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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DO SOLO SETOR DE FÍSICA DO SOLO Caixa Postal 37 - TELEFAX (035) 829-1251 CEP 37.200-000 - LAVRAS-MG FÍSICA DO SOLO PRÁTICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOLOS E NUTRIÇÃO DE PLANTAS Prof. Mozart Martins Ferreira, Dr. Prof. Moacir de Souza Dias Junior, Ph.D. Júlio César Bertoni, M.Sc. Ana Rosa Ribeiro Bastos, M.Sc. 2000 2 INSTRUÇÕES PARA AS AULAS PRÁTICAS DE FÍSICA DO SOLO INSTRUÇÕES GERAIS 1. Ler com atenção as instruções da aula prática antes de tentar conduzi-la. 2. Anotar quaisquer modificações sugeridas pelo professor, laboratorista ou aluno. 3. Caso note algum dano ou mal funcionamento na aparelhagem, informe imediatamente ao professor. 4. É necessário lavar ou limpar todo o equipamento usado antes de deixar o laboratório. 5. Os resultados de algumas das aulas práticas deverão ser calculados utilizando as planilhas eletrônicas para o cálculo de análise física do solo, as quais devem ser adquiridas na Coordenadoria de Extensão da Universidade Federal de Lavras. 6. Os relatórios deverão ser datilografados e os gráficos deverão ser feitos usando qualquer aplicativo disponível no mercado. INSTRUÇÕES PARA CONFECÇÃO DOS RELATÓRIOS Os relatórios devem incluir: 1. Introdução: a introdução deve conter um parágrafo inicial mostrando a importância e aplicação do tópico em estudo. A seguir deve-se apresentar uma revisão de literatura sobre o assunto em estudo. Finalmente no último parágrafo deve-se apresentar o objetivo da aula prática. 2. Material e Métodos: apresentar uma descrição resumida do material e método utilizado. 3. Resultados e Discussão: neste item deve-se apresentar os dados obtidos na forma de tabelas e/ou gráficos os quais deverão ser discutidos com os dados dos outros grupos e com os dados constantes na literatura. 4. Conclusão: apresentar neste item uma apreciação dos resultados. 3 5. Bibliografia: citar a bibliografia consultada, na forma correta. 6. Apêndice: neste item o aluno deverá desenvolver uma planilha eletrônica para o cálculo de suas análises usando os aplicativos QPRO ou EXCEL. Compare os resultados obtidos usando as planilhas desenvolvidas neste item com os resultados obtidos usado as planilhas desenvolvidas por Dias Junior (1995), quando for o caso. 4 AULA PRÁTICA N.º 1 - DENSIDADE DE PARTÍCULAS A densidade de partícula é uma característica intrínseca do solo, dependendo apenas dos constituintes da fração sólida do solo. É determinada pela proporção relativa de material mineral e orgânico e suas respectivas densidades. A densidade da matéria orgânica varia de 1,0 a 1,3 g cm -3 , enquanto que a densidade da parte mineral varia de 2,50 a 5,20 g cm -3 . 1.1. Material - picnômetro - água destilada - bomba de vácuo - estufa elétrica - balança analítica (± 0,001 g) - dessecador - termômetro - bureta (50 mL) - balão volumétrico com rolha esmerilhada (50 mL) 1.2. Métodos 1.2.1. Método do Picnômetro - Pesar aproximadamente 3 g de TFSA, a qual será usada no cálculo do peso do solo seco. - Pesar aproximadamente 25 g da mesma TFSA e colocar na estufa a 105-110C durante 24 horas e determinar a sua umidade. - Transferir para o picnômetro as 3 g de TFSA e adicionar água destilada até a metade do volume do picnômetro. - Colocar o picnômetro nesta condição no dessecador, o qual está acoplado a uma bomba de vácuo. - Remover todo o ar do picnômetro usando vácuo até que todo o ar do interior do picnômetro mais solo seja eliminado, fato este evidenciado quando o borbulhamento no interior do picnômetro cessar. 5 - Completar o volume do picnômetro e, a seguir, tampar o picnômetro com a sua rolha de tal maneira que o seu capilar seja preenchido por água. - Secar o exterior do picnômetro e determinar o peso do conjunto: picnômetro + solo dentro + água. - Determinar a temperatura da água no interior do picnômetro. - Determinar o peso do conjunto: picnômetro + água. - Calcular o peso de solo seco contido nas 3 g de TFSA através do uso da umidade previamente determinada. - Determinar a densidade de partículas. 1.2.2. Método do Balão Volumétrico - Aferir o volume do balão volumétrico. - Pesar 20 g de TFSE e transferir para balão volumétrico de 50 mL. - Colocar na bureta aferida com o balão, álcool etílico até a marca do zero. - Colocar no balão com TFSE mais ou menos 25 mL de álcool. - Agitar o balão durante 1 minuto, para facilitar a penetração do álcool nos capilares do solo. - Deixar repousar por 15 minutos e completar o volume do balão com álcool etílico. - Fazer a leitura do nível de álcool na bureta (L). - Determinar o volume de TFSE usando a expressão: V = 50 - L - Calcular a densidade de partículas usando a expressão: Dp = 20 / V 6 1.3. Bibliografia BLAKE, G.R. & HARTGE, K.H. Particle density. In: Methods of soil analysis. Part 1, 2nd ed., Madison, American society of Agronomy, 1986. pp 377 - 382. BOWLES, J.A. Engineering properties of soils and their measurements. Third edition. McGraw-Hill Book Company, NY, 1986. 7 AULA PRÁTICA N.º 2 - ANÁLISE TEXTURAL PELO MÉTODO DE BOUYOUCOS O método de análise textural sugerido por Bouyoucos (1927) é usado quando se deseja uma análise rápida dos constituintes sólidos do solo, sem que seja necessária grande precisão. Devido a isso, este método vem sendo utilizado na análise de rotina. 2.1. Material - Agitador Hamilton Beach ou similar - Balança analítica - Becker de 250 mL - Estufa - NaOH 1N - Proveta de 1000 mL - Hidrômetro - Termômetro - Peneira N.º 270 (0,053 mm) - Cronômetro - Conjunto de peneiras 2.2. Método - Pesar uma dada quantidade de TFSA que corresponda a 50 g de TFSE e colocar em copo metálico do agitador e adicionar água destilada até cobrir a amostra. - Adicionar 10 mL de NaOH 1N e deixar em repouso por 15 minutos. - Adicionar água destilada suficiente para atingir 2/3 da altura do copo metálico. - Agitar durante 20 minutos a 6000 rpm. - Passar toda a suspensão através da peneira 0,053 mm para proveta de 1000 mL e completar o volume da proveta com água destilada. - A fração areia deve ser colocada em becker previamente tarado e identificado. Levar para secar a 105-110C e determinar o peso seco após esfriar em dessecador. 8 - Fracionar a areia total em um conjunto de peneiras colocadas na seguinte ordem: 1; 0,5; 0,2 e 0,1 mm e expressar o peso retido em cada peneira em porcentagem de TFSE. - Calcular o tempo de sedimentação da menor partícula de silte, usando a expressão: t = (9 h ) / [2 (Dp - Df) g r 2 ] Onde: t = tempo de sedimentação (s) h = profundidade de coleta (cm) = viscosidade da água (poises) Dp = densidade de partículas (g cm -3 ) Df = densidade da água (g cm -3 ) g = aceleração gravitacional no laboratório (g = 978,4221 cm s -2 ) r = raio da menor partícula a se sedimentar (cm) - Homogeneizar com agitador próprio e deixar t minutos em repouso. - Após t minutos, coletar a suspensão a uma profundidade de 5 cm. A suspensão é coletada em uma proveta de 250 mL. - Colocar o hidrômetro e fazer a leitura da argila. Determinar a temperatura da suspensão. - Em função da temperatura, fazer a seguinte correção da leitura do hidrômetro: 1) Adicionar 0,2 à leitura do hidrômetro para cada grau acima de 68F (temperatura de calibração do hidrômetro). 2) Subtrair 0,2 à leitura do hidrômetro para cada grau abaixo de 68F. - Com a leitura corrigida do hidrômetro, calcular a porcentagem de argila. 9 - Com os resultados da areia total e da argila, calcular por diferença a porcentagem de silte - Determinar a classe textural. - Repetir o procedimento anterior sem a utilização do NaOH e determinar a porcentagem deargila dispersa em água. - Calcular o índice de floculação. 2.3. Bibliografia BOUYOUCOS, G.J. A recalibration of the hydrometer method for making mechanical analysis of soil. Am. Soc. Agr. J. 1951. 43:434-438. BOUYOUCOS, G.J. An improved type of soil hydrometer. Soil Sci. 1950. 76:377-378. BOWLES, J.A. Engineering properties of soils and their measurements. Third edition. McGraw-Hill Book Company, NY, 1986. DAY, P.R. Physical basis of particle size analysis by the hydrometer method. Soil Sci. 1950. 363-374. DAY, P.R. Experimental confirmation of hydrometer theory. Soil Sci. 1953. 75-181. GEE, G.W. & BAUDER, J.W. Particle-size analysis. In: Methods of soil analysis. Part 1, 2nd ed., Madison, American society of Agronomy, 1986. pp 383-411. 10 AULA PRÁTICA N.º 3 - ANÁLISE TEXTURAL PELO MÉTODO DA PIPETA O método da pipeta é utilizado universalmente na análise granulométrica do solo, devido, principalmente, à sua precisão; entretanto, é um método trabalhoso. 3.1. Material - Agitador Hamilton Beach ou similar - Balança analítica - Becker de 100 mL - Estufa - NaOH 1N - Proveta de 500 mL -Hidrômetro - Termômetro - Peneira N.º 270 (0,053 mm) - Cronômetro - Pipeta de 10 mL - Conjunto de peneiras 3.2. Método - Pesar uma dada quantidade de TFSA que corresponda a 10 g de TFSE e colocar em copo metálico do agitador e adicionar água destilada até cobrir a amostra. - Adicionar 10 mL de NaOH 1N e deixar em repouso por 15 minutos. - Adicionar água destilada suficiente para atingir 2/3 da altura do copo metálico. - Agitar durante 20 minutos a 6000 rpm. - Passar toda a suspensão através da peneira 0,053 mm para proveta de 500 mL e completar o volume da proveta com água destilada. - A fração areia deve ser colocada em becker previamente tarado e identificado. Levar para secar a 105-110C e determinar o peso seco após esfriar em dessecador. - Fracionar a areia total em um conjunto de peneiras colocadas na seguinte ordem: 1; 0,5; 0,2 e 0,1 mm e expressar o peso retido em cada peneira em porcentagem de TFSE. 11 - Calcular o tempo de sedimentação da menor partícula de silte, usando a expressão: t = (9 h ) / [2 (Dp - Df) g r 2 ] Onde: t = tempo de sedimentação (s) h = profundidade de coleta (cm) = viscosidade da água (poises) Dp = densidade de partículas (g cm -3 ) Df = densidade da água (g cm -3 ) g = aceleração gravitacional no laboratório (g = 978,4221 cm s -2 ) r = raio da menor partícula a se sedimentar (cm) - Homogeneizar com agitador próprio e deixar t minutos em repouso. - Após t minutos, pipetar uma alíquota de 10 mL da suspensão a uma profundidade de 5 cm. Transferir para uma cápsula tarada e identificada a suspensão coletada e levar para estufa a 105-110C durante 24 horas. Esfriar em dessecador e determinar o peso do material. - Calcular a % de argila de acordo com a orientação abaixo: 10 g de TFSE ------------ 500 mL X ------------ 10 mL X = 0,2 g de TFSE 0,2 g de TFSE ------------ Y g de Argila + NaOH 100 g de TFSE ------------- W W% = 500 Y (argila + NaOH) 12 Sabe-se que 1N de NaOH = 40 g / L 40 g de NaOH ------------- 1000 mL (no preparo da solução) X ------------- 10 mL X = 0,4 g de NaOH 0,4 g de NaOH ------------ 500 mL (diluído na proveta) X ------------ 10 mL (pipetado) X = 0,008 g de NaOH 0,2 g TFSE ------------ 0,008 g de NaOH 100 g de TFSE ------------ Z Z = 4% de NaOH Logo: % de Argila = W - 4% - Repetir a análise sem a utilização do NaOH e determinar o teor de argila dispersa em água. - Calcular o índice de floculação. 3.3. Bibliografia BAVER, L.D. ; GARDNER, W.H. & GARDNER, W.R. Particle size analysis. In: -------- Soil Physics, 4ª ed., N.Y., John Wiley & Sons Inc. 1972. 40-43p. GEE, G.W. & BAUDER, J.W. Particle-size analysis. In: Methods of soil analysis. Part 1, 2nd ed., Madison, American society of Agronomy, 1986. pp 383-411. 13 AULA PRÁTICA N.º 4 - DENSIDADE DO SOLO, UMIDADE ATUAL , UMIDADE DE SATURAÇÃO, VTP, MICROPOROSIDADE e MACROPOROSIDADE Os monólitos de solo são muito úteis para a avaliação de determinadas relações solo-água. Os monólitos de solo devem ser obtidos de tal maneira que preserve o mais próximo possível a sua estrutura da natural. 4.1. Material - Amostrador de Uhland - Bandeja para saturação dos monólitos - Gaze - Balança - Anel elástico - Faca - Cilindros - Unidade de sucção - Estufa - Torrões de solo - Parafina - Aquecedor - Fio de linha 4.2. Método Retirar uma amostra utilizando o amostrador de Uhland e outra formada de torrões, do solo utilizado nas aulas anteriores. As amostras deverão ser numeradas para identificação. 4.2.1. Monólito - No laboratório, revestir a parte inferior do cilindro contendo o monólito com gaze, prendendo-a com um anel elástico. - Manter a extremidade do cilindro coberta virada para baixo. - Determinar o peso total do conjunto. 14 - Umedecer a amostra colocando-a em uma bandeja contendo 1 cm de altura de água. Manter a altura de água constante (tanto quanto possível). Quando a parte superior do monólito estiver umedecida por capilaridade, adicionar água à bandeja, de modo a apenas cobrir o monólito. Este processo poderá demorar até 24 horas ou mais. - Determinar o peso do monólito saturado, após ter eliminado as gotas de água aderidas no cilindro e na gaze. Colocar o monólito na unidade de sucção à tensão de 0,06 atm. Após cessar a drenagem, que geralmente ocorre num intervalo de tempo de 24 horas, remover o monólito e determinar o seu peso. Secar o monólito na estufa (105-110C), até peso constante e determinar o peso seco. Determinar o peso e o volume do cilindro, além do peso da gaze mais elástico quando secos, saturado e a 0,06 atm. - Calcular a densidade do solo, umidade atual, porosidade total calculada, microporosidade, macroporosidade, umidade de saturação, porosidade total determinada e poros bloqueados. 4.2.2. Torrão - Preparar o torrão de modo a deixá-lo mais ou menos arredondado. Amarrar o torrão com fio de linha (± 15 cm), pesando-o para determinar o seu peso úmido. - Introduzir o torrão na parafina líquida (60C) várias vezes até o recobrimento total do torrão. - Pesar o torrão com parafina ao ar. - Pesar o torrão com parafina imerso em água destilada. - Determinar o peso do solo seco e o volume do torrão e a seguir determinar a densidade do solo. 15 4.3. Bibliografia FERREIRA, M.M. Influência da mineralogia da fração argila nas propriedades físicas de latossolos brasileiros. UFV. Viçosa, 1988, 79 p. (Tese de Doutorado). GROHMANN, F. Porosidade. In: ------ Elementos de Pedologia. Polígono, SP, 1972. 77-84. LEAMER, R.W. & SHAW, B. A simple apparatus for measuring noncapillary porosity on an extensive scale. J. Am. Soc. Agron. 33:1003-1008, 1941. OLIVEIRA, L.B. Determinação da macro e microporosidade pela "mesa de tensão" em amostras de solo com estrutura indeformada. M.A., IPEANE, Boletim Técnico nº 14, P.A.B., 1968, 3:197-200. SCARDUA, R. Porosidade livre de água de dois solos do município de Piracicaba. SP. ESALQ-USP. Tese de Mestrado, 1972. 83 p. 16 AULA PRÁTICA N.º 5 - ESTABILIDADE DE AGREGADOS EM ÁGUA A estrutura do solo é uma propriedade física muito importante para o desenvolvimento das plantas. Na sua avaliação podem ser usados métodos diretos ou indiretos. Os métodos diretos são os de observação macro e microscópica. Entre os métodos indiretos estão os que usam outras propriedades como critério para avaliar a estrutura. Estes métodos usam propriedades tais como: estabilidade de agregados, porosidade,permeabilidade, etc. Dentre os inúmeros fatores que afetam a agregação do solo, a água é, provavelmente, o que mais atenção recebeu pelos pesquisadores. Os estudos realizados levaram à conclusão de que as características da agregação que resistem à ação da água têm importância e significação para o comportamento do solo em condições de exploração agrícola. 5.1. Material - Agitador com jogo de peneiras - Placa de Petri - Atomizador - Peneiras de 7 e 4 mm - Estufa - Balança - Dessecador 5.2. Método 1. Coletar na camada de 0-30 cm de profundidade uma amostra de aproximadamente 500 g formada de torrões. 2. No laboratório, secar a amostra ao ar com cuidado de não deformá-la. 3. Utilizar para análise de agregado, fração que passa em peneira de 7 mm e fica retida na de 4 mm. 4. Em quatro placas de Petri devidamente identificadas, pesar 25 g da amostra. 17 5. Em duas amostras, fazer um pré-tratamento que consiste no umedecimento lento com um atomizador, realizando a análise após 2 horas. 6. Transferir a amostra para a peneira superior do aparelho de peneiramento em água e agitar durante 15 minutos. 7. Secar em estufa a 105-110C por 24 horas e determinar o peso de agregado em cada classe de tamanho, exprimindo-o em porcentagem da amostra inicial. 8. Para as duas placas de Petri que não sofreram pré-tratamento, seguir a metodologia partir do item 6. 9. Após a pesagem dos agregados de cada placa de Petri, colocá-los no copo do agitador mecânico e adicionar 10 mL de NaOH 1N, adicionar água até 1/3 do copo metálico e agitar durante 5 minutos. 10. Passar a suspensão através do mesmo jogo de peneiras utilizado no ensaio determinando o peso da areia retido em cada peneira. 11. Calcular a porcentagem de agregados estáveis conforme descrito na apostila de aula teórica página 42. 5.3. Bibliografia GROHMANN, F. Análise de agregados de solos. Bragantia. 1960, 19(13):201-213. KEMPER, W.D. Aggregate stability. In: -------- Methods of soil analysis. Part 1. 1986. 425-442. Dias Junior, M. de S. Notas de aula de física de solo. UFLA, Lavras, 1996. 168p. 18 AULA PRÁTICA N.º 6 - CONSISTÊNCIA DO SOLO Com a crescente utilização de máquinas agrícolas no preparo do solo ou na aplicação de tratos culturais ou até mesmo na colheita, observou-se uma maior incidência de tráfego nas áreas cultivadas. Além disso, este tráfego é feito muitas das vezes sem o menor controle da umidade do solo, a qual, entre outros parâmetros, é um dos principais condicionadores da capacidade de suporte de carga dos solos. Portanto, modificações na consistência do solo devido à variação da umidade afetará diretamente a resistência do solo ao preparo, bem como sua capacidade suporte de carga e sua resistência à compressão. Assim, o manejo adequado da umidade é de importância fundamental para evitar a compactação dos solos. Portanto, espera-se que o conhecimento dos limites de consistência dos solos poderá ser de grande valia na tomada de decisões de quando determinadas operações agrícolas deverão ser ou não realizadas. Os limites de consistência são valores de umidades que separam os estados de consistência de um solo. Assim, o limite de liquidez separa o estado líquido do plástico; o limite de plasticidade separa o estado plástico do semi-sólido e o limite de contração o estado semi-sólido do sólido. 6.1. LIMITE DE LIQUIDEZ 6.1.1. Material - Aparelho e cinzel de Casagrande - Balança - Estufa - Cápsula de porcelana e de alumínio - Espátula - Água destilada 6.1.2. Calibração do aparelho de Casagrande - Calibrar a altura máxima de elevação do ponto da concha que bate na base utilizando o calibrador próprio a uma altura de 1 cm. 19 - As demais condições para um bom funcionamento do aparelho já foram previamente verificadas pelo responsável pelo laboratório de física do solo. 6.1.3. Método 1. O ensaio deverá ser realizado com material de solo que passa na peneira 40 (abertura 0,42 mm). 2. Colocar em uma cápsula de porcelana cerca de 400 g de solo, adicionar água destilada suficiente para formar uma pasta. Cobrir a cápsula de porcelana com plástico e deixar 24 a 48 horas em repouso. Em outra cápsula de porcelana colocar cerca de 400 g de solo, adicionar água destilada suficiente para formar uma pasta. Para esta condição o ensaio deve ser feito imediatamente enquanto para a primeira condição o ensaio deve ser feito após 24 a 48 horas. Observe que parte deste material será usado na determinação do limite de plasticidade. 3. Com a concha do aparelho de Casagrande na mão, colocar cerca de 50 g de solo úmido e alisar a superfície de tal forma a obter uma camada de espessura 1 cm na seção mais profunda e com o comprimento máximo de 2/3 do diâmetro da concha. 4. Com o cinzel abrir uma ranhura ao longo do plano de simetria do aparelho. O cinzel deve permanecer normal à concha durante o movimento de abertura. 5. Colocar cuidadosamente a concha no aparelho. 6. Girar a manivela à razão de duas revoluções por segundo e contar o número de golpes necessários para que as bordas inferiores da ranhura se unam 1 cm ao longo do eixo de simetria. 7. Misture novamente o solo na cápsula e repita novamente o item 6. Se a diferença entre o número de golpes for de 1 a 2, continuar o ensaio, caso contrário repetir o item 6 até que se obtenha a diferença do número de golpes de no máximo 2. 20 8. Retirar parte do solo junto às bordas que se uniram e determinar a umidade do solo. 9. Adicionar água destilada à amostra e homogeneizar a pasta. 10. Repetir os itens 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 até que se tenha 5 pares de valores de umidade e número de golpes. Os números de golpes devem estar entre 10 e 40, sendo 2 acima e 2 abaixo e um próximo de 25 golpes. 11. Usando os programas QPRO, ou EXCEL ou SIGMA PLOT, determinar a regressão linear do tipo: Umidade = a + b log (número de golpes) 12. O limite de liquidez será a umidade correspondente a 25 golpes. 6.2. LIMITE DE PLASTICIDADE 6.2.1. Material - Placa de vidro com 5mm de espessura e com uma face esmerilhada - Estufa - Espátula - Cilindro comparador com diâmetro de 3 mm - Balança - Cápsula de porcelana e de alumínio - Água destilada 6.2.2. Método 1. O ensaio deverá ser realizado com material de solo que passa na peneira 40 (abertura 0,42 mm). 2. Usar para este ensaio parte do material preparado no item 2 do ensaio do limite de liquidez. 3. Rolar parte do solo preparado no item 2, com a palma da mão, sobre a superfície esmerilhada da placa de vidro. 21 4. Interromper o ensaio quando as seguintes condições forem observadas: a) bastonete estiver com diâmetro de 3 mm, b) aparecimento de fissuras no bastonete. 5. Colocar o trecho do bastonete fissurado em cápsula de alumínio e determinar a umidade. 6. Repetir os itens 3, 4 e 5 até obter um mínimo de 5 valores de umidade. 7. O limite de plasticidade será igual à média aritmética dos valores das umidades. Nota: O índice de plasticidade será igual à diferença entre o limite de liquidez e o limite de plasticidade. 6.3. LIMITE DE CONTRAÇÃO 6.3.1. Material - Recipiente para moldagem do corpo de prova - Estufa - Espátula - Placa de vidro com tripé - Balança - Cápsula de porcelana e de alumínio - Água destilada - Mercúrio - Parafina 6.3.2. Método 1. O ensaio deverá ser realizado com material de solo que passa na peneira 40 (abertura 0,42 mm). 2. Usar para este ensaio parte do material preparado no item 2 do ensaio do limite de liquidez. 22 3. Determinar a umidade inicial da amostra do item 2. 4. Colocar em uma cápsula de porcelana cerca de 50 g de solo e adicionar água destilada o necessário para atingir a umidade correspondente a dez golpes do ensaio do limite de liquidez. Veja procedimento semelhante no exercício número 3, página24, da apostila da aula teórica. 5. Homogeneizar a amostra do item anterior. 6. Untar as paredes laterais e o fundo do recipiente de moldagem, com óleo ou vaselina, a fim de impedir a aderência do solo às paredes durante a moldagem e secamento inicial. 7. Colocar no molde uma quantidade de pasta equivalente a um terço do volume do molde. 8. Dar batidas ligeiras do molde em uma superfície dura, espalhando e obrigando o ar a sair da pasta. 9. Repetir o processo até que o molde esteja totalmente preenchido com solo, e todo o ar tenha saído. A amostra deve estar saturada. Para verificar esta condição, determine o grau de saturação usando a seguinte expressão: S = Vágua / Vvazios 10. Retirar o solo que excede o molde para que o corpo de prova tenha um volume inicial conhecido. 11. Obter a massa do solo e do molde. 12. Colocar o conjunto na estufa até secagem. 13. Determinar a massa do molde mais sólidos. 14. Calcular a umidade de moldagem. 15. Determinar a massa (Mc) e o volume (Vo) do molde, sabendo-se que: Vo = (M1 - Mc) / 13,6 Onde: M1 = massa do molde + mercúrio 16. Determinar o volume final do corpo de prova seco conforme descrito a seguir: 23 a) Imergir o corpo de prova dentro de uma cuba de mercúrio, utilizando-se da placa de vidro com tripé. O mercúrio transbordado será recolhido e seu volume será determinado através da expressão: Vf = Mhg / 13,6 b) O volume final do corpo de prova seco será igual ao volume de mercúrio transbordado. 17. Calcular a massa de sólidos pela expressão: Ms = Múmido moldagem / (1 + umidade de moldagem) 18. Calcular o limite de contração (LC) pela expressão: LC = [Um - (Vo - Vf) / Ms] Dw Onde: Um = umidade de moldagem Vo = volume inicial do corpo de prova, igual ao volume do molde Vf = volume final do corpo de prova seco Ms = massa de sólidos Dw = densidade da água 19. Repetir o ensaio de acordo com Dias Junior e Miranda (1998). 6.4. Bibliografia BAVER, L.D. The Atterberg consistency constants. J. Am. Soc. Agron. 1930, 22:935-948. BOWLES, J.A. Engineering properties of soils and their measurements. Third edition. McGraw-Hill Book Company, NY, 1986. DIAS JUNIOR, M.S.; MIRANDA, E.E.V. Metodologia para determinação do limite de contração modificada. Ciência e Agrotecnologia, v.22, n.3, 1998. STANCATI, G.; NOGUEIRA, J.B. & VILAR, O.M. Ensaios de laboratório em mecânica dos solos. USP. Escola de Engenharia de São Carlos. 1981.208p. 24 AULA PRÁTICA N.º 7 - COMPACTAÇÃO DO SOLO – PROCTOR NORMAL A compactação de um solo em laboratório tem a finalidade de determinar a curva de variação da densidade do solo em função da umidade, para uma dada energia de compactação. 7.1. Material - Cilindro e soquete de compactação - Peneiras de aberturas 4,76 e 19,1 mm - Balança com capacidade de 10 kg - Balança com capacidade de 1 kg - Bandejas metálicas - Destorroador de madeira ou metálico - Extrator de amostras - Estufa - Cápsulas de alumínio 7.2. Método 1. Secar a amostra ao ar, caso seja necessário. 2. Colocar 5 kg da amostra de solo numa bandeja metálica a qual foi previamente passada na peneira 4,76 mm. 3. Determinar a umidade da amostra. 4. Pulverizar uma pequena quantidade de água ao solo e homogeneiza-lo. 5. Colocar o solo solto no cilindro até uma altura tal que, o solo após compactado, tenha uma altura igual a 1/3 da altura do cilindro. 6. Com o soquete aplicar 25 golpes tendo o cuidado de distribuir os golpes por toda a área do solo dentro do cilindro. 7. Repetir os itens 5 e 6 mais duas vezes. Observe que o número de camadas usadas neste ensaio é igual a 3. 25 8. Terminada a operação de compactação, retirar cuidadosamente o colar. Cuidar para que o solo não exceda de 1 cm da borda superior do cilindro e nem que o cilindro não fique totalmente preenchido. 9. Retirar o excesso de solo de tal maneira que o volume do solo seja igual ao volume do cilindro. 10. Determinar a massa do solo + cilindro. 11. Colocar o cilindro no extrator de amostra e retirar o solo. 12. Determinar a umidade do solo compactado, retirando do interior do corpo de prova, uma amostra que será composta por parte do solo do terço superior, médio e inferior. 13. Após retirada da amostra para determinação da umidade, colocar o restante do corpo de prova junto com o restante do solo da bandeja e destorroá-lo. 14. Determinar a densidade do solo para esta condição de umidade. 15. Pulverizar uma certa quantidade de água e homogeneizar o solo. 16. Repetir os itens 5 a 15 até se obter pelo menos 5 pontos, sendo 2 abaixo e dois acima e 1 próximo à umidade ótima de compactação. 17. Obtidos os pares de valores de umidade (eixo X) e densidade do solo (eixo Y), plotar o gráfico e traçar a curva que melhor se ajuste aos pontos. 18. Determinar o valor da densidade do solo máxima (pico da curva) e a umidade ótima. 7.3. Bibliografia BOWLES, J.A. Engineering properties of soils and their measurements. Third edition. McGraw-Hill Book Company, NY, 1986. STANCATI, G.; NOGUEIRA, J.B. & VILAR, O.M. Ensaios de laboratório em mecânica dos solos. USP. Escola de Engenharia de São Carlos. 1981.208p. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Ensaio normal de compactação, método brasileiro, NBR 7182, 1982. 26 AULA PRÁTICA N.º 8 - COMPRESSIBILIDADE DO SOLO A facilidade com que o solo não saturado decresce de volume quando sujeito a pressões é chamada compressibilidade. A curva de compressão do solo tem sido usada como a base para o estudo da compactação (Dias Junior, 1994; Dias Junior e Pierce, 1996), pois representa graficamente a relação entre o logaritmo da pressão aplicada e algum parâmetro relacionado com o estado de empacotamento do solo, mais freqüentemente a densidade do solo (Ds) e/ou índice de vazios (Holtz e Kovacs, 1981). Assim sendo, obtendo-se a curva de compressão de um dado solo, pode-se fazer inferências sobre a capacidade suporte do mesmo e, consequentemente, visando uma agricultura de precisão, traçar mapas de trafegabilidade com o objetivo de se evitar compactação adicional do solo. 8.1. Material - Amostrador de Uhland; - Anel volumétrico - Gaze; - Anel elástico; - Latas de alumínio; - Fita adesiva; - Faca; - Bandeja para saturação dos monólitos; - Água destilada; - Unidade de sucção; - Extrator de placa porosa; - Balança (0,01 g); - Papel filtro; - Consolidômetro; - Cronômetro; - Estufa (105-110ºC). 8.2. Método - Ensaio de Compressibilidade 1. Determinar o peso do anel volumétrico e da lata de alumínio 27 2. Fazendo uso do amostrador de Uhland, retirar uma amostra indeformada (corpo de prova) do solo. 3. Transferir o anel volumétrico, com o corpo de prova, para a lata de alumínio, lacrando a mesma para se evitar uma possível alteração da umidade. 4. No laboratório, com o auxílio da faca, retirar o excesso de solo do corpo de prova (determinando-se a umidade atual no material retirado), ajustando a sua face superior e inferior para que possua o volume do anel volumétrico. 5. Determinar o peso do anel volumétrico + corpo de prova e revestir a face inferior com gaze, prendendo-a com o anel elástico. 6. Para os ensaios de compressibilidade com umidades diferentes da umidade atual, passar para o item 7, caso contrário, passar para o item 10. 7. Saturar o corpo de prova com água destilada (conforme aula pratica n. o 04), por 24 horas. 8. Aplicar ao corpo de prova uma sucção de acordo com a umidade desejada. 9. Após o fim da drenagem, retirar a gaze e o anel elástico, determinando, então, o peso do conjunto anel volumétrico + corpo de prova, verificando se o peso corresponde a umidade desejada. 10. A seguir, colocar sobre as duas faces do corpo de prova, um círculo de papel filtro, submetendo a amostra ao ensaio de compressibilidade (Bowles, 1986), no consolidômetro.11. Após o encaixe do anel volumétrico + corpo de prova na célula de compressão, verificar se o extensômetro e a célula de compressão estão fixados adequadamente no consolidômetro, e iniciar a aplicação da primeira pressão, de 25 kPa, fazendo a leitura no extensômetro, nos tempos de 00”, 15”, 30”, 1’, 2’, 4’, 8’ e 15’, até se obter 90% da deformação máxima para a pressão aplicada (utilizar planilha em anexo) conforme descrito por Holtz e Kovacs (1981). 12. Assim que se obter 90% da deformação máxima (aos 15 minutos, aproximadamente), paralisar o ensaio de compressibilidade, elevando então a 28 pressão para 50 kPa, e reiniciar a leitura. Fazer o mesmo para as pressões de 100, 200, 400, 800 e 1.600 kPa, ao fim da qual encerrar o ensaio, retirando o conjunto anel volumétrico + corpo de prova do consolidômetro, e secando-o em estufa a 105-110 0 C. 13. Determinar o peso do corpo de prova seco em estufa + anel volumétrico e do anel volumétrico, calculando-se a umidade correspondente. 14. Plotar as densidades no eixo das ordenadas (escala decimal) versus as pressões aplicadas no eixo das abcissas (escala logarítmica), obtendo-se a curva de compressão do corpo de prova ensaiado. 15. Obter a pressão de pré-consolidação de acordo com Dias Junior & Pierce (1995). 16. Plotar a pressão de pré-consolidação versus a umidade correspondente, ajustando o modelo p= 10 (a+bU) (Dias Junior, 1994; Kondo, 1998). 8.3. Bibliografia BOWLES, J.A. Engineering properties of soils and their measurements. 3. Ed. New York, McGraw-Hill, 1986. DIAS JUNIOR, M.S. Compression of three soils under long-term tillage and wheel traffic. East Lansing, Michigan State University, 1994. 114p. (Tese de Doutorado) DIAS JUNIOR, M.S.; PIERCE, F.J. A simple procedure for estimating preconsolidation pressure from soil compression curves. Soil Technol., 8:139- 151, 1995. HOLTZ, R.D.; KOVACS, W.D. An introduction to geotechnical engineering. Englewood Cliffs, Prentice-Hall, 1981. 733p. KONDO, M.K. Compressibilidade de três Latossolos sob diferentes usos. Lavras, Universidade Federal de Lavras, 1998. 105p. (Dissertação de Mestrado) 29 AULA PRÁTICA N.º 9 - CURVA CARACTERÍSTICA DE ÁGUA DO SOLO Em solos homogêneos, existe uma correlação contínua entre o potencial matricial e a umidade, a qual é descrita pela curva característica de água do solo. Para altas umidades, nas quais fenômenos capilares são de importância na determinação do potencial matricial, a curva característica depende da geometria da amostra, isto é, do arranjo dos poros. Ela passa a ser função da densidade do solo e da porosidade. Para baixas umidades, o potencial matricial praticamente independe de fatores geométricos, sendo a densidade do solo e a porosidade de pouca importância na sua determinação. A relação entre o potencial matricial e a umidade do solo não é geralmente uma função unívoca. Esta relação pode ser de duas maneiras: a) Por secagem, tomando-se uma amostra de solo inicialmente saturada de água e aplicando gradualmente sucções maiores; b) Por umedecimento, tomando-se uma amostra de solo inicialmente seca ao ar e permitindo-se seu umedecimento gradual por redução da sucção. Cada método fornece uma curva contínua, mas as duas, em geral, serão diferentes. O fenômeno é denominado Histerese. 9.1. Material - Água destilada - Unidade de sucção - Extrator de placa porosa - Estufa - Latas de alumínio - Balança - Gaze 30 9.2. Método 9.2.1. Curva de Secagem 1. Saturar a amostra com água destilada por 24 horas. 2. Colocá-la nos respectivos aparelhos para obtenção da umidade às sucções correspondentes a 0,02; 0,04; 0,06; 0,1; 0,33; 1; 5 e 15 atm. 3. Após o equilíbrio, pesar a amostra úmida e levá-la para secagem em estufa a 105-110C por 24 horas. 4. Esfriar em dessecador e pesar a amostra seca. 5. Calcular a umidade gravimétrica, expressando os resultados em porcentagem. 6. Converter os resultados para umidade volumétrica e plotá-la no eixo X em escala natural, enquanto que a sucção deverá ser plotada no eixo Y em escala logarítmica. 9.2.2. Curva por Umedecimento 1. Colocar na unidade de sucção amostra de solo seca ao ar. 2. Ajustar sucessivamente às sucções de 0,02; 0,04; 0,06 e 0,1 atm. 3. Após o equilíbrio (aprox. 8 horas) retirar a amostra, pesar e colocá-la em estufa a 105-110C para secagem por 24 horas. 4. Esfriar em dessecador e pesar a amostra seca. 5. Calcular a umidade gravimétrica, expressando os resultados em porcentagem. 6. Converter os resultados para umidade volumétrica e plotá-la no eixo X em escala natural, enquanto que a sucção deverá ser plotada no eixo dos Y em escala logarítmica. 9.3. Bibliografia BARBOSA, R.O. Retenção de água de um perfil alfissolo do município de Lavras, MG. ESAL, Tese de Mestrado, 103p. 1978. 31 FREIRE, J.C. Retenção de umidade em perfil oxissol do município de Lavras, MG. ESALQ/USP, Tese de Mestrado, 76p., 1975. HILLEL, D. Soil and water physical principles and processes. NY. Academic Press, pp. 63-68, 1972. KLUTE, A. Water retention: laboratory methods. In: Methods of soil analysis. Part 1, 2nd ed., Madison, American society of Agronomy, 1986. pp 635-686. 32 AULA PRÁTICA N.º 10 - ENSAIO DE PERMEABILIDADE O coeficiente de permeabilidade pode ser determinado em laboratório através dos ensaios de carga constante ou carga variável. O ensaio de carga constante se aplica melhor a solos com permeabilidade alta, enquanto que o ensaio de carga variável a solos com permeabilidade baixa. 10.1. Ensaio de Carga Constante 10.1.1. Material - Permeâmetro - Balança - Estufa - Termômetro - Cilindro de Uhland - Latas de alumínio 10.1.2. Método 1. Com o amostrador de Uhland retirar uma amostra indeformada de solo. 2. Determinar o diâmetro e altura do corpo de prova. 3. Determinar a massa do corpo de prova. 4. Colocar na base do permeâmetro uma camada de areia grossa com espessura aproximadamente de 2 cm. 5. Apoiar o corpo de prova sobre a areia. Colocar parafina não muito quente ao redor do corpo de prova a 1/4 da sua altura. 6. Colocar outra camada de areia até 3/4 da altura do corpo de prova e com parafina completar a altura do corpo de prova. 7. Colocar sobre o corpo de prova uma camada de areia grossa com espessura aproximadamente de 2 cm. 8. Saturar o corpo de prova. O corpo de prova será considerado saturado quando o fluxo que entra no corpo de prova for igual ao que sai. 33 9. Determinar o valor da carga que deverá permanecer constante durante o ensaio que é igual à distância entre os níveis d'água de montante e jusante. 10. Coletar cerca de 100 cm 3 de água em um recipiente graduado, determinando o tempo necessário para este preenchimento. 11. Determinar a temperatura da água durante o ensaio. 12. Repetir os itens 10 e 11 pelo menos 5 vezes. 13. Calcular o coeficiente de permeabilidade (K) através da expressão: K = (V L) /( A H t) Onde: V = volume de água percolado no tempo t, em cm 3 L = altura do corpo de prova, em cm A = área do corpo de prova, em cm 2 H = altura de carga, cm t = tempo decorrido para percolar o volume V, em segundos 14. Calcular o coeficiente de permeabilidade a 20C usando a expressão: K20 = KT (T / 20) Onde: K20 = coeficiente de permeabilidade a 20C KT = coeficiente de permeabilidade a TC T = viscosidade da água a TC 20 = viscosidade da água a 20C 10.1.3. Bibliografia BOWLES, J.A. Engineering properties of soils and their measurements. Third edition. McGraw-Hill Book Company, NY, 1986. 34 STANCATI, G.; NOGUEIRA, J.B. & VILAR, O.M. Ensaios de laboratório em mecânica dos solos. USP. Escola de Engenharia de São Carlos. 1981.208p.