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CNU
Concurso Nacional Unificado
Bloco 8 - Nível Intermediário
Língua Portuguesa
PIRATARIA 
É CRIME!
Todos os direitos autorais deste material são reservados e 
protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial 
ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por 
escrito da Nova Concursos.
Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal, 
com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento 
de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado 
sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido 
com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
Não seja prejudicado com essa prática. 
Denuncie aqui: sac@novaconcursos.com.br
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................5
COMPREENSÃO DE TEXTOS ............................................................................................................... 5
A ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DOS VÁRIOS MODOS DE ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA ................ 10
COERÊNCIA E COESÃO ...................................................................................................................... 17
ORTOGRAFIA ...................................................................................................................................... 25
CLASSE, ESTRUTURA, FORMAÇÃO E SIGNIFICAÇÃO DE VOCÁBULOS ...................................... 31
DERIVAÇÃO .......................................................................................................................................................35
COMPOSIÇÃO ...................................................................................................................................................37
Linguagem Figurada ........................................................................................................................................ 39
A ORAÇÃO E SEUS TERMOS ............................................................................................................. 40
A ESTRUTURAÇÃO DO PERÍODO ..................................................................................................... 53
AS CLASSES DE PALAVRAS: ASPECTOS MORFOLÓGICOS, SINTÁTICOS E 
ESTILÍSTICOS ..................................................................................................................................... 60
PONTUAÇÃO.....................................................................................................................................101
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LÍNGUA PORTUGUESA
COMPREENSÃO DE TEXTOS
A interpretação e a compreensão textual são aspectos essenciais a serem dominados por aque-
les candidatos que buscam a aprovação em seleções e concursos públicos. Trata-se de um assunto 
que abrange questões específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer e dominar estratégias 
que facilitem a apreensão desse assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e a aprovação.
Além disso, seja a compreensão textual, seja a interpretação textual, ambas guardam uma rela-
ção de proximidade com um assunto pouco explorado pelos cursos de português: a semântica, que 
incide suas relações de estudo sobre as relações de sentido que a forma linguística pode assumir.
Portanto, neste material você encontrará recursos para solidificar seus conhecimentos em 
interpretação e compreensão textual, associando a essas temáticas as relações semânticas que 
permeiam o sentido de todo amontoado de palavras, tendo em vista que qualquer aglomeração 
textual é, atualmente, considerada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa ser reco-
nhecido por quem o lê.
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma breve diferença entre os termos compreen-
são e interpretação textual. 
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo sentido, mas, como pretendemos deixar claro 
neste material, ainda que existam relações de sinonímia entre palavras do nosso vocabulário, a 
opção do autor por um termo ao invés de outro reflete um sentido que deve ser interpretado no 
texto, uma vez que a interpretação realiza ligações com o texto a partir das ideias que o leitor 
pode concluir com a leitura.
Já a compreensão busca a análise de algo exposto no texto, e, geralmente, é marcada por uma 
palavra ou uma expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáticas. A compreensão tex-
tual estipula aspectos linguísticos essencialmente relacionados à significação das palavras e, por 
isso, envolve uma forte ligação com a semântica.
Sabendo disso, é importante separarmos os conteúdos que tenham mais apelo interpretativo 
ou compreensivo. 
Esses assuntos completam o estudo basilar de semântica com foco em provas e concursos, sem-
pre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a estudar com afinco e dedicação, sem 
esquecer de praticar seus conhecimentos realizando a seleção de exercícios finais, selecionados 
especialmente para que este material cumpra o propósito de alcançar sua aprovação.
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO
A inferência é uma relação de sentido conhecida desde a Grécia Antiga e que embasa as 
teorias sobre interpretação de texto.
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Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do texto nas linhas apresentadas. 
Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas. 
A primeira e mais importante delas é identificar a orientação do pensamento do autor do texto, 
que fica perceptível quando identificamos como o raciocínio dele foi exposto, se de maneira mais 
racional, a partir da análise de dados, informações com fontes confiáveis ou se de maneira mais 
empirista, partindo dos efeitos, das consequências, a fim de se identificar as causas.
Por isso, é preciso compreender como podemos interpretar um texto mediante estratégias de 
leitura. Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, que é intrigante e de grande profun-
didade acadêmica; neste material, selecionamos as estratégias mais eficazes que podem contri-
buir para sua aprovação em seleções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura que focam nas formas de inferência sobre 
um texto. Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre o processo de inferência, que se 
dá por dedução ou por indução. Para entender melhor, veja este exemplo:
O marido da minha chefe parou de beber. 
Observe que é possível inferir várias informações a partir dessa frase. A primeira é que a 
chefe do enunciador é casada (informação comprovada pela expressão “marido”), a segunda 
é que o enunciador está trabalhando (informação comprovada pela expressão “minha che-
fe”) e a terceira é que o marido da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada pela 
expressão “parou de beber”). Note que há pistas contextuais do próprio texto que induzem o 
leitor a interpretar essas informações. 
Tratando-se de interpretação textual, os processos de inferência, sejam por dedução ou 
por indução, partem de uma certeza prévia para a concepção de uma interpretação, construí-
da pelas pistas oferecidas no texto junto da articulação com as informações acessadas pelo 
leitor do texto.
A seguir, apresentamos um fluxograma que representa como ocorre a relação desses 
processos:
INFERÊNCIA
DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
A partir desse esquema, conseguimos visualizar melhor como o processo de interpretação 
ocorre. Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estratégias que compõem cada 
maneira de inferir informações de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos seguintes 
como usar estratégias de cunho dedutivo, indutivo e, ainda, como articular a isso o nosso conheci-
mento de mundo na interpretação de textos.
A Indução
As estratégias de interpretação que observam métodos indutivos analisam as “pistas”que 
o texto oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certeza na interpretação. Dessa for-
ma, é fundamental buscar uma ordem de eventos ou processos ocorridos no texto e que 
variam conforme o tipo textual.
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Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos identificar uma organização cronológi-
ca e espacial no desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, pelo uso do pretérito 
imperfeito; na descrição, podemos organizar as ideias do texto a partir da marcação de adje-
tivos e demais sintagmas nominais; na argumentação, esse encadeamento de ideias fica mar-
cado pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma ideia/ponto de vista.
No processo interpretativo indutivo, as ideias são organizadas a partir de uma especifica-
ção para uma generalização. Vejamos um exemplo:
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no 
tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. 
São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capa-
zes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às 
ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por concei-
tos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. (Barreto, 2010, p. 21)
O trecho em destaque na citação do escritor Lima Barreto, em sua obra “Recordações do 
escrivão Isaías Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento indutivo compõe a inter-
pretação e decodificação de um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estratégias usadas 
para identificar essa forma de interpretar, deixamos a seguir dicas de como buscar a organi-
zação cronológica de um texto.
PROCURE SINÔNIMOS
A propriedade vocabular leva o cérebro a aproximar 
as palavras que têm maior associação com o tema 
do texto
ATENÇÃO AOS CONECTIVOS
Os conectivos (conjunções, preposições, prono-
mes) são marcadores claros de opiniões, espaços 
físicos e localizadores textuais
A Dedução
A leitura de um texto envolve a análise de diversos aspectos que o autor pode colocar 
explicitamente ou de maneira implícita no enunciado. 
Em questões de concurso, as bancas costumam procurar nos enunciados implícitos do 
texto aspectos para abordar em suas provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus conhecimentos prévios a partir de uma 
informação que julga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre o processo de inter-
pretação por dedução. Conforme Kleiman (2016, p. 47): 
Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o 
tema; ele estará também postulando uma possível estrutura textual; na predição ele estará ati-
vando seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará enriquecendo, refinando, checando esse 
conhecimento.
Fique atento a essa informação, pois é uma das primeiras estratégias de leitura para 
uma boa interpretação textual: formular hipóteses, a partir da macroestrutura textual; ou 
seja, antes da leitura inicial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual ao qual o texto 
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pertence, a fonte da leitura, o ano, entre outras informações que podem vir como “acessó-
rios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a leitura que deverá se seguir. Uma outra 
dica importante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já 
estarão agindo conforme um objetivo mais definido.
O processo de interpretação por estratégias de dedução envolve a articulação de três tipos 
de conhecimento:
 � conhecimento linguístico;
 � conhecimento textual;
 � conhecimento de mundo.
O conhecimento de mundo, por tratar-se de um assunto mais abrangente, será abordado 
mais adiante. Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
 z Conhecimento Linguístico
Esse é o conhecimento basilar para compreensão e decodificação do texto, envolve o reco-
nhecimento das formas linguísticas estabelecidas socialmente por uma comunidade linguís-
tica, ou seja, envolve o reconhecimento das regras de uma língua. 
É importante salientar que as regras de reconhecimento sobre o funcionamento da língua 
não são, necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras que estabelecem, por exem-
plo, no caso da língua portuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, que a ordem 
de escrita respeita o sistema sujeito-verbo-objeto (SVO) etc.
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento linguístico é aquele que “abrange desde 
o conhecimento sobre como pronunciar português, passando pelo conhecimento de vocabulário e 
regras da língua, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
Um exemplo em que a interpretação textual é prejudicada pelo conhecimento linguístico é o 
texto a seguir:
Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22/09/2020.
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Como é possível notar, o texto é uma peça publicitária escrita em inglês, portanto, somente 
os leitores proficientes nessa língua serão capazes de decodificar e entender o que está escri-
to; assim, o conhecimento linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas são algumas 
estratégias de interpretação em que podemos usar métodos dedutivos.
 z Conhecimento Textual
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conhecimento linguístico e se desenvolve pela 
experiência leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de textos, melhor se dá a sua 
compreensão. Nesse conhecimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque prepara sua 
leitura de acordo com o tipo de texto que está lendo. Não se lê uma bula de remédio como 
se lê uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma reportagem como se lê um poema.
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-se com a habilidade de reconhecer dife-
rentes tipos de discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais.
 z Conhecimento de Mundo
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental para a boa interpretação textual, por 
isso, é sempre importante que o candidato a cargos públicos reserve um tempo para ampliar 
sua biblioteca e buscar fontes de informações fidedignas, para, dessa forma, aumentar seu 
conhecimento de mundo.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso conhecimento de mundo que é rele-
vante para a compreensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso cérebro associar 
informações, a fim de compreender o novo texto que está em processo de interpretação.
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exercício para atestarmos a importância da 
ativação do conhecimento de mundo em um processo de interpretação. Leia o texto a seguir 
e faça o que se pede:
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou valentemente todos os risos desdenhosos 
que tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam” disse ele, “um ovo e não uma 
mesa tipificam corretamente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs fortes e resolutas 
saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes através de imensidões tranquilas, mas 
amiúde através de picos e vales turbulentos. (KLEIMAN, 2016, p. 24)
Agora tente responder às seguintes perguntas sobre o texto:
Quem é o herói de que trata o texto?
Quem são as três irmãs?
Qual é o planeta inexplorado?
Certamente, você não conseguiu responder nenhuma dessas questões, porém, ao desco-
brir o título desse texto, sua compreensão sobre essas perguntas será afetada. O texto se 
chama “A descoberta da América por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque res-
ponder às questões; certamente você não terá mais as mesmas dificuldades.
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar seus olhos por uma segunda vez a ele, 
já sabendo do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento prévio que é essencial para 
a interpretação de questões.
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A ORGANIZAÇÃOTEXTUAL DOS VÁRIOS MODOS DE ORGANIZAÇÃO 
DISCURSIVA
CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS
Tipos ou sequências textuais são unidades que estruturam o texto. Para Bronckart1, “são unida-
des estruturais, relativamente autônomas, organizadas em frases”.
Os tipos textuais marcam uma forma de organização da estrutura do texto, que se molda a 
depender do gênero discursivo e da necessidade comunicativa. Por exemplo, há gêneros que 
apresentam a predominância de narrações (contos, fábulas, romances, história em quadri-
nhos etc.). Já em outros, predomina a argumentação (redação do Enem, teses, dissertações, 
artigos de opinião etc.).
No intuito de conceituar melhor os tipos textuais, inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e 
apresentamos a seguinte figura, que demonstra como podemos identificar os tipos textuais e 
suas principais características, tendo em vista que cada sequência textual apresenta caracte-
rísticas próprias que pouco ou nada sofrem em alterações, mantendo uma estrutura linguís-
tica quase rígida que nos permite classificar os tipos textuais em cinco categorias (narrativo, 
descritivo, expositivo, instrucional e argumentativo).
FRASES TEXTOTIPO TEXTUAL
GÊNERO TEXTUAL
A partir dessa imagem, podemos identificar que a orientação gramatical mantida pelas 
frases apresenta marcas linguísticas, assinalando o tipo textual predominante que o texto 
deve manter, organizado pelas marcas do gênero textual ao qual o texto pertence.
TIPO TEXTUAL
Classifica-se conforme as marcas linguísticas apresentadas no 
texto. Também é chamado de sequência textual
GÊNERO TEXTUAL
Classifica-se conforme a função do texto, atribuída socialmente
Uma última informação muito importante sobre tipos textuais que devemos considerar é que 
nenhum texto é composto apenas por um tipo textual; o que ocorre é a existência de predominân-
cia de algumas sequências em detrimento de outras, de acordo com o texto.
A seguir, aprenderemos a diferenciar cada classe de tipos textuais, reconhecendo suas 
principais características e marcas linguísticas.
1 BRONCKART, 1999 apud CAVALCANTE, 2013.
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CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Narrativo
Os textos compostos predominantemente por sequências narrativas cumprem o objetivo de 
contar uma história, narrar um fato. Por isso, precisam manter a atenção do leitor/ouvinte e, para 
tal, lançam mão de algumas estratégias, como a organização dos fatos a partir de marcadores tem-
porais e espaciais, a inclusão de um momento de tensão (chamado de clímax) e um desfecho que 
poderá ou não apresentar uma moral.
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrativo pode ser caracterizado por sete 
aspectos. São eles:
 z Situação inicial: envolve a “quebra” de um equilíbrio, o que demanda uma situação 
conflituosa;
 z Complicação: desenvolvimento da tensão apresentada inicialmente;
 z Ações (para o clímax): acontecimentos que ampliam a tensão;
 z Resolução: momento de solução da tensão;
 z Situação final: retorno da situação equilibrada;
 z Avaliação: apresentação de uma “opinião” sobre a resolução;
 z Moral: apresentação de valores morais que a história possa ter apresentado.
Esses sete passos podem ser encontrados no seguinte exemplo, a canção “Era um garoto 
que como eu...” Vamos lê-la e identificar essas características, bem como aprender a identifi-
car outros pontos do tipo textual narrativo.
Era um garoto que como eu Amava os Beatles e os Rolling Stones 
Girava o mundo sempre a cantar
As coisas lindas da América
Não era belo, mas mesmo assim 
Havia mil garotas a fim 
Cantava Help and Ticket to Ride 
Oh Lady Jane e Yesterday
Cantava viva à liberdade
Situação inicial: predomínio de equilíbrio
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou
Fora chamado na América
Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs
Complicação: início da tensão
Mandado foi ao Vietnã
Lutar com vietcongs Clímax
Era um garoto que como eu 
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo, mas acabou
Fazendo a guerra no Vietnã
Resolução
Cabelos longos não usa mais 
Não toca a sua guitarra e sim 
Um instrumento que sempre dá
A mesma nota,
ra-tá-tá-tá
Não tem amigos, não vê garotas 
Só gente morta caindo ao chão 
Ao seu país não voltará
Pois está morto no Vietnã [...]
Situação final / Avaliação
No peito, um coração não há 
Mas duas medalhas sim Moral
Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021.
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Essas sete marcas que definem o tipo textual narrativo podem ser resumidas em marcas 
de organização linguística que são caracterizadas por:
 z presença de marcadores temporais e espaciais;
 z verbos, predominantemente, utilizados no passado;
 z presença de narrador e personagens.
Importante!
Os gêneros textuais que são predominantemente narrativos apresentam outras tipologias 
textuais em sua composição, tendo em vista que nenhum texto é composto exclusivamen-
te por uma sequência textual. Por isso, devemos sempre identificar as marcas linguísticas 
que são predominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
Para sua compreensão, também é necessário saber o que são marcadores temporais e 
espaciais. São formas linguísticas como advérbios, pronomes, locuções etc. utilizadas para 
demarcar um espaço físico ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrativos, esses ele-
mentos são essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da história, além de garantirem 
a coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais e espaciais: atualmente, naquele dia, 
nesse momento, aqui, ali, então... 
Outro indicador do texto narrativo é a presença do narrador da história. Por isso, é impor-
tante aprendermos a identificar os principais tipos de narrador de um texto:
Narrador: também conhecido como foco nar-
rativo, é o responsável por contar os fatos que 
compõem o texto
Narrador personagem: verbos flexionados em 
1ª pessoa. O narrador participa dos fatos
Narrador observador: verbos flexionados em 3ª 
pessoa. O narrador tem propriedade dos fatos 
contados, porém, não participa das ações
Narrador onisciente: os fatos podem ser con-
tados na 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador 
conhece os fatos e não participa das ações, 
porém, o fluxo de consciência do narrador pode 
ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa
Alguns gêneros conhecidos por suas marcas predominantemente narrativas são notícia, 
diário, conto, fábula, entre outros. É importante reafirmar que o fato de esses gêneros serem 
essencialmente narrativos não significa que não possam apresentar outras sequências em 
sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na classificação correta, é sempre essencial 
atentar-se às marcas que predominam no texto.
Após demarcarmos as principais características do tipo textual narrativo, vamos agora 
conhecer as marcas mais importantes da sequência textual classificada como descritiva.
Descritivo
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêne-
ros que utilizam esse tipo textual geralmente utilizam a sequência descritiva como suporte 
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para um propósito maior. São exemplos de textos cujo tipo textual predominante é a descri-
ção: relato de viagem, currículo, anúncio, classificados, lista de compras.
Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, que relata, no ano de 1500, suas impres-
sões a respeito de alguns aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil.
Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como 
pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco 
mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, 
do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua 
cor natural. Outratrazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos 
pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso 
desvergonha nenhuma.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/. Acesso em: 30 ago. 2021.
Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da des-
crição do cenário e dos personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, 
vermelho, nuas, tingida, descobertas etc.). A carta de Pero Vaz constitui uma espécie de relato 
descritivo utilizado para manter a comunicação entre a Corte Portuguesa e os navegadores.
Considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se um 
gênero menos usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros, como, por exemplo, o 
e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar de forma esquemática em alguns gêne-
ros, como podemos ver no cardápio a seguir: 
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-
desenhos-para-divulgar-cardapio-e-ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso em: 30 ago. 2021.
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Note que há a presença de muitos adjetivos, locuções, substantivos, que buscam levar o 
leitor a imaginar o objeto descrito. O gênero mostrado apresenta a descrição das refeições 
(pão, croissant, feijão, carne etc.) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, 
salgado, com calabresa, moída etc.). Ele está organizado de forma esquematizada em seções 
(salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a facilitar a leitura (o pedido, no caso) do 
cliente.
Expositivo
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a fim de deixar claro o tema principal 
do texto. Nesse tipo textual, é muito comum a presença de dados, informações científicas, 
citações diretas e indiretas, que servem para embasar o assunto do qual o texto trata. Para 
ilustrar essa explicação, veja o exemplo a seguir:
Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-
agua
O infográfico acima apresenta as informações pertinentes sobre o panorama mundial da situa-
ção da água no ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor informado a 
respeito do tema tratado, e para isso, o autor dispõe, além da linguagem clara e objetiva, de recur-
sos visuais para atingir esse objetivo. 
Assim como os tipos textuais apresentados anteriormente, os textos expositivos também 
apresentam uma estrutura que mistura elementos tipológicos de outras sequências textuais, 
tendo em vista que, para apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descritivos, narrativos 
e, por vezes, injuntivos.
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É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, serem confundidos 
com textos argumentativos, uma vez que existem textos argumentativos que são classifica-
dos como expositivos, pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma argumentação. 
Outra importante diferença entre a sequência expositiva e a argumentativa é que esta 
apresenta uma opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem para a argumentação, 
uma vez que o fato exposto é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento sobre 
uma questão não é posto em debate. 
Apresenta-se um conceito e expõem-se as características desse conceito sem espaço para 
opiniões.
Marcas linguísticas do texto expositivo:
 z Apresenta informações sobre algo ou alguém, presença de verbos de estado;
 z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que organizam a informação;
 z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumerativos;
 z Presença de figuras de linguagem como metáfora e comparação;
 z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao final do texto.
Os textos expositivos são comuns em gêneros científicos ou que desencadeiam algum 
aspecto de curiosidade nos leitores, como o exemplo a seguir:
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO-
NARAM O MUNDO
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43
Hedy Lamarr - conexão wireless
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” 
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy 
Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia 
controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer-
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên-
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini-
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde, 
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o 
Wi-Fi e o Bluetooth.
Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acessado em: 07/09/2020. Adaptado.
Instrucional ou Injuntivo
O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é caracterizado por estabelecer um “propósito 
autônomo” (Cavalcante, 2013, p. 73) que busca convencer o leitor a realizar alguma tarefa. 
Esse tipo textual é predominante em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na internet, 
horóscopos e também nos manuais de instrução.
A principal marca linguística dessa tipologia é a presença de verbos conjugados no modo 
imperativo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar 
persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.
Para que possamos identificar corretamente essa tipologia textual, faz-se necessário obser-
var um gênero textual que apresente esse tipo de texto, como o exemplo a seguir:
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Como faço para criar uma conta do Instagram?
Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) 
ou Google Play Store (Android).
2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone 
para abri-lo.
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de 
telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira 
seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi-
rá um código de confirmação), toque em Avançar. Tam-
bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se 
cadastrar com sua conta do Facebook.
4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te-
lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha 
as informações do perfil e toque em Avançar. Se você 
se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na 
conta do Facebook, caso tenha saído dela.
Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acessado em: 07/09/2020.
No exemplo acima, podemos destacar a presença de verbos conjugados no modo imperativo, 
como: baixe, toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como: instalar, cadastrar, avan-
çar. Outra característica dos textos injuntivos é a enumeração de passos a serem cumpridos para 
a realização correta da tarefa ensinada e também a fim de tornar a leitura mais didática.
É importante lembrar que a principal marca linguística dessa tipologia é a presença de verbos 
conjugados no modo imperativo e em sua forma infinitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia 
buscar persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.
Argumentativo
O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais complexo e, por vezes, pode apresentar 
maior dificuldade na identificação, bem como em sua análise.
O texto argumentativo tem por objetivo a defesa de um ponto de vista, portanto, envol-
ve a defesa de uma tese e a apresentação de argumentos que visam sustentar essa tese. 
Alguns exemplos de textos argumentativos são artigos, monografias, ensaios científicos e filo-
sóficos, dentre outros.
Outro aspecto importante dos textos argumentativos é que eles são compostos por estru-
turas linguísticas conhecidas como operadores argumentativos, que organizam as orações 
subordinadas, estruturas mais comuns nesse tipo textual.
A seguir, apresentamos um quadro sintético com algumas estruturas linguísticas que 
funcionam como operadores argumentativos e que facilitam a escrita e a leitura de textos 
argumentativos:
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
É incontestávelque...
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
É mister / é fundamental / é essencial...
Observe o exemplo a seguir: 
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“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas doenças rela-
cionadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe compensam o dinheiro gasto 
com essas doenças. Além disso, as empresas têm grandes prejuízos por causa de afastamentos 
de trabalhadores devido aos males causados pelo fumo. Portanto, é mister que sejam proibidas 
quaisquer propagandas de cigarros em todos os meios de comunicação.”
Disponível em: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/texto-argumentativo/argumentacao.html. Acesso 
em: 30 ago. 2021. Adaptado.
Essas estruturas, quando utilizadas adequadamente no texto argumentativo, expõem a 
opinião do autor, ajudando na defesa de seu ponto de vista e construindo a estrutura argu-
mentativa desse tipo textual.
COERÊNCIA E COESÃO
Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organizar as ideias apresentadas de modo 
a torná-lo coeso e coerente. Porém, como fazer para que essa organização mantenha esse 
padrão? Para descobrir, primeiro é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência e 
por que buscar esse padrão é importante.
Os textos não são somente um aglomerado de palavras e frases escritas. Suas partes devem 
ser articuladas e organizadas harmoniosamente de maneira que o texto faça sentido como 
um todo. A ligação, a relação, os nexos entre essas partes estabelecem o que se chama de 
coesão textual. Os articuladores responsáveis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto 
são conhecidos como recursos coesivos que devem ser articulados de forma que garanta uma 
relação lógica entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteligível e faça sentido em deter-
minado contexto. A respeito disso, temos a coerência textual, que está ligada diretamente à 
significação do texto, aos sentidos que ele produz para o leitor. 
COESÃO COERÊNCIA
Utiliza-se de elementos superficiais, dando-
-se ênfase na forma e na articulação entre as 
ideias
Subjacente ao texto, enfatiza-se o conteúdo e 
a produção de sentido/relação lógica
Podemos usar uma metáfora muito interessante quando se trata de compreender os pro-
cessos de coesão e coerência.
Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um prédio. Tal qual uma boa constru-
ção precisa de um bom alicerce para manter-se em pé, um texto bem construído depende 
da organização das nossas ideias, da forma como elas estão dispostas no texto. Isso significa 
que precisamos utilizar adequadamente os processos coesivos, a fim de defendermos nossas 
ideias adequadamente.
Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as principais formas de marcação, em um texto, 
de processos que buscam organizar as ideias em um texto, principalmente, os processos de 
coesão que, como dissemos, apresentam um apelo mais forte às formas linguísticas que os 
processos envolvendo a coerência.
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Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas características da coerência em um texto 
e como esse processo liga-se não apenas às formas gramaticais, mas, sobretudo, ao forte teor 
cognitivo. Tendo em vista que a coerência é construída, tal qual o sentido, coletivamente, 
não por acaso, o grande linguista e estudioso da língua portuguesa, Luis Antônio Marcuschi 
(2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico que se encontra mais na mente que no texto”.
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) para esclarecer ainda mais o conceito 
de coerência e passarmos ao estudo detalhado dos processos de coesão. A autora afirma que 
a coerência:
[...] Não está no texto em si; não nos é possível apontá-la, destacá-la ou sublinhá-la.. Ela se 
constrói [...] numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, com base em seus conheci-
mentos sociocognitivos e interacionais e na materialidade linguística, confere sentido ao que 
lê (2013, p. 31).
A seguir iremos nos deter aos processos de coesão importantes para uma boa compreen-
são e elaboração textual. É importante destacar que esses processos de coesão não podem ser 
dissociados da construção de sentidos implícita no processo de organização da coerência. No 
entanto, como nossa finalidade é tornar seu aprendizado mais fácil, separamos esses concei-
tos com fins estritamente didáticos.
COESÃO REFERENCIAL
A coesão é marcada por processos referenciais relacionados a ideias a partir de mecanis-
mos que inserem ou retomam uma porção textual. Os processos marcados pela referencia-
ção caracterizam-se pela construção de referentes em um texto, os quais se relacionam com 
as ideias defendidas no texto. Esse processo é marcado por vocábulos gramaticais e pode ser 
reconhecido pelo uso de algumas classes de palavras, das quais falaremos a seguir.
Antes, porém, faz-se mister reconhecer os processos referenciais que envolvem o uso de 
expressões anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013), “as expressões que reto-
mam referentes já apresentados no texto por outras expressões são chamadas de anáforas”. 
Vejamos o exemplo a seguir:
O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, que vivia de suas discretas lutas, no início de 
sua carreira. Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um jovem promissor, mas nunca se inte-
ressou realmente em evoluir, preferiu trabalhar para um agiota italiano chamado Tony Gazzo, com 
quem manteve uma certa amizade. Gazzo gostava de Rocky por ele ser descendente de italiano e o 
ajudou dando US$ 500,00 para o seu treinamento, na primeira luta que fez com Apollo Creed.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado.
A partir da leitura, podemos perceber que todos os termos destacados fazem referência a 
um mesmo referente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utilizado foi o uso de anáfo-
ras que assumem variadas formas gramaticais e buscam conectar as ideias do texto.
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Já os processos referenciais catafóricos apontam para porções textuais que ainda não 
foram mencionadas anteriormente no texto, conforme o exemplo a seguir: “Os documentos 
requeridos para os candidatos são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”
Dica
Em provas de concursos e seleções, ainda se encontra a terminologia “expressões refe-
renciais catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no material. No entanto, é importante 
salientar que, para linguistas e estudiosos, as anáforas são os processos referenciais que 
recuperam e/ou apontam para porções textuais.
Uso de Pronomes ou Pronominalização
Utilizar pronomes para manter a coesão de um texto é essencial, evitando-se repetições 
desnecessárias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como a classe de pronomes é vas-
ta, vamos enfatizar neste estudo os principais pronomes utilizados em recursos textuais para 
manter a coesão.
A pronominalização é a base de recursos anafóricos que recuperam porções textuais ou 
ainda um nome específico a que o autor faz referência no texto. Vejamos dois exemplos:
O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden foi quente, com diversas interrupções e 
acusações pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi a indicação de Trump da juíza conserva-
dora Amy Barrett para a Suprema Corte, depois da morte de Ruth Bader Ginsburg. O presidente 
defendeu que tem esse direito, pois os republicanos têm maioria no Senado [Casa que ratifica 
essa escolha] e criticou os democratas, dizendo “que eles ainda não aceitaram que perderam a 
eleição”. […]. 
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA são o país mais atingido pela pandemia - são 
7 milhões de casos e mais de 200 mil mortos. O âncora Chris Wallace perguntou aos dois o que 
eles fariam até que uma vacina aparecesse. Biden atacou o republicano dizendo que Trump “não 
tem um plano para essa tragédia”. Já Trumpcomeçou sua resposta atacando a China - “deve-
riam ter fechado suas fronteiras no começo” -, colocou em dúvida as estatísticas da Rússia e da 
própria China e, com pouca modéstia, disse que fez um “excelente trabalho” nesse momento dos 
EUA.
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua-debate-025314998.html. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado.
Após a leitura do texto, é possível notar que a recuperação da informação apresentada é 
feita a partir de muitos processos de coesão, porém, o uso dos pronomes destacados recupera 
o assunto informado e ajuda o leitor a construir seu posicionamento. É importante buscar 
sempre o elemento a que o pronome faz referência; por exemplo, o primeiro pronome pes-
soal destacado no texto refere-se ao termo “democratas”, já o segundo, faz referência aos 
presidenciáveis que participavam do debate. Nota-se, com isso, que esses pronomes apontam 
para uma parcela objetiva do texto, diferente do pronome “essa”, associado ao substantivo 
“tragédia”, que recupera uma parcela textual maior, fazendo referência ao momento de pan-
demia pelo qual o mundo passa.
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O uso de pronomes pode ser um aliado na construção da coesão, porém, o uso inadequado 
pode gerar ambiguidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a coesão. Ex.: Encon-
trei Matheus, Pedro e sua mulher.
Não é possível saber qual dos homens estava acompanhado.
Por fim, destacamos que as classes de palavras relacionadas neste capítulo com os pro-
cessos de coesão não podem ser vistas apenas sob a ótica descritiva-normativa, amplamente 
estudada nas gramáticas escolares. O interesse das principais bancas de concursos públicos 
é avaliar a capacidade interpretativa e racional dos candidatos, dessa feita, a análise de pro-
cessos coesivos visa analisar a capacidade do candidato de reconhecer a que e qual elemento 
está construindo as referências textuais.
Uso de Numerais
Conforme mencionamos anteriormente, o uso de categorias gramaticais concorre para a 
progressão textual; uma das classes gramaticais que auxilia esse processo é o uso de numerais.
Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que essa classe promove, auxiliando na 
ligação de ideias em um texto. Dessa forma, as expressões quantitativas, em algumas circuns-
tâncias, retomam dados anteriores numa relação de coesão. 
Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o primeiro era para os professores, o segun-
do para os alunos.
As formas destacadas são numerais ordinais que recuperam informação no texto, evitan-
do a repetição de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.
Uso de Advérbios
Muitos advérbios auxiliam no processo de recuperação e instauração de ideias no texto, 
auxiliando o processo de coesão. As formas adverbiais que marcam tempo e espaço podem 
também ser denominadas de marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:
Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem...
Perceba que esses advérbios só podem ser associados a um referente se forem instaurados 
no discurso, isto é, se mantiverem associação com as pessoas que produzem as falas. Assim, 
uma pessoa que lê “hoje não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala compreenderá 
que a marcação temporal refere-se ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso, esses 
elementos são conhecidos como dêiticos.
Independentemente de como são chamados, esses elementos colaboram para a ligação de 
ideias no texto, auxiliando também a construção da coesão textual.
Uso de Nominalização
As expressões que retomam ideias e nomes, já apresentados no texto, mediante outras for-
mas de expressão, podem ser analisadas como processos nominalizadores, incluindo subs-
tantivos, adjetivos e outras classes nominais.
Essas expressões recuperam informações mediante novos nomes inseridos no texto, ou 
ainda, com o uso de pronomes, conforme vimos anteriormente. Vejamos um exemplo:
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Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Belchior foi um cantor, compositor, músico, produ-
tor, artista plástico e professor brasileiro. Um dos membros do chamado Pessoal do Ceará, que inclui 
Fagner, Ednardo, Amelinha e outros. Bel foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a 
fazer sucesso internacional, em meados da década de 1970.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado.
Todas as marcações em negrito fazem referência ao nome inicial Antônio Carlos Belchior; 
os termos que se referem a esse nome inicial são expressões nominalizadoras que servem 
para ligar ideias e construir o texto.
Uso de Adjetivos
Os adjetivos também são considerados expressões nominalizadoras que fazem referência 
a uma porção textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo acima, a oração “Belchior 
foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plástico e professor” apresenta seis 
nomes que funcionam como adjetivos de Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informa-
ções sobre essa personalidade, referida anteriormente.
É importante recordar que não podemos identificar uma classe de palavra sem avaliar o 
contexto em que ela está inserida. No exemplo mencionado, as palavras cantor, compositor, 
músico, produtor, artista, professor são substantivos que funcionam como adjetivos e cola-
boram na construção textual.
Uso de Verbos Vicários
O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e significa “fazer as vezes”; assim, os verbos 
vicários são verbos usados em substituição de outros que já foram muito utilizados no texto. 
Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós esperávamos. 
O verbo “acontecer” foi substituído na segunda oração pelo verbo “foi”.
ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES
Ser: “Ele trabalha, porém não é tanto assim”
Fazer: “Poderíamos concordar plenamente, mas não o fizemos”
Aceitar: “Se ele não acatar a promoção não aceita por falta de interesse”
Foi: “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais”
Uso de Elipse
A elipse é uma forma de omissão de uma informação já mencionada no texto. Geralmente, 
estudamos a elipse mais detalhadamente na seção de figuras de linguagem de uma gramáti-
ca. Neste material, iremos nos deter a maiores aspectos da elipse também nessa seção. Aqui 
é importante salientar as propriedades recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro-
pósito de manter a coesão textual.
Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como recurso coesivo “corresponde à estraté-
gia de se omitir um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequência maior (uma frase 
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inteira, por exemplo) já introduzidos anteriormente em outro segmento do texto, mas recu-
perável por marcas do próprio contexto verbal”. Vejamos como ocorre, a partir do segmento 
abaixo:
“O Brasil evoluiu bastante desde o início do sé-
culo XXI. O país proporcionou a inclusão social 
de muitas pessoas. A nação obteve notoriedade 
internacional por causa disso. A pátria, porém, 
ainda enfrenta certas adversidades...”
Sem Elipse
“O Brasil evoluiu bastante desde o início do sé-
culo XXI e proporcionou a inclusão social de 
muitas pessoas, por causa disso obteve notorie-
dade internacional, porém ainda enfrenta certas 
adversidades...”
Com Elipse
COESÃO SEQUENCIAL
A coesão sequencial é responsável por organizar a progressão temática do texto, isto é, 
garantir a manutenção do tema tratado pelo texto de maneira a promover a evolução do 
debate assumido pelo autor. 
Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a partir de locuções que marcam tempo, 
conjunções, desinências e modos verbais. Neste material, iremos nos deter, sobretudo, aos 
processos de conjunções que são utilizadas para garantir a progressão textual.
Conjunções Coordenativas
As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações coordenadas, ou seja, orações 
de valor semântico independente. Na construção textual, elas são importantes, pois, com 
seus valores, adicionam informações relevantesao texto.
Exemplos de conjunções coordenativas atuando na coesão:
ADITIVA Não apenas conversava com os demais alu-
nos como também atrapalhava o professor
ADVERSATIVA Eram ideias interessantes, porém ninguém 
concordou com elas
ALTERNATIVAS Superou o estigma que pregava “ou estuda, ou tra-
balha” e conseguiu ser aprovada
EXPLICATIVA Ao final, faça os exercícios, pois é uma forma 
de praticar o que aprendeu
CONCLUSIVA O candidato não cumpriu sua promessa. Fica-
mos, portanto, desapontados com ele
Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções precisam manter uma relação contextual, 
estabelecida pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso, orações como esta: “Não 
gosto de festas de aniversário, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as ideias ligadas 
não estabelecem uma relação de adversidade, como demonstra a conjunção “mas”.
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Conjunções Subordinativas
Tais quais as conjunções coordenativas, as subordinativas estabelecem uma ligação entre 
as ideias apresentadas num texto, porém, diferentemente daquelas, estas ligam ideias apre-
sentadas em orações subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra para terem o 
sentido apreendido.
Exemplos de conjunções subordinativas atuando na coesão:
CAUSAL Como não havia estudado suficiente, resolvi não 
fazer essa prova
CONSECUTIVA Falaram tão mal do filme que ele nem entrou 
em cartaz
COMPARATIVA Trabalhou como um escravo
CONFORMATIVA Conforme o Ministro da Economia, os concur-
sos não irão acabar
CONCESSIVA Ainda que vivamos um período de poucos con-
cursos, não podemos desanimar
CONDICIONAL Se estudarmos, conseguiremos ser aprovados!
PROPORCIONAL À proporção que aumentava seus horários de 
estudo, mais forte o candidato se tornava
FINAL Estudava sempre com afinco, a fim de ser 
aprovado
TEMPORAL Quando o edital for publicado, já estarei adian-
tado nos estudos
Importante!
Não confundir: 
Afim de – Relativo à afinidade, semelhança: “Física e Química são disciplinas afins”.
A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como objetivo, com desejo de: “Estou a fim de 
comer pastel”.
Conjunções Integrantes
As conjunções integrantes fazem parte das orações subordinadas, na realidade, elas ape-
nas integram, ligam uma oração principal a outra, subordinada. Como podemos notar, o 
papel dessas conjunções é essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são “peças” que 
unem as orações. Existem apenas dois tipos de conjunções integrantes: que e se.
Quando é possível substituir o que pelo pro-
nome isso, estamos diante de uma conjunção 
integrante
Quero que a prova esteja fácil.
Quero. O quê? Isso
Sempre haverá conjunção integrante em ora-
ções substantivas e, consequentemente, em 
períodos compostos
Perguntei se ele estava em casa.
Perguntei. O quê? Isso
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COESÃO RECORRENCIAL 
Uso de Repetições
As recorrências de repetições em textos são comumente recusadas pelos mestres da língua 
portuguesa. Sobretudo, quando o assunto é redação, muitos professores recomendam em 
uníssono: evite repetir palavras e expressões! 
No entanto, a repetição é um recurso coesivo essencial para manter a progressão temática 
do texto, isto é, para que o tema debatido no texto não seja perdido, levando o escritor a fugir 
da temática.
Embora também não recomendemos as repetições exageradas no texto, sabemos valori-
zar seu uso adequado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir, alguns usos comuns 
dessa estratégia coesiva.
CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
Marcar ênfase O candidato foi encontrado com duzentos milhões de reais 
na mala, duzentos milhões!
Marcar contraste Existem Políticos e políticos
Marcar a continuidade temática
“Agora que sentei na minha cadeira de madeira, junto à minha 
mesa de madeira, colocada em cima deste assoalho de madei-
ra, olho minhas estantes de madeira e procuro um livro feito de 
polpa de madeira para escrever um artigo contra o desmata-
mento florestal” Millôr Fernandes
Uso de Paráfrase
A paráfrase é um recurso de reiteração que proporciona maior esclarecimento sobre o assun-
to tratado no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar sobre algo utilizando-se de outras 
palavras. Conforme Antunes (2005, p. 63), “alguma coisa é dita outra vez, em outro ponto do texto, 
embora com palavras diferentes”.
Vejamos o seguinte exemplo:
Ceará goleia Fortaleza no Castelão. Fortaleza é goleado pelo Ceará no Castelão.
Os textos acima poderiam ser manchetes de jornais da capital cearense. A forma como o texto se apresenta in-
dica que a ênfase dada ao nome dos times, em posições diferentes, cumpre um papel importante na progressão 
temática do texto.
Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada pelo uso de expressões textuais bem 
características, como: em outras palavras, em outros termos, isto é, quer dizer, em resumo, 
em suma, em síntese etc. Essas expressões indicam que algo foi dito e passará a ser ressigni-
ficado, garantindo a informatividade do texto.
Uso de Paralelismo
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As ideias similares devem fazer a correspondência entre si; a essa organização de ideias no tex-
to, dá-se o nome de paralelismo. Quando as construções de frases e orações são semelhantes, ocor-
re o paralelismo sintático. Quando há sequência de expressões simétricas no plano das ideias e 
coerência entre as informações, ocorre o paralelismo semântico ou paralelismo de sentido.
ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS JUNTAS
Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não tanto...quanto; ora...ora; seja...seja etc.
Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintática a qual a frase está inserida; vejamos 
um exemplo em que houve quebra de paralelismo:
“É necessário estudar e que vocês se ajudem” — Errado.
“É necessário que vocês se ajudem e que estudem” — Correto.
Devemos manter a organização das orações, pois não podemos coordenar orações redu-
zidas com orações desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo e deixá-las ou somente 
desenvolvida ou somente reduzidas.
No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é a mesma, porém deixamos de analisar os 
pares no âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Vejamos o seguinte exemplo:
“Por um lado, os manifestantes agiram corretamente, por outro podem não ter agido erra-
do” — Incorreto.
“Por um lado, os manifestantes agiram corretamente, por outro podem ter causado pre-
juízo à população” — Correto.
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma foi sua irmã e a outra estava bem” 
— Incorreto.
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma foi sua irmã e a outra foi minha prima” 
— Correto.
REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, M. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2016.
KAUFMAN, A. M.; RODRIGUEZ, M. H. Escola, leitura e produção de textos. Tradução de 
Inajara Rodrigues. Porto Alegre: Artmed, 1995.
OHUSCHI, M. C. G.; BARBOSA, F. de S. O gênero artigo de opinião: da teoria à prática em 
sala de aula. Acta Scientiarum. Language and Culture, 33(2), 2011, 303-314.
ORTOGRAFIA
As regras de ortografia são muitas e, na maioria dos casos, contraproducentes, tendo em vista 
que a lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas vezes, é derivada de processos históri-
cos de evolução da língua. 
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno craque em ortografia: leia sempre! Somen-
te a prática de leitura irá lhe garantir segurança no processo de grafia das palavras. 
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior parte das regras não são efêmeras, 
porém, são em grande número. 
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Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portuguesa, é importante estarmos atentos 
ao uso de letras cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto à escrita correta. Veja:
 z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos. Ex.: ameixa, frouxo, trouxe.
USAMOS X: USAMOS CH:z Depois da sílaba en, se a palavra não for de-
rivada de palavras iniciadas por CH: enxerido, 
enxada
z Depois de ditongo: caixa, faixa
z Depois da sílaba inicial me, se a palavra não 
for derivada de vocábulo iniciado por CH: me-
xer, mexilhão
z Depois da sílaba en, se a palavra for deri-
vada de palavras iniciadas por CH: encher, 
encharcar
z Em palavras derivadas de vocábulos que são 
grafados com CH: recauchutar, fechadura
Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10 out. 2020.
 z É com G ou com J? 
Usamos G em:
 � Substantivos terminados em: -agem; -igem; -ugem. Ex.: viagem, ferrugem;
 � Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Ex.: sacrilégio; pedágio;
 � Verbos terminados em: -ger e -gir. Ex.: proteger; fugir.
 Usamos J em:
 � Formas verbais terminadas: em -jar ou -jer. Ex.: viajar; lisonjear;
 � Termos derivados do latim escritos com j. Ex.: majestade; jejum.
 z É com Ç ou S? 
 � Após ditongos, usamos, geralmente, Ç quando houver som de S. Ex.: eleição;
 � Escrevemos S quando houver som de Z. Ex.: Neusa; coisa.
 z É com S ou com Z? 
 � Palavras que designam nacionalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês e -esa 
devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; inglês; marquesa; duquesa;
 � Palavras que designam qualidade, cuja terminação seja -ez ou -eza, são grafadas com Z: 
embriaguez; lucidez; acidez.
Essas regras para correção ortográfica das palavras, em geral, apresentam muitas exce-
ções; por isso é importante ficar atento e manter uma rotina de leitura, pois esse aprendizado 
é consolidado com a prática. 
Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da leitura e da escrita de textos, por 
isso, recomendamos que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de informação, pois, 
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além de contribuir para seu conhecimento geral, sua habilidade em língua portuguesa tam-
bém aumentará.
NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
O novo acordo ortográfico é um documento que normaliza diversas mudanças na língua 
portuguesa. Ele foi assinado em 1990, mas seu uso só passou a ser obrigatório a partir de 
2016. Esse documento foi elaborado com base nas mudanças práticas da língua e nos estudos 
desenvolvidos por linguistas. Além disso, tem o objetivo de padronizar a ortografia em diver-
sos países nos quais se fala e escreve a língua portuguesa.
É importante estudar essas mudanças na língua, pois a ortografia é um aspecto responsá-
vel por “tirar” pontos na avaliação da redação, logo, pode ser essencial para prejudicar sua 
nota. 
ALFABETO
 z Como era:
A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z;
 z Como está:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z.
Antes do acordo, tínhamos 23 letras em nosso alfabeto; agora, contamos com o acréscimo 
das letras K, W e Y, totalizando 26 letras no alfabeto do português brasileiro. Essa mudan-
ça ocorreu com a intenção de oficializar letras que, na prática, já faziam parte de diversas 
palavras em português. Ou seja, as letras não estavam no alfabeto, mas já eram utilizadas 
no cotidiano em nomes de pessoas, marcas, ou abreviações como: km, Yago, Kamila, Wilson, 
Olympikus, entre outros.
Pensando nisso, o acordo procurou tornar oficial as letras que já eram utilizadas pelos 
falantes do português.
Importante!
Ter tornado essas letras oficiais não muda a escrita de palavras que já existem, ou seja, 
palavras como “quilo” e “quilômetro” não passarão a ser escritas como “kilo” e “kilômetro”. 
A oficialização significa, sim, que a partir de agora novas palavras podem usar essas letras.
Além do alfabeto, as principais mudanças trazidas pelo novo acordo ortográfico foram: o 
fim do uso do trema, mudanças na acentuação e mudanças no uso do hífen, que detalhare-
mos a seguir: 
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Fim Do Uso Do Trema
O trema já estava caindo em desuso, visto que não é necessário ter o acento para identifi-
car a pronúncia. Com o novo acordo ortográfico, de forma oficial, o trema não é mais utili-
zado, seja em palavras portuguesas ou aportuguesadas. 
Muitos não lembram, mas o trema era representado por dois pontinhos em cima do “u” 
que indicavam hiato.
 z Antes do acordo: freqüência; cinqüenta; conseqüência; tranqüilo;
 z Depois do acordo: frequência; cinquenta; consequência; tranquilo.
Atenção: o trema ainda é usado em nomes próprios estrangeiros como Bündchen e Mül-
ler, por exemplo.
Acentuação
O acento diferencial não é mais usado em palavras paroxítonas com vogal tônica aberta 
ou fechada que possuem a mesma escrita.
 z Antes do acordo: pára (verbo); pólo (substantivo); pêlo (substantivo);
 z Depois do acordo: para (verbo); polo (substantivo); pelo (substantivo).
Nos casos em que o acento marca a diferença entre verbos no singular e plural, como em 
vem (singular) e vêm (plural) e tem (singular) e têm (plural), o acento foi mantido.
O acento circunflexo não é mais usado com e e o aberto e fechado (mêdo: medo, almôço: 
almoço), nem em letras repetidas, como em palavras paroxítonas terminadas em “êem” nem 
em palavras com o hiato “oo”.
 z Antes do acordo: lêem, vôo, abençôo;
 z Depois do acordo: leem, voo, abençoo.
O acento agudo não é mais usado em palavras paroxítonas com ditongo aberto ei e oi.
 z Antes do acordo: andróide, alcatéia, idéia, diarréia, estóico;
 z Depois do acordo: androide, alcateia, ideia, diarreia, estoico.
É comum confundir com as paroxítonas com as oxítonas terminadas em ditongo aberto. 
As oxítonas com ditongos abertos continuam com acento: herói e dói.
O acento em palavras paroxítonas com i e u tônico depois de ditongo não é mais 
utilizado.
 z Antes do acordo: feiúra, bocaiúva;
 z Depois do acordo: feiura, bocaiuva.
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PRINCIPAIS MUDANÇAS
Assunto Mudança Como era Como ficou
ACENTUAÇÃO
Trema
Só aparece em palavras estran-
geiras. Deixou de ser utilizado em 
palavras da língua portuguesa
Conseqüên-
cia
Agüentar 
Consequência 
Aguentar 
Ditongo em palavras 
paroxítonas Não recebem mais acento Idéia
Assembléia
Ideia
Assembleia
Hiatos com paroxítonas 
com “i” ou “u” Não recebem mais acento Feiúra Feiura
Letras repetidas: ee/oo Não recebem mais acento Enjôo
Lêem
Enjoo
Leem
Acento diferencial Deixou de ser utilizado Pára
Pêlo
Para
Pelo
Acento diferencial em con-
jugações verbais Mantido Ele tem.
Eles têm.
Ele tem.
Eles têm.
Hífen
 z Não se usa hífen nos casos em que o primeiro termo acaba em vogal e o segundo termo 
começa com vogal inicial diferente.
 Ex.: semiárido, autoestima, contraindicação;
 z Exceção: em palavras com prefixo com o segundo elemento começando em -h, utiliza-se 
hífen.
 Exemplos: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano;
 z Usa-se hífen nas palavras com o primeiro terminado em vogal e que o segundo elemento 
começa com vogal igual.
 Ex.: anti-inflamatório, micro-ondas, arqui-inimigo;
 z Exceção: nos prefixos átonos (sem acento) co-, pre-, re-, e pro-, o hífen não é usado.
 Exemplos: reenviar, preestabelecer, coordenação;
 z Não se usa hífen em palavras compostas, quando, pelo uso, se perde a noção de composição.
 Exemplos: paraquedas, paraquedista, mandachuva;
 z Exceção: o hífen permanece em palavras compostas que não têm um elemento de liga-
ção e que formam uma unidade, como as que definem animais e plantas.
 Exemplos: erva-doce, quinta-feira, cavalo-marinho.
A seguir, há um quadro comparativo com algumas palavras mais comuns em relação ao 
uso do hífen:
ANTES DO ACORDO DEPOIS DO ACORDO
Microondas Micro-ondas
Semi-analfabeto Semianalfabeto
Co-autor Coautor
Infra-estrutura Infraestrutura
Extra-escolar Extraescolar
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ANTES DO ACORDO DEPOIS DO ACORDO
Dia-a-dia Dia a dia
Ultra-som Ultrassom
Re-eleição Reeleição
Uso Das Letras Maiúsculas
De acordo com o novo acordo ortográfico da língua portuguesa, as letras maiúsculas são 
usadas em
 znomes próprios de pessoas, animais, lugares (cidades, países, continentes...), acidentes 
geográficos, rios, instituições e entidades;
 z marcas;
 z nomes de festas e festividades;
 z nomes astronômicos;
 z títulos de periódicos e em siglas;
 z símbolos ou abreviaturas.
Exemplos: Luiza, IBGE, Espanha, Riachuelo, Alagoas, Jogos Olímpicos, Revista Veja.
As letras minúsculas são usadas em todas as outras situações, como: dias da semana, meses 
e estações do ano e pontos cardeais. Exemplo: terça-feira, janeiro, verão, sul, nordeste.
O uso da letra maiúscula ou minúscula é opcional para títulos de livros (totalmente em 
maiúsculas ou apenas com maiúscula inicial), palavras de categorizações (rio, rua, igreja…), 
nomes de áreas do saber (biologia), matérias e disciplinas (português, matemática), versos 
que não iniciam o período e palavras ligadas a uma religião.
Uso Do Acento Grave
Apesar da dificuldade de muitos com as regras do uso de crase, o novo acordo prevê que 
o acento grave continue a ser utilizado apenas para marcar a ocorrência de crase, nos casos 
já previstos nas normas gramaticais. Não há alteração quanto a novas formas de uso ou proi-
bição da crase. 
Exemplos: à, às, àquele, àquela, àquilo.
Divisão Silábica
O novo acordo mantém as regras de divisão silábica já existentes; no entanto, faz uma 
especificação sobre a separação das palavras em linhas diferentes.
Quando é necessário separar as palavras que já têm hífen, a nova regra prevê que o hífen 
seja repetido em cima e em baixo.
Exemplo: Naquela cidade, a festa repetia-
-se todos os anos.
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CLASSE, ESTRUTURA, FORMAÇÃO E SIGNIFICAÇÃO DE VOCÁBULOS
No dia a dia, usamos unidades comunicativas para estabelecer diálogos e contatos, formando 
enunciados. Essas unidades comunicativas chamamos de palavras. Elas surgem da necessidade 
de comunicação e os processos de formação para sua construção são conhecidos da nossa compe-
tência linguística, pois como falantes da língua, ainda que não saibamos o significado de antever, 
podemos inferir que esse termo tem relação com o ato de ver antecipadamente, dado o uso do 
prefixo diante do verbo ver. 
Reconhecer os processos que auxiliam na formação de novas palavras é essencial para o estu-
dante da língua. Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido pelo nosso cérebro, que identifica 
os prefixos, sufixos e palavras novas que podem ser criadas a partir da estrutura da língua; não é 
à toa que, muitas vezes, somos surpreendidos com o uso inédito de algum termo. 
Porém, precisamos ter consciência de que nem todo contexto é apropriado para o uso de novas 
estruturas vocabulares; por isso, neste capítulo, iremos estudar os processos de formação de pala-
vras e as consequências dessas novas constituições, focando nesse conteúdo; sempre cobrado 
pelas bancas mais exigentes.
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Radical e Morfema Lexical
As palavras são formadas por estruturas que, unidas, podem se modificar e criar novos sen-
tidos em contextos diversos. Os morfemas são as menores unidades gramaticais com sentido da 
língua. Para identificá-los é preciso notar que uma palavra é formada por pequenas estruturas. 
Para isso, podemos imaginar que uma palavra é uma peça de um quebra-cabeça no qual podemos 
juntar outra peça para formar uma estrutura maior; porém, se você já montou um quebra-cabeça, 
deve se lembrar que não podemos unir as peças arbitrariamente, é preciso buscar aquelas que se 
encaixam.
Assim, como falantes da língua, reconhecemos essas estruturas morfológicas e os seus sentidos, 
pois, a todo momento estamos aptos a criar novas palavras a partir das regras que o sistema lin-
guístico nos oferece.
Tornou-se comum, sobretudo nas redes sociais, o surgimento de novos vocábulos a partir de 
“peças” existentes na língua, algumas misturando termos de outras línguas com morfemas da 
língua portuguesa para a formação de novas palavras, como: blogueiro (blogger), deletar (delete); 
já algumas palavras ganham novos morfemas e, consequentemente, novas acepções nas redes 
sociais como, por exemplo, biscoiteiro, termo usado para se referir a pessoas que buscam receber 
elogios nesse ambiente. 
As peças do quebra-cabeças que formam as palavras da língua portuguesa possuem os seguin-
tes nomes:
Radical, Desinência, Vogal Temática, Afixos, Consoantes e Vogais de Ligação
O radical, também chamado de semantema, é o núcleo da palavra, pois é o detentor do 
sentido ao qual se anexam os demais morfemas, criando as palavras derivadas. Devido a 
essa importante característica, o radical é também conhecido como morfema lexical, pois 
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se trata da significação própria dos vocábulos, designando a sua natureza lexical, ou seja, o 
seu sentido propriamente dito.
Alguns exemplos de radicais:
Ex.: pastel — pastelaria — pasteleiro;
pedra — pedreiro — pedregulho;
Terra — aterrado — enterrado — terreiro.
Importante!
 Palavras da mesma família etimológica, ou seja, que apresentam o mesmo radical e guar-
dam o mesmo valor semântico no radical, são conhecidas como cognatas. 
Afixos ou Morfemas Derivacionais
A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha outras formas e sentidos pelos morfemas 
derivacionais, que são assim chamados pois auxiliam no processo de criação de palavras a 
partir da derivação, ou seja, a inclusão de prefixos e sufixos no radical dos vocábulos. 
Vale notar que algumas bancas denominam os afixos de infixos.
São morfemas derivacionais os afixos, estruturas morfológicas que se anexam ao radical 
das palavras e auxiliam o processo de formação de novos vocábulos. Os afixos da língua por-
tuguesa são de duas categorias:
 z Prefixos: afixos que são anexados na parte anterior do radical.
 Exs.: 
 In: infeliz.
 Anti: antipatia.
 Pós: posterior.
 Bi: bisavô.
 Contra: contradizer. 
 z Sufixos: afixos que são anexados na parte posterior do radical.
 Exs.:
 mente: felizmente.
 dade: lealdade.
 eiro: blogueiro.
 ista: dentista.
 gudo: narigudo.
É importante destacar que essa pequena amostra, listando alguns sufixos e prefixos da 
língua portuguesa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que você tenha consciência 
do quão rico é o processo de formação de palavras por afixos. 
Além disso, não é interessante que você decore esses morfemas derivacionais, mas que você 
compreenda o valor semântico que cada um deles estabelece na língua, como os sufixos -eiro e 
-ista que são usados, comumente, para criar uma relação com o ambiente profissional de alguma 
área, como: padeiro, costureiro, blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc.
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Os sufixos costumam mudar mais as classes das palavras. Já os prefixos modificam mais o 
sentido dos vocábulos.
Desinências ou Morfemas Flexionais
Os morfemas flexionais, mais conhecidos como desinências, são os mais estudados na 
língua portuguesa, pois são esses os morfemas que organizam as estruturas no singular e no 
plural, os verbos em tempos e conjugações e as relações de gênero em feminino e masculino.
Para facilitar a compreensão, podemos dividir os morfemas flexionais em:
 z Aditivos: Adiciona-se ao morfema lexical. Ex.: professor/professora; livro/livros;
 z Subtrativos: Elimina-se um elemento do morfema lexical. Ex.: Irmão/irmã; Órfão/órfã;
 z Nulos: Quando a ausência de uma letra indica uma flexão. Ex.: o singular dos substantivos 
é marcado por essa ausência, como em: mesa (0)2 /mesas.
Não confunda: 
Morfema derivacional: afixos (prefixos e sufixos);
Morfema flexional: aditivos, subtrativos, nulos;
Morfema lexical: radical.
Morfema gramatical: significado interno à estrutura gramatical, como artigos, preposi-
ções, conjunções etc.
Vogais Temáticas
A vogal temática liga o radical a uma desinência, que estabelece o modo e o tempo da 
conjugação verbal, no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-seao radical para a união de 
outras desinências.
Ex.: Amar e Amor.
Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conjugação verbal, indicando se o verbo per-
tence à 1º, 2º ou 3º conjugação:
Exs.: 
Amar — 1ª conjugação;
Comer — 2ª conjugação;
Partir — 3ª conjugação.
É importante não se confundir: a vogal temática não existe em palavras que apresen-
tam flexão de gênero. Logo, as palavras gato/gata possuem uma desinência e não uma vogal 
temática!
Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja (essa palavra existe); “Igrejo” (essa pala-
vra não existe), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá ligar o vocábulo a desinên-
cias, como -inha, -s.
Note que as palavras terminadas em vogais tônicas não apresentam vogal temática: Ex.: 
cajá, Pelé, bobó.
Tema
2  O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a 
presença do numeral 0 (zero).
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O tema é a união do radical com a vogal temática.
A partir do exposto no tópico sobre vogal temática, esperamos ter deixado claro que nem 
toda palavra irá apresentar vogal temática; dessa forma, as palavras que não apresentem 
vogal temática também não irão possuir tema.
Exs.:
Vendesse — tema: vende;
Mares — tema: mare.
Vogais e Consoantes de Ligação
As consoantes e vogais de ligação têm uma função eufônica, ou seja, servem para facilitar 
a pronúncia de palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais de ligação e as vogais 
temáticas, estas unem desinências, aquelas facilitam a pronúncia.
Exs.: 
Gas - ô - metro;
Alv - i - negro;
Tecn - o - cracia;
Pe - z - inho;
Cafe - t- eira;
Pau - l - ada;
Cha - l - eira;
Inset - i - cida;
Pobre - t- ão;
Paris - i - ense;
Gira - s - sol;
Legal - i - dade.
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
A partir do conhecimento dos morfemas que auxiliam o processo de ampliação das pala-
vras da língua, podemos iniciar o estudo sobre os processos de formação de palavras.
As palavras na língua portuguesa são criadas a partir de dois processos básicos que apre-
sentam classes específicas. O quadro a seguir organiza bem os processos de formação de 
palavras:
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO
z Prefixal
z Sufixal
z Prefixal e sufixal
z Parassintética
z Regressiva
z Imprópria ou conversão
z Justaposição
z Aglutinação
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Como é possível notar, os dois processos de formação de palavras são a derivação e a composi-
ção. As palavras formadas por processos derivativos apresentam mais classes a serem estudadas. 
Vamos conhecê-las agora!
DERIVAÇÃO
As palavras formadas por processos de derivação são classificadas a partir de seis 
categorias:
 z prefixal ou prefixação;
 z sufixal ou sufixação;
 z prefixal e sufixal;
 z parassintética ou parassíntese;
 z regressiva;
 z imprópria ou conversão.
A seguir, iremos estudar a diferença entre cada uma dessas classes e identificar as pecu-
liaridades de cada uma.
Derivação Prefixal
Como o próprio nome indica, as palavras formadas por derivação prefixal são formadas 
pelo acréscimo de um prefixo à estrutura primitiva, como:
Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-homem; infeliz; refazer.
Pré-vestibular: prefixo pré-;
Disposição: prefixo dis-;
Deslealdade: prefixo des-;
Super-homem: prefixo super;
Infeliz: prefixo in-;
Refazer: prefixo re-.
Derivação Sufixal
De maneira comparativa, podemos afirmar que a formação de palavras por derivação 
sufixal refere-se ao acréscimo de um sufixo à estrutura primitiva, como em:
Lealdade; francesa; belíssimo; inquietude; sofrimento; harmonizar; gentileza; lotação; 
assessoria.
Lealdade: sufixo -dade;
Francesa: sufixo -esa;
Belíssimo: sufixo -íssimo;
Inquietude: sufixo -tude;
Sofrimento: sufixo -mento;
Harmonizar: sufixo -izar;
Gentileza: sufixo -eza;
Lotação: sufixo -ção;
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Assessoria: sufixo -ria.
Derivação Prefixal e Sufixal
Nesse caso, juntam-se à palavra primitiva tanto um sufixo quanto um prefixo; vejamos 
alguns casos:
Inquietude (prefiro in- com sufixo -tude); infelizmente (prefixo in- com sufixo -mente); 
ultrapassagem (prefixo ultra- com sufixo -agem); reconsideração (prefixo -re com sufixo 
-ção).
Derivação Parassintética
Na derivação parassintética, um acréscimo simultâneo de afixos, prefixos e sufixos é rea-
lizado a uma estrutura primitiva. É importante não confundir, contudo, com o processo de 
derivação por sufixação e prefixação. Veja: 
Se, ao retirar os afixos, a palavra perder o sentido, como em “emagrecer” (sem um dos afi-
xos: “emagro-” não existe), basta fazer o seguinte exercício para estabelecer por qual proces-
so a palavra foi formada: retirar o prefixo ou o sufixo da palavra em que paira dúvida. Caso a 
palavra que restou exista, estaremos diante de um processo por derivação sufixal e prefixal; 
caso contrário, a palavra terá sido formada por derivação parassintética.
Ex.: Entristecer, desalmado, espairecer, desgelar, entediar etc.
Derivação Regressiva
Já na derivação regressiva, a nova palavra será formada pela subtração de um elemento 
da estrutura primitiva da palavra. Vejamos alguns exemplos:
Almoço (almoçar);
Ataque (atacar);
Amasso (amassar).
A derivação regressiva, geralmente, forma substantivos abstratos derivados de verbos. É possí-
vel que alguns autores reconheçam esse processo como redução.
Derivação Imprópria
A derivação imprópria, a partir de seu processo de formação de palavras, provoca a con-
versão de uma classe gramatical, que pode passar de verbo a substantivo, por exemplo.
A seguir, apresentamos alguns processos de conversão das palavras por derivação 
imprópria:
 z Particípio do verbo — substantivo: teria passado — o passado;
 z Verbos — substantivos: almoçar — o almoço;
 z Substantivos — adjetivos: o gato - mulher gato;
 z Substantivos comuns — substantivos próprios: leão — Nara Leão;
 z Substantivos próprios — comuns: Gillete — gilete; Judas — ele é o judas do programa.
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Sufixos e formação de palavras: Alguns sufixos são mais comuns no processo de forma-
ção de determinadas classes gramaticais, vejamos:
 z Sufixos nominais: originam substantivos, adjetivos. Ex.: -dor, -ada, -eiro, -oso, -ão, -aço;
 z Sufixos verbais: originam verbos. Ex.: -ear, -ecer, -izar, -ar;
 z Sufixos adverbiais: originam advérbios. Ex.: -mente.
LISTA DE RADICAIS E PREFIXOS
Apresentamos alguns radicais e prefixos na lista a seguir que podem auxiliar na compreen-
são do processo de formação de palavras. Novamente, alertamos que essa lista não deve ser 
encarada como uma “tabuada” a ser decorada, mas como um método para apreender o sentido 
de alguns desses radicais e prefixos.
RADICAIS E PREFIXOS GREGOS
RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO
Acro Alto Acrofobia/acrobata
Agro Campo Agropecuária
Algia Dor Nevralgia
Bio Vida Biologia
Biblio Livro Biblioteca
Crono Tempo Cronologia
Caco Mau cacofonia
Cali Belo Caligrafia
Dromo Local Autódromo
Além dos radicais e prefixos gregos, as palavras da língua portuguesa também se agluti-
nam a radicais e prefixos latinos.
RADICAIS E PREFIXO LATINOS
RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO
Arbori Árvore Arborizar
Beli Guerra Belicoso
Cida Que mata Homicida
Des- dis Separação Discordar
Equi Igual Equivalente
Ex- Para fora Exonerar
Fide Fé Fidelidade
Mater Mãe Materno
COMPOSIÇÃO
As palavras formadas por processos de composição podem ser classificadas em duas cate-
gorias: justaposição e aglutinação. 
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As palavras formadas por qualquer um desses processos estabelecem um sentido novo 
na língua, uma vez que nesse processo há a junção de duas palavras que já existem para a 
formação de um novo termo, com um novo sentido.
 z Composição por justaposição: nesse processo, as palavras envolvidas conservam sua 
autonomia morfológica, permanecendo a tonicidade

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