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RADIAÇÃO UV-B E RESPOSTA DAS PLANTAS 
 
A radiação UV-B é uma parte do espectro eletromagnético solar que desempenha 
um papel crucial na fisiologia das plantas. Esta forma de radiação possui comprimentos 
de onda mais curtos do que a radiação UV-A e é conhecida por seus efeitos variados sobre 
o crescimento, desenvolvimento e resposta das plantas. A exposição a níveis elevados de 
UV-B pode desencadear uma série de respostas complexas nas plantas, envolvendo desde 
mudanças bioquímicas até adaptações morfológicas. 
Primeiramente, as plantas percebem a radiação UV-B através de receptores 
específicos localizados em suas células. Esses receptores desencadeiam uma cascata de 
eventos bioquímicos que geralmente resultam na produção aumentada de compostos 
fenólicos e flavonoides. Esses compostos atuam como protetores contra os danos 
oxidativos causados pela radiação UV-B, ajudando as plantas a mitigar os efeitos 
negativos da radiação excessiva. Além disso, a ativação de genes responsivos à radiação 
UV-B pode levar à síntese de enzimas antioxidantes, como as superóxido dismutases e 
catalases, que são essenciais na neutralização de espécies reativas de oxigênio. 
Adicionalmente, a exposição crônica à radiação UV-B pode induzir alterações 
morfológicas nas plantas. Por exemplo, algumas espécies podem desenvolver camadas 
espessadas de cutícula ou epiderme para reduzir a penetração da radiação UV-B nos 
tecidos foliares. Essas adaptações morfológicas são frequentemente acompanhadas por 
mudanças na arquitetura foliar, como o aumento na densidade de tricomas ou pelos 
glandulares, que atuam como barreiras físicas contra a radiação UV-B. Essas 
modificações estruturais são essenciais para a sobrevivência das plantas expostas a 
ambientes de alta radiação UV-B, permitindo-lhes conservar água e minimizar os danos 
fotoinibitórios. 
Por fim, é importante considerar os impactos ecofisiológicos da radiação UV-B 
nas comunidades vegetais e nos ecossistemas. A variabilidade na resposta das plantas à 
radiação UV-B pode afetar a competição intraespecífica e interações simbióticas, como a 
relação planta-polinizador. Além disso, alterações na fenologia das plantas, como o tempo 
de floração e frutificação, podem ser influenciadas pela intensidade e duração da 
exposição à radiação UV-B ao longo das estações do ano.

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