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DESAFIO - UNIDADE DE ESTUDO 1

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Unidade de Estudo 1 - O movimento negro no Brasil e os desafios contemporâneos
Unidade de Estudo 1 - O movimento negro no Brasil e os desafios contemporâneos
Disciplina: ÁFRICA - HISTÓRIA DOS AFRODESCENDENTES E O BRASIL
DESAFIO
Trabalhar com a educação antirracista e para as relações raciais
é um desafio para muitos professores. Em seu período de formação universitária, eles podem não ter tido contato com as culturas e as histórias africana, afro-brasileira e indígena, além de não dominar
as diretrizes para esse ensino. Além disso, a imprevisibilidade das respostas das turmas a algumas questões sensíveis, como o racismo, desperta receio nos docentes, que acabam trabalhando alguns temas
de forma muito superficial.
Sendo assim, que explicação você daria à turma como contraponto
à ideia de "dia da consciência humana" e "racismo reverso"? Como explicaria que essas leituras seguem perpetuando o racismo velado
​​​​​​​na sociedade brasileira? Descreva como seria sua explicação.
Padrão de resposta esperado
Muitas pessoas têm uma grande dificuldade de compreender a importância e a necessidade do Dia da Consciência Negra, porque não entendem o sentido da data e acreditam que se trata de um momento exclusivo para a população negra. Por isso, somente a educação antirracista e as relações étnico-raciais poderão contribuir para desfazer essas leituras reducionistas em relação à data e à comemoração.
Como professores, é importante explicar aos alunos as características do racismo no Brasil, principalmente que, na maioria das vezes, não se trata de comportamentos explícitos, mas de algo "velado", presente em uma brincadeira, em um apelido, em um dito popular e, até mesmo, na desvalorização da cultura e da história negras.
Explicado o funcionamento do racismo como uma estrutura de hierarquização e exclusão, que atinge toda uma sociedade, é importante recuperar historicamente como se formaram as teorias racistas e por que essas teorias determinaram que a população branca era superior a outros povos, notadamente os de origem africana, estabelecendo um preconceito em relação à cultura, à cor da pele, às práticas religiosas, etc.
Definindo racismo e mostrando a sua historicidade, se está no meio do caminho para uma explicação da inexistência do "racismo reverso". Isso porque o racismo é uma construção da população branca para a legitimação de sua pretensa superioridade, sendo intrínseco à forma de dominação dos processos coloniais.
Assim, não se pode falar que as populações que são vítimas da desigualdade e de discriminação racial empreguem as mesmas táticas e se beneficiem da hierarquização proveniente do racismo. Deve-se, dessa forma, reforçar com a turma a inexistência de igualdade entre pessoas brancas e negras, mesmo que essa seja uma prerrogativa constitucional. Uma pessoa branca dificilmente será excluída por seu pertencimento étnico, mas sim por outras questões.
Quando se fala em igualdade, pensa-se em igualdade de direitos, mas não em respeito à diversidade. Esse conceito não é abarcado pela ideia de "dia da consciência humana". Ao contrário, ela desconsidera, no uso do termo "humanidade", a diversidade étnica que compõe a população mundial. Além disso, a história da população branca é bem conhecida; não se pode dizer o mesmo das culturas e das histórias africanas, afro-brasileiras e indígenas, o que demonstra, uma vez mais, a desigualdade.
Evidenciando a desigualdade, mostrando a importância da diversidade e explicitando a composição multiétnica da cultura e da população brasileira, torna-se mais fácil para os alunos compreenderem a importância do reconhecimento e da valorização de populações ​​​​​​​que foram historicamente marginalizadas.
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