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O Conceito de Pulsão de Morte

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O Conceito de Pulsão de Morte
O conceito de pulsão de morte, ou Thanatos, foi 
introduzido por Freud em sua obra "Além do 
Princípio do Prazer" (1920). Ele propôs que, além da 
pulsão de vida (Eros), que busca a sobrevivência, a 
reprodução e o prazer, existe uma pulsão oposta que 
tende à destruição, à morte e ao retorno ao estado 
inorgânico. Esta teoria desafiou as ideias anteriores 
de Freud, que focavam predominantemente nas 
forças de vida e prazer como os principais 
impulsionadores do comportamento humano.
Freud observou que muitos comportamentos 
humanos, incluindo a agressão, a repetição de 
experiências traumáticas e os impulsos 
autodestrutivos, não podiam ser completamente 
explicados pela busca de prazer ou pela 
sobrevivência. Ele sugeriu que esses 
comportamentos poderiam ser entendidos como 
manifestações da pulsão de morte. A pulsão de 
morte opera em contraste com a pulsão de vida, 
criando uma tensão dinâmica entre as duas forças 
dentro da psique.
Um exemplo clássico da pulsão de morte é o 
comportamento repetitivo e autodestrutivo 
observado em algumas pessoas. Freud notou que 
pacientes traumatizados frequentemente revivem 
suas experiências dolorosas, tanto em sonhos 
quanto em suas ações conscientes, apesar da 
angústia que essas memórias trazem. Ele 
interpretou essa repetição compulsiva como uma 
tentativa do inconsciente de dominar a experiência 
traumática, mas também como uma expressão da 
pulsão de morte.
Freud também relacionou a pulsão de morte à 
agressão. A agressão, segundo Freud, é uma 
expressão direta da pulsão de morte direcionada 
para fora, em direção a outras pessoas ou objetos. 
Quando essa agressão é voltada para o próprio 
indivíduo, resulta em comportamentos 
autodestrutivos ou suicidas. A pulsão de morte, 
assim, pode ser uma força poderosa e destrutiva 
dentro da psique, influenciando profundamente o 
comportamento e as relações humanas.
Além disso, Freud sugeriu que a pulsão de morte 
está em constante conflito com a pulsão de vida. A 
pulsão de vida busca a união, a criação e a 
preservação, enquanto a pulsão de morte busca a 
separação, a destruição e o retorno ao estado 
inorgânico. Este conflito é uma parte central da 
dinâmica interna da psique, influenciando a forma 
como os indivíduos lidam com seus impulsos, 
desejos e relacionamentos.
O conceito de pulsão de morte teve um impacto 
significativo na psicanálise e na compreensão da 
natureza humana. Ele ofereceu uma nova 
perspectiva sobre a complexidade dos impulsos 
humanos e a dualidade intrínseca da psique. Embora 
controversa, a ideia de uma pulsão de morte abriu 
caminhos para explorar a profundidade dos 
comportamentos auto destrutivos e agressivos, 
proporcionando insights valiosos para a psicoterapia 
e a teoria psicanalítica.
Em resumo, a pulsão de morte é um conceito central 
na teoria de Freud que descreve uma força instintiva 
direcionada à destruição e à morte. Contraposta à 
pulsão de vida, ela cria uma dinâmica interna 
complexa e conflituosa que influencia 
PSICÓLOGA CONCURSEIRA
profundamente o comportamento humano. A 
compreensão dessa dualidade é crucial para a 
análise psicanalítica e para o tratamento de 
comportamentos auto destrutivos e agressivos.
PSICÓLOGA CONCURSEIRA

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