição no artigo 7 e encontrar todos os direitos que o trabalhador tem, pois a
própria CF o protege. Então a gente tem um conjunto de normas, que podem ser desde a
CF, leis, decretos-lei que é a CLT, normas administrativas com a finalidade de
regulamentar a proteção do trabalhador em diversas áreas. Então a gente vê como o
Estado tutela e tenta proteger o empregado da violação dos seus direitos, e mesmo assim
não consegue, é impressionante.
E aí eu coloquei outro conceito, que é o do professor Evaristo de Morais Filho, que não
é muito lido, e ele traz: É um conjunto de princípios e normas jurídicas que regulam as
relações jurídicas oriundas da prestação de serviço subordinado e outros aspectos desse
último como consequência da situação econômico-social das pessoas que o exercem.
A gente tem no Direito do trabalho essa divisão, essa dicotomia, entre o direito
individual e o coletivo do trabalho, e eu trouxe o conceito do Cesarino Junior que diz
(ela não fala, mas provavelmente é o conceito do direito individual, pois o coletivo está
logo a frente): é um conjunto de leis que consideram individualmente o empregado e o
empregador unidos em uma relação contratual. Como esse livro não está atualizado, ele
fala de empregado e empregador, ele não está atualizado pois o autor já morreu, mas
tem uma parte teórica muito boa. Mas em função da emenda 45 de 2004, a CF no artigo
114 usa a terminologia trabalhadores e empregadores. E aí tem: o direito coletivo do
trabalho, por sua vez, é conceituado como conjunto de normas que consideram os
empregados e empregadores coletivamente reunidos, principalmente na forma de
entidades sindicais. Ou seja, são normas que são efetivamente criadas pelos próprios
empregados e empregadores através da negociação coletiva, que são os acordos e
convenções coletivos. A gente tem as convenções de direito coletivo, as recomendações
da OIT, os tratados internacionais, normas de direito coletivo (normas de greve, as
normas da CLT que tratam da organização sindical...). Quando a gente fala de direito
coletivo a gente está falando de empregados e empregadores, mas efetivamente a
palavra certa é sindicato da categoria profissional dos trabalhadores e sindicato da
categoria profissional dos empregadores.
Nós temos também a questão da flexibilização, que inclusive eu mandei um texto pra
vocês, e aí diz: representa atenuação da rigidez protegida do direito do trabalho, com a
torção de condições trabalhistas menos favoráveis do que as previstas em lei, mediante
negociação coletiva em que a perda de vantagens econômicas poderá ser compensada
pela instituição de outros benefícios de cunho social que não onerarão excessivamente a
empresa nos períodos de crise econômica, ou de transformação na realidade produtiva.
Eu vou ler aqui e depois a gente discute: A flexibilização tende ao ideal de restringir
-significa que é evitar, diminuir - a intervenção do Estado no campo trabalhista,
passando-se ao sistema a autorregulação das relações laborais pelas próprias partes
interessadas por meio de negociação coletiva. Tal ideal, no entanto, somente pode ser
atingido com um sindicalismo forte, extensivo a todos os ramos produtivos, quando ao
poder econômico patronal pode opor-se em igualdades condições um poder sindical
obreiro, de modo que tal poder de barganha alcançado pela união de trabalhadores torne
equilibrado o diálogo entre empregados e empregadores (gente essa parte ta muito
difícil de entender, tanto algumas palavras quanto a pontuação da frase, pq ela fica
interrompendo). 
A gente tem aqui 3 partes, vou pular a segunda. "No embate entre capital e trabalho, a
tendência do empregador é exigir o máximo de rendimento"...vou pular esse slide..."A
necessidade de flexibilização das normas trabalhistas coloca-se tanto nos períodos de
crise da economia, como em decorrência de processo tecnológico, que torna supérflua
parte da mão de obra empregada. Nesses períodos verifica-se a impossibilidade prática
das empresas arcarem com todos os ônus trabalhistas, sob pena de perderem
competitividade no mercado internacional em uma economia globalizada, sendo que a
rigidez do direito trabalhista, como ela é protetiva do polo mais fraco na relação laboral,
pode conduzir à desagregação de fatores produtivos". Então nesses slides a gente tem
algumas coisas importantes: a questão da flexibilização, a da globalização, e tem uma
que está implícita no texto, que é a da desregulamentação. Quando ele diz que a
flexibilização facilita um acordo sem que tenha que se alterar um texto trabalhista
protetivo que tem rigidez, isso significa que a flexibilização possibilita, através de
normas de acordos e convenções coletivas. Ninguém está falando aqui em flexibilizar
direitos do trabalhador sem passar por uma negociação coletiva. E pra que essa
negociação seja boa, há necessidade de um sindicato forte, para que o trabalhador não
perca os seus direitos postos através das normas, da CF e da CLT, mas que em um
momento de crise o empregado possa negociar com o empregador a um ponto em que
ele possa principalmente se manterdentro da empresa, manter sua fonte de sustento que
é seu salário. Por duas vezes, no ano passado com a pandemia e há alguns anos atrás,
em um momento de crise econômica, grandes empresas automotivas passaram por crise,
e aí eu tenho um exemplo que eu participei de perto, que foi o momento da Volkswagen
e da Chevrolet. Na Volkswagen 1200 trabalhadores receberam uma carta de demissão,
vocês sabem qual o reflexo disso? Se você tem 1200 empregados que tem uma família
mínima de 4 pessoas, a gente tem 4800 pessoas sem sustento. E aí eu faço a pergunta: é
melhor flexibilizar ou desregulamentar? Desregulamentar é tirar o que está escrito,
revogar uma lei, alterar um artigo, então você está tirando o direito de um trabalhador
que está posto em lei. Flexibilizar não, é sempre para que se possa alterar as normas
trabalhistas, mas momentaneamente. Você vai fazer acordo em convenção coletiva
através de uma negociação coletiva, você vai produzir um documento, que pode ser um
acordo ou convenção coletiva, que vai ter uma validade de até 2 anos, tudo isso está
previsto na CLT. Então aquela negociação pode durar 6 meses, pode durar 1 ano, até 2
anos. Não era mais fácil se os empregadores tivessem momentaneamente negociado
com os empregados, do que demitir milhares? Quantas pessoas estão passando fome por
conta da pandemia? Nesse mundo globalizado que a gente vive agora, para que haja
uma melhor circulação de trabalhadores dentro do nosso próprio país e em países
vizinhos, é melhor que as normas fiquem equiparadas para que os trabalhadores possam
circular de modo a sempre ser uma mão de obra necessária. Então a flexibilização
também é necessária levando-se em conta os processos tecnológicos que a gente vai
sofrendo. Essa questão da flexibilização é muito importante, a gente está vivendo um
momento em que se deve flexibilizar, muita gente diminuiu jornada, diminuiu salário,
isso está certo? Pela CF, salvo se houver acordo ou convenção coletiva. No ano passado
foi uma coisa muito interessante, pois foi um dos momentos em que o sindicato se
fortaleceu muito, pois os empregados precisaram muito dos sindicatos para negociar
essas reduções, pois a própria CF, e por isso que se fala que o direito trabalhista é rígido,
ela própria diz no artigo 7, inciso 6 e 13, que só pode haver redução de salário e jornada
se por meio de negociação coletiva, e é o que mais se flexibiliza no Brasil, no intuito de
combater o desemprego:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
 VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
 XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho; 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
Passando dessa parte que a gente tenta demonstrar a necessidade de flexibilizar os
direitos trabalhistas para evitar a desregulamentação, vamos às fontes.
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
O que são fontes do direito do trabalho? "Fonte comporta a relativa variedade conceitual
além da acepção estrita, a causa donde provêm efeitos, tanto físicos como
morais. Assim, no plano dessa teoria, fontes do Direito consubstancia a expressão
metafórica para designar a origem das normas jurídicas. A ciência do direito classifica
as fontes jurídicas em dois grandes blocos, separados segundo a perspectiva de enfoque
do fenômeno das fontes. Trata-se das fontes materiais e das fontes formais". As fontes
formais são as fontes escritas, quais essas regras se revelam para o mundo exterior. A
CF é fonte formal, as leis, a medida provisória, decretos e consectários, sentença
normativa, tratados e convenções internacionais favorecidos por ratificação interna, a
CLT, os acordos e convenções coletivas, as normas administrativas.
SLIDE: 4.2.2-Fontes formais – Fenômeno de exteriorização final das normas jurídicas,
os mecanismos e modalidades mediante os quais o Direito transparece e se manifesta.
Portanto, são fontes formais os meios de revelação e transparência da norma jurídica, ou
seja, os mecanismos exteriores e estilizados pelos quais as normas ingressam,
instauram-se e cristalizam-se na ordem jurídica.
Prof.: E o que são fontes materiais? As fontes materiais são substratos fáticos que
exprimem o conteúdo da norma. Então assim: quais são os substratos fáticos que
levaram à criação de uma norma de jornada de trabalho? Os fatos inspiram: aconteceu
uma pandemia, a pandemia inspirou o congresso nacional a legislar sobre alterações nas
normas trabalhistas, a mudar as fontes formais do direito do trabalho. Então você vê o
que gerou a criação da norma, da MP 927, MP 932 e depois o MP 936 que foi criado
uma norma, a 14.020. Então os fatos são substâncias que levam o legislador a
regulamentar o direito do trabalho.
SLIDE: 4.2.1-Fontes reais ou materiais – São os fatos sociais, históricos, econômicos,
sociológicos, movimentos que a sociedade empreende para que surja o direito. 
(A prof. ainda fala das políticas e filosóficas. As filosóficas são as que levam o
legislador a levar em conta questões como a dignidade da pessoa humana, o valor social
do trabalho, etc. A finalidade é poder construir uma norma que esteja substancialmente
comprometida com as necessidades do trabalhador brasileiro.)
As fontes formais, quais são? A CF é fonte formal, as leis, a medida provisória, decretos
e consectários, sentença normativa, tratados e convenções internacionais favorecidos
por ratificação e adesão interna. Essas são as heterônomas. Ou seja: Quem faz a
Constituição é o trabalhador? Não. Quem faz é o legislador, um ente externo à relação
de trabalho do empregador, ele simplesmente faz a lei. Agora, o que leva o legislador a
criar um projeto de lei, mandar um projeto pro congresso ou ter uma iniciativa de
projeto de lei de uma matéria? - Eu li esses dias uma matéria de um deputado
encaminhando projeto de lei para extinção da UERJ. Quem foi o louco que fez uma
coisa dessas? Aí no grupo falaram que foi arquivado pois não tinha fundamento
jurídico. Ou seja, não tinha substância fática para as alegações de extinguir uma
universidade - Essas são as heterônomas, pois são feitas através de substâncias, mas elas
não têm a participação direta dos envolvidos na relação jurídica trabalhista, por isso são
fontes heterônomas do direito do trabalho. Mas a gente tem as fontes autônomas do
direito do trabalho. Eu vou até ler aqui: "Fontes heterônomas (não) se caracterizam pela
participação dos destinatários principais das mesmas regras jurídicas, são em geral as
regras de direta origem estatal." E aí a gente tem as fontes autônomas, quais são? Os
contratos coletivos, as convenções coletivas ou os acordos coletivos. Hoje a CF/88 não
se utiliza da nomenclatura contrato coletivo, mas muita gente ainda usa, e na CLT acho
que aparece. E aí o que diz: "Se caracteriza pela imediata participação dos destinatários
principais das regras produzidas. As regras autônomas, caso coletivamente negociadas e
construídas, consubstancia o alto disciplinamento das condições de vida e do trabalho
pelos próprios interessados, podendo traduzir o processo crescente de democratização
da relação de poder da sociedade". 
E aí a gente tem aqui a questão da competência: quem pode legislar sobre as questões
de direito do trabalho no brasil? As fontes heterônomas são pela União Federal. Estados
e Municípios não podem legislar. Isso está no artigo 22, parágrafo único da CF. E
também no artigo 7, a CF dispões dos direitos sociais assegurados aos trabalhadores. A
gente tem as leis, as medidas provisórias e os decretos legislativos que aprovam
tratados, convenções e protocolos de organismos internacionais. Aí o que que a gente
tem aqui? Decretos, regulamentos e portarias. É bem importante isso porque a gente tem
no direito do trabalho normas administrativas que são chamadasnormas
regulamentadoras. Elas são editadas pela Secretaria do Trabalho, no Ministério da
Economia, e tem uma importância enorme de proteção ao trabalhador nas áreas em que
eles exercem. Tem normas próprias para construção civil, para eletricitários, para os
químicos, questões portuárias. Então essas normas tratam sobre o direito à proteção, do
direito à periculosidade e insalubridade, e são muito importantes para proteger os
trabalhadores. Tem como fontes autônomas também os tratados e convenções
internacionais, esses tratados alguns o Brasil ratifica, outros não. A gente tem uma
questão aqui da idade mínima para o trabalho, que até a emenda 20/88 o Brasil não
tinha ratificado essa convenção internacional da OIT, tendo em vista que a convenção
recomenda que a idade seja a partir de 16 anos, e até essa época o Brasil tinha a idade
mínima 14 anos. "Os tratados internacionais, por serem incorporados ao ordenamento
brasileiro pela espécie legal decreto legislativo, tradicionalmente goza de status de lei
ordinária. Porém, a partir da emenda constitucional número 45/2004, quem introduziu o
parágrafo 3 ao 5 da CF aos tratados internacionais que versam sobre direitos humanos,
como em regra fazem as convenções da OIT, passam a ter status de norma
constitucional derivada. O artigo 8 da CLT considera ainda como fonte supletiva em
caso de lacuna do direito comparado". Ou seja, a CLT está desatualizada. Os tratados
internacionais não são fontes supletivas, mas sim principais, formais, pois no momento
em que você incorpora esse tratado através de decreto legislativo, ele tem status de lei. 
Costumes: Essa fonte não é muito considerada no Brasil em outros ramos do direito,
mas no direito do trabalho é considerada fonte formal. Pois aqui, muitas coisas que
acontecem nas empresas, acontecem porque viram costumes. (Prof. faz uma pausa para
buscar água e já volta em outro assunto). E aí gente, o que acontece: A qualidade e a
função dos costumes como normas jurídicas autônomas, com intuito se suprirem
lacunas percebidas nas fontes jurídicas, são referidas pela legislação trabalhista de
forma genérica, no artigo 8 da CLT.
Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições
legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por
equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do
trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre
de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse
público.
Isso aqui é interessante, pois causa polêmicas. No direito administrativo, um dos
princípios mais discutidos é aquele que o direito privado nunca prevalece sobre o
interesse público. Mas esse interesse público tem feito com que a gente tenha tido
muitos direitos sociais delapidados pelo poder público estatal. O Estado diz que não
pode, que vai afetar o Estado, mas qual o interesse do Estado que tem entre uma relação
de empregador e trabalhador da iniciativa privada, o que isso atinge o Estado? Vai
atingir é o trabalhador se o empregador deixar de depositar o FGTS, se o empregador
deixar de fazer a contribuição social à parte que lhe cabe na relação de trabalho. Tem
uma parte que cabe ao trabalhador e tem uma que cabe ao empregador. O governo quer
tirar a parte que cabe ao empregador. O governo quer tirar a parte que cabe ao
empregador. Então o empregado vai sozinho suportar esse peso tributário. Quando o
sistema necessita de um sistema que seja democrático e descentralizado na forma do
financiamento para os empregados, através de como vai financiar seguro desemprego,
FGTS, o benefício de auxílio emergencial em um estado de calamidade pública... então
o Estado ele tem proporcionado que o empregador suporte todos esses direitos sociais
sozinho, e tem outra: a gente paga tributo e não tem retorno, não tem saúde pública
condizente, não tem ensino de qualidade.
Arbitragem: vocês acham que é possível a arbitragem no direito do trabalho?
Arbitragem é uma das formas de dirimir conflito, mas existem 2 formas: a voluntária,
que é quando as partes resolvem que precisam de uma terceira pessoa para dirimir o
conflito para elas, e nesse caso elas escolhem quem será o árbitro em comum acordo; e
a obrigatória, que é aquela que o Estado intervém no conflito e escolhe um árbitro.
Vocês sabiam que justiça do trabalho não existe em nenhum outro lugar do mundo né?
Nos EUA, quando há algum conflito com o empregador, você vai pra justiça comum.
Aliás, acho que existe em algum país, mas na maioria não. A OIT vê a justiça do
trabalho brasileira como se fosse uma forma de arbitragem obrigatória, pois quem
determina quem é o arbitro quando tem um conflito trabalhista? A gente que escolhe o
árbitro? Não. Quem escolhe é o Estado. A gente tem quase 200 juízes do trabalho na
capital, e aí como são muitos há um sorteio automático e você cai em uma determinada
vara. Aqui a gente até fala da lei geral de arbitragem: "o laudo arbitral é entendido no
direito do trabalho como a decisão de caráter normativo tomada por alguém escolhido
pelos sujeitos coletivos do trabalho, sindicatos dos trabalhadores, empresas e sindicatos
dos empregadores, para dirimir conflito surgido no bojo da negociação coletiva e nos
termos genericamente traçados pela lei de arbitragem geral, que é a lei 9.307/96. Nessa
acepção o laudo arbitral é meio facultativo de solucionar conflitos, desde de que versem
sobre direitos patrimoniais disponíveis, o que exclui o contrato individual do trabalho,
mas uma vez aceito torna-se fonte heterônomas". Essa última parte do slide está
desatualizada, porque? Pois a reforma trabalhista de 2017 pela lei 13.457/17, ela diz que
é possível utilizar arbitragem nos conflitos individuais do trabalho. 
Princípios do direito do trabalho no contexto da flexibilização
Esses são os grandes princípios do direito do trabalho de proteção ao trabalhador.
Temos a regra do in dubio pro operario: possibilidade de inversão do ônus probandi
quando o empregador detém os principais meios de prova. Exemplo: hora extra. Na
hora extra há diretamente a inversão do ônus da prova. Você faz a hora extra, bate o
ponto, até recebe um comprovante, mas quem é detentor do seu relatório da sua folha de
ponto do mês inteiro é o empregador. Então quando você diz que fez hora extra, como
vai provar que fez hora extra? Em obediência ao princípio do in dubio pro operario, o
juiz em toda reclamação trabalhista inverte o ônus da prova e determina que o
empregador prove que você não fez hora extra. 
Princípio da norma mais favorável: incidindo duas ou mais normas jurídicas sobre a
mesma situação concreta, impõe-se aplicação da norma mais favorável ao empregado.
Aqui existe uma espécie de discussão, pois com esse princípio, no direito do trabalho é
possível inverter a ordem do princípio da hierarquia das normas, principalmente a
ordem imposta por Kelsen na sua pirâmide hierárquica, que o Brasil segue, em que a CF
fica no ápice da pirâmide e as normas administrativas na base. Só que no caso da norma
mais favorável, há possibilidade de inverter essa pirâmide e aceitar uma norma inferior,
desde que ela seja mais favorável ao empregado, em detrimento de uma norma superior
na hierarquia normativa do Kelsen. "Na elucidação do conceito de norma mais
favorável, a doutrina aponta duas teorias centrais: acumulação e conglobamento. Pela
acumulação, na aplicação das normas jurídicas trabalhistas, o operador do direito
procede à seleção, análise e classificação de diversas fontes trabalhistas, objetivando o
fracionamento dos textos normativos. O que se busca é o acúmulo de preceitos
favoráveis ao trabalhador com a cisão de diversos diplomas normativos analisados e
comparados. A teoria da acumulação é criticável, pois na cisão e soma de diversos
instrumentos normativos, quebra-se a harmonia do direito do trabalho como sistema de
normas". Ou seja, você pega um pouco de uma norma, um pouco de outra, um pouco de
outra, e vai acumulandoum caminhão de normas. Ou conglomerar, o que é
conglomerar? É você analisar os diversos instrumentos, e não procede à um
fracionamento, pois na acumulação você fraciona um pouco de uma e um pouco de
outra. Essa não, essa você junta todas em uma só, conglomera. Quando se adota o
conglobamento é "a comparação de vários textos, sendo que a escolha é efetuada pelo
texto que seja mais favorável ao trabalhador no mesmo conjunto. Dessa forma,
respeita-se a visão do direito como um sistema, evitando inclusive a ocorrência de
antinomias jurídicas". O que é antinomia? Antinomia é conflito jurídico entre normas do
mesmo grau hierárquico. Uma diz que sim e outra que não, você cria um conflito. No
direito do trabalho isso não é um conflito pois você vai usar a mais favorável, mas em
outro tipo de interpretação jurídica, às vezes pode ocorrer.
Princípio da condição mais benéfica: "garantir a manutenção da condição ou cláusula
contratual, tácita ou expressa, mais benéfica, (?) que diante de uma alteração contratual
se revelará um benefício a um empregado. Tal condição deverá ser incorporada ao seu
patrimônio jurídico como direito adquirido, e revela-se um prejuízo ao empregado
quando essa condição perde eficácia jurídica, (?) por si declarar sua nulidade,
consubstanciando o princípio da inalterabilidade contratual lesiva". Isso acontecia
muito. Eu tenho o empregador com o contrato, e ele me oferece uma alteração
contratual. Eu trabalho perto da minha casa, não gasto transporte, e ele resolve me
transferir para uma loja, uma filial em outro município. Se é outro município, eu posso
ir pro mesmo cargo com um salário menor, porque lá ele paga menos que aqui no Rio,
devido à situação econômica do RJ. E essa condição é pior pra mim. Então eu posso não
querer aceitar, baseado na inalterabilidade contratual que é lesiva ao meu benefício, e
não favorável.
Princípio da indisponibilidade ou irrenunciabilidade das normas trabalhistas:
a gente estuda no direito civil que os direitos são irrenunciáveis e intransponíveis.
Aqui no direito do trabalho a gente também tem, isso com base na alteração em
contrato de trabalho, que é o artigo 468 da CLT. "Dessa forma, esse princípio
traduz-se na impossibilidade jurídica do empregado privar-se voluntariamente das
vantagens concedidas pelas vantagens do direito do trabalho, até por que se
presume que, se assim o fez, foi devido à vício de consentimento, forçado,
induzido ou ludibriado, em sua ignorância em face da posição subordinada que ocupa
na relação". Quando se está numa relação capital trabalho, quando você está em uma
situação difícil e precisa do trabalho, você acha que tem condição de enfrentar o
empregador e dizer: "esse contrato eu não quero"? A gente sempre fala que o contrato
de trabalho e um contrato de adesão, ou é isso ou é isso. Ou ele fica desempregado. Na
maioria das vezes o que é levado em consideração é a vontade do empregador.
Princípio da primazia à realidade: significa que na realidade é uma coisa, e no caso
de fato é outra coisa. Porque "no caso de discordância entre o que ocorre de fato e o que
está nos documentos trabalhistas, haverá a prevalência do sucedido no plano dos fatos.
Para o direito do trabalho os documentos são válidos desde de que estejam em sintonia
com a realidade diária do contrato individual do trabalho". Tem muita ação, e eu estou
até com uma ação trabalhista para fazer aqui, que é de uma manicure, ela trabalha em
um salão há 15 anos e a carteira dela é assinada com salário mínimo + comissão. Aí a
empregadora paga ela a comissão, mas só recolhe FGTS todo mês sobre o salário
mínimo, paga o 13º sobre o salário mínimo, paga o terço de férias sobre o salário
mínimo, enquanto ela ganha 5, 6mil todo mês. Então o direito é uma coisa e de fato é
outra coisa.
Princípio da razoabilidade: princípio que prevê a razoável duração do processo no
artigo 5º.
Princípio da boa-fé: consiste na afirmação que as partes da relação devem agir com
lealdade, cumprindo honestamente as obrigações assumidas. O empregado e
empregador devem ser sinceros, leais e honestos, não só nos atos de contratação, mas
como no desenrolar da prestação de serviço.
(Não sei bem onde essa parte entra, se é um princípio por si só, ela só começou a falar)
As principais normas se caracterizam por ter imperatividade, por serem de ordem
pública, e por isso tem aplicabilidade imediata sobre as situações ainda não
consumadas. Esse dispositivo, além de estar no artigo 912 da CLT, essa questão da
aplicabilidade imediata está também no parágrafo 2º artigo 5º da CF, que fala da
aplicabilidade nos direitos fundamentais sociais.
AULA 03 - DIREITO DO TRABALHO
Na última aula, a gente falou dos principais princípios das fontes do
Direito do Trabalho, e aí hoje nós já vamos começar falando da relação de
trabalho e relação de emprego, isso aqui é muito legal, inclusive eu vou
compartilhar com vocês uns slides, porque é muito importante, a gente começar
direito do trabalho falando um pouco dessas relações.
Justamente para diferenciar o que é relação de trabalho e o que é
relação de emprego, então, deixo aí nesses slides bem claro.
Relação de trabalho tem caráter genérico, porque dentro da
expressão está incluído os trabalhadores, aqueles que têm vínculo e aqueles
que não tem vínculo.
Relação de emprego é somente entre aqueles que têm vínculo
empregatício.
Só existe uma relação de emprego quando alguns requisitos são
preenchidos de acordo com os artigos 2º e 3º (CLT) da relação de trabalho.
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou
coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que
prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - Não haverá
distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador,
nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
E aí nós temos o seguinte silogismo jurídico, que é toda relação de
emprego, é uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho, é uma
relação de emprego.
Eu cheguei a falar que a relação jurídica do trabalho tinha sujeito e
objeto, os sujeitos são empregados e empregadores e o objeto é o contrato de
trabalho, então para a gente conseguir definir essa relação jurídica, conceituar
cada um dos sujeitos e por fim, do objeto dessa relação.
Quando chegarmos ao contrato de trabalho, vamos verificar que
quase todo o nosso curso, está em cima dessa questão relacionada ao contrato
de trabalho.
Empregado: Toda pessoa física que presta serviço de natureza não
eventual (habitualmente)ao empregador sob a dependência deste e mediante
salário.
Uma coisa importante gente, é que a reforma trabalhista, ela altera
a CLt em muitos artigos, mas ela não altera os princípios básicos da CLT que
são, empregados, empregador, e muitas questões relacionados ao contrato de
trabalho, altera muita coisa do contrato de trabalho, mais relacionado às férias, a
suspensão de contrato de trabalho, a décimo terceiro... mas os conceitos
basilares se mantém.
Então, com base no artigo 3º, já sabemos que empregado é
pessoa física e não pessoa jurídica, tem natureza habitual (professora conta que
quando era estudante, uma professora colocou na prova uma terminologia, "de
trato sucessivo", se era uma característica do advogado), quando eu digo que a
natureza é não eventual, ela é habitual, e se eu digo que ela é habitual, então a
característica é habitualidade, habitualidade de um dia após o outro, logo, é um
trato sucessivo.
Então gente, é importante que quando vocês estudarem, que
determinado aspectos, vocês leiam os livros ou busquem textos na internet mais
completos na doutrina, não adianta só eu falar do artigo legal, se eu não falar
aqui das controvérsias existentes na doutrina, e aí, essa coisa de "trato
sucessivo" é uma expressão que não está na CLT, mas que pode ser sinônimo
de "habitualidade", continuidade.
Considera-se empregado, como estáno artigo art. 3º da CLT: toda
pessoa física que presta serviço de natureza não eventual
(habitualmente/contínuo de trato sucessivo) ao empregador sob a dependência
(subordinação jurídica porque estamos falando de empregado, e se é
empregado, tem contrato/vínculo assinado ou verbal feito, e aí temos uma
subordinação jurídica, por que existe um contrato verbal ou formal) deste e
mediante salário (onerosidade).
Temos também a pessoalidade, ou seja, só quem pode prestar
esse serviço de empregado é a própria pessoa física contratada pessoalmente.
Não posso contratar João de carteira assinada, e Pedro fazer o serviço no lugar
dele.
Agora, é diferente se eu sou prestadora de serviço sem vínculo, a
depender do contrato de prestação, eu contrato por exemplo a Suzane que é
responsável absoluta da ação, mas tem outro advogado que trabalha com ela.
Por exemplo, tem cliente que liga para o escritório da professora e
quer saber do andamento do processo, aí o Caio é o responsável por passar o
andamento do processo ao cliente. Mas o cliente reclama porque liga para o
escritório e não consegue falar com a Suzani. Nessa situação, todo suporte é
dado porque essa pessoa que trabalha para Suzani a representa e passa o
andamento. Agora se a questão é pessoal ela atende e fala, não significa que
Suzani Ferrari não está dando atenção ao cliente (isso acontece muito no ramo
do Direito).
Temos os principais tipos de empregado, são eles:
APRENDIZ (A professora disse que já falou na semana passada,
começa no art. 402 a 428 e seguintes).
EMPREGADO DOMÉSTICO (alterar a lei de empregado
doméstico no slide):
Já tiveram duas leis depois dessa de 72, então temos atualmente a
Lei Complementar 150/2015, que vem corrigir muitas distorções de
desigualdade que existiam entre o empregado que não é doméstico e o
empregado doméstico.
Então hoje o empregado doméstico é considerado empregado,
mas nas suas características, por exemplo, tem direito a hora extra, FGTS. De
forma diferenciada porque o trabalho doméstico continua sendo sem finalidade
lucrativa, e por isso o empregador desse empregado doméstico não pode ser
onerado da mesma forma que o empregador que possui finalidade lucrativa.
Definição de empregado doméstico: Art. 1º: Ao empregado
doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua,
subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à
família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana,
aplica-se o disposto nesta Lei.
Então algumas características desse contrato de trabalho entre o
empregado não doméstico e o empregado doméstico, ainda existem diferenças,
em relação ao índice de FGTS é o mesmo, ou seja, 8%. Porém existe alguma
diferenciação ainda nesse sentido (ela não falou quais).
EMPREGADO RURAL (Lei Específica, que é a Lei 5.889/73):
O segurado especial que existe na previdência não é empregado
rural. Segurado especial é o trabalhador, parceiro, meeiro, é aquele que exerce
atividade em conjunto com o grupo familiar. Ele não é empregado, ele mesmo
produz na terra dele em quantidade muito menor que um grande empregador da
área rural, mas ele é empregado rural (?? uma hora ela fala que não é
empregado rural, outra hora fala que é! 17:35). E como empregado rural ele
continua sendo regulamentado pela Lei 5.889/73.
O conceito do empregado rural está no art. 2º da Lei 5.889/73:
Art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em
propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não
eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.
São as mesmas características do empregado do art. 3º da CLT.
Porém tem característica diferente porque ele exerce a atividade remunerada
dele, e ao invés de ser em local urbano é em propriedade rural ou prédio rústico
também localizado em local rural. Por isso que diferem, e também porque a
atividade exercida pelo empregador rural é completamente diferente do
empregador urbano.
DIRETOR DE SOCIEDADE:
É o cargo de administração previsto em lei, estatuto ou contrato
social, independente da denominação do cargo, ou seja, é o gerente,
administrador da empresa, sócio administrador.
Diretor de sociedade é aquele que também contribui para
previdência e tem alguma característica de subordinação a outras pessoa, e por
isso, é considerado equivalente ao empregado.
Inclusive, essa denominação está no art. 16 da lei 8.036/90 (Lei
que regulamentou pela segunda vez o FGTS no Brasil, quando o FGTS surge
ele era regulamentado pela Lei 5.107/66 que entrou em vigor em 1º de janeiro
de 67, depois essa lei foi revogada pela Lei 8.036/90) e temos também a súmula
nº 269 do TST que confirma a situação de diretor de sociedade ser considerado
equivalentemente ao empregado.
Art. 16. Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime
da legislação trabalhista poderão equiparar seus diretores não
empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS.
Considera-se diretor aquele que exerça cargo de administração previsto
em lei, estatuto ou contrato social, independente da denominação do
cargo.
SÚMULA 269 do TST: o empregado eleito para ocupar cargo
de diretor tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se
computando o tempo de serviço deste período, salvo se permanecer a
subordinação jurídica inerente à relação de emprego.
Nesse caso é que é equiparado ao empregado.
EMPREGADO PÚBLICO:
Não é servidor público, não foi nomeado pelo concurso público.
Dessa forma, o empregado público pode ser um empregado temporário que
trabalha no serviço público. Assim, ele é agente público enquanto trabalha
prestando serviço à sociedade dentro da administração pública, mas ele é
celetista, ele contribui para previdência social, ou seja, ele é considerado um
empregado público. Pode ser aquele contratado para exercer cargo
comissionado também.
A definição de empregado público está no art. 173, § 1, II da CF, e
o critério de admissão do empregado público está no art. 37, II da CF.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública,
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre:
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários.
Art. 37. A administração pública direta, indireta ou
fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao seguinte:
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;
Temos como figura afim, o TRABALHADOR TEMPORÁRIO:
A Lei 6.019/64 nunca foi revogada, ela define o trabalhador
temporário: pessoa física contratada por empresa de trabalho temporário ou
interposta para prestação de serviço destinado a atender a necessidade
transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou acréscimo
extraordinário de tarefas de outras empresas.
Art. 2º da Lei: Trabalho temporário é aquele prestado por
pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a
coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à
necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à
demanda complementar de serviços.
Então, aqui temos empresa de trabalho temporário, tomador ou
cliente. No caso da empresa temporária, a pessoa é contratada, tem carteira
assinada. Porém, só pode ser de carteira assinada nos casos de atender
necessidade transitória de substituiçãode pessoal permanente ou acréscimo
extraordinário de tarefas
Necessidade transitória: Por exemplo, tenho dois empregados
importantes para fazer a folha de pagamento, uma entra de licença gestante, e o
outro que teve problema de saúde. Nesse caso, a empresa ficou descoberta. E a
empresa quer alguém que tenha experiência na área para substituir esses
funcionários durante o período de licença. Como as empresas de trabalho
temporário tem um banco de dados com um monte de gente que tem
características apropriadas para essa situação, ela indica uma pessoa para
substituir o pessoal regular da empresa, assim, essa pessoa indicada vai ser
contratada de carteira assinada só que por um período especificado em lei, que
é de 90 dias, podendo chegar a 120 dias.
Outro caso é de acréscimo extraordinário na tarefa: Quando a
empresa recebe uma encomenda que não estava esperando, como por
exemplo, na pandemia, que precisou fabricar essas capas de médico e
enfermeiro, máscara para hospital, logo, essa empresas que produzem material
para hospitais aumentaram muito seus gastos e tarefas nesse período. Por
conta disso vai aumentar o serviço, então houve um acréscimo extraordinário, e
com esse acréscimo extraordinário, a empresa contrata pessoas para esse
período.
Mas pode ser também por conta de situações de aumento de
demanda no comércio, por exemplo, no natal, dia dos namorados, dia das mães,
etc. A própria lei diz que o contrato temporário tem prazo determinado de 90
dias, podendo chegar a 120 dias. Assim, o contrato define a data de entrada e
de saída, por isso é considerado contrato por tempo determinado.
Diferença para o contrato de trabalho e contrato de experiência:
O contrato temporário tem prazo máximo de três meses podendo
chegar a 120 dias, art. 10, § 1º da Lei 6.019/64.
Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de
serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores
contratados pelas empresas de trabalho temporário. (Redação dada pela
Lei nº 13.429, de 2017)
§ 1o O contrato de trabalho temporário, com relação ao
mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias,
consecutivos ou não.
Já o contrato de experiência é de 90 dias, não tem acréscimo,
podendo ser renovado uma única vez, ou seja, posso fazer um contrato de 30 e
renovar por 60, fazer um contrato de 60 e renovar por 30, um de 45 e renovar
por mais 45, ou fazer um contrato direto de 90 dias.
Já o contrato temporário é no máximo de 3 (três) meses, e não tem
esse direito a renovação, o que ele pode virar é um contrato por tempo
indeterminado, que é diferente, não pode fazer outro contrato temporário depois
de passado os três meses, somente com o lapso temporal de 6 (seis) meses,
conforme o art. 451 da CLT.
Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que,
tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a
vigorar sem determinação de prazo.
Ambos os contratos são de carteira assinada.
FALÊNCIA DA EMPRESA DE TRABALHO TEMPORÁRIO :
A responsabilidade solidária é da empresa tomadora, ela é
responsável porque ela ganha um percentual referente ao contrato do
empregado pago pela empresa contratante para colocar uma pessoa de
segurança em sua empresa.
Necessidade de substituição transitória de pessoal permanente: é
aquilo que já disse, quando uma pessoa fica grávida ou sai de férias e contrata
outra para substituir.
Acréscimo extraordinário do serviço: é a questão que ela colocou
do aumento da fabricação de máscaras e de EPI na pandemia.
VANTAGENS:
- Remuneração equivalente a recebida pelos empregados da
categoria da empresa tomadora, calculado na base horária garantido o
pagamento do salário mínimo.
- Jornada de 8 horas.
- Adicional de hora extra, não excedente de duas.
- Os mesmos direitos que o empregado por tempo indeterminado
tem, o empregado temporário tem também. Então o contrato temporário não
diferencia em nada do contrato indeterminado, somente em relação ao prazo
determinado.
TRABALHADOR AUTÔNOMO:
A definição está na Lei Previdenciária, Lei 8.212 no artigo 12, V,
letra H. Hoje não é mais conhecido como trabalhador autônomo, e sim, como
contribuinte individual. No meio trabalhista ainda se usa o termo trabalhador
autônomo, que é aquela pessoa que trabalha sem subordinação jurídica, sem
carteira assinada, ou seja, é o seu próprio empregador.
Definição de trabalhador autônomo:
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as
seguintes pessoas físicas:
V - como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei nº
9.876, de 1999)
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade
econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; (Incluído pela
Lei nº 9.876, de 1999).
A pessoa física que exerce, por conta própria (ou seja, não está
subordinada, não tem habitualidade), atividade econômica de natureza urbana,
com fins lucrativos ou não.
Na letra g diz respeito a quem presta serviço de caráter eventual:
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual
(esporádico), a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Incluído
pela Lei nº 9.876, de 1999).
Qual a diferença entre o trabalhador eventual e o autônomo? O
eventual é aquele que tem caráter provisório e por conta e risco alheio, e
autônomo exerce por sua conta própria e risco. Os dois se inscreveram pra
prestar serviço por meio de MEI.
TRABALHADOR AVULSO:
Uma coisa importante, sabe onde tem muito trabalhador avulso?
no Amazonas, vocês já ouviram falar que o amazonas chegou no nível máximo?
A professora foi em Manaus três vezes dar aula de pós graduação, e lá no porto
tem um movimento impressionante, parece a rodoviária Novo Rio.
No porto de Manaus você encontra muito trabalhador avulso.
Trabalhador avulso é trabalhador básico de portos, então tem vários
trabalhadores em lugares que têm portos, e só tem porto onde tem mar.
Porém manaus não tem mar mas tem três rios, o Rio Negro, o Rio
São Limões e o Rio Amazonas, e lá você encontra muito trabalhador avulso.
O trabalhador avulso é um trabalhador autônomo, e ele está
caracterizado pela Constituição Federal art. 7, XXXIV da CF , é o único
trabalhador que é citado no art. 7º da CF.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso.
Quem tem direito a férias e décimo terceiro? A professora paga
férias e décimo terceiro para seus empregados, mas como advogada ela não
tem direito a férias e nem décimo terceiro.
O empresário também não tem direito, mas ele tem que pagar o
empregado. Por isso que se diz que o empregado sai muito caro para uma
empresa, porque ele recebe férias, décimo terceiro, tem que depositar 8% do
FGTS todo mês, e não é descontado do empregado, é um ônus do empregador,
tem que pagar além da contribuição que o empregado paga ele tem que pagar
uma contribuição com a receita federal relacionado a previdência sobre a folha
de salário e isso é um ônus a mais.
Como a empresa faz para reduzir esses custos? Ela tem direitos a
benefícios, esses benefícios podem ser requeridos junto a Secretaria do
Trabalho que hoje faz parte do Ministério da Economia.
Mas ela só consegue esses benefícios, se estiver em dia com as
obrigações tributárias. Então ela pode oferecer vale transporte e ter esse valor
abatido nos tributos, pode abater parte do programa de alimentação e transporte
(PAT).
Se ela paga fundo de pensão e auxílio creche, pode abater no
imposto de renda também. Assim, quanto mais Benéficos a empresa oferecer ao
empregado mais ela consegue reduzir esses tributos.
Então, lá na CF está escrito que o trabalhador avulso, que é um
trabalhador autônomo, que não tem carteira assinada, se iguala ao empregado
em direitos e obrigações.
Quer dizer que o trabalhador avulso tem direito a décimo terceiro?
Sim, mas se ele não tem empregador, quem paga? O sindicato. Que hoje não
tem mais sindicato, eles mudaram para Empresatomadora de mão de obra.
Lei 9.719 é a lei de proteção ao trabalhador avulso. (A
professora não achou a outra Lei que ela queria sobre trabalhador avulso,
mas acredito que seja a LEI Nº 12.023/2009).
OGMO = Orgão gestor de mão de obra, que é o tomador de
serviços.
Lá no porto de Manaus, tinha um quiche tipo de banco que ia
aparecendo os números, e a cada número que aparecia levantava um cara. E ai
tinha alguns exemplos de trabalhadores avulsos: o estivador (abre o Container
e ele descarrega a mercadoria nas costas), o carregador de malas, o
guindasteiro (comanda o guindaste).
Tem uma categoria de trabalhador avulso que ganha muito
dinheiro, chamada prático de barra (navio), responsáveis pelas manobras para
embarcações nos portos. Quem paga os trabalhadores avulsos são as grandes
empresas que transportam nesses grandes navios cargueiros, então o preço de
mercado é de 500 mil, 700 mil, a depender do porto.
Hoje não é mais uma profissão que passa de pai para filho. Não é
de carteira assinada, mas eles têm todos os direitos de um trabalhador com
vínculo empregatício.
CARACTERÍSTICAS:
Liberdade na prestação de serviço, possibilidade na prestação de
serviço a mais de uma empresa, intervenção do sindicato (OGMO), serviço
prestado em curto período.
Antigamente existia uma máfia grande nesse sindicato, então para
evitar fraude, eles criaram senha. Por isso que mudaram de sindicato para
OGMO.
No artigo 9, do decreto 3048 fala que empregado doméstico, mais de 2 dias na
semana vira segurado obrigatório, segurado obrigatório é aquele que tem que
contribuir pra previdência. Os trabalhadores temporários são figuras são
regidas pela lei 6019, que não foi revogada e nela todo empregado temporário,
de 90 a 120 dias pode ser prorrogado por mais 30 dias, ele tem que ter uma
empresa interposta tipo trabalhador avulso e quando eu falo de trabalhador
avulso, temos a lei 12.023 de 2009, mas vocês vão encontrar todas as
definições de trabalhador avulso no decreto 3048, de 99, no art. 9, inciso VI. 
Quais são os direitos dos trabalhadores de modo geral? Férias proporcionais,
exceto em causas de justa causa e pedido de demissão. Vocês vão ver quando
a gente tiver férias, que nas férias você tem o período aquisitivo e o período
concessivo, tá no art.130 da CLT. Eu entro numa empresa hoje e no momento
que eu entro eu passo a iniciar o período de aquisição de férias. Se eu for
demitido antes de completar esse período, eu já constituí esse direito? Sim,
porque quem é demitido não escolheu sair, se ele não escolheu sair ele ia
completar o período aquisitivo. Quem pede demissão não tem direito a receber
as férias proporcionais, ele não tem direito, só expectativa de direito e, na
metade do caminho, ele abriu mão ao se demitir. 
O fim de semana remunerado é previsto na CF, então, você tem direito ao fim
de semana remunerado, salvo as pessoas que trabalham em modalidade de
trabalho como Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), os trabalhadores
comerciais, eles têm o trabalho diferenciado, não é aquele trabalho de seg à
sab. 
Não se usa mais a terminologia "autônomo", tecnicamente, é contribuinte
individual. Como um prestador de serviços, tem direito, se não tem vínculo?
Todas as empresas pagam um valor pra órgãos gestores de mão de obra ou
para sindicatos, nesse valor tá embutido todo o serviço de desembarque, tanto
o trabalho braçal e essa taxa cobre a hora do trabalhador avulso. Por isso
muitos navios pararam de atracar no porto do RJ e passaram a atracar no porto
de SP, porque as taxas do RJ são altíssimas. 
O trabalhador eventual ele também tá conceituado no art.12 da lei 8212 e aí eu
vou dizer pra vocês, a previdência traz alguns institutos e normas que são
fundamentais, tanto o direito do trabalho tem a CLT, como o tributário tem a
CTN, que prevê as normas principais e secundárias, créditos, lançamentos, a
gente utiliza tudo isso e recursos humanos nas empresas, como também utiliza
na área previdenciárias: salário maternidade, salário paternidade, fora as
questões à contribuição social: compensação, questões relacionadas à
insalubridade, periculosidade, tudo isso se reflete na previdência social e no
direito tributário, por isso a gente tem como áreas de atuação essas 3 áreas.
No direito previdenciário a gente tem 2 leis e 1 decreto que são
superimportantes, que é a lei 8.213 que trata do regulamento de benefício, a lei
8.212 que trata de toda parte de custeio, inclusive das obrigações principais e
acessórias da empresa, do art.28 ao art.35, a gente tem o decreto 3048 de 99
que traz definições explícitas, inclusive quando se fala que empregado é
segurado obrigatório, ela traz o conceito previsto no art.3 da CLT. Então
eventual é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural em caráter
eventual a uma ou mais empresas sem relação de emprego, é como se fosse
um trabalhador autônomo. A gente tem as características do trabalhador
avulso: liberdade na prestação de serviços, possibilidade na prestação de
serviços em mais de uma empresa, serviço prestado em curto período.
Estagiário... Quem é estagiário na turma? O estagiário teve muita mudança
desde a década de 70 pra cá, a gente chamava de escraviário e ainda continua
meio que sendo, o que ocorria antes da lei dos estagiários (LEI Nº 11.788, DE 
25 DE SETEMBRO DE 2008), a caixa econômica federal botava vários
estagiários, a justiça federal coloca também, mas tem a desculpa que você tá
na área de direito, os bancos não, durante muito tempo os bancos usavam os
estagiários de direito. Essa lei teve um papel muito forte pra cortar isso. A lei
dispõe sobre a facultatividade de bolsa, o estágio pode ter bolsa ou não. O
estagiário não é empregado. 
Exigências legais: que o estagiário esteja matriculado na escola e esteja
frequentando. Firmado termo de compromisso por escrito é exigência, o
contrato de estagiário é formal, é obrigatoriamente prevista a formalidade. O
estágio deve proporcionar experiência prática ao estagiário. O estagiário tem
direito hoje ao que ele não tinha antigamente, não é férias, é um recesso
remunerado, durante 30 dias. 
Considera-se trabalho voluntário a atividade não remunerada prestada por
pessoa física à entidade pública de qualquer natureza ou à instituição privada
sem fins lucrativos, que tenha objetivos físicos, culturais, educacionais,
científico, criativos ou de assistência social, inclusive de mutualidade.
Característica: pessoalidade, tem que ser exercido pela própria pessoa física.
Gratuidade: falta de remuneração e não gera vínculo de emprego, o que é
importante nesse conceito é *trocou de assunto* construtora é atividade pública
ou privada? Privada. O que uma instituição privada sem finalidade lucrativa? É
uma instituição publicamente considerada filantrópica. Trabalhador voluntário
só pode trabalhar ou pra uma instituição pública ou uma instituição privada sem
finalidade lucrativa. Aí no termo de adesão deve constar as condições e o
objeto da atividade. 
Terceirização 
A terceirização teve um boom no início do século 21 e, consiste na
possibilidade de contratar um terceiro para a realização de atividade que não
constitui o objeto principal da empresa. Ou seja, na terceirização existe uma
empresa interposta e uma prestadora de serviços. 
Terceirização: transferência de uma parte da atividade da empresa para outra,
que passa a funcionar como terceiro no processo produtivo. Você tem duas
formas de terceirizar: através do trabalhador da empresa principal e aí você
tem a questão do trabalhador temporário. Ou você tem a terceirização através
da prestação de serviços. A finalidade é a redução dos custos da
produção pela especialização como concentração da empresa principal na sua
atividade produtiva fundamental.
Modalidades: locação de mão de obra e prestação de serviços. 
Na prestação de serviço a gente tem deslocamento de parte da atividade
produtiva para a empresa secundária, que presta serviços a principal com seu
próprio pessoal e equipamento, transferindo-lhe o produto concluído.
Por ex: na Rural, os servidores da

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