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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS DEPARTAMENTO DE DIREITO Discentes: Gabriel Santos Moura Geyse do Espírito Santo Rezende Miguel Amâncio de Souza Santos Disciplina: Política I Docente: Drª Morena Freitas Atividade de Consolidação de Leituras I Conforme os filósofos Platão e Aristóteles, grandes pensadores da Antiguidade, diversas características são necessárias à atividade política. Esses atributos são discorridos nas obras A Política de Aristóteles e República de Platão; dentre esses atributos, como a justiça, perseverança, obediência, conhecimento, moral, elencamos três atributos como indispensáveis para o exercício de um cargo político, a saber: Temperança, Ética e Sabedoria. 1 Temperança Entende-se por temperança a virtude de ser comedido, moderado e ter domínio próprio. Na visão filosófica exposta por Platão e Aristóteles, a temperança é uma das virtudes imprescindíveis a um bom líder político, isso porque é considerado necessário que o homem tenha domínio sobre ele mesmo e não se permita ser dominado por suas próprias vontades. Esta se relaciona com algumas outras virtudes, porém tem um caráter dominador na formação do caráter de um bom político. Aristóteles relaciona a temperança a outros atributos: “Sem dúvida a virtude inerente ao mando e à obediência não é a mesma; mas é preciso que o bom cidadão saiba e possa obedecer e mandar; o que faz a sua própria virtude é formar os homens livres sob esta dupla relação. Por conseguinte, a virtude do homem de bem reúne essas duas relações, embora haja uma espécie de temperança e justiça que não são as mesmas naquele que manda e naquele que obedece” (Aristóteles, 2011). No âmbito político, a ausência de temperança é considerada um fator de risco para um bom governo e bom desenvolvimento da sociedade, pois quando o homem não é moderado em suas decisões, este é entregue às suas próprias mãos às vontades e passa a não priorizar o bem-estar da população. Um bom líder político precisa ser balanceado em suas escolhas, agindo sempre o com prudência, ética e sabedoria, não permitindo que seus próprios desejos se sobressaíram. Por ser uma pessoa pública, é primordial que também seja comedido no falar, pois a linguagem empregada no discurso, bem como os argumentos utilizados tem um peso muito grande. 2 Ética O político ideal deve seguir uma ética, que segundo Platão e Aristóteles está intrinsecamente ligada a moral, pois a ética é uma ciência filosófica e, por isso, é composta por reflexões teóricas acerca do comportamento humano, e das ações morais e ajudará a distinguir o certo e o errado. É válido mencionar que Platão e Aristóteles viam a ética vinculada diretamente a política sendo esta o meio da ética, por ser, o indivíduo um ser sociopolítico de natureza, ele necessita da vida em comum para alcançar a felicidade. Baseado nisso, entende-se, portanto, que a ética é uma característica que sempre deve estar atrelado a capacidade política de um cidadão que se dispõe a ser um indivíduo político, pois como está diretamente ligado a moral, deverá dar um senso de bem ou mal, correto ou incorreto. Sendo assim, é possível dizer que a ética corresponde a escolha pelo indivíduo, de que vida viver e de quem ele quer ser. Ela é universal, atemporal e sempre reflexiva, e é isso o que a diferencia da moral. No entanto a moral é particular e temporal pois envolve hábitos e tradições de um determinado grupo social em um determinado tempo. 3 Sabedoria Para um político ideal é necessária a sabedoria, pois como afirmava Platão, a sabedoria seria um caminho dialético ascensional, onde no final desse percurso o sábio teria o conhecimento daquilo que seria considerado bom e justo, assim como Aristóteles que dizia que a sabedoria seria uma característica que permitia ao homem a capacidade de compreender as causas dos fenômenos e dos comportamentos, através também do método dialético, ou seja, através da dúvida o de questionamento. Sendo assim, através da definição de sabedoria feita por Aristóteles e Platão, fica evidente sua necessidade para um político considerado ideal, pois o político que for sábio, conseguirá saber aquilo que é bom e justo para o bem coletivo da cidade, fazendo com que a cidade seja justa e harmônica para todos os cidadãos, saberá também compreender qualquer problema que possa surgir e como solucioná-lo através de sua experiência e de seus questionamentos e dúvidas feitos no processo de ascensão dialética. REFERÊNCIAS ARISTÓTELES. Política. Introdução de Ivan Lins; tradução de Nestor Silveira Chaves. - Ed. especial. - Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011. (Saraiva de bolso) PLATÃO. República. Organização: Daniel Alves Machado - Brasília: Editora Kiron, 2012.