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Neuropsicologia Introdução à Neuropsicologia Aula 1 Prof. MsC. Saulo Almeida Centro Universitário Ages Colegiado de Psicologia Algumas breves perguntas O que vocês esperam dessa disciplina? O que é a neuropsicologia? Além do que se vê Quantas vezes você para e reflete de verdade sobre o que te move? Com as responsabilidades do nosso dia-a-dia, dificilmente nos questionamos sobre o real motivo de estarmos aqui, neste momento, fazendo o que temos que fazer. Portanto, tal atividade ganha relevância para que as suas ações na sua carreira sejam norteadas pelas reflexões sobre o que te move. Talentos, paixões, visão, ambição e propósito: QUE PROFISSIONAL VOCÊ QUER SER? Objetivos de aprendizagem O aluno deverá ser capaz de: Compreender o projeto da disciplina; Qual a relevância da Neuropsicologia nos estudos relativos a mente e cérebro; Identificar alguns temas relevantes da neuropsicologia na prática do psicólogo. Neuropsicologia Perspectivas históricas Comparação entre: Psicologia e neurologia Mente e cérebro Alma e corpo Origem do termo: 1913: conferência de Sir Osler, nos Estados Unidos. Relações entre psicologia, biologia e medicina. Neuropsicologia Idade Antiga Distinções com relação ao local do pensamento e da racionalidade. Hipócrates: cérebro como sede da inteligência. Idade média René Descartes: mente e corpo. Século XIX Estudo das sensações e percepções e outros processos psicológicos básicos. Descobertas com relação à cegueira, paralisias, distúrbios motores. Necessidade da psicologia se confirma com ciência perante às ciências naturais. Neuropsicologia Foco no desenvolvimento de psicoterapias e da cura da dor emocional do ser humano. Princípio disparador: Afasia e sua associação com alguma parte do cérebro. Maior desenvolvimento, no início do século XX, na área da medicina. Estudo em animais. Abordagens da psicologia com maior interesse na neuropsicologia: Gestalt Cognitiva Neuropsicologia Distinção entre hemisférios Dominante: esquerdo (Questionável por Luria!) Não-dominante: direito. Ênfase nos estudos da linguagem, a fim de descrever os sintomas e explorar os mecanismos psicofisiológicos do ser humano. 1960: Karl Pribram Compilado sobre os centros superiores do cérebro e a cognição humana. Distinção entre processos cerebrais e processos psicológicos. Neuropsicologia Técnicas recentes e importantes para a detecção de disfunções cerebrais: Eletroencefalografia (ECG) Tomografia computadorizada (TC) Ressonância magnética (MRI) Tomografia por emissão de protons (PET) Tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT) Ressonância magnética funcional (fMRI) Neuropsicologia Relação entre fenômenos mentais e comportamentais e o funcionamento do cérebro. Neuropsicologia como ferramenta que pode auxiliar no mapeamento de lesões e disfunções cerebrais. Luria. Higher cortical functions in man (1966): Pesquisou pacientes com lesões cerebrais adquiridas na 2ª guerra mundial. Proposição de uma teoria das funções cerebrais e um método de investigação extremamente relevante para diagnosticar localizatório e reabilitação. 1º manual de uso prático para a neuropsicologia. Neuropsicologia Desde então, todas as pessoas que iriam, por exemplo, ser submetidas a cirurgias devido a questões neurológicas e neuropsiquiátricas passavam por uma avaliação neuropsicológica. Divisão de Neurociência funcional, Hospital das Clínicas – Faculdade de Medicina (USP). No início dos anos 70, o desenvolvimento de técnicas de neuroimagem foi de suma importância. Neuropsicologia Aprimoramento do estudos: Localização da lesão Estabelecimento da extensão, do impacto e das consequências cognitivas, comportamentais e na adaptação emocional e social Neuropsicologia A partir dos estudos de neuroimagens, foi possível constatar que não apenas lesões cerebrais podem causar alterações neurológicas. Outros motivos: Infecções Traumas Exposição a agentes tóxicos Problemas renais, cardíacos, de fígado, etc. Foi possível também constatar a relação entre patologias neurológicas e patologias psiquiátricas. Neuropsicologia Patologias neurológicas Patologias psiquiátricas Desordem frontal, diencenfálica e em outras regiões cerebrais Esquizofrenia Parkinson, AVC, Depressão Parkinson Demência Epilepsia Psicose, abuso de drogas Mesmo com a evolução de processos de avaliação, muitas patologias ainda passam despercebidas: Afasia, agnosia, assomatognosia, delirium, apatia, entre outros. Neuropsicologia E essa preocupação está pautada em um aspecto básico: PREOCUPAÇÃO COM A ADAPTAÇÃO DO INDIVÍDUO AO MEIO! No desenvolvimento da neuropsicologia, esse aspecto é muito relevante, tanto que algumas desordens neurológicas passaram por revisões nos seus conceitos para que não considerassem apenas o diagnóstico, mas também as consequências das desordens (Incapacidades). Traumatismo cranioencefálico. AVC. Esclerose Múltipla (EM). Neuropsicologia Exemplo de impacto: Esclerose Múltipla (EM): Neuropsicologia Uma das maiores preocupação da área é trabalhar com a educação da população para o reconhecimento de falhas, mesmo que sutis, que podem provocar dificuldades na atividade produtiva de crianças e adultos. Falhas relevantes Falhas sutis (Wilkins & Baddley, 1978) Esquecimentos do passado recente Problemas de iniciativa Mudança de discurso repentino Compreensão Mal uso da lógica Compreensão Incapacidade emotiva Abstração Crítica Alerta de si mesmo Neuropsicologia Objetivos da avaliação neuropsicológica: (FUENTES, MALLOY-DINIZ, CAMARGO & COSENZA, 2014). Auxílio diagnóstico Prognóstico Orientação para o tratamento Auxílio para o planejamento da reabilitação Seleção de pacientes para técnicas especiais Perícia Neuropsicologia Auxílio diagnóstico: Busca-se conhecer a origem ou a natureza dinâmica daquele déficit ou problema neurológico. Pode ocorrer na clínica ou em hospitalar. Perguntas-chaves: Qual o problema? Como ele se apresenta? O quanto (nível) existe de disfunção? Diagnóstico diferencial Deve-se dominar conhecimentos do desenvolvimento humano e saber aplicar técnicas investigativas: entrevistas, testes psicológicos, etc. Neuropsicologia Prognóstico: Busca-se conhecer a evolução ou percurso de um problema, principalmente em situações cronificadas. Deve-se pautar-se no diagnóstico existente. Alguns fatores que impactam na evolução de um caso: Idade Educação do paciente Suporte e compreensão familiar Recursos pessoais e físicos Importância frente aos exames de neuroimagem, que nem sempre conseguem determinar a extensão do caso. Neuropsicologia Orientação para o tratamento Estabelece-se a relação entre comportamento e substrato cerebral ou patologia. Delimita-se a área de disfunção, mas também a hierarquia e a dinâmica das desordens no estudo. Exemplo: Um quadro de déficit de atenção. Possíveis causas: Impulsividade, quadro afetivo, entre outros. Com a determinação, o tratamento é muito mais eficaz, seja o processo psicoterápico, seja o processo medicamentoso. Neuropsicologia Auxílio para planejamento da reabilitação. Busca-se avaliar o impacto na socialização do sujeito a partir do seu déficit. Ex: alguém com problema de memória. Dificuldade no desempenho acadêmico, profissional e social Busca-se também elaborar um mapa, em que o paciente terá potencialidades evidenciadas, a fim de que estas supram os déficits existentes. Seleção de pacientes para técnicas especiais A intenção é avaliar os riscos do uso de técnicas, como a cirurgia, em quadros que podem ter um agravo. Ex: Pacientes epiléticos podem ter problemas agravados na sua linguagem após um cirugia. Neuropsicologia Perícia: A avaliação é feita mais pontualmente e normalmente é solicitada por um terceiro. Ex: Caso de um mulher que já é adulta e o seu advogado entrou com um processo para que a família continue gerindo a sua vida, pois a mesma não possui condições mínimas de gerenciar sua vida e tomar decisões. Projeto dadisciplina EMENTA: Neuroanatomia e neuromodulação funcional do sistema nervoso central. As neuropatologias cerebrais e seus distúrbios cognitivos. As diferenças neuropsicológicas entre o idoso, a criança e o deficiente mental. A estimulação ambiental e o desenvolvimento cognitivo. Avaliação e a reabilitação neuropsicológica dos distúrbios cognitivos. Projeto da disciplina COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS: Conhecer e diferenciar os diferentes modos de compreender o cérebro e suas funções, localizando historicamente tais teorias. Conhecer as relações entre neuropsicologia e memória, linguagem e funções executivas. Conhecer e analisar criticamente hipóteses neurobiológicas para os transtornos psiquiátricos e do neurodesenvolvimento. Compreender os fundamentos da avaliação neuropsicológica e aplicá-los em análises de casos. Compreender criticamente diferentes atividades de reabilitação neuropsicológica Planejar práticas de reabilitação neuropsicológica Projeto da disciplina CONTEÚDOS: Os primeiros estudos sobre as funções neurais: evolução histórica. Características gerais das funções cerebrais. Interrelações entre cérebro, cognição e comportamento. Influências genéticas e ambientais sobre as funções neurológicas. Funções neurológicas. Neuropsicologia e relações com a memória e linguagem. Avaliação neuropsicológica. Métodos de auxílio diagnóstico em neuropsicologia. Aspectos neurológicos do autismo, transtorno do déficit de atenção/hiperatividade, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtorno obsessivo-compulsivo e epilepsia. Princípios e técnicas de reabilitação neuropsicológica: remediação cognitiva, treino comportamental e outras intervenções. Projeto da disciplina – mapa conceitual Projeto da disciplina BIBLIOGRAFIA BÁSICA ABRISQUETA-GOMEZ, J. e col. Reabilitação Neuropsicológica: Abordagem interdisciplinar e modelos conceituais na prática clínica. Porto Alegre: Artmed, 2012. FUENTES, D.; MALLOY-DINIZ, L. F.; CAMARGO, C. H. P.; COSENZA, R. M.. Neuropsicologia: Teoria e Prática. São Paulo: ARTMED, 2014. KOLB, D.; WISHAW, I. A. Neurociência do Comportamento. São Paulo: Manole, 2002. MALLOY-DINIZ, L. F., FUENTES, D., MATTOS, P., & ABREU, N. Avaliação neuropsicológica. São Paulo: Artmed, 2010. Projeto da disciplina BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M.A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. Porto Alegre: Artmed, 2002. KANDEL, E. R.; SCHWARTZ, J. H.; JESSEL, T. M. Fundamentos da neurociência e do comportamento. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1997 LUNDY-EKMAN, L. Neurociência - Fundamentos para a reabilitação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. PONTES, L.M.M., HÜBNER, M.M.C. A reabilitação neuropsicológica sob a ótica da psicologia comportamental. Rev. Psiq. Clínica. V35, n1, p. 6 – 12, 2008. CAGNIN, S. A pesquisa em neuropsicologia: desenvolvimento histórico, questões teóricas e metodológicas. Psicologia em Pesquisa. V4, n2, p. 18-134, 2010. Caso 1 – Neuropsicologia 10 minutos para a leitura Destaquem os termos desconhecidos Verbalizem os termos e assuntos que mais chamaram a sua atenção. Próxima aula (30/07) Leitura do capítulo: Genética, comportamento e cognição. FUENTES, D.; MALLOY-DINIZ, L. F.; CAMARGO, C. H. P.; COSENZA, R. M.. Neuropsicologia: Teoria e Prática. São Paulo: ARTMED, 2014. Entrega e assinatura dos projetos e contratos. Confecção de perguntas, objetivo e hipóteses sobre o caso macro. image1.png image2.jpeg image3.jpeg image4.jpeg