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Incidência de Alatoxinas em Amendoim e Paçoca

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REVISTA BRASILEIRA 
DE TOXICOLOGIA
BRAZILIAN JOURNAL 
OF TOXICOLOGY
Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008) 15 - 19
© 2008 Sociedade Brasileira de Toxicologia
direitos reservados
Incidência de alatoxinas em amostras de amendoim 
e paçoca comercializadas na cidade de 
Alfenas-MG, Brasil
Miguel Divino da Rocha, Patrícia Penido Maia, Maria Augusta Carvalho Rodrigues, Isarita Martins*
Universidade Federal de Alfenas, Laboratório de Análises Toxicológicas, Alfenas, MG, Brasil
Abstract
Incidence of alatoxins in samples of peanuts and paçoca marketed in the city of Alfenas-MG, Brazil
Foods are subject to contamination by chemical substances, including alatoxins, which are potentially carcinogens. The 
presence of these substances in food is important risk in human population and animals. The aim of this study was to determine 
the occurrence of alatoxins B
1
, B
2
, G
1
 and G
2
 in samples of peanuts and paçoca ramdomly acquired in shops and food market 
in the city of Alfenas-MG, Brazil, from June 2006 to February 2007. The technique used for the separation, identiication 
and quantiication of the substances was a liquid-liquid extraction with subsequent thin layer chromatography (TLC). Results 
showed that 38% of peanuts samples and 13% of paçoca samples were contaminated with alatoxins and the concentrations 
ranged from 21 to 138 µg kg-1. All positive samples exceeded the maximum level established by Brazilian Legislation (20 µg 
kg-1). The results obtained in this work conirm the need for frequent monitoring of the presence of alatoxins in food.
Keywords: thin layer chromatography, contamination, peanuts, paçoca
*Autor Correspondente. Endereço para correspondência: 
Universidade Federal de Alfenas, Laboratório de Análises 
Toxicológicas. Rua Gabriel Monteiro da Silva, 714, Centro. 37130-
000, Alfenas, MG, Brasil. Tel.: +55 35 3299 1342; Fax: +55 35 3299 
1063. E-mail: isarita@unifal-mg.edu.br
INTRODUçãO
Denomina-se contaminante químico de alimento 
toda substância que não seja um de seus componentes 
naturais, que pode se tornar parte do alimento durante sua 
produção, processamento e/ou armazenamento devido 
a fatores naturais ou artiiciais e que apresente risco de 
provocar dano à saúde de quem o consome (1).
Os alimentos, de maneira geral, estão sujeitos à 
contaminação por estas substâncias e, uma vez que muitas 
delas são tóxicas, a sua ingestão é capaz de causar sérios 
transtornos aos organismos, tanto humanos quanto animais 
(2,3).
Dentre estas substâncias estão as alatoxinas, as 
quais são micotoxinas produzidas durante o metabolismo 
secundário dos fungos Aspergillus lavus, A. parasiticus e A. 
nomius. As quatro alatoxinas naturalmente encontradas são: 
B
1
 (AFB
1
), B
2 
(AFB
2
), G
1
 (AFG
1
) e G
2 
(AFG
2
). A alatoxina 
B
1
 é classiicada como potencialmente carcinogênica (4).
As alatoxinas são furocumarinas complexas 
que apresentam intensa luorescência quando expostas 
à luz ultravioleta em ondas longas. São classiicadas de 
acordo com a cor da luorescência, em B (blue-azul) ou 
G (green-verde), sendo esta propriedade importante para 
sua identiicação em diversos tipos de alimentos. São 
substâncias instáveis à luz, porém estáveis a temperaturas 
acima de 100ºC (5).
Atualmente, as técnicas rotineiramente usadas 
para determinação de micotoxinas são principalmente 
por cromatograia líquida de alta eiciência (CLAE), 
cromatograia em camada delgada (CCD) e enzima 
imunoensaio (ELISA). Todavia, qualquer que seja a 
técnica de escolha, esta deve ser reprodutível e apresentar 
baixo limite de detecção, uma vez que os limites máximos 
permitidos para tais compostos são baixos (6,7).
A presença de micotoxinas em alimentos é um 
sério problema para a saúde pública e para a qualidade dos 
alimentos. Por muitos anos, os fungos foram conhecidos 
pela sua capacidade de produzir metabólitos tóxicos, 
porém os seus efeitos foram largamente ignorados, 
tornando as micotoxicoses negligenciadas. Esta situação foi 
drasticamente mudada a partir da década de 60, sendo que 
a rapidez na identiicação e caracterização das alatoxinas 
e a caracterização da alatoxina B1 como um carcinógeno, 
Martins I./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008)16
impulsionaram esta mudança (8) citado por Amaral et al. 
(7).
A exposição às alatoxinas pode levar a efeitos 
tóxicos que variam substancialmente de acordo com a 
espécie animal, o tempo de exposição, a dose, a dieta, o 
estado nutricional, o gênero e a idade (4).
Estas substâncias apresentam como principal órgão 
alvo o fígado, sendo para este órgão o binômio causa/efeito 
bem deinido. Sabe-se que a ingestão de alimentos com 
baixos teores destas micotoxinas (da ordem de ppb), com 
uma dada freqüência e por tempo prolongado pode levar ao 
aparecimento de carcinomas hepáticos. Por outro lado, a 
ingestão de alimentos com alto grau de contaminação (ppm) 
à curto prazo pode produzir efeitos agudos hepatotóxicos 
(necrose e degeneração lipídica) recebendo a denominação 
de alatoxicose (1).
Ao cair na circulação sistêmica, as alatoxinas 
são distribuídas para o organismo ligadas a componentes 
sangüíneos, tais como proteínas e eritrócitos plasmáticos 
(9). A ação biológica das alatoxinas B
1
, quer seja citotóxica 
ou genotóxica, está ligada à formação do 8,9 epóxido através 
dos processos de biotransformação que são extremamente 
complexos.
As principais vias de biotransformação, 
consideradas por Neil (10), são o processo reversível 
de destoxiicação com a formação do alatoxicol, bem 
como o processo de ativação, através da formação do 8,9 
epóxido, ou seja, oxidação da dupla ligação nesta posição 
da molécula. 
Em 2002, a legislação brasileira aprovou o 
regulamento técnico sobre limites máximos de alatoxinas 
admissíveis no leite, no amendoim e milho, de acordo com 
as normas do MERCOSUL/GMC/RES. no. 25/02, que são 
comuns a todos os integrantes. Esta resolução estabelece 
o limite máximo admissível de 20,0 μg kg-1 de alatoxinas 
(B
1
+B
2
+G
1
+G
2
) para milho em grão, farinhas ou sêmolas 
de milho, amendoim em casca e descascado, cru ou tostado, 
pastas e manteiga de amendoim. Este valor não protege a 
população, mas serve como guia no controle de qualidade 
dos alimentos. Em outros alimentos para consumo humano 
o limite máximo para alatoxinas totais é de 30 μg kg-1 
(B
1
+G
1
), de acordo com a Resolução no. 34/76, da Comissão 
Nacional de Normas e Padrões para Alimentos (CNNPA) 
(11,12).
A legislação atualmente em vigor na União 
Européia (13) preconiza os seguintes níveis máximos 
aceitáveis destes toxicantes em amendoim para consumo 
direto: 2,0 μg kg-1 (B
1
) e 4,0 μg kg-1 (B
1
+B
2
+G
1
+G
2
) ou 
como ingrediente de alimentos: 8,0 μg kg-1 (B
1
) e 15,0 μg 
kg-1 (B
1
+B
2
+G
1
+G
2
). 
Visto que as alatoxinas são altamente tóxicas 
e que, os produtos alimentícios, como amendoim e 
derivados, constituem matéria prima (substrato) ideal 
para o crescimento de fungos e conseqüente produção das 
micotoxinas, o presente trabalho teve como objetivo analisar 
amostras de amendoim e paçoca comercializadas na cidade 
de Alfenas-MG, Brasil para determinar a ocorrência de 
alatoxinas B
1
, B
2
, G
1
 e G
2
 por cromatograia em camada 
delgada (CCD).
MAterIAl e Métodos
Os reagentes, com grau de pureza analítica, 
utilizados na extração foram: metanol e clorofórmio 
(Proquímios®), KCl (Reagen®), CuSO4 (Merck®). Na eluição 
utilizou-se ácido fórmico (Micro Bioquímica®), acetato de 
etila (CAAL®) e tolueno (Isofar®) e placas cromatográicas 
de sílica gel 60 0,2 mm espessura (Merck®).
O estudo foi realizado em 36 amostras alimentícias, 
sendo 21 de amendoim e 15 de paçoca, adquiridas em 
supermercados e bancas do mercado municipal de Alfenas, 
sul de Minas Gerais, Brasil, de junho de 2006 a fevereiro 
de 2007. 
Foram analisadas amostras de amendoim in natura, 
de diferentes marcas, adquiridas ao acaso em embalagens de 
500 g sem apresentar indício de deterioração e armazenadosna prateleira à temperatura ambiente. O amendoim estava 
exposto em local seco, como recomendado pelo fabricante, 
exceto as adquiridas no mercado municipal, que icavam 
expostas ao ar livre. As amostras de paçoca, de diferentes 
marcas, foram adquiridas ao acaso em embalagens de 22 
g, não apresentavam sinais de contaminação e estavam 
armazenadas à temperatura ambiente.
Soluções padrão de alatoxinas a 1 mg/mL foram 
obtidas a partir da diluição de padrão primário de alatoxinas 
B
1
, B
2
, G
1
 e G
2
 (10 mg) da Sigma® em clorofórmio. A partir 
de diluições, foram obtidas as seguintes concentrações: 
B
1
 (1,05 μg.mL-1), B
2
 (0,76 μg.mL-1), G
1 
(0,80 μg.mL-1) e 
G
2
 (1,12 μg.mL-1). As concentrações das soluções padrão 
foram determinadas pelo procedimento descrito pela 
International Oficial Methods of Analysis (14). Foram 
aplicados os volumes de 1,0, 2,0, 3,5, 5,0 e 6,0 µL de cada 
solução padrão na cromatoplaca, juntamente com 10 µL de 
cada extrato. 
O limite de detecção, a precisão do método e a 
recuperação dos analitos nestas matrizes foram obtidos por 
adição de quantidades conhecidas das soluções-padrão a 
amostras previamente analisadas, livres de contaminação.
Cada amostra foi triturada e misturada, para evitar 
que possíveis contaminações, que não estivessem bem 
distribuídas, icassem homogeneizadas e assim obter uma 
amostragem signiicativa. Desta amostra tratada, foram 
amostrados 50 g para análise. Todo o método foi realizado 
com base no método da AOAC (14), conforme descrito na 
Figura 1.
Martins I./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008) 17
 
 
12
 
 
 
 
 
Figura 1. Fluxograma da técnica de separação, extração e purificação para a 
determinação de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em amostras de amendoim e 
paçoca. 
- banho de H2O a 
80ºC até a secura 
- ressuspender em 500L de clorofórmio 
50 g de amostra 
150 mL do filtrado
150 mL do filtrado
5 mL da fase 
clorofórmica 
CCD 
+ 270 mL de metanol 
+ 30 mL de KCl 4% 
-liquidificador por 5 minutos 
-filtrar 
+ 150 mL de CuSO4 
+ 5 g de celite 
-agitar 
-filtrar 
Funil de separação 
+ 150 mL de H2O 
+ 10mL de clorofórmio 
-agitar por 3 minutos 
+ 10mL de clorofórmio 
-agitar por 3 minutos 
5 mL fase 
clorofórmica 
140 mL da fase 
aquosa 
Figura 1. Fluxograma da técnica de separação, extração e 
puriicação para a determinação de alatoxinas B1, B2, G1 
A cromatograia em camada delgada, com eluição 
visual da luorescência, frente à luz UV, da amostra 
de alatoxinas foi conirmada pela realização de nova 
A quantiicação foi dada pela seguinte fórmula:
S x Y x V 
S= µL da alatoxina padrão de luorescência e hRf 
Y= concentração da alatoxina padrão, em µg/mL
usada na cromatograia
inal 
W= gramas da amostra contida no extrato inal
concentrações das alatoxinas determinadas nas amostras 
pelas alatoxinas, os teores variaram de 23 a 137 µg kg
apresentaram simultaneamente as alatoxinas B
 Incidência (%) e concentração das alatoxinas, em 
µg kg-1, quantiicada em amostras positivas de amendoim 
limite de detecção do método (5μg kg-1)
alatoxinas em amostras de amendoim e paçoca com 
, para as alatoxinas estudadas e, a recuperação 
alatoxinas nas amostras, foi 93%, com coeiciente de 
Figura 1. Fluxograma da técnica de separação, extração e 
puriicação para a determinação de alatoxinas B
1
, B
2
, G
1
 e G
2
 em 
amostras de amendoim e paçoca.
A cromatograia em camada delgada, com eluição 
no sistema solvente constituído de tolueno: acetato 
de etila: ácido fórmico (60:30:10), foi utilizada para 
separar os compostos e a detecção foi por comparação 
visual da luorescência, frente à luz UV, da amostra 
com o correspondente padrão de referência. A presença 
de alatoxinas foi conirmada pela realização de nova 
análise na amostra e, aplicação de ácido sulfúrico 25% na 
cromatoplaca.
A quantiicação foi dada pela seguinte fórmula:
µg kg-1 (ppb) = S x Y x V
 Z x W
Em que:
S= µL da alatoxina padrão de luorescência e hRf 
igual ao da amostra
Y= concentração da alatoxina padrão, em µg/mL-1, 
usada na cromatograia
V= µL do solvente requerido para diluir o extrato 
inal 
Z= µL do extrato da amostra aplicado na 
cromatoplaca 
W= gramas da amostra contida no extrato inal
RESULTADOS
A incidência de contaminação (38% das amostras 
de amendoim e 13% das amostras de paçoca) e também as 
concentrações das alatoxinas determinadas nas amostras 
positivas de amendoim e de paçoca são apresentadas na 
Tabela 1. Nas amostras que apresentaram contaminação 
pelas alatoxinas, os teores variaram de 23 a 137 µg kg-1, 
dado como somatório de B
1
 + B
2
 + G
1
 + G
2
.
Somente 9,5% das amostras de amendoim 
apresentaram simultaneamente as alatoxinas B
1
, B
2
, G
1
 e 
G
2
, todavia, em todas as amostras positivas, de amendoim 
e de paçoca, os níveis encontrados excederam o limite 
máximo permitido de 20 µg kg-1.
tabela 1. Incidência (%) e concentração das alatoxinas, em μg 
kg-1, quantiicada em amostras positivas de amendoim e paçoca, 
comercializadas na cidade de Alfenas-MG, no período de junho 
de 2006 a fevereiro de 2007.
 
 
12
 
 
 
 
 
Figura 1. Fluxograma da técnica de separação, extração e purificação para a 
determinação de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em amostras de amendoim e 
paçoca. 
- banho de H2O a 
80ºC até a secura 
- ressuspender em 500L de clorofórmio 
50 g de amostra 
150 mL do filtrado
150 mL do filtrado
5 mL da fase 
clorofórmica 
CCD 
+ 270 mL de metanol 
+ 30 mL de KCl 4% 
-liquidificador por 5 minutos 
-filtrar 
+ 150 mL de CuSO4 
+ 5 g de celite 
-agitar 
-filtrar 
Funil de separação 
+ 150 mL de H2O 
+ 10mL de clorofórmio 
-agitar por 3 minutos 
+ 10mL de clorofórmio 
-agitar por 3 minutos 
5 mL fase 
clorofórmica 
140 mL da fase 
aquosa 
puriicação para a determinação de alatoxinas B1, B2, G1 
A cromatograia em camada delgada, com eluição 
visual da luorescência, frente à luz UV, da amostra 
de alatoxinas foi conirmada pela realização de nova 
A quantiicação foi dada pela seguinte fórmula:
S x Y x V 
S= µL da alatoxina padrão de luorescência e hRf 
Y= concentração da alatoxina padrão, em µg/mL
usada na cromatograia
inal 
W= gramas da amostra contida no extrato inal
concentrações das alatoxinas determinadas nas amostras 
pelas alatoxinas, os teores variaram de 23 a 137 µg kg
apresentaram simultaneamente as alatoxinas B
 Incidência (%) e concentração das alatoxinas, em 
µg kg-1, quantiicada em amostras positivas de amendoim 
Tipo de 
produto
Total de 
amostras 
analisadas
Amostras 
positivas
Incidência
(%)
1B
1
1B
2
1G
1
1G
2
2B
1
+B
2
+
G
1
+G
2
Amendoim 21 8 38 nd-47 nd-14 nd-44 nd-33 64
Paçoca 15 2 13 18-29 nd-5 nd nd 26
1Valores mínimos e máximos; 2Valor Médio n.d.: abaixo do 
limite de detecção do método (5μg kg-1)
alatoxinas em amostras de amendoim e paçoca com 
, para as alatoxinas estudadas e, a recuperação 
alatoxinas nas amostras, foi 93%, com coeiciente de 
1Valores mínimos e máximos; 2Valor médio 
n.d.: Abaixo do limite de detecção do método (5 µg kg-1)
DISCUSSãO
Os métodos de estimativa de populações a 
micotoxinas relatados na literatura têm variado quanto 
aos meios utilizados. As pesquisas têm empregado: a) a 
estimativa de ingestão de alimentos que apresentam risco de 
contaminação através de dados retirados de levantamentos 
de dieta nacional dos países; b) aplicação de questionários 
de freqüência de consumo; c) o acompanhamento de 
duplicatas das dietas de um grupo reduzido de indivíduos e 
d) a mensuração do nível de contaminação das micotoxinas 
em produtos alimentícios (15).
O presente trabalho realizou a mensuração de 
alatoxinas em amostras de amendoim e paçoca com 
detecção através de CCD com prévia extração líquido-
líquido do analito. Embora Ali et al. (16), tenham utilizado 
a extração em fase sólida, a extração líquido-liquido pode 
ser utilizada rotineiramente nos laboratórios, uma vez que 
apresenta recuperação satisfatória.
O limite de detecçãoobtido para este método foi 
5 µg kg-1, para as alatoxinas estudadas e, a recuperação 
média obtida, após adição de 10, 30 e 50 µg kg-1 de 
alatoxinas nas amostras, foi 93%, com coeiciente de 
variação de 4,0%, quando as amostras foram analisadas em 
triplicata. Estes valores foram considerados satisfatórios e 
bem correlacionados àqueles obtidos por Maia e Siqueira 
(17), quando a amostra analisada foi ração para animais 
domésticos.
No presente estudo, as amostras analisadas foram 
coletadas na cidade de Alfenas, sul de Minas Gerais, Brasil, 
de junho de 2006 a fevereiro de 2007. Neste período a 
temperatura e a umidade podem favorecer o crescimento 
de fungos, uma vez que a temperatura em torno de 27oC 
e a umidade do substrato em torno de 18% constitui um 
Martins I./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008)18
ambiente favorável ao crescimento de tais microorganismos 
(18).
Eizendeher et al. (19) analisaram 44 amostras, 
sendo 38 de doces de amendoim e seis de amendoim in 
natura, para a presença das alatoxinas B
1
, B
2
, G
1
 e G
2
. A 
quantiicação foi por cromatograia em camada delgada, 
através de comparação visual com padrões de concentrações 
conhecidas. Os resultados revelaram que 73,68% das 
amostras de doces de amendoim estavam contaminadas 
com alatoxinas numa faixa de 25,95 a 350,02 μg kg-1 
para soma de B
1
, B
2
, G
1
 e G
2
. Das amostras de doce de 
amendoim analisadas, 26,31% apresentaram contaminação 
por alatoxina G
1
 com valores variando de 15,98 a 127,87 
μg kg-1. Das seis amostras de amendoim in natura, 16,67% 
estavam contaminadas com 3421 μg kg-1, calculadas pela 
soma das alatoxinas B
1
, B
2
, G
1
 e G
2
 .
Caldas et al. (20) analisaram 366 amostras de 
alimentos consumidos no Distrito Federal, no período 
de julho de 1998 a dezembro de 2001, como amendoim 
e derivados, castanhas, milho, produtos de trigo e/ou 
aveia, arroz e feijão. As amostras foram processadas, as 
micotoxinas extraídas, detectadas e quantiicadas por 
luorescência, após separação em cromatograia camada 
delgada. Foram detectadas alatoxinas em 19,6% das 
amostras, em amendoim cru e derivados, milho de pipoca, 
milho em grão e castanha-do-pará. Amendoim e derivados 
apresentaram maior incidência de contaminação por 
alatoxinas (34,7%) com amostras contendo até 1280 μg 
kg-1 dada como somatório de B
1
 e G
1
 e 1706 μg kg-1 de 
alatoxinas totais. Das amostras positivas, B
1
 estava presente 
em 98,5%, B
2
 em 93%, G
1
 em 66,7% e G
2
 em 65,4%.
Sabino et al. (21) analisaram 137 amostras 
de amendoim e derivados (amendoim cru, doces de 
amendoim: “paçoca” e “pé-de-moleque”, pasta de 
amendoim, amendoins salgados frito e torrado, “torrone” 
e amendoins com cobertura de chocolate ou cobertura 
salgada (“amendoim japonês”)), obtidas no período de 
janeiro de 1995 a dezembro de 1997. As amostras foram 
analisadas por cromatograia em camada delgada. Sessenta 
e duas amostras (45,3%) foram positivas para alatoxinas e 
37 amostras (27,0%) apresentaram valores de alatoxinas 
acima do limite máximo da legislação brasileira. A 
concentração de alatoxinas nas amostras de amendoim 
cru variou de 5,0 a 356,0 µg kg-1. Quanto à contaminação 
por alatoxinas nas amostras de doces de amendoim 32,8% 
delas estavam acima do limite e as concentrações variaram 
de 6,0 a 536,0 µg kg-1.
Um estudo realizado no amendoim e seus produtos 
comercializados na região de Campinas, mostrou elevados 
índices de alatoxinas. Cerca de 51% das amostras 
apresentou contaminação entre 43 e 1099 μg kg-1 para a 
soma das concentrações de B
1
, B
2
, G
1 
e G
2
. Os resultados 
também demonstraram que a alatoxina B
1
 teve maior 
incidência e chegou a limites mais elevados comparados 
com as demais (22).
Ricciardi e Ferreira (23) analisaram por 
cromatograia em camada delgada amendoim e doces de 
amendoim, procedentes da região de Ribeirão Preto, SP, 
no período de janeiro de 1983 a dezembro de 1985. Foi 
caracterizada a presença de alatoxina B
1
 em 67,2% das 
amostras analisadas.
Comparando com os dados de incidência de 
alatoxinas em amendoim e produtos de amendoim descritos 
na literatura, os resultados deste trabalho mostraram que a 
contaminação por estas micotoxinas continua num patamar 
elevado, em relação aos níveis permitidos tanto no Brasil 
(12), quanto na Comunidade Européia (13).
Nesse estudo foram encontradas, em 3 das 8 
amostras de amendoim analisadas, concentrações de 
alatoxina B
1 
em torno de 47 µg/kg. Estimando-se que o 
consumo interno para esse alimento no Brasil é cerca de 
1,39 g/ per capita por dia (24) e considerando-se que o 
peso médio da população adulta é 70 kg, a Ingestão Diária 
Provável Média (IDPM) de AFB1 foi de 0,93 ng/Kg p.c./
dia. Amaral et al. (7) em 2006, encontraram valores em 
torno de 0,34 ng/Kg p.c./dia em produtos alimentícios à 
base de milho, cuja ingestão diária é de 42 g/pessoa. Isto 
demonstra que apesar do consumo de amendoim ser menor, 
a contaminação observada por alatoxina B
1
 nesse alimento 
foi maior, constituindo um risco para o consumidor.
Esse nível elevado pode ser devido às condições 
climáticas (umidade e altas temperaturas), mas também 
às práticas inadequadas de agricultura e condições de 
estocagem. O amendoim é um alimento que favorece o 
crescimento de fungos, já que possui uma composição 
ideal de nutrientes e a ocorrência de alatoxinas é 
maior no amendoim porque muitas vezes há chuvas no 
período de secagem, bem como períodos prolongados de 
armazenamento. Entretanto, sua maior incidência se dá 
quando o amendoim é batido, ensacado e armazenado com 
umidade elevada e quando reumedece depois de estar seco 
(25).
O método analítico constituído pela cromatograia 
em camada delgada, com prévia extração líquido-líquido, 
mostrou-se satisfatório para a determinação de alatoxinas 
em amendoim e paçocas.
Os resultados obtidos no presente estudo 
corroboram com os reportados na literatura e conirmam a 
necessidade do freqüente monitoramento das micotoxinas, 
especialmente as alatoxinas, visto que estas são substâncias 
potencialmente carcinogênicas.
resuMo
Os alimentos estão sujeitos à contaminação por 
substâncias químicas, dentre elas as alatoxinas, as quais 
são potencialmente carcinogênicas. A presença de tais 
substâncias nos alimentos constitui importante risco para 
a população tanto humana quanto animal. O objetivo deste 
estudo foi determinar a ocorrência de alatoxinas B
1
, B
2
, 
G
1
 e G
2
 em amostras de amendoim e paçoca adquiridas 
aleatoriamente no comércio da cidade de Alfenas- MG, 
Brasil, no período de junho de 2006 a fevereiro de 2007. 
Martins I./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008) 19
A técnica utilizada para a separação, identiicação e 
quantiicação das substâncias foi a cromatograia em 
camada delgada com prévia extração, líquido-líquido, dos 
analitos. Os resultados demonstraram que 38% das amostras 
de amendoim e 13% das amostras de paçoca estavam 
contaminadas com alatoxinas, sendo que as concentrações 
variaram de 21 a 138 µg kg-1. Todas as amostras positivas 
excederam o limite máximo permitido, preconizado 
pela legislação brasileira de 20 µg kg-1. Os achados do 
presente estudo corroboram com os relatados na literatura 
e conirmam a necessidade do freqüente monitoramento da 
presença de alatoxinas em alimentos.
unitermos: cromatograia em camada delgada, 
contaminação, amendoim, paçoca
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