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Matemática discreta licenciatura em matemática L IC E N C IA T U R A E M M A T E M Á T IC A - E S T R U T U R A S A L G É B R IC A S U A B / IF C E S E M E S T R E 6 Ministério da Educação - MEC Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Universidade Aberta do Brasi l Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Aberta do Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará Diretoria de Educação a Distância Fortaleza, CE 2012 Licenciatura em Matemática Matemática Discreta Marcos Antônio de Macedo Créditos Presidente Dilma Vana Rousseff Ministro da Educação Aloizio Mercadante Oliva Secretário da SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Diretor de Educação a Distância João Carlos Teatini Reitor do IFCE Cláudio Ricardo Gomes de Lima Pró-Reitor de Ensino Gilmar Lopes Ribeiro Diretora de EAD/IFCE e Coordenadora UAB/IFCE Cassandra Ribeiro Joye Vice-Coordenadora UAB Cristiane Borges Braga Coordenadora do Curso de Tecnologia em Hotelaria Fabíola Silveira Jorge Coordenadora do Curso de Licenciatura em Matemática Priscila Rodrigues de Alcântara Elaboração do conteúdo Marcos Antônio de Macedo Colaboradora Lívia Maria de Lima Santiago Equipe Pedagógica e Design Instrucional Ana Claúdia Uchôa Araújo Andréa Maria Rocha Rodrigues Carla Anaíle Moreira de Oliveira Cristiane Borges Braga Eliana Moreira de Oliveira Gina Maria Porto de Aguiar Vieira Glória Monteiro Macedo Iraci Moraes Schmidlin Irene Moura Silva Isabel Cristina Pereira da Costa Jane Fontes Guedes Karine Nascimento Portela Lívia Maria de Lima Santiago Luciana Andrade Rodrigues Márcia Roxana da Silva Régis Maria Irene Silva de Moura Maria Vanda Silvino da Silva Marília Maia Moreira Saskia Natália Brígido Batista Equipe Arte, Criação e Produção Visual Benghson da Silveira Dantas Cícero Felipe da Silva Figueiredo Elson Felipe Gonçalves Mascarenha Germano José Barros Pinheiro Gilvandenys Leite Sales Júnior José Stelio Sampaio Bastos Neto Lucas de Brito Arruda Marco Augusto M. Oliveira Júnior Equipe Web Benghson da Silveira Dantas Fabrice Marc Joye Herculano Gonçalves Santos Lucas do Amaral Saboya Samantha Onofre Lóssio Tibério Bezerra Soares Revisão Textual Aurea Suely Zavam Nukácia Meyre Araújo de Almeida Revisão Web Antônio Carlos Marques Júnior Débora Liberato Arruda Hissa Saulo Garcia Logística Francisco Roberto Dias de Aguiar Secretários Breno Giovanni Silva Araújo Francisca Venâncio da Silva Auxiliar Ana Paula Gomes Correia Bernardo Matias de Carvalho Charlene Oliveira da Silveira Nathália Rodrigues Moreira Virgínia Ferreira Moreira Wagner Souto Fernandes https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 Macedo, Marcos Antônio de. Matemática Discreta / Marcos Antônio de Macedo; Coordenação Cassandra Ribeiro Joye. - Fortaleza: UAB/IFCE, 2012. 122p. : il. ; 27cm. ISBN 978-85-475-0006-1 1. MATEMÁTICA DISCRETA. 2. ANÁLISE COMBINATÓRIA. 3. TEORIA DOS GRAFOS. I. Joye, Cassandra Ribeiro (Coord.). II. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE. III. Universidade Aberta do Brasil – UAB. IV. Título. CDD – 510 M141m Catalogação na fonte: Islânia Fernandes Araújo (CRB 3 nº 917) SUMÁRIO AULA 2 AULA 3 AULA 4 Apresentação 7 Referências 121 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 1 Tópico 2 Currículo 123 Análise Combinatória I 8 Princípio da Contagem e Arranjos Simples 9 Permutação Simples e Combinação Simples 16 AULA 1 Análise Combinatória II 23 Permutação Circular e Combinatória Completa 24 Permutações Caóticas e os Lemas de Kaplansky 30 Coeficientes Binomiais, Triângulo de Pascal e Números de Fibonacci 36 Coeficientes Binomiais Triângulo de Pascal 37 Binômio de Newton 43 Números de Fibonacci 48 Conjuntos e Relações 51 Conjuntos 57 Relações Binárias de A em B 57 6 Matemát ica D isc re ta AULA 5 AULA 7 AULA 8 Tópico 1 Tópico 2 Introdução ao Cálculo de Probabilidades 65 Probabilidade Condicional 72 Conceitos de Grafos 97 Definição de isomorfismo e exemplos de grau de um vértice, complemento, caminho e circuito 101 Ciclos Eulerianos e Ciclos Hamiltonianos 112 Árvores 115 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 1 Tópico 2 Noções de Probabilidade 64 Grafos 96 Árvores 111 Múltiplos, Divisores e Primos 79AULA 6 Tópico 1 Tópico 2 Múltiplos e Divisores 80 Fatoração em Primos, MDC e MMC 86 7 APRESENTAÇÃO Caro(a) aluno(a), Esta disciplina é planejada para proporcionar ao aluno uma base razoável sobre os conceitos da Matemática usados na Matemática Discreta. Discutiremos vários resultados e métodos da Matemática Discreta nas áreas de combinatória, da teoria dos números, por meio de divisores e primos, da probabilidade e teoria dos grafos. Nas três primeiras aulas, serão apresentadas as ferramentas da análise combinatória, inclusive aquelas não encontradas com muita frequência nos livros didáticos, mas que julgamos de grande importância quando se estudam técnicas de agrupamentos. Na quarta aula, embora o assunto sobre conjunto tenha sido trabalho de modo sucinto, procuramos dar um tratamento um pouco mais formal e com isso acreditamos que estaremos fornecendo um conjunto de mecanismos para que o aluno possa manipular de modo adequado a linguagem da teoria dos conjuntos. Procuramos, na aula 5, recordar e introduzir algumas noções de múltiplos divisores e primos, enunciando alguns dos seus teoremas mais relevantes com suas respectivas demonstrações. As duas últimas aulas são dedicadas a um conceito muito relevante, principalmente na ciência da computação, e que fornece suporte a um conjunto de operações relacionadas à Matemática Discreta. Trata-se de Grafos, que representa um elemento da Matemática Discreta com um grande grau de aplicabilidade em matemática, informática, engenharia da indústria, entre outros campos do saber. APRESENTAÇÃO 8 Matemát ica D isc re ta AULA 1 Análise Combinatória I Caro(a) aluno(a), Nesta primeira aula, estudaremos a Análise Combinatória, que é um conjunto de ferramentas que nos permite agrupar e contar os elementos de um conjunto finito sem necessariamente enumerá-los. No tópico 1, será apresentada a técnica de contagem básica encontrada nos livros didáticos, que é “o Princípio Fundamental da Contagem”, e apresentaremos os tipos de agrupamentos nas suas versões mais simples, que são o arranjo simples, combinação simples e permutação simples. No segundo tópico, concluiremos nosso estudo sobre o uso dessas ferramentas apresentando o arranjo com repetição, combinação completa e a permutação com repetição. No entanto, a análise combinatória possui em seu quadro de ferramentas outras técnicas não tão frequentes em livros didáticos. Tais técnicas, que julgamos fundamentais na resolução de alguns problemas, serão estudadas na aula 2. Objetivos • Desenvolver a capacidade de raciocínio lógico e organizado • Compreender a análise combinatória • Analisar estruturas e relações discretas 9 Neste tópico, apresentaremos as técnicas de contagem que nos permitirão determinar o número de elementos de conjuntos formados a partir de certas regras, sem que haja a necessidade de contar elemento por elemento, o que seria uma atividade no mínimo exaustiva e, em alguns casos, impossível. Iniciaremos definindo uma ferramenta bastante eficaz nas demonstrações de proposições relacionadas ao conjunto dos números naturais, que é o Princípio da Indução Finita. 1.1 PRINCÍPIO DA INDUÇÃO FINITA O Princípio da Indução é uma ferramenta eficiente quando se pretende demonstrar fatos referentes aos números naturais. Dessa forma, vamos iniciar nosso estudo conhecendo seu significado e como utilizá-la na demonstração de proposições. Seja N = {1 , 2 , 3 , 4 , 5 , ... , n , ... } o conjunto dos números naturais e P(n) uma determinada proposição relativa aos números naturais. O Princípio da Indução determina que: • Se P(1) for verdadeira, ouseja, se p(n) for verdadeira para o número 1 (condição inicial) e supondo P(n) ser verdadeira para todo n (hipótese de indução), implica P(n + 1) também ser verdadeira. Então a propriedade P(n) é verdadeira para todo número natural n. TÓPICO 1 Princípio da Contagem e Arranjos Simples ObjetivOs • Compreender o conceito básico de contagem através do Princípio Fundamental da Contagem • Definir Arranjos Simples • Conhecer alguns problemas com a aplicação do Princípio Fundamental da Contagem AULA 1 TÓPICO 1 Matemát ica D isc re ta10 Vejamos alguns casos: ExEmplo 1: Vamos provar que a soma dos n primeiros números naturais é dada por n (n 1) S(n) 2 + = . Solução: Temos n (n 1) S(n) 1 2 3 4 . . . (n-1) n 2 + = + + + + + + = Condição inicial: Observamos de imediato que S(1) se verifica, pois 1 (1 1) S(1) 1 2 + = = Hipótese de indução: Supondo-se k (k 1) S(k) 2 + = ; se S(k 1)+ for verdadeiro, então a proposição vale para todos os números reais. Dessa forma k (k 1) S(k) 1 2 3 4 . . . k 2 + = + + + + + = (*) Aumentando um termo do lado esquerdo da igualdade (*), temos ( ) (k 1) (k 2) S(k 1) 1 2 3 4 . . . k k 1 2 + + + = + + + + + + + = e, fazendo (k 1) n+ = , chegamos a n (n 1) S(n) 2 + = . ExEmplo 2: Prove que a soma dos n primeiros números ímpares é dada pela expressão 2S(n) n= Solução: Temos 2S(n) 1 3 5 . . . (2n-1) n= + + + + = Condição inicial: Observamos que S(1) é imediato. Hipótese de indução: Supondo-se 2S(k) k= ; se S(k 1)+ for verdadeiro, então a proposição vale para todos os números reais. Dessa forma 2S(k) 1 3 5 5. . . 2k-1 k= + + + + = 11 Aumentando um termo do lado esquerdo da igualdade acima, temos ( ) 2S(k 1) 1 3 5 . . . 2k 1 (2k 1)+ = + + + + + = + , que equivale a 2S(k 1) 1 3 5 . . . (2k 2 1) (2k 1)+ = + + + + + - = + ou, ainda, 2S(k 1) 1 3 5 . . . [2(k 1) 1] (2k 1)+ = + + + + + - = + . Fazendo (k 1) n+ = , chegamos a 2S(n) 1 3 5 . . . (2n-1) n= + + + + = , o que prova nossa relação. 1.2 PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM - PFC Vamos introduzir essa técnica com o seguinte problema: ExEmplo 3: Uma mulher dispõe de 3 saias 1 2 3(s , s , s ) e 4 blusas 1 2 3 4(b , b , b ,b ) . De quantos modos é possível vesti-la com uma saia e uma blusa? Solução: É fácil ver que há 4 modos de vesti-la nos quais a saia é s1 , outros 4 nos quais a saia é s2 e outros 4 nos quais a saia é S3. O número de modos é, portanto, 4 4 4 3 4 12+ + = ´ = . O exemplo acima ilustra o “Princípio Fundamental da Contagem”, que diz: Se uma ação é composta por várias etapas dependentes uma das outras, o número de possibilidades possível de realizar essa ação é o produto de possibilidades de cada etapa. Assim, para o problema anterior, a ação “vestir-se com uma saia e uma blusa” é composta por duas etapas: 1ª etapa: vestir uma blusa (três possibilidades) 2ª etapa: vestir uma saia (quatro possibilidades) Assim, há 3x4=12 modos de vesti-la. Veja abaixo a descrição de todos os modos. 1 1(b , s ), 1 2(b , s ), 1 3(b , s ), 2 1(b , s ), 2 3(b , s ), 3 2(b , s ), 3 3(b , s ), 4 1(b , s ), 4 2(b , s ), 4 3(b , s ). ExEmplo 4: Quantas centenas podem ser formadas com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6? Solução: A ação de formar uma centena é composta por três etapas: 1ª etapa: colocar o algarismo das centenas (entre os sete algarismos devemos escolher um dos seis para compor o algarismo das centenas, já que o número não pode iniciar com “zero”. AULA 1 TÓPICO 1 Matemát ica D isc re ta12 6 7 7 Assim, temos 6 possibilidades para o primeiro número, 7 possibilidades para o algarismo das dezenas e 7 modos de escolher o algarismo das unidades. Pelo Princípio da Contagem, temos: 6.7.7 = 294 centenas. ExEmplo 5: Quantas centenas com algarismos distintos podem ser formadas com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6? Solução: A ação de formar uma centena é composta por três etapas: 1ª etapa: colocar o algarismo das centenas (entre os sete algarismos devemos escolher um dos seis para compor o algarismo das centenas, já que o número não pode iniciar com “zero” 6 6 5 Assim, temos 6 possibilidades para o primeiro número, 6 possibilidades para o algarismo das dezenas (não podemos repetir elementos) e 5 modos de escolher o algarismo das unidades já que, dos sete números já foram escolhidos dois . Pelo Princípio da Contagem, temos: 6.6.5 = 130 centenas. 1.3 ARRANJOS SIMPLES Os Arranjos Simples são agrupamentos sem repetições em que um grupo se torna diferente do outro pela ordem ou pela natureza dos elementos componentes. Assim, cada centena (agrupamento) do exemplo 5 representa um arranjo simples, pois, embora apresentem os mesmos algarismos, as centenas 235 e 352 são diferentes e com todos os algarismos distintos. Já no exemplo 4, cada v o c ê s a b i a? A Combinatória surgiu da necessidade que os homens tiveram em calcular maneiras seguras de ganharem em certos jogos de azar, tais como baralho, dados e moedas. O grande precursor da combinatória foi Arquimedes (século III a.C). 13 centena (grupo) não constitui um arranjo simples, pois apresenta algarismos repetidos, como é o caso da centena 444 ou 332. Esse tipo de agrupamento será estudado no próximo tópico. ExEmplo 6: Quantos arranjos simples, a partir de n elementos, são possíveis formar com p elementos distintos? Solução: Devemos a partir de n elementos, formar grupos com p elementos distintos, com p n.£ Pelo Princípio Fundamental da Contagem (PFC), temos: n.(n 1).(n 2).(n 3) . . . [n-(p 1)]- - - + (**) multiplicando o numerador e o denominador da expressão (**) por ( )!n p- temos: n.(n 1).(n 2).(n 3) . . . [n-(p 1)].(n-p)! n ! (n p)! (n p)! - - - + = - - Assim n,p n! A (n p)! = - em que n,pA se lê: “Arranjo de n elementos tomados de p a p” ExErcícioS rESolvidoS 1. Quantos são os gabaritos possíveis de um teste de 8 questões de múltipla-escolha com quatro alternativas por questão? rESolução: Existem 4 possibilidades de escolha para a primeira questão; a segunda, quatro possibilidades, etc. Assim, pelo PFC, temos 4.4.4. . . .4=48. 2. Vamos determinar a quantidade de números com quatro dígitos com as seguintes características: a) São maiores que 3600 e têm todos os dígitos distintos. b) São maiores que 3600 e não têm os dígitos 4, 5 e 8. AULA 1 TÓPICO 1 at e n ç ã o ! Para resolvermos problemas de arranjos simples tanto podemos usar a técnica de multiplicar entre si os números de possibilidades das etapas (como vimos nos exemplos 4 e 5) como podemos usar a fórmula n,p n! A (n p)! = - , muito embora na maioria das situações seja aconselhável usar o primeiro caso. g u a r d e b e m i s s o ! A técnica para contar agrupamentos em que os grupos diferem pela ordem dos elementos é chamada “Princípio Fundamental da Contagem”; por sua vez, cada grupo recebe o nome de arranjo simples. Matemát ica D isc re ta14 rESolução: a) Vamos contar os números separadamente, da seguinte forma: Se o número começar com 3, 4 ou 5, há 4 modos de selecionar o segundo; 8, o terceiro; e 7, o quarto. Há, portanto 3.4.8.7 672= números começados por 3, 4 ou 5. Se o número começar com 6, 7, 8 ou 9, há 3 modos de selecionar o segundo; 8, o terceiro; e 7, o quarto. Há, portanto 4.3.8.7 672= números começados por 6, 7, 8 ou 9. Assim temos 672 672 1344+ = . Observe que o problema poderia ter sido resolvido usando a fórmula n,p n! A (n p)! = - a . Se o número começar com 3, 4 ou 5, há 4 modos de selecionar o segundo; 8, o terceiro; e 7, o quarto. Há, portanto, 3,1 4,1 8,1 7,1A . A . A . A ou 3! 4! 8! 7! . . . (3-1)! (4-1)! (8-1)! (7-1)! que corresponde a 672 números começados por 3, 4 ou 5. Se o número começar com 6, 7, 8 ou 9, há 3 modos de selecionar o segundo; 8, o terceiro; e 7, o quarto.Há, portanto, 4,1 3,1 8,1 7,1A . A . A . A ou 4! 3! 8! 7! . . . (4-1)! (3-1)! (8-1)! (7-1)! , o que corresponde a 672. Assim 672+672=1344. b) Para o primeiro algarismo, temos 4 possibilidades, 3 para o segundo, 7 para o terceiro e 7 para o quarto número. Há, portanto, 4.3.7.7=588. Porém, se o segundo algarismo for 6, os dois últimos não podem ser zero. Dessa forma o número 3600 foi contado indevidamente. A resposta é 588-1=587. 3. Sacam-se sucessivamente e sem reposição três cartas de um baralho de 52 cartas. Quantas são as extrações possíveis nas quais a primeira carta é de paus, a segunda carta é 2 e a terceira não é 8. rESolução: Vamos dividir as extrações em três etapas: i) a primeira carta é um 2 de paus.Neste caso há 1 modo de selecionar a primeira carta, 3 modos de selecionar a segunda carta (já que temos apenas quatro 2 e a de paus já foi escolhida) e 46 modos de selecionar a terceira carta. ii) a primeira carta é um 8 de paus. Neste caso há um modo de escolher a primeira carta, 4 maneiras de escolher a segunda e 47 maneiras de escolher a terceira carta. iii) a primeira carta é de paus (com exceção do 2 de paus e 8 de paus que já foram escolhidos). Neste caso há 11 maneiras de escolher a primeira carta, 4 modos de escolher a segunda carta e 46 maneiras de escolher a terceira carta. 15 Assim, temos: 1.3.46 1.4.47 11.4.26 2350+ + = . 4. Qual a soma dos divisores inteiros positivos de 3600? rESolução: Decompondo 3600 em fatores primos, chegamos a 4 2 23600 2 . 3 . 5= . Os divisores inteiros e positivos de 3600 são números do tipo m n z2 . 3 . 5 , com m {0, 1, 2, 3, 4}, Î n {0, 1, 2}, Î z {0, 1, 2}.Î Assim queremos encontrar m n z(2 . 3 . 5 ). S =å Para z 0, z 1 e z 2 = = = temos: m n 0 m n 1 m n 2(2 . 3 . 5 ) (2 . 3 . 5 ) (2 . 3 . 5 )S = + +å å å = m n m n m n(2 . 3 ) 5 (2 . 3 ) 25 (2 . 3 )+ +å å å = m n31. (2 . 3 ) å Para n 0, n 1 e z 2 = = = temos: m 0 m 1 m 2S 31. (2 . 3 ) (2 . 3 ) (2 . 3 ) é ù= + +ê úë ûå å å = m m m31.( 2 3 2 9 2 )+ +å å å ou ( )m m mS 31.13 2 2 2= + +å å å = ( )1 2 3 4403 . 1 2 2 2 2+ + + + = 403.31 S 12.493Þ = . Se quiséssemos determinar apenas o número de divisores, teríamos 5.3.3=45, pois m pode ser selecionado de 5 modos, n de 3 modos e z de 3 modos. Chegamos ao final do tópico 1. Pudemos conhecer a principal ferramenta da análise combinatória que é o Princípio Fundamental da Contagem e iniciarmos o estudo sobre os tipos de agrupamentos. No próximo tópico, introduziremos mais dois tipos de agrupamentos que são denominados por combinação simples e permutação simples. AULA 1 TÓPICO 1 16 Matemát ica D isc re ta TÓPICO 2 Permutação Simples e Combinação Simples ObjetivOs • Conhecer duas ferramentas básicas da combinatória que são: permutação simples e combinação simples • Propiciar a manipulação do Princípio Fundamental da Contagem no cálculo das permutações simples e combi- nações simples Neste tópico apresentaremos dois tipos de agrupamentos: a permutação simples e a combinação simples, cujos problemas envolvendo esses dois tipos de agrupamentos podem ser resolvidos utilizando-se o Princípio Fundamental da Contagem (PFC). Você, aluno, deve ter em mente que usar o PFC para determinar número de agrupamentos com elementos distintos é equivalente a usar a fórmula n! . (n p)!- 2.1 PERMUTAÇÃO SIMPLES Para introduzir o tema acima, vamos considerar o seguinte problema: Quantas centenas são possíveis formar com os algarismos 1, 2 e 3? Observe que cada centena é uma forma de ordenar os números 1, 2 e 3. Dessa maneira, para o primeiro algarismo, temos 3 modos de escolha, 2 para o algarismo das dezenas e 1 modo de escolha para o algarismo das unidades. Pelo PFC, a resposta é 3.2.1=3!=6 Seguindo o mesmo raciocínio, é fácil verificar que existem n! formas de ordenar o conjunto 1 2 3 n(a , a , a , . . . ,a ) , pois existem n modos de escolher o objeto que ocupara a primeira posição, n-2 modos de escolher o que ocupara o segundo lugar, . . . , 1 modo de escolher o objeto que ocupará o último lugar. Portanto temos n (n-1) (n-2). . . 2.1 n!= . • Cada ordenação dos n objetos distintos é chamada permutação simples dos n objetos e é representada por nP n != 17 • Cada permutação simples de n objetos distintos nada mais é do que um arranjo simples em que n p ,= ou seja, n , p nn p A P= Þ = . Assim, n n , n n! P A n! (n n)! = = = - a. oS rESolvidoS 1. Quantos são os anagramas da palavra DISCRETA: a. que começam por consoantes e terminam por vogal? b. que têm as letras I, C, T juntas nessa ordem? c. que têm as letras I, C, T juntas em qualquer ordem? d. que têm a letra S em 2º lugar e a letra D em 3º lugar? e. que têm a letra T em 2º lugar ou a letra R em 3º lugar? Solução: a) Há 5 modos de escolher a consoante que será a primeira letra do anagrama e 3 modos de escolher a última letra do anagrama. Em seguida, há 6! modos de organizar as demais letras entre a primeira e a última. Assim, pelo PFC temos: 5.3.6!=10800. b) Vamos considerar ICT uma única letra. Assim, temos: 6!=720. c) Considerando ICT uma única letra, temos 6!. Em seguida escolhemos a ordem em que as letras I, C e T aparecerão, 3!. Dessa forma, pelo PFC a resposta é 3!.6!=6.720=4320. d) Temos 1 modo de escolher a 2ª letra e 1 modo de escolher a 3ª letra do anagrama. Depois há 6! modos de organizar o restante das letras. Pelo PFC, 6!.1.1=720. e) Vamos considerar dois conjuntos A e B. A é o conjunto dos anagramas que têm a letra T na segunda posição e B é o conjunto dos anagramas que têm R na terceira posição. Queremos determinar o número de anagramas que têm T na segunda posição ou R na terceira posição, portanto queremos determinar n(A B).È n(A)=7!, n(B)=7! e n(A B) 6!Ç = Assim, usando a fórmula n(A B) n(A) n(B)-n(A B)È = + Ç , chegamos a: n(A B) 7! 7! 6! 6!(7 7 1) 9360È = + - = + - = . 2. Permutam-se de todas as maneiras possíveis os algarismos 1, 2, 3, 5 e 8 e escrevem-se os números, dessa forma formados, em ordem crescente. Pergunta-se: AULA 1 TÓPICO 2AULA 1 TÓPICO 2 Matemát ica D isc re ta18 a. qual lugar ocupa o número 38512? b. qual número ocupa o 61º lugar? c. qual o 76º algarismo escrito? d. qual a soma dos números formados? Solução: a) Vamos contar quantos números antecedem o 385129. Começados por 1 temos 4!=24 começados por 2 temos 4!=24 começados por 31 temos 3!=6 começados por 32 temos 3!=6 começados por 35 temos 3!=6 começados por 381 temos 2!=2 começados por 382 temos 2!=2 O maior número formado começado por 382 é o número 38251, que, por sua vez, ocupa a 70ª posição, já que 2.24+3.6+2.2=70. Assim, 38512 é o 71º lugar. b) Há 4!=24 números começados por 1, 4!=24 números começados por 2, 3!=6 números começados por 31, 3!=6 números começados por 32. Até aqui temos 2.4!+2.3!=60. O 61º número é 35128. c) Considerando que cada número tem 5 algarismos e 76, quando dividido por 5, dá 15 e deixa resto 1, podemos concluir que 15.5=75 algarismos formam exatamente 15 números e o 76º algarismo é o primeiro algarismo do 16º número. Para se determinar o 16º número, observamos que: 3!=6 começam com 12, 3!=6 começam com 13, 2!=2 começam com152 e 2!=2 começam com 153. Logo, o 16º número é 15382 e a resposta é 1. d) Nas casas das unidades desses números aparecem apenas os algarismos 1, 2, 3, 5 e 8. Cada um deles 4!=24 vezes. Assim, a soma das unidades é 24(1 2 3 5 8) 456.+ + + + = A soma das dezenas é feita de forma semelhante, ou seja, a soma das dezenas é 456 dezenas que dá 4560. Seguindo esse raciocínio, a soma das centenas é 45600; a soma das unidades de milhar é 456000 e, para finalizar, a soma das dezenas de milhar é igual a 4560000. Assim, temos 456 4.560 45.600 456.000 4.560.000 5.066.616+ + + + = . 3. Quantassão as permutações dos números (1, 2, 3, . . . , 8) nas quais o 2 está à direita do 1 e à esquerda do 6? Solução: Os 8, 2A nos dão todas as formas possíveis de organizar 1, 2 e 6 nas oito posições existentes. Considerando que, para cada modo de arrumar 1, 2 e 6 em três determinadas posições, apenas uma está na ordem desejada, dividimos 8, 3A por 3!. Por outro lado, para cada forma de organizar 1, 2 e 6 na ordem desejada, temos 19 permutação das cinco restantes. Assim, temos: 8, 3A 8! 8!. 5 ! . 5 ! 6720 3! 5! 3! 3! = = = 4. De quantos modos podemos dividir 12 pessoas em 3 grupos de 4 pessoas cada? Solução: A divisão pode se feita colocando as 12 pessoas em fila e dividindo-as de modo que um dos grupos seja formado pelas 4 primeiras pessoas, outro formado pelas 4 últimas e o terceiro grupo formado pelas 4 pessoas restantes. Há 12! modos de colocar as pessoas em fila, porém, neste caso, algumas divisões e alguns grupos foram contados indevidamente: Considere a divisão abcd/efgh/ijlm . Ela é idêntica a abcd/ijlm/efgh que por sua vez é idêntica a ijlm/abcd/efgh (as divisões formadas são as mesmas). Observe que, para cada divisão, temos 3! divisões semelhantes. Da mesma forma, o grupo o abcd , por exemplo, possui 4! grupos semelhantes. Assim, para cada grupo, temos 4! grupos idênticos. Em suma, na contagem 12!, cada divisão foi contada 3! vezes e cada grupo contado 4! vezes. A resposta é 12! 5.775 4! 4! 4! 3! = A seguir, introduziremos o conceito de um tipo de agrupamento cuja técnica de resolução nos permitirá resolver problemas com este de maneira simples: a combinação simples. 2.2 COMBINAÇÃO SIMPLES Para introduzir a ideia de combinação simples, vamos considerar o seguinte problema: Quantos subconjuntos com 3 elementos possui o conjunto {a,e,i,o,u}? rESolução: Considerando que queremos formar grupos com 3 elementos a partir de 5 elementos, temos 5 modos de colocar a primeira letra nesse conjunto, depois 4 modos de colocar a segunda letra e 3 três modos de colocar a terceira letra. Assim, pelo PFC, temos 5.4.3=60. Porém alguns subconjuntos foram contados mais de uma vez, já que o PFC calcula o número de arranjo simples e os AULA 1 TÓPICO 2 v o c ê s a b i a? Palíndromos podem ser palavras ou números que são iguais quando lidos de frente para trás e de trás para frente. Alguns exercícios de análise combinatória envolvem palíndromos. Vejam alguns exemplos: ANA, MUSSUM, RADAR, ZE DE LIMA RUA LAURA MIL E DEZ, ROMA ME TEM AMOR. Matemát ica D isc re ta20 arranjos diferem um do outro pela ordem de seus elementos. Na nossa contagem os grupos {a,e,i} e {e,i,a}foram contados como se fossem distintos. Cada grupo com 3 elementos gera 3! grupos idênticos. A resposta é 5.4.3 10 3! = . Os subconjuntos são: {a,e,i}, {a,e,o}, {a,e,o}, {a,i,o}, {a,i,u}, {a,o,u}, {e,i,o}, {e,i,u}, {e,o,u}, {i,o,u}. Definição: Considere um conjunto com n elementos 1 2 3 nA {a ,a , a , . . . , a }= . Chama-se combinação simples dos n elementos tomados de p a p e se indica por n pC , qualquer subconjunto de A com p elementos. Vamos determinar o número de subconjuntos com p elementos do conjunto com n elementos. A escolha do 1º elemento pode ser feita de n modos; a do 2º, de (n 1)- modos, e assim em diante. A escolha do p-ésimo elemento pode ser feita de [(n p)-1]- modos. Ao usar o PFC, estamos calculando a quantidade de arranjos em que os grupos diferem pela ordem. Dessa forma, para cada subconjunto com p elementos, temos p! subconjuntos idênticos. Então basta dividir nosso produto por n!, ou seja, n p n.(n 1).(n 2).....[(n p) 1] C , p! - - - - = , mas n! n.(n 1).(n 2).....[(n p) 1] (n-p)! - - - - = , então n p n! C , p!(n-p)! = ExErcícioS rESolvidoS 1. Uma comissão formada por 4 homens e 3 mulheres deve ser escolhida em um grupo de 7 homens e 6 mulheres. Quantas comissões podem ser formadas? rESolução: Devemos selecionar 4 homens, o que pode ser feito de 7 4C , modos, e 3 mulheres, o que pode ser feito de 6 3C , maneiras. Pelo PFC temos: 7 4 6 3 7! 6! C , . C , . 700 4! 3! 3! 3! = = 2. Quantas diagonais possui um dodecaedro regular? 21 rESolução: O dodecaedro regular é um poliedro formado por 12 pentáCada linha (aresta, diagonal da face ou diagonal do poliedro) representa uma combinação do número de vértices tomados de dois a dois. Um dodecaedro possui 12 faces pentagonais, V vértices e A arestas. Considerando as 12 faces, cada uma com 5 arestas, chegaríamos a 12.5=60 arestas, resultado falso, pois cada aresta é comum a duas faces, logo o número de faces é 60/2=30. Por outro lado, cada face tem n(n 3) 5(5 3) 5 2 2 - - = = diagonais, portanto temos um total 5.12=60 diagonais da face. Vamos usar a relação de Euler para determinar o número de vértices: V-A F 2 V-30 12 2 V 20 + = Þ + = Þ = . O número de diagonais do poliedro é, portanto, 20, 2 20! C -(x y) (30 60) 100 2! 18! + = - + = , em que 60´= é o número de diagonais de todas as faces e 30y = é o número de arestas do poliedro. 3. Quantos são os números naturais de 6 dígitos nos quais o dígito 3 e o 9 figuram exatamente 2 vezes cada? Solução: Inicialmente vamos contar aqueles números que começam com zero e depois descontá-los do total. A primeira casa deve ser ocupada pelo zero; há 1 modo de fazer isso. Há 5 2C , modos de escolher as casas que serão ocupadas pelo algarismo 3; depois disso há 3, 2C modos de escolher as casas que serão ocupadas pelo algarismo 9. Finalmente a 8 maneiras de preencher a casa restante. Assim, 5 2 3 21 . C , . C , . 8 240= números nessas condições começam com zero. Agora vamos determinar todos os números com a condição exigida, inclusive os que começam com zero. Há 6 2C , modos de escolher as casas que serão ocupadas pelo algarismo 3. Em seguida, há 4 2C , modos de escolher as casas que serão ocupadas pelo algarismo 9. Finalmente, pelo PFC, há 8.8=64 modos de escolher as duas casas restantes que serão preenchidas pelos 8 algarismos restantes. Assim 6 2 4 2C , . C , . 64 5760= começam com zero ou não. A resposta é 5760-240=5520. AULA 1 TÓPICO 2AULA 1 TÓPICO 2 Matemát ica D isc re ta22 4. Vamos resolver o problema anterior considerando 4p = , de modo mais simples usando a fórmula n,p n! C . p!(n p)! = - O enunciado do problema é o seguinte: De quantos modos podemos dividir 12 pessoas em 3 grupos de 4 pessoas cada? rESolução: Há 12, 4C modos de formar o 1º grupo; 8, 4C modos de formar o 2º grupo e 4, 4C modos de formar o 3º grupo. Pelo PFC, temos 12, 4 8, 4 4, 4C . C . C , mas, ao tomarmos três grupos e mudarmos a ordem, a divisão permanece a mesma, assim devemos dividir o produto por 3!. A resposta é 12, 4 8, 4 4, 4 C . C . C 5.775 3! = Nesta aula, estudamos a aplicação do Princípio Fundamental da Contagem (PFC) nos modelos mais simples de agrupamentos. Na próxima aula, introduziremos outros tipos de agrupamentos mais complexos e adequaremos o PFC para a resolução de problemas que envolvam esses agrupamentos. 23 Olá, aluno(a)! Nesta aula, daremos continuação ao estudo da análise combinatória, apresentando outras ferramentas diferentes daquelas estudadas na aula 1, mas de muita importância quando se pretende ter um conhecimento mais específico e completo da análise combinatória. Objetivo • Ampliar os conhecimentos básicos de análise combinatória AULA 2 Análise Combinatória II AULA 2 24 Matemát ica D isc re ta TÓPICO 1 Permutação Circular e Combinação Completa ObjetivOs • Estender o conceito de permutação e de combina- ção • Compreender a forma mais específica e completa desses elementos Na primeira aula estudamosa combinação simples e a permutação simples que, como vimos, são agrupamentos nos quais não há elementos repetidos. Neste tópico estudaremos os mesmos tipos de agrupamentos (combinação e permutação), porém com a possibilidade de ocorrer elementos repetidos. 1.1 PERMUTAÇÃO CIRCULAR Vamos iniciar este tópico, introduzindo o conceito de permutação circular com o seguinte problema: de quantos modos se podem colocar n objetos distintos em n lugares situados à mesma distância um do outro em torno de um círculo, considerando obviamente equivalentes as disposições que possam coincidir pela rotação do círculo. Por exemplo, se tivermos os objetos A, B, C, D e E, nesta ordem, em torno de um círculo, as posições A, B, C, D e E são equivalentes às posições B, C, D, E e A; C, D, E, A e B, etc. Iremos calcular a quantidade de permutações circulares de n objetos distintos que representaremos por (PC)n. Assim, se n 3= temos 3P 3! 6= = maneiras de colocar 3 objetos distintos em 3 lugares, como mostra a figura 1. 25 Podemos observar que as três primeiras disposições podem coincidir entre si por rotação e os mesmo acontece com as três últimas disposições, de maneira que (PC)3=2. Note que nas permutações simples, os lugares que os objetos ocupam fazem diferença, enquanto que nas permutações circulares o que interessa na verdade é apenas a posição relativa entre os objetos. Podemos ver que nas três primeiras posições temos a sequência no sentido anti-horário: A, B e C, ao passo que as três últimas posições obedecem a sequência A, C, B no sentido anti-horário. Se não levássemos em conta a equivalência entre as posições que possam coincidir por rotação, teríamos 3! disposições. Considerando a equivalência, cada permutação circular dá origem a 3 disposições. Assim, 3 3.(3 1)!3! (PC) (3 1)! 2!=2 1=2 3 3 - = = = - = ´ Podemos analisar o problema também de outra forma: considerando que o que importa realmente é a posição relativa entre os elementos, usando o PFC, temos 1 modo de colocar o primeiro objeto; 1 modo para colocar o segundo objeto e dois modos para colocar o terceiro objeto, ou seja, o terceiro objeto pode ser colocado imediatamente depois do primeiro ou imediatamente depois do segundo (antes do primeiro). Assim, usando o princípio da contagem, temos 1.1.2 2= ou temos 3(PC) 2= modos de dispor os três objetos em círculo. De maneira geral, considerando n objetos, temos 1 modo de colocar o primeiro; há 1 modo de colocar o segundo objeto; há 2 modos de colocar o terceiro objeto; há 3 modos de colocar o quarto objeto. Por fim, há (n-1) modos de colocar o enésimo objeto. Dessa forma, pelo Princípio Fundamental da contagem n(PC) 1.1.2.3.4...(n 1)= - que equivale a: n(PC) (n 1)!= - . AULA 2 TÓPICO 1 Figura 1: Permutação circular dos elementos A, B e C Matemát ica D isc re ta26 ExEmplo1: De quantos modos podemos dispor 5 pessoas em torno de uma mesa circular? Solução: Considerando que o que de fato importa é a posição relativa das pessoas entre si, temos 5(PC) (5 1)! 4! 24= - = = . ExEmplo 2: De quantos modos 5 homens e 5 mulheres podem sentar-se numa mesa circular, de modo que pessoas do mesmo sexo não fiquem juntas? Solução: Há 5(PC) (5 1)! 4! 24= - = = modos de formar uma roda com mulheres. Depois disso, os 5 homens devem ser postos nos 5 lugares entre as mulheres, o que pode ser feito de 5! modos. Assim, temos 4!. 5! 24 . 120 2.880.= = ExEmplo 3: De quantos modos n casais podem formar uma roda de ciranda de modo que cada homem permaneça ao lado de sua mulher? Solução: n(PC) (n 1)!= - m de formar uma roda com as n mulheres. Em seguida, para cada um dos n maridos há dois modos de entrar na roda: a direita ou a esquerda de sua mulher. Assim, a resposta é n(n 1)! 2 .- 1.2 COMBINAÇÃO COMPLETA Vamos introduzir o conceito de Combinação completa, analisando o seguinte problema: de quantos modos é possível comprar 5 sorvetes numa sorveteria que ofereça 8 sabores? Cada modo de compra dos 5 sorvetes representa um agrupamento que chamamos de combinação com repetição ou combinação completa de classe 5, de 8 objetos, representada por 8, 5CR . Há duas formas de interpretar este problema: • A primeira forma é imaginar a solução como o número de modos de v o c ê s a b i a? A necessidade de calcular o número de possibilidades existentes nos jogos gerou o estudo dos métodos de contagem. Grandes matemáticos se ocuparam com o assunto: o italiano Niccollo Fontana (1500-1557), conhecido como Tartaglia, e os franceses Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-1662). 27 escolher 5 objetos entre os 8 objetos distintos, podendo escolher o mesmo objeto mais de uma vez ou não escolher, obviamente, um certo objeto. Dessa forma, a diferença entre a combinação simples de n elementos tomados de p a p ( n,pC ), estudada na aula anterior, e a combinação completa de classe p de n objetos ( n,pCR ) reside no fato de que, no primeiro caso, os elementos p devem ser distintos, ao passo que no segundo caso os elementos p podem ser distintos ou não. Assim, por exemplo, se considerarmos os elementos a, b, c e d, as combinações completas de classe 3 são aaa aab bba cca dda abc bbb aac bbc ddb ccb abd ccc aad bbd ccd acd ddc ddd bcd, ou seja, 4, 3CR 20.= • Outra forma de interpretar o problema do sorvete é a seguinte: Para efetuar a compra devemos escolher valores para as variáveis 1 2 3 4 8x , x , x , x , . . ., x , em que 1x é a quantidade que vamos comprar de sorvetes do primeiro sabor, 2x é a quantidade de sorvetes do segundo sabor e assim em diante. Considerando que as variáveis 1 2 3 4 8x , x , x , x , . . ., x representam quantidades de sorvetes, então todas elas devem ser valores inteiros e não negativos (dessa forma estamos incluindo o zero). Assim, comprar 5 sorvetes em uma sorveteria que oferece 8 sabores é tomar uma solução em inteiros e não negativos da equação 1 2 3 4 8x x x x . . . x 5+ + + + + = Vamos à resolução da equação. Para tornar mais simples o raciocínio, vamos considerar as figuras 2, 3 e 4 abaixo. Nas figuras 2, 3 e 4 estão representadas soluções da equação 1 2 3 4 8x x x x . . . x 5+ + + + + = , em que cada bola representa uma unidade no valor da incógnita, e cada traço é usado para separar duas incógnitas. Assim, por exemplo, na figura 2, 1 2 7x x x 1,= = = enquanto 3 4 6 8x x x x 0= = = = e 5x 2.= Na figura 3, 1 6 8x x x 1,= = = 2 3 4 7x x x x 0= = = = e 5x 2.= Na figura 4 temos outra solução da equação 1 2 3 4 8x x x x . . . x 5+ + + + + = em que 1 4 6 7 8x x x x x 0,= = = = = 2 5x x 1= = e 3x 3.= AULA 2 TÓPICO 1 Matemát ica D isc re ta28 Figura 2 – representação de uma solução da equação 1 2 3 4 8x x x x . . . x 5+ + + + + = Figura 3- representação de uma solução da equação 1 2 3 4 8x x x x . . . x 5+ + + + + = Figura 4- representação de uma solução da equação 1 2 3 4 8x x x x . . . x 5+ + + + + = Podemos observar que para formar uma solução devemos arrumar em fila de 5 bolas (pois em cada solução o total de unidades nas incógnitas é 5) e 6 traços (para separar 8 incógnitas, usamos 7 traços). Assim o número total de soluções são as permutações dos 12 elementos (5 bolas e 7 traços) com 5 e 7 repetições, ou seja ( ) 5,7 5 7 12! P 792 5!7!+ = = . Portanto, a equação 1 2 3 4 8x x x x . . . x 5+ + + + + = tem 792 solução ou há 792 formas de comprar 5 sorvetes numa sorveteria que ofereça 8 sabores diferentes. De modo geral, para calcular o número de combinações completas de classe p a partir de n elementos distintos ( )n, pCR ou encontrar o número de soluções da equação 1 2 3 4 nx x x x . . . x p+ + + + + = , teríamos p bolas e (n-1) traços. Logo, p, n-1 n, p (p n 1) n p 1, pCR P C+ - + -= = ou n, p n p 1, pCR C .+ -= ExErcícioS rESolvidoS 1. Quantas são as soluçõesinteiras e não negativas de 6?x y z+ + = Solução: 3, 6 3 6 1, 6 8,6 8! CR C . C 28 6!.2!+ - = = = = 29 2. De quantos modos podemos comprar 3 refrigerantes em uma supermercado onde há 5 tipos de refrigerantes? Solução: 5, 3 5 3 1, 3 7,3 7! CR C . C 35 3!.4!+ - = = = = p 3. Quantas são as soluções inteiras e não negativas da inequação 6?x y z+ + £ Solução: Considerando que 6,x y z+ + £ então 6,x y z+ + = 5,x y z+ + = 4,x y z+ + = 3,x y z+ + = 2,x y z+ + = 1 ex y z+ + = 0.x y z+ + = Assim, temos: 3, 6 3, 5 3, 4 3, 3 3, 2 3, 1 3, 0CR CR CR CR CR CR CR+ + + + + + = 8 , 6 7 , 5 6 , 4 5 , 3 4 , 2 3 , 1 3 , 0C C C C C C C+ + + + + + = 8! 7! 6! 5! 4! 3! 3! 6! 2! 5! 2! 4! 2! 3! 2! 2! 2! 2! 3! + + + + + + = 28 21 15 10 6 3 1 84+ + + + + + = . Podemos resolver esta inequação de outra forma. Tendo em vista que 6,x y z+ + £ então 6 .x y z w+ + + = logo, temos que encontrar a solução da equação 4, 6CR ou seja 4, 6 9, 6 9! CR C 84 6! 3! = = = 4. Quantas são as soluções inteiras da equação 18x y z+ + = em que 1, y 1 e z 1 x ³ ³ ³ . Solução: Para garantirmos que as incógnitas x, y e z sejam maiores que 1, devemos ter: x 1 a, y 1 b e z 1 c.= + = + = + Assim, a equação 18x y z+ + = fica a b c 15.+ + = Resolvendo-a, chegamos a 3, 15CR 136= Chegamos ao final do tópico 1. Nele estudamos duas técnicas de contagem de suma importância ao estudo de combinatória. Consideramos que sem elas a resolução de muitos problemas (não triviais) que envolvem combinação e permutação torna-se ainda mais complicada. No próximo tópico continuaremos nossos estudos sobre resolução de problemas envolvendo análise combinatória e apresentaremos mais duas técnicas de agrupamento. AULA 2 TÓPICO 1 30 Matemát ica D isc re ta TÓPICO 2 Permutações Caóticase os Lemas de Kaplansky ObjetivOs • Proporcionar ao aluno um conhecimento sobre técnicas de permutações caóticas • Desenvolver o raciocínio combinatório através dos estudos dos Lemas de Kaplansky para resolução de problemas Embora existam outras ferramentas relacionadas às permutações e combinações, como por exemplo, as “permutações especiais”, que envolvem outras definições, vamos nos limitar apenas ao estudo de dois tipos de técnicas de agrupamentos que são as Permutações Caóticas, também conhecida como desarranjo e os Lemas de Kaplansky . 2.1 PERMUTAÇÕES CAÓTICAS Uma permutação dos algarismos ( )1, 2, . . . ,n é dita caótica quando nenhum elemento está no seu lugar de origem após as permutações. Por exemplo, 5467 e 4576 representam permutações caóticas, ao passo que 5467 e 5746 não é. Para calcular o número de permutações caóticas de n elementos, que será representado por nD consideremos iA que representa o conjunto de permutações dos n elementos em que o número i ocupa o i-ésimo lugar com { }i 1, 2, 3, . . . , nÎ . Devemos calcular o número de elementos do conjunto F de permutações de { }1, 2, 3, . . . , n que pertencem a exatamente zero dos conjuntos 1 2 3 nA , A , A , . . . , A . Assim, ( )0S # n!= F = e s a i b a m a i s ! O trabalho de Kaplansky em Matemática é amplo, embora na maior parte esteja em áreas de Álgebra. Ele fez grandes contribuições para a teoria dos anéis, teoria dos grupos e teoria de campo. Fonte: <http://www.apprendre-math.info/portugal/ historyDetail.htm?id=Kaplansky>. 31 ( ) ( ) ( ) n n 1 i i 1 i 1 S # A n-1 ! n n-1 ! n! = = = = = =å å ( ) ( ) ( )2 i j n,2 1 i j n 1 i j n n! S # A A n-2 ! C n-2 ! 2£ < £ £ < £ = Ç = = =å å ( )3 i j k 1 i j k n S # A A A £ < < £ = Ç Çå . . . nn n n!S C (n n)! n!= - = . Em que ( )i# A representa o número de elementos do conjunto iA . Assim, o número de elementos de F que pertencem a exatamente zero dos conjuntos 1 2 3 nA , A , A , . . . , A é n 0 k k 0 0 k 0 k k 0 a ( 1) C S - + + = = -å n k 0 k k 0 a ( 1) S = = -å ( )n0 0 1 2 3 na S S S S ... 1 S= - + - + + - n 0 n ! n ! n! a n ! n ! . . . ( 1) 2 3 n! = - + - + + - ( )n 0 11 1 1 1 1 a n ! . . . 0! 1! 2! 3! 4! n! é ù-ê ú= - + - + - +ê úê úë û Dessa forma, o número de permutações caóticas de {1, 2, 3, . . ., n} é: ( )n n 11 1 1 1 1 D n ! . . . 0! 1! 2! 3! 4! n! é ù-ê ú= - + - + - +ê úê úë û Exemplo: O número de permutações caóticas dos números 1, 2, 3, 4 e 5 é: 5 1 1 1 1 1 1 D 5 ! 0! 1! 2! 3! 4! 5! é ù = - + - + - =ê ú ê úë û 1 1 1 1 120 1 1 46 2 6 24 120 æ ö÷ç - + - + - =÷ç ÷çè ø ExErcício rESolvido: Quantas são as permutações dos elementos ( )1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 que tem exatamente 3 elementos no seu lugar primitivo? Solução: A quantidade de possibilidades ou o número de modos de escolher os elementos que ocuparão o seu lugar primitivo é 8, 3C . Depois disso, os outros cinco elementos devem ser arrumados caoticamente, o que pode ser feito de 5D modos. AULA 2 TÓPICO 2 Matemát ica D isc re ta32 Assim, temos: 8, 3 5 8! 1 1 1 1 1 1 C . D .5 ! 3!.5 ! 0! 1! 2! 3! 4! 5! æ ö÷ç= - + - + - ÷ç ÷çè ø 8, 3 5C . D 56 . 44 2. 464.= = 2.2 LEMAS DE KAPLANSKY Os Lemas de Kaplansky são ferramentas utilizadas em problemas em que se pretende calcular o número de subconjuntos com p elementos, a partir de um conjunto que possui n elementos, considerando que esses subconjuntos não tenham elementos consecutivos. Assim, por exemplo, para n=8 e p=3, podemos obter a partir de { } 1, 2, 3, 4, 5, 6 os seguintes subconjuntos nos quais não há elementos consecutivos: { } 1, 3, 6 , { } 1, 3, 5 , { } 1, 4, 6 e { } 2, 4, 6 . Poderíamos chegar à conclusão de que há quatro subconjuntos de elementos consecutivos { } 1, 2, 3, 4, 5, 6 sem a necessidade de enumerá-los. Vamos usar o seguinte raciocínio: ao formar um subconjunto, marcamos com o símbolo " "Ä os elementos que farão parte do conjunto, e com o símbolo ö" ", os elementos que não farão parte do conjunto. Assim, por exemplo, { } 1, 3, 5 é representado pela sequência ö ö ö" "Ä Ä Ä e { } 2, 4, 6 representado por ö ö ö " "Ä Ä Ä são sequências válidas enquanto que a sequência ö ö ö " "Ä Ä Ä não é considerada válida, pois representa o subconjunto { } 2, 3, 6 , que possui os elementos 2 e 3 consecutivos. Dessa forma, para formar subconjuntos com 3 elementos não consecutivos devemos colocar três sinais Ä e três sinais ö em fila, de sorte que não haja dois sinais Ä consecutivos. Assim, temos 1 modo de colocar os sinais ö e 4, 3C modos de colocar os três sinais Ä nos quatro lugares restantes. Assim, pelo PFC temos 4, 31 . C 4= subconjuntos de três elementos não consecutivos do conjunto { } 1, 2, 3, 4, 5, 6 . De modo geral, temos p sinais Ä e (n-p) sinais ö para organizar o conjunto, de tal forma que não haja dois sinais Ä consecutivos. Assim, temos 1 modo de arrumar os sinais ö e n-p 1, pC + modos de colocar os símbolos . Ä Portanto, podemos enunciar os lemas de Kaplansky: Primeiro Lema de Kaplansky: O número de subconjuntos de { } 1, 2, 3, . . . ,n nos quais não há elementos consecutivos é n-p 1, pf(n,p) C .+= 33 ExErcício rESolvido: 1. Considere uma fila de 10 cadeiras nas quais devem se sentar 4 mulheres, de modo que não fiquem duas mulheres sentadas em cadeiras adjacentes. De quantas maneiras isso pode ser feito? Solução: Esse problema é composto por duas etapas: na primeira etapa, devemos escolher 4 cadeiras não consecutivas, o que pode ser feito de 10-4 1, 6 7, 6 7! f(10,4) C C 7. 6!.1!+ = = = = Na segunda etapa, devemos verificar de quantas formas podemos sentar as 4 mulheres nas quatro cadeiras escolhidas, o que pode ser feito de 4! modos diferentes. Assim, pelo PFC temos: P4! . 4 . 10-4 1, 6 4 7, 6 7! f(10,4) P C P C 4! 24.7 168. 6!.1!+ = = = = = dEmonStração: Vamos supor que os elementos do conjunto { } 1, 2, 3, . . . ,n estão organizados em círculo como mostra a figura 5. Figura 5 – Elementos em circulo Podemosobservar que os elementos dispostos desta forma torna o 1 e o n consecutivos. Agora vamos determinar o número de modos de formar p subconjuntos de { } 1, 2, 3, . . . ,n em que não haja números consecutivos. O número total de subconjuntos será a soma do número de subconjuntos nos quais o elemento “1” figura, com o número de subconjuntos nos quais o elemento “1” não figura. AULA 2 TÓPICO 2 Segundo Lema de Kaplansky: O número de subconjuntos de { } 1, 2, 3, . . . ,n com p elementos nos quais não há elementos consecutivos é, considerando 1 e n como consecutivos, é dado por n-p, p n g(n,p) . C . n p æ ö÷ç ÷=ç ÷ç ÷ç -è ø Matemát ica D isc re ta34 Para formar os subconjuntos nos quais o elemento “1” faz parte, devemos escolher p-1 elementos do conjunto { } 1, 2, 3, . . . ,n-1 para serem os companheiros do número “1” no subconjunto. Não podem ser escolhidos elementos consecutivos. O número de maneiras resultantes dessa organização é n-3-(p-1) 1, p-1 n p 1, p-1f (n-3;p-1) C C .+ - -= = Para formar os subconjuntos nos quais o elemento “1” não faz parte, devemos escolher p elementos em { } 2, 3, . . . ,n , não podendo ser escolhidos elementos consecutivos. Isso pode ser feito de n-1-p 1 n p, pf(n-1,p) C C .+ -= = Assim a resposta é ( ) ( ) ( ) ( ) ( )n-p-1, p-1 n p, p n p 1 ! n p ! C C p 1 ! n 2p ! p! n 2p !- - - - + = + - - - ( ) ( ) ( )n-p-1, p-1 n p, p n p 1 ! p n-p ! C C p! n 2p !- - - + + = - ( ) ( ) ( )n-p-1, p-1 n p, p p n-p C C n p 1 ! p! n 2p !- + + = - - - ( ) ( )n-p-1, p-1 n p, p n p 1 ! C C n p! n 2p !- - - + = - ( ) ( )n-p-1, p-1 n p, p n p ! n C C n p p! n 2p !- é ùæ ö -÷ç ê ú÷+ =ç ÷ ê úç ÷ç - -è ø ê úë û n-p-1, p-1 n p, p n-p, p n C C C n p- æ ö÷ç ÷+ =ç ÷ç ÷ç -è ø ExErcício rESolvido Seis pessoas devem se sentar em 12 cadeiras postas em torno de uma mesa circular. De quantas maneiras isso pode ser feito se não deve haver ocupação simultânea de duas cadeiras consecutivas? Solução: O número de maneiras de escolher as cadeiras que serão usadas é 12 6, 6 12 f (12, 6) .C 12-6 - = Þ 6, 6f (12, 6) 2. C = Þ f (12, 6) 2.= Escolhidas as cadeiras, há 6!=720 modos de indicá-las para as 6 pessoas. Assim, pelo PFC temos 2 x 720=l440 modos de sentar 6 pessoas numa mesa circular com 12 lugares, de modo que não se tenha duas cadeiras consecutivas ocupadas. Nesta aula estudamos algumas técnicas de contagem que não aparecem com tanta frequência nos livros didáticos, porém de grande importância no enriquecimento de nossos conhecimentos matemáticos 35AULA 2 TÓPICO 2 at i v i d a d e d e a p r o f u n d a m e n t o 1. De quantos modos podemos formar uma roda de ciranda com 8 crianças, de modo que duas determinadas crianças não fiquem juntas? 2. Quantas são as soluções inteiras e não negativas de x y z 9?+ + < 3. Quantas são as soluções inteiras da equação x y z 10+ + = em que 2, y 2 e z 2x ³ ³ ³ ? 4. Quantas são as permutações dos elementos ( )1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 que tem exatamente 4 elementos no seu lugar primitivo? 5. De quantas formas 6 homens podem se sentar numa fila de 14 cadeiras, de tal forma que não fiquem dois homens sentados em cadeiras vizinhas? 6. Quantos são os anagramas da palavra PARAGUAI que não possuem duas letras A consecutivas? 36 Matemát ica D isc re ta AULA 3 Coeficientes Binomiais, Triângulo de Pascal e Números de Fibonacci Caro(a) aluno(a), agora que estamos familiarizados com as ferramentas básicas da análise combinatória, daremos continuidade aos nossos estudos através dos Coeficientes Binomiais, Triângulo de Pascal e dos Números de Fibonacci. No primeiro tópico, definiremos os coeficientes binomiais assim como algumas de suas propriedades e veremos como tais coeficientes e suas propriedades estão relacionados ao triângulo de Pascal através de alguns teoremas. No segundo tópico, veremos que a utilização dos coeficientes binomiais no desenvolvimento de potências do binômio do tipo ( x y ) n+ , sendo n um número natural, pode tornar o processo bem menos cansativo do que estamos habituados. Finalmente, no terceiro tópico concluiremos nossa aula com os Números de Fibonacci. Estes nos mostram relações fascinantes com a natureza. Objetivos • Desenvolver potências do binômio (x + y), utilizando os coeficientes binomiais • Compreender os conceitos sobre o Triângulo de Pascal e algumas propriedades relacionadas • Conhecer a sequência dos Números de Fibonacci 37 Vamos iniciar este tópico com algumas definições:(i) O coeficiente binomial, também chamado de número binomial de um número n, na classe p, com n p,³ representado por n , p æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø consiste no número de combinações de n termos, tomados de p a p, ou seja, n n . (n-1) . (n-2). . . (n-p 1)n! p p!(n p)! p! æ ö +÷ç ÷= =ç ÷ç ÷ç -è ø . Em que n é o numerador e p, o denominador. (ii) Dois números binomiais de mesmo numerador são ditos complementares quando a soma dos denominadores é igual ao numerador. Assim, 8 8 e 2 6 æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø são complementares, pois 6+2=8. De um modo geral n n e p n-p æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø são complementares, pois p (n-p) n.+ = 1.1 PROPRIEDADES DOS COEFICIENTES BINOMIAIS a. Dois números binomiais complementares são iguais. Para justificar esta afirmação, basta desenvolver o segundo lado da equação n n p n-p æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷=ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø . Assim, [ ] n n! n! n-p (n-p)! n-(n-p) ! p!(n p)! æ ö÷ç ÷ = =ç ÷ç ÷ç -è ø . TÓPICO 1 Coeficientes Binomiais Triângulo de Pascal ObjetivOs • Conhecer os Coeficientes Binomiais • Relacionar os Coeficientes binomiais e algumas de suas propriedades ao triângulo de Pascal AULA 3 TÓPICO 1 Matemát ica D isc re ta38 b. Relação de Stifel. A relação de Stifel, também conhecida como regra de Pascal, é representada pela igualdade n 1 n n p 1 p p 1 æ ö æ ö æ ö+ ÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷= +ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç+ +è ø è ø è ø . Vamos justificar esta propriedade com o seguinte problema: Considere um conjunto A que possui n 1+ elementos, um dos quais é x. O número de subconjuntos de A com p 1+ elementos é dado por n 1, p 1C + + . . Outra forma de representar a solução desse problema é somando o número de subconjuntos nos quais x aparece como número de subconjuntos nos quais x não figura, ou seja, igualando as duas expressões, temos n 1, n 1 n, p n, p 1 C C C+ + = += + ou seja n 1 n n p 1 p p 1 æ ö æ ö æ ö+ ÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷= +ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç+ +è ø è ø è ø . ExEmplo: Para resolvermos a equação 5a-15 5a-15 5a-14 2a 2a 1 a-1 æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷+ =ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç+è ø è ø è ø , utilizaremos a relação de Stifel. Vejamos: 5a-15 5a-15 5a-14 5a-14 5a-14 2a 2a 1 2a 1 2a 1 a 1 æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷+ = Þ =ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç+ + + -è ø è ø è ø è ø è ø Pela propriedade dos binomiais complementares, temos que: ( ) ( ) 5a-14 5a-14 2a 1 a 1 5a 14 2a 1 a 1 æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷= Þ + + - = -ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç+ -è ø è ø Resolvendo a equação encontrada, teremos o valor de a: ( ) ( ) 2a 1 a 1 5a 14 3a 5a - 14 -2a -14 a 7+ + - = - Þ = Þ = Þ = c. Para todo n natural têm-se: n n n n n . . . 2 0 1 2 n æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷+ + + + =ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç çè ø è ø è ø è ø Para justificarmos a propriedade acima, vamos considerar o seguinte problema: um conjunto A tem n elementos. Quantos são os subconjuntos desse conjunto? Solução: Com 1 elemento temos n, 1C ; com 2 elementos, temos n, 2C elementos; com 3 elementos, temos n, 3C . . . com n elementos, temos n, nC . Além desses, temos mais 39 1 conjunto que é o vazio. Assim o número de subconjuntos de um conjunto com n elementos é n, 1 n, 2 n, 3 n,n1 C C C . . . C (*).=+ + + + + Outra forma de resolver este problemaé imaginando que a ação de formar um subconjunto é formada por várias etapas em que devemos decidir, em cada etapa, se um dado elemento pertencerá ou não ao subconjunto. Dessa forma, para o primeiro elemento, temos 2 possibilidades (ele pertencerá ou não pertencerá ao subconjunto); para o segundo elemento, temos também duas possibilidades e assim em diante. Seguindo esse raciocínio para os demais elementos e usando o Principio Fundamental da Contagem, temos: 2x 2 x 2 x . . . x 2 ( n vezes ), ou seja n2 (**). Igualando os resultados (*) e (**), temos: n n, 1 n, 2 n, 3 n,n1 C C C . . . C 2=+ + + + + = ou n n n n n . . . 2 0 1 2 n æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷+ + + + =ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç çè ø è ø è ø è ø . ExEmplo: Uma casa tem 6 portas. De quantos modos pode ser aberta essa casa? Solução: Há 6, 1C maneiras de abrir a casa, usando apenas uma só porta; 6, 2C maneiras de abrir a casa, usando duas portas, e assim em diante. A resposta é: 6 6, 1 6, 2 6, 3 6, 6 6 6 6 C C C . . . C . . . 2 1 63 1 2 6= æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷+ + + + = + + + = - =ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç çè ø è ø è ø l 1.2 O TRIÂNGULO DE PASCAL O triângulo de Pascal ou triângulo aritmético é formado por números binomiais que têm diversas relações entre si. Algumas dessas relações que são as propriedades dos números binomiais já estudadas no início deste tópico, e outras que julgamos irrelevantes para nossa disciplina podem ser encontradas nos livros didáticos de Matemática para o ensino médio. De todo modo, muitas dessas relações foram descobertas pelo próprio Pascal, o que justifica o nome que lhe é dado. O triângulo de Pascal é organizado em linhas e colunas (figura 1 ), de tal modo que o numerador n do número binomial represente a linha em que o elemento se encontra, e o denominador p do número binomial represente a coluna em que o elemento se encontra. Veja figura 1. AULA 3 TÓPICO 1 Matemát ica D isc re ta40 0 0 1 1 0 1 2 2 2 0 1 2 3 3 0 æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç çè ø è ø è ø æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø 3 3 1 2 3 ............................................ n n n n n n ... 0 1 2 3 4 æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç çè ø è ø è ø æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç çè ø è ø è ø è ø è ø n 1ª Forma æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø 0 0 1 1 0 1 2 2 2 0 1 2 3 3 3 3 0 1 2 3 ............................ æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç çè ø è ø è ø æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç çè ø è ø è ø è ø ................ n n n n n n ... 0 1 2 3 4 n 2ª Forma æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç çè ø è ø è ø è ø è ø è ø ou Figura 1: Triângulo Aritmético ou Triângulo de Pascal Acima estão as duas formas triangulares que são abordadas por diferentes autores. Para efeito de clareza, adotaremos a 2ª forma. Entretanto, antecipamos: não fazemos distinção quanto às propriedades, uma vez que as linhas são formadas pelos mesmos números. 0 linha 0 0 1 1 linha 1 0 1 2 2 2 linha 2 0 1 2 3 3 3 linha 3 0 1 2 æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç çè ø è ø è ø æ ö æ ö æ÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø è 3 3 ............................................ n n n n n linha n . . . 0 1 2 3 n ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çø è ø æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç çè ø è ø è ø è ø è ø Coluna 0 Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna n Figura 2:As linhas são as filas horizontais, e as colunas, as filas verticais 41 Ao substituirmos cada coeficiente binomial pelo seu valor, obteremos: 1 1 1 1 2 1 1 3 3 1 1 4 6 4 1 1 5 10 10 5 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.3 PROPRIEDADES DO TRIÂNGULO DE PASCAL Apresentaremos quatro propriedades que estão relacionadas com o Triângulo de Pascal, em seguida, na intenção de fixarmos o conteúdo e esclarecermos as possíveis dúvidas, veremos alguns exercícios resolvidos. a. Toda linha do Triângulo de Pascal começa e termina com 1. Justificativa: Esses elementos são do tipo n n 1 e 1 0 n æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷= =ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø b. Partindo da segunda linha, podemos construir o Triângulo de Pascal, aplicando a relação de Stifel. Vejamos o exemplo ilustrativo abaixo: 1 1 1 1 2 1 1 3 3 1 1 4 6 4 1 1 5 10 10 5 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2 1 2 3 0 1 3 3 1 æ öæ ö÷ ÷ç ç÷ ÷= + =ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè øè ø æ ö÷ç ÷=ç ÷ç ÷çè ø Figura 3:Triângulo de Pascal aplicando a relação de Stifel c. Em qualquer linha do triângulo de Pascal, os coeficientes equidistantes dos extremos são iguais. Justificativa: Propriedade dos binomiais complementares. Veja abaixo o exemplo ilustrativo. Na linha 7 do Triângulo de Pascal, temos: 7 7 7 7 7 7 7 7 1 7 21 35 35 0 1 2 3 4 5 6 7 æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ Ûç ç ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç ç çè ø è ø è ø è ø è ø è ø è ø è ø 21 7 1 at e n ç ã o ! O Triângulo de Pascal também é conhecido como Triângulo Aritmético de Tartaglia, e recebe estes nomes em homenagem a Nicolo Fontana Tartaglia, matemático italiano (1500-1557) e Blaise Pascal, matemático, filósofo e físico francês (1623-1662). AULA 3 TÓPICO 1 Matemát ica D isc re ta42 d. A soma dos elementos da linha n é igual 2n. n = 0 1 1 = 20 n = 1 1 1 1 + 1 = 21 n = 2 1 2 1 1 + 2 + 1 + 4 = 22 n = 3 1 3 3 1 1 + 3 + 3 + 1 = 8 = 23 n = 4 1 4 6 4 1 1 + 4 + 6 + 4 + 1 = 16 = 24 ExErcícioS rESolvidoS 1. Calcule a soma dos elementos da linha 11ª linha do triângulo de Pascal. Solução: A linha 11ª linha do triângulo de Pascal é a linha 10, já que a primeira linha é a linha zero, assim: 10 10 10 10 10 10 10 . .. 2 1024 0 1 2 3 8 9 æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷+ + + + + + = =ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç çè ø è ø è ø è ø è ø è ø . 2. O produto dos dois primeiros elementos de uma linha do triângulo de Pascal é igual a 32. Qual é o terceiro elemento da linha seguinte? rESolução: Vimos que o primeiro elemento de qualquer linha é sempre igual a 1. Daqui, conseguimos deduzir que o segundo elemento, da linha mencionada, é 32. Basta observamos o comportamento dos dois primeiros elementos de algumas linhas do Triângulo de Pascal, para afirmarmos que na linha 33, o segundo elemento é 32. Porém, o que queremos é o terceiro elemento da linha seguinte, ou seja, da linha 34. Linha 34: 34 34 34 34 34 34 ... 0 1 2 3 33 34 æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç çè ø è ø è ø è ø è ø è ø Temos, como terceiro elemento, o coeficiente binomial 34 34! 561 2 2!(34-2)! æ ö÷ç ÷ = =ç ÷ç ÷çè ø Nesse tópico, tivemos a oportunidade de dispor, com a utilização de algumas propriedades,de uma tabela (figura 1) que contém os valores dos coeficientes binomiais que serão utilizados como ferramenta no desenvolvimento de alguns binômios que serão estudados no tópico seguinte. 43 Neste tópico, começaremos analisando algumas situações, pois nossa intenção é partir da necessidade de facilitar o desenvolvimento de algumas potências. Situação I - O desenvolvimento de n( x y )+ para alguns valores de n são: • 0( x y ) 1+ = • 1( x y ) 1x 1y+ = + • 2 2 2 2 2( x y ) (x y).(x y) x xy yx y 1x 2xy 1y+ = + + = + + + = + + • 3 2 2 2( x y ) (x y) .(x y) (1x 2xy 1y ).(x y)+ = + + = + + + 3 3 2 2 3 ( 1) 1x 3x y 3xy 1yxÞ + = + + + Percebemos que, na medida em que o natural n cresce, o processo de desenvolvimento torna-se cada vez mais cansativo. ExEmplo 1: Podemos desenvolver 3( x y )+ , da seguinte forma: 3( x y ) (x y) . (x y) . (x y)+ = + + + Se aplicarmos a propriedade distributiva, em cada um dos fatores escolheremos x ou y. Assim, cada termo do desenvolvimento envolve um produto de três letras. Para uma melhor compreensão, visualizemos na figura 1 o “Diagrama de Árvore”. TÓPICO 2 Binômio de Newton ObjetivO • Utilizar os coeficientes binomiais no desenvolvimento de potências do tipo (ax+b)n AULA 3 TÓPICO 2 Matemát ica D isc re ta44 Figura 1: Arvore das possibilidades para o desenvolvimento (x+y)3 O resultado da potência 3( x y )+ é obtido pela soma dos termos encontrados, ou seja, 3 3 2 2 3( x y ) x 3x y 3xy y+ = + + + (mesmo resultado encontrado anteriormente). Através deste exemplo podemos retirar as seguintes informações: • Existe apenas uma maneira de se obter 3x , que é pelo produto x.x.x , ou seja, seu coeficiente é 3 1 ; 0 æ ö÷ç ÷= ç ÷ç ÷çè ø • Existe três maneiras de se obter 2x y , que é pelo produto x.y.x , x.x.y e y.x.x, ou seja, seu coeficiente é 3 3 ; 1 æ ö÷ç ÷= ç ÷ç ÷çè ø • Existe três maneiras de se obter 2xy , que é pelo produto y.y.x , x.y.y e y.x.y, ou seja, seu coeficiente é 3 3 ; 2 æ ö÷ç ÷= ç ÷ç ÷çè ø • Existe apenas uma maneira de se obter 3y , que é pelo produto y.y.y , ou seja, seu coeficiente é 3 1 ; 3 æ ö÷ç ÷= ç ÷ç ÷çè ø Em resumo: 3 3 2 2 3 3 3 3 3 (x y) x x y x y y 0 1 2 3 æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷+ = + + +ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç çè ø è ø è ø è ø De um modo geral, a potência n(x y)+ , com x, y RÎ e n NÎ é conhecida como Binômio de Newton. Para desenvolvê-la, devemos efetuar o produto: n vezes (x y) . (x y) . ... . (x y)+ + + at e n ç ã o ! Vimos que o número de combinações de n elementos tomados p a p é dado por n! p! (n p)!- . Porém, existem outras formas de indicar esse cálculo, que são: p nC ou n p æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø . 45 Assim, iremos obter a seguinte fórmula: n n 0 n - 1 1 n - 2 2 n - 3 3 n - k k n n n n ( x y ) x y x y x y 0 1 2 n n n x y ... x y ... xy 3 k n æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷+ = + + +ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç çè ø è ø è ø æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷+ + + +ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ç ç çè ø è ø è ø O coeficiente de n - k kx y é dado pelo número de combinações de n elementos, tomados k a k, onde n e k são naturais, com n ≥ k, e é chamado de número binomial de n sobre k. Aqui, dizemos que n é o numerador e k o denominador do número binomial. Percebe-se que os expoentes do x decrescem, de 1 em 1 unidade, e os expoentes do y crescem até n, também de 1 em 1 unidade. ExEmplo 2: O binômio ( )32 2a 2b+ é dado por: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )0 1 2 33 2 1 02 2 2 2 3 3 3 3 . 2a . 2b . 2a . 2b . 2a . 2b . 2a . 2b 0 1 2 3 æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷+ + +ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç çè ø è ø è ø è ø Utilizado a fórmula de combinação, junta a algumas operações básicas, obtemos: ( )32 3 2 2 4 6 2a 2b 8a 24 a b 24 ab 8b+ = + + + ExEmplo 3: No desenvolvimento de 8(a b) ,+ os coeficientes do 3º e do 7º termos são iguais. JuStificativa: Os coeficientes do 3º e do 7º termos são dados por 8 8 e , 2 6 æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø respectivamente, que, pela Propriedade dos binomiais complementares, são iguais, uma vez que 2 + 6 = 8. v o c ê s a b i a? A linha n do Triângulo de Pascal é composta pelos coeficientes binomiais do desenvolvimento do Binômio de Newton ( )n x y + , para os valores crescentes de n. AULA 3 TÓPICO 2 Matemát ica D isc re ta46 ExErcícioS rESolvidoS No desenvolvimento de ( )15 x y ,+ qual o 9º termo? rESolução: Recorrendo à fórmula do Binômio de Newton, descobriremos que o termo é dado por 15 - 8 8 15 x y 8 æ ö÷ç ÷ç ÷ç ÷çè ø , ou seja, o 9º termo o binômio ( )15 x y + é 7 86 435 x y . 2. Desenvolva ( )5 2x y - , utilizando a fórmula do Binômio de Newton. rESolução: Podemos enxergar o binômio acima da seguinte forma: ( ) 5 2 x yé ù+ -ë û , ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) 5 2 35 4 3 2 4 5 5 5 5 5 2x -y 2x 2x -y 2x -y 2x -y 0 1 2 3 5 5 2x -y -y 4 5 æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç çé ù ÷ ÷ ÷ ÷+ = + + + +ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ë û ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç çè ø è ø è ø è ø æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷+ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø Logo, ( )5 5 4 3 2 2 3 4 5 2x y 32x 80 x y 80 x y 40 x y 10 xy y- = - + - + - 3. Desenvolva e simplifique a potência 41 a b 2 æ ö÷ç + ÷ç ÷çè ø . rESolução: 4 0 1 2 4 3 2 3 4 1 0 4 4 41 1 1 1 a b a b a b a b 0 1 22 2 2 2 4 41 1 a b a b 3 42 2 æ ö æ ö æ öæ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷+ = + + +ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç çç ç ç÷ ÷ ÷ç ç çè ø è ø è ø è øè ø è ø è ø æ ö æ öæ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷+ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷÷ ÷ç çç ç÷ ÷ç çè ø è øè ø è ø Partindo da propriedade dos binomiais complementares, não é necessário calcular todos os “números binomiais”. Analisemos, especificamente, a situação abaixo: 4 0 1 2 4 3 2 3 4 1 0 4 4 41 1 1 1 a b a b a b a b 0 1 22 2 2 2 4 41 1 a b a b 3 42 2 æ ö æ ö æ öæ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷+ = + + +ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç÷ ÷ ÷÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç çç ç ç÷ ÷ ÷ç ç çè ø è ø è ø è øè ø è ø è ø æ ö æ öæ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷+ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷÷ ÷ç çç ç÷ ÷ç çè ø è øè ø è ø 47 Veja que 4 4 0 4 æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷=ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø e 4 4 1 3 æ ö æ ö÷ ÷ç ç÷ ÷=ç ç÷ ÷ç ç÷ ÷ç çè ø è ø e lembre-se de que n, p n! C p!(n p)! = - Simplificando, temos: 4 4 3 2 2 3 41 3 1 1 a b a 2 a b a b a b b 2 2 2 16 æ ö÷ç + = + + + +÷ç ÷çè ø 4. No desenvolvimento de ( )15x 3y- qual é a soma de todos os coeficientes? rESolução: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )2 3 4 55 5 4 3 2 5 5 5 5 5 5 ( x 3 y ) x x -3y x -3y x -3y x -3y -3y 0 1 2 3 4 5 æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö æ ö÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷- = + + + + +ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç ç÷ ÷ ÷ ÷ ÷ ÷ç ç ç ç ç çè ø è ø è ø è ø è ø è ø ( ) ( ) ( ) ( ) ( )2 3 4 55 5 4 3 2( x 3 y ) 1.x 5. x -3y 10. x -3y 10. x -3y 5. x -3y -3y- = + + + + + 5 5 4 3 2 2 3 4 5( x 3 y ) x -15 x y 90 x y -270 x y 405 xy -243 y- = + + Os coeficientes de ( )15x 3y- são: 1, (-15), 90, (-270), 405 e (-243) . Sendo assim, a soma é: 1+ (-15) + 90 + (-270) + 405 + (-243) = -32 Vimos neste tópico que os coeficientes binomiais nos ajudam no desenvolvimento de algumas potências, que são conhecidas como Binômio de Newton. No próximo tópico, conheceremos a sequência de Fibonacci, assim como algumas relações entre os números que compõe essa relação. AULA 3 TÓPICO 2 48 Matemát ica D isc re ta TÓPICO 3 Números de Fibonacci ObjetivOs • Conhecer a sequência dos números de Fibonacci e algu- mas relações entre os números desta sequência • Entender as aplicações dos números de Fibonacci na natureza Neste tópico, iremos trabalhar com os números de Fibonacci, que recebem este nome em homenagem ao matemático italiano, Leonardo de Pisa, mais conhecido como Fibonacci. Teremos ainda a oportunidade de analisarmos algumas importantes propriedades, assim como as relações existentes entre estesnúmeros. Iniciaremos nosso estudo através do seguinte problema: Quantos pares de coelhos podem ser gerados em um casal de coelhos durante um ano? Abaixo estão listadas as condições de vida destes coelhos. • No primeiro mês temos um casal de coelhos. Estes dois coelhos acabaram de nascer. • Um coelho só atinge a maturidade sexual ao fim de um mês. • O período de gestação de um coelho dura um mês. • Ao atingirem a maturidade sexual, a fêmea irá dar à luz todos os meses. • A mãe irá dar um casal de coelho todos os meses. • Os coelhos nunca morrem. Seguindo as condições de vida, citadas acima, analisemos o comportamento do número de pares de coelhos que surgem ao longo dos quatro primeiros meses: 1º mês: um casal inicial de coelhos (chamemos de casal 1); s a i b a m a i s ! No endereço http://www.educ.fc.ul.pt/icm/ icm99/icm41/suc-fib.htm você poderá encontrar o desenvolvimento, passo a passo, do nosso problema. http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm41/suc-fib.htm http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm41/suc-fib.htm 49 2º mês: o casal 1 acaba de atingir a idade sexual; 3º mês: o casal 1 + o novo casal (casal 2); 4º mês: o casal 1 dá origem a mais um casal (casal 3), porém o casal 2 acaba de atingir a idade sexual. Através desta linha de raciocínio e, sempre de acordo com as condições de vida citadas, chegaremos à seguinte sequência de inteiros positivos: Tais números mostram, respectivamente, a quantidade de pares de coelhos nos meses 1, 2, 3, 4, ... . Veja que f1 = f2 = 1 e f n = f n - 1 + f n – 2 para n > 2 rElação EntrE oS númEroS dE fibonacci E o triângulo dE paScal Vimos, no tópico anterior, que o Triângulo de Pascal pode ser substituído pelos seus respectivos valores. Fazendo algumas observações, Leonardo de Pisa percebeu que os mesmo números que surgiram no “problema dos coelhos”, também surgiram através da soma de vários números binomiais, veja a seguir: algunS tEorEmaS rElacionadoS aoS númEroS dE fibonacci a) A soma dos n primeiros números de Fibonacci é igual a f n + 2 – 1 dEmonStração: Analisando a sequência, temos que: f1 = f3 – f2 = f3 – 1 , f2 = f4 – f3 ... enfim, fn = fn+2 – fn+1 v o c ê s a b i a? Leonardo de Pisa escreveu, em 1202, um livro denominado Liber Abacci, que chegou a nós, graças à sua segunda edição de 1228. A teoria contida neste livro é ilustrada com muitos problemas, sendo que um destes problemas é justamente O problema dos pares de coelhos. AULA 3 TÓPICO 3 Matemát ica D isc re ta50 Somando, ordenadamente, todas essas n igualdades e simplificando, obtemos: n i n 2 1 f f 1+= -å 2. A soma dos n primeiros números de Fibonacci, com índices ímpares, é igual a f 2n 3. Soma dos n primeiros números de Fibonacci , com índices pares é igual f 2n+1 -1 4. A soma dos quadrados dos n primeiros números de Fibonacci é igual a f n f n+1 ; algumaS propriEdadES doS númEroS dE fibonacci 1. Dois números de Fibonacci consecutivos são primos entre si. dEmonStração: Precisamos mostrar que mdc (fn , fn+1) = 1. Assim sendo, recorreremos ao algoritmo de Euclides: n 1 n n 1 n n 1 n 2 4 3 2 3 2 f 1.f f f 1.f f . . . . . . . . f 1.f f f 2.f 0 + - - - = + = + = + = + Logo, o mdc ( )n 1 2, f 1nf f+ = = 2. O mdc de dois números de Fibonacci também é um número de Fibonacci. 3. Se /m nf f , então /m n e m e n são números de Fibonacci. 4. Soma dos quadrados de dois números de Fibonacci consecutivos também é um número de Fibonacci. Nessa aula vimos que desenvolver o Binômio de Newton, recorrendo ao Triângulo de Pascal, que é decorrência do estudo do nosso primeiro tópico - Coeficientes Binomiais - é uma forma mais rápida de se chegar ao seu resultado. Também tivemos oportunidade de conhecermos os Números de Fibonacci e alguns teoremas e propriedades. 51 Caro(a) aluno(a), Nesta aula, pretendemos proporcionar a você uma base razoável a respeito da teoria dos conjuntos, bem como ajudá-lo a construir conhecimentos sobre os métodos que relacionam dois conjuntos. No primeiro tópico, faremos um estudo sobre alguns conceitos de conjuntos e, no tópico seguinte, estudaremos as relações binárias que são usadas em muitos ramos da matemática, como aritmética, geometria, álgebra linear, ciência da computação, assim como no conceito de funções, na teoria dos grafos (que serão estudados mais adiante), etc. Objetivos • Familiarizar-se com a linguagem correta da teoria dos conjuntos • Conhecer mecanismos que permitam relacionar dois conjuntos, como é o caso da relação binária AULA 4 Conjuntos e relações AULA 4 52 Matemát ica D isc re ta TÓPICO 1 Conjuntos ObjetivOs • Compreender o uso da linguagem da teoria dos conjuntos • Realizar operações com conjuntos • Conhecer as notações mais importantes da teoria dos conjuntos Neste tópico, vamos recordar essencialmente algumas notações que são usadas para conjuntos. Vamos considerar a noção de conjuntos como primitiva, partindo do princípio de que um conjunto é composto por elementos, que são objetos materiais abstratos que têm alguma propriedade em comum. Usamos letras maiúsculas para nomear conjuntos e minúsculas quando nos referirmos aos seus elementos. Para indicar que o elemento a é um elemento do conjunto A escrevemos Aa Î . Os conjuntos podem ser especificados basicamente de três modos: 1ª) através do diagrama (chamado diagrama de Venn), utilizado quando se pretende representar um conjunto finito com uma quantidade relativamente reduzida de elementos; 2ª) por extensão, que consiste em exibir todos os elementos que os constituem; 3ª) indicando uma propriedade que caracteriza os seus elementos. Assim, por exemplo, as três formas de representar o conjunto dos números Rx Î tais que o quadrado de x somado com triplo de x mais 2 seja nulo, são: 1ª) { }1, 2 2ª) { }2R / 3 2 0x x xÎ + + = 3ª) escrevendo os elementos no interior de um “balão” (diagrama de Venn) 53 Figura 1 – Diagrama de Venn 1. algumaS notaçõES importantES Sejam A e B conjuntos, assim: Aa Î : a pertence a A, a é elemento de A Aa Ï : a não pertence a A A B= : igualdade de conjuntos (qualquer que seja x, A x Bx Î Þ Î ) A BÍ : A subconjunto de B ( x, x A" Î então x BÎ ) A B:Ê A contém B ou A BÍ . A B:Ì A é subconjunto próprio de B ( A B A BÍ Ù ¹ ) A B:É A contém propriamente o conjunto A B:¹ A não é subconjunto de B nem B é subconjunto de A. 0{ } ou :Æ Conjunto vazio. 2. opEraçõES com conJuntoS O conjunto dos subconjuntos de A ou conjunto das partes de A, representado por ( )P A ou A2 é o conjunto formado por todos os subconjuntos de A. Qualquer conjunto A pertence ao seu conjunto dos subconjuntos, ou seja, A ( )P AÎ . Vejamos alguns exemplos: { } { } { } { } { } { } { } { }{ }P( 1, 2, 3 ) , 1 , 2 , 3 , 1, 2 , 1, 3 , 2, 3 , 1, 2, 3= Æ . O conjunto { }( )˘?˘˘ tem 23 elementos. Também é possível se verificar que { }( )( )P P 1, 2, 3 tem 322 elementos. Se A tem n elementos, ( )P A tem 2n elementos. Com efeito, se A tem n elementos, para formar cada subconjunto, deve-se decidir qual(is) elemento(s) farão parte do subconjunto P(A). Assim, o primeiro elemento tem duas possibilidades: ou faz parte ou não de um determinado subconjunto de AULA 4 TÓPICO 1 Matemát ica D isc re ta54 A. Para o segundo elemento, também há duas possibilidades. Seguindo o mesmo raciocínio para os demais elementos. Por último, temos 2 possibilidades para o n-ésimo elemento. Dessa forma, pelo Princípio Fundamental da Contagem (PFC), temos: 2x2x2x...x2 (n vezes) que dá 2n. Um conjunto A não vazio é finito se e somente se existir uma bijeção de A em { } x N/x nÎ < , n NÎ . Assim n é chamado cardinal de A, cuja notação é “#A ”, e representa o número de elementos de A. Dessa forma o cardinal do conjunto vazio é zero. A interseção do conjunto A com o conjunto B representada por A BÇ é composta pelos elementos que pertencem a A e B simultaneamente. Assim: { }A