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Relatório DEFINITIVO_UFMG_11032021

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11 de março de 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO 
Universidade Federal de Minas Gerais 
Exercício 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Controladoria-Geral da União (CGU) 
Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) 
 
RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO 
Órgão: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
Unidade Examinada: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) 
Município/UF: BELO HORIZONTE/MG 
Relatório de Avaliação: 885864 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Missão 
Elevar a credibilidade do Estado por meio da participação social, do controle 
interno governamental e do combate à corrupção em defesa da sociedade. 
 
Avaliação 
O trabalho de avaliação, como parte da atividade de auditoria interna, consiste 
na obtenção e na análise de evidências com o objetivo de fornecer opiniões ou 
conclusões independentes sobre um objeto de auditoria. Objetiva também 
avaliar a eficácia dos processos de governança, de gerenciamento de riscos e de 
controles internos relativos ao objeto e à Unidade Auditada, e contribuir para o 
seu aprimoramento. 
 
 
QUAL FOI O 
TRABALHO 
REALIZADO 
PELA CGU? 
Trata-se de auditoria para 
avaliar os processos de 
revalidação de diplomas 
estrangeiros de graduação e de 
reconhecimento de diplomas 
estrangeiros de pós-graduação 
pela Universidade Federal de 
Minas Gerais. 
Foram avaliados os 
procedimentos e processos 
definidos em amostra não 
probabilística relativos ao 
reconhecimento e revalidação 
de diplomas obtidos no 
exterior realizados pela UFMG 
entre 2017 e 2020. 
O resultado da avaliação na 
UFMG comporá, em conjunto 
com auditorias em curso em 
outras Instituições de Ensino 
Superior, análise dos sistemas 
de revalidação e 
reconhecimento de diplomas 
estrangeiros no Brasil quanto a 
eficiência, isonomia, 
adequação em termos de 
oferta de serviço, 
acessibilidade em função de 
variáveis que não excluam 
interessados, bem como 
qualidade, integridade e 
transparência. 
 POR QUE A CGU REALIZOU ESSE 
TRABALHO? 
A seleção destes temas se justifica por critérios 
de criticidade e de relevância. Os processos de 
revalidação e reconhecimento impactam, 
diretamente ou indiretamente, três metas 
estabelecidas Plano Nacional de Educação (PNE). 
Embora os referidos processos cumpram papel 
acessório do ponto de vista da política pública, 
são relevantes para a atração de mão de obra 
qualificada, bem como na internacionalização do 
conhecimento científico e tecnológico produzido 
no país. 
 QUAIS AS CONCLUSÕES 
ALCANÇADAS PELA CGU? QUAIS AS 
RECOMENDAÇÕES QUE DEVERÃO 
SER ADOTADAS? 
Foram identificadas boas práticas voltadas ao 
cumprimento da função pública de ofertar os 
serviços de revalidação e reconhecimento de 
títulos estrangeiros pela UFMG. A organização 
de setores específicos e o estabelecimento de 
um fluxo decisório adequado permitiram que a 
UFMG se destacasse como a instituição que mais 
registrou processos de revalidação/ 
reconhecimento de diplomas estrangeiros na 
Plataforma Carolina Bori, no período de 2017 a 
setembro de 2020. 
Não obstante sua elevada produção, os testes 
realizados também indicam que a Universidade 
Federal de Minas Gerais necessita estabelecer 
critérios para fixar as taxas de revalidação e 
reconhecimento de diplomas estrangeiros com 
base no custo dos processos. 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
Arcu-Sul Sistema de Acreditação Regional de Cursos de Graduação 
Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
CES Câmara de Educação Superior 
CGU Controladoria-Geral da União 
CNE Conselho Nacional de Educação 
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
ICT Instituição Científica e Tecnológica 
Inep Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira 
MEC Ministério da Educação 
MS Ministério da Saúde 
PNE Plano Nacional de Educação 
Revalida Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por 
Instituição de Educação Superior Estrangeira 
Sesu/MEC Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação 
TAEs Servidores Técnico-administrativos em Educação 
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais 
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO 6 
RESULTADOS DOS EXAMES 10 
1. Performance destacada na revalidação/reconhecimento de diplomas estrangeiros via 
Plataforma Carolina Bori. 10 
2. Inexistência de incentivos internos aos professores e servidores TAEs da UFMG para 
participação nos processos de revalidação e reconhecimento de diplomas estrangeiros. 10 
3. Não demonstração dos critérios e da memória de cálculo para fixar as taxas de 
revalidação e reconhecimento de diplomas estrangeiros. 11 
4. Prejuízos ao trâmite simplificado de reconhecimento de diplomas oriundos de cursos 
ou programas estrangeiros indicados em lista específica produzida pelo MEC e que 
deveria ter sido disponibilizada por meio da Plataforma Carolina Bori. 12 
RECOMENDAÇÕES 13 
CONCLUSÃO 14 
ANEXOS 15 
I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA E ANÁLISE DA EQUIPE DE AUDITORIA 15 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
INTRODUÇÃO 
Por meio deste relatório, apresentam-se os resultados do trabalho de avaliação dos processos 
de revalidação e reconhecimento de diplomas de graduação e de pós-graduação stricto sensu 
(mestrado e doutorado) obtidos no exterior, pela Universidade Federal de Minas Gerais 
(UFMG). O trabalho foi realizado de acordo com os preceitos contidos na Ação de Controle 
nº 885864. 
Os portadores de diplomas de graduação e de pós-graduação stricto sensu (mestrado e 
doutorado), obtidos em instituições de educação superior estrangeiras, poderão, para fins 
profissionais ou acadêmicos, mediante processo de revalidação ou reconhecimento, ter seus 
títulos declarados equivalentes aos concedidos no Brasil. Isto é, seus diplomas serão 
apostilados e passam a ter validade nacional. 
O processo de revalidação ou reconhecimento de diplomas de graduação, de mestrado e de 
doutorado, expedidos por instituições de educação superior estrangeiras é regido pelos § 2° 
e 3º do art. 48 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, e por normas infralegais estabelecidas em Resoluções e Portarias. 
Conforme dispõe o § 2º do art. 48 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a 
responsabilidade pelo processo de revalidação é das universidades públicas que mantenham 
curso do mesmo nível e área ou equivalente, acatando-se os acordos internacionais de 
reciprocidade ou equiparação em vigor. Já o § 3° do mesmo artigo, dispõe que a validação dos 
diplomas de mestrado e doutorado expedidos por instituições estrangeiras só poderá ocorrer 
por meio de processo de reconhecimento realizado por universidades (públicas ou privadas) 
que mantenham curso em nível equivalente ou superior, na mesma área de conhecimento. 
A seleção deste tema para ação de controle se justifica por critérios de criticidade e de 
relevância. O processo de revalidação ou reconhecimento impacta metas e estratégias do 
Plano Nacional de Educação (PNE), em especial: 
a) Meta 12 (estratégia 12.12), que incentiva a mobilidade estudantil e docente em 
âmbito nacional e internacional; 
b) Meta 13, que procura elevar a qualidade da educação superior e ampliar a 
proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do 
sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no 
mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores; e 
c) Meta 14 (estratégias 14.9, 14.10 e 14.13), que estimula, entre outras ações: a 
atuação em rede, o intercâmbio científico e tecnológico, e a cooperação científica entre 
empresas, universidades e ICTs em âmbito nacional e internacional. 
Atentos aos impactos deste processo na internacionalização do conhecimento produzido nas 
universidade brasileiras ena atração de mão de obra qualificada para contribuir para o 
desenvolvimento econômico e científico do país, a Câmara de Educação Superior (CES) do 
 
7 
 
Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou a Resolução CNE/CES n° 3, de 22 de junho de 
2016, que regulamenta os procedimentos referentes à revalidação e ao reconhecimento de 
diplomas expedidos por instituições estrangeiras de ensino superior. Com abrangência 
nacional, a Resolução estabelece procedimentos que deverão ser adotados por todas as 
universidades brasileiras. Com base nesta resolução, o Ministério da Educação (MEC) expediu 
a Portaria Normativa MEC nº 22, de 13 de dezembro de 2016, dispondo de normas e 
procedimentos gerais de tramitação de processos relativos à revalidação e ao reconhecimento 
de diplomas. 
Tanto a Resolução CNE/CES n° 3/2016 como a Portaria Normativa MEC nº 22/2016 
estabelecem responsabilidades para os atores envolvidos no processo e fixam períodos 
máximos para a duração do processo de revalidação ou de reconhecimento dos diplomas 
estrangeiros nas universidades revalidadoras/reconhecedoras. Aliás, a fixação de tais prazos 
busca mitigar a ocorrência histórica de elevado volume de processos de validação de trâmite 
de longuíssima duração, realizados em prazos considerados inadmissíveis (MEC, 2019)1. 
Assim, com o objetivo de facilitar a gestão e o controle do fluxo de processos de revalidação 
ou reconhecimento, favorecendo a interatividade entre as partes, o MEC disponibilizou aos 
interessados a Plataforma Carolina Bori2 no primeiro trimestre de 2017. A expectativa do 
ministério com esta iniciativa era fortalecer a “agilidade, transparência, coerência e 
previsibilidade aos processos de revalidação/reconhecimento de diplomas estrangeiros no 
Brasil” (MEC, 2017)3. 
A utilização desta plataforma pelas universidades validadoras, contudo, é por adesão, isto é, 
não é obrigatória a tramitação dos processos por meio dela. Atualmente4, 107 universidades 
assinaram o termo de adesão para utilizar a plataforma como sistema de gestão e controle do 
fluxo de processos conduzidos por elas. 
No caso da revalidação de diplomas de medicina, as universidades públicas podem optar pelo 
procedimento ordinário de revalidação, regulamentado pela Resolução CNE/CES n° 3/2016 e 
pela Portaria Normativa MEC nº 22/2016, ou pela adesão ao Exame Nacional de Revalidação 
de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida). 
O Revalida foi instituído pelo MEC e pelo Ministério da Saúde (MS) por meio da Portaria 
MEC/MS nº 278, de 17 de março de 2011. O objetivo do exame é verificar a aquisição de 
conhecimentos, habilidades e competências (teóricas e práticas) para o exercício profissional 
da medicina apropriado aos princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 
suma, este exame serve de subsídio para o processo de revalidação de diplomas de medicina 
ao tornar dispensável o rito processual de comprovação de currículos, previsto no art. 7º da 
Resolução CNE/CES n° 3/2016. De forma complementar ao exame, compete às universidades 
 
1 Disponível em: <http://carolinabori.mec.gov.br/?pagina=historico> 
2 Disponível em: <http://carolinabori.mec.gov.br/> 
3 Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu-secretaria-de-educacao-superior/programas-e-acoes> 
4 Pesquisa realizada em http://plataformacarolinabori.mec.gov.br/consulta-publica/adesao/consulta no dia 
29/12/2020. 
 
8 
 
que aderiram ao Revalida a atividade de análise da autenticidade da documentação entregue 
pelo requerente conforme exigido na legislação brasileira. 
Este relatório apresenta os resultados dos testes aplicados na Universidade Federal de Minas 
Gerais. Contudo, como exposto, seus resultados não ficarão restritos às políticas internas da 
UFMG, pois serão consolidados e avaliados em conjunto com outras instituições de ensino 
superior. 
Para alcançar o objetivo do trabalho, buscou-se responder às seguintes questões e 
subquestões de auditoria: 
 
Questão 1. O processo de revalidação de diplomas de graduação obtidos no exterior na 
Universidade é eficiente e acessível em função de variáveis que não promovam exclusão de 
interessados? 
Subquestão 1.1 - Os incentivos internos na Universidade estão ajustados para 
promover alocação de recursos adequados e suficientes ao sistema de revalidação de 
diplomas Subquestão estrangeiros? 
Subquestão 1.2 - O critério utilizado pela Universidade para fixar a taxa de revalidação 
de diplomas estrangeiros é baseado no custo do processo? 
Subquestão 1.3 - A Universidade tem cumprido o prazo no atendimento da revalidação 
de diplomas estrangeiros? 
Subquestão 1.4 - O mecanismo de tramitação simplificada de processos de revalidação 
de diplomas de graduação obtidos no exterior tem operado de forma plena na 
Universidade? 
Subquestão 1.5 - A Universidade está admitindo regularmente pedidos de revalidação 
de diplomas de graduação obtidos no exterior? 
Subquestão 1.6 - Os processos de revalidação dos candidatos aprovados no exame 
Revalida tem sido concluídos pela Universidade e com celeridade? 
 
Questão 2. O processo de revalidação de diplomas de graduação obtidos no exterior na 
Universidade possui os requisitos de integridade e transparência? 
Subquestão 2.1 - Há indícios de ocorrência de irregularidades em processos de 
revalidação na Universidade ou mesmo práticas ilícitas contrárias ao interesse público? 
Subquestão 2.2 - A Universidade tem divulgado regularmente a capacidade real de 
atendimento aos pedidos de revalidação para cada curso? 
Subquestão 2.3 - Há mecanismos eficazes de divulgação e acompanhamento dos 
processos de revalidação pelos usuários na Universidade? 
Subquestão 2.4 - A indicação de estudos complementares por universidades privadas 
é cercada de critérios que garantam participação ampla e isonômica das IES? 
 
Questão 3. O processo de reconhecimento de diplomas de pós-graduação obtidos no 
exterior na Universidade é eficiente, adequado em termos de oferta de serviços e acessível 
em função de variáveis que não promovam exclusão de interessados? 
Subquestão 3.1 - Os incentivos internos na Universidade estão ajustados para 
promover alocação de recursos adequados e suficientes ao sistema de 
reconhecimento de diplomas estrangeiros? 
 
9 
 
Subquestão 3.2 - O critério utilizado pela Universidade para fixar a taxa de 
reconhecimento de diplomas estrangeiros é baseado no custo do processo? 
Subquestão 3.3 - A Universidade tem cumprido o prazo no atendimento do 
reconhecimento de diplomas estrangeiros? 
Subquestão 3.4 - O mecanismo de tramitação simplificada de processos de 
reconhecimento de diplomas de pós-graduação obtidos no exterior tem operado de 
forma plena na Universidade? 
Subquestão 3.5 - A Universidade está admitindo regularmente pedidos de 
reconhecimento de diplomas de pós-graduação obtidos no exterior? 
 
Questão 4. O processo de reconhecimento de diplomas de pós-graduação obtidos no 
exterior na Universidade possui os requisitos de integridade e transparência? 
Subquestão 4.1 - Há indícios de ocorrência de irregularidades em processos de 
reconhecimento na Universidade ou mesmo práticas ilícitas contrárias ao interesse 
público? 
Subquestão 4.2 - A Universidade tem divulgado regularmente a capacidade real de 
atendimento aos pedidos de reconhecimento para cada curso? 
Subquestão 4.3 - Há mecanismos eficazes de divulgação e acompanhamento dos 
processos de reconhecimento pelos usuários na Universidade? 
No que se refere à integridade das informações da Plataforma Carolina Bori que depende da 
fidedignidade e tempestividades da alimentação dos dados por parte das Universidades, com 
potencial impacto no tempo de tramitação em todo o sistema, procedeu-se à seleção de 
amostra não probabilística de processos cujos resultados foram emitidos entre 2017 e 2020. 
Nenhuma restrição foi imposta aos nossos exames. 
 
 
10 
 
RESULTADOS DOS EXAMES 
 
1. Performance destacada na revalidação/reconhecimento de 
diplomasestrangeiros via Plataforma Carolina Bori. 
De acordo com planilha disponibilizada pelo MEC, que apresenta os processos de revalidação 
e reconhecimento de diplomas estrangeiros registrados na Plataforma Carolina Bori no 
período de 2017 a setembro de 2020, a UFMG foi a instituição que mais registrou processos, 
sendo responsável pela análise de 1.109 requisições, cerca de 31% do total de processos 
registrados no Portal (3.499). A segunda instituição que mais registrou processos foi a UFRGS, 
com o total de 381 processos. No total, 64 instituições aderentes à Plataforma registraram 
processos nesse período. 
Esta elevada produção na UFMG se deve, em grande parte, à organização de setores 
específicos para a revalidação e o reconhecimento de diplomas obtidos no exterior e ao 
estabelecimento de um fluxo decisório interno adequado de alocação de recursos para as 
mencionadas atividades. 
Como consequência dessa elevada produção, da amostra de processos analisada, 15% 
descumpriu o prazo de 180 dias para o trâmite normal desses requerimentos5. Contudo, tendo 
em vista o alto número de processos analisados, e por se tratar de processos que geraram 
recursos e até a aplicação de provas adicionais, somos de opinião que o quantitativo de casos 
de descumprimento de prazos identificados não é relevante, além de tais situações não terem 
gerado impactos relevantes aos usuários do serviço. 
Vale ressaltar que não foram identificados indícios de irregularidades ou mesmo práticas 
contrárias ao interesse público nos processos analisados, tendo a Universidade adotado regras 
internas para rodízio de examinadores e conflito de interesse nas suas comissões de 
julgamento, além de prover mecanismos adequados de divulgação e acompanhamento dos 
citados processos pelos usuários da UFMG. 
 
2. Inexistência de incentivos internos aos professores e servidores 
TAEs da UFMG para participação nos processos de revalidação e 
reconhecimento de diplomas estrangeiros. 
 
5 Dos 45 processos analisados, 7 apresentaram prazo maior que o estipulado na Portaria Normativa MEC nº 
22/2016. Contudo, deve-se ressaltar que a amostra foi direcionada para os processos com maiores prazos de 
duração. 
 
11 
 
Conforme já mencionado, a revalidação e o reconhecimento de diplomas obtidos em 
instituições estrangeiras caracterizam função pública necessária das universidades públicas e 
privadas integrantes do sistema de revalidação de títulos estrangeiros. 
Considerando que tais atividades consomem recursos limitados das instituições, é necessário 
que haja um fluxo decisório que arbitre sobre os recursos que serão providos aos processos. 
Além da execução destas atividades ocorrerem em detrimento de outras, o conjunto de 
atribuições exercidas pelos servidores são a base para avaliações de qualidade, a exemplo das 
avaliações para progressão ou mesmo seleção para ocupação de cargos comissionados. Em 
outras palavras, a execução das atividades de revalidação/reconhecimento ocorre em 
detrimento a outras atividades, situação em que exercer papel no processo de 
revalidação/reconhecimento significa não exercer outro papel que, eventualmente pode 
resultar em maior compensação. É nesse contexto que consideramos importante o 
estabelecimento de mecanismos institucionais que incentivem os docentes e os Técnico-
administrativos em Educação (TAEs) a dedicarem esforços à política de 
revalidação/reconhecimento de diplomas emitidos no exterior. 
Em que pese o elevado número de processos de revalidação/reconhecimento de diplomas 
estrangeiros analisados pela Universidade, os exames de auditoria indicaram que a UFMG não 
possui mecanismos concretos que objetivem incentivar docentes e TAEs a dedicarem esforços 
à política de revalidação/reconhecimento de diplomas obtidos no exterior. 
 
3. Não demonstração dos critérios e da memória de cálculo para fixar 
as taxas de revalidação e reconhecimento de diplomas estrangeiros. 
De acordo com o artigo 10 da Portaria Normativa MEC nº 22/2016, a instituição fixará a taxa 
para a realização de reconhecimento e revalidação de diplomas considerando os custos do 
processo, entendendo-se como a estimativa de h/h a disponibilizar, os materiais 
eventualmente a serem utilizados, bem como os insumos necessários. 
O gestor não apresentou memória de cálculo demonstrando que os valores cobrados se 
basearam nos custos do processo. Ressalte-se que, os valores adotados tanto para a 
revalidação quanto para o reconhecimento de diplomas estrangeiros pela UFMG se 
encontram abaixo da média dos valores cobrados pelas outras universidades pesquisadas. A 
tabela seguinte apresenta os valores identificados: 
Tabela 1 – Taxas cobradas na UFMG X Média das universidades 
Processo Valor atual 
cobrado na UFMG 
Média obtida via 
pesquisa 
Revalidação 
Medicina R$ 1.744,00 R$ 2.715,57 
Demais cursos R$ 1.046,38 R$ 1.530,72 
Reconhecimento R$ 939,37 R$ 1.798,13 
Fonte: UFMG e pesquisa realizada em http://plataformacarolinabori.mec.gov.br/consulta-
publica/adesao/consulta no dia 29/12/2020. 
 
12 
 
 
4. Prejuízos ao trâmite simplificado de reconhecimento de diplomas 
oriundos de cursos ou programas estrangeiros indicados em lista 
específica produzida pelo MEC e que deveria ter sido disponibilizada 
por meio da Plataforma Carolina Bori. 
O art. 36, inc. I da Portaria Normativa MEC nº 22/2016 determina que cursos ou programas 
estrangeiros cujos diplomas constantes de lista específica devidamente elaborada pelo MEC 
e disponibilizada por meio da Plataforma Carolina Bori devem seguir o trâmite simplificado de 
reconhecimento, com prazo reduzido de 90 dias. Seu §2º esclarece: 
A lista a que se refere o inciso I deste artigo abrangerá cursos ou programas que 
já foram submetidos a três análises por instituições reconhecedoras diferentes 
e que o reconhecimento tenha sido deferido de forma plena, sem a realização 
de atividades complementares. 
Contudo, constatou-se que o MEC não alimentou a Plataforma Carolina Bori com a 
mencionada lista, impedindo que processos de requerentes cujos cursos se enquadram na 
situação exigida na Portaria Normativa fossem encaminhados ao trâmite simplificado pela 
Plataforma. 
Foram identificados na UFMG 128 processos de reconhecimento encaminhados para o 
trâmite ordinário de 180 dias, mas que poderiam ter sido tramitados de forma simplificada, 
por tratar de cursos ou programas estrangeiros cujos diplomas já haviam sido submetidos a 
três análises por instituições reconhecedoras diferentes com deferimento pleno. Destes 128 
processos, 49 apresentaram prazo maior que 90 dias6, indicativo de um potencial prejuízo aos 
requerentes nos prazos de tramitação, pela ausência da lista específica na Plataforma Carolina 
Bori. 
Essa ausência da lista específica do MEC não gerou impacto nos processos de revalidação de 
diplomas estrangeiros de graduação realizados pela Universidade, considerando que não 
foram identificados cursos que se enquadrem na exigência da Portaria Normativa MEC nº 
22/2016 (art. 22, inc. I e §2º), ou seja, que tenham sido submetidos a três análises por 
instituições revalidadoras diferentes e que a revalidação tenha sido deferida de forma plena, 
sem a realização de atividades complementares. 
 
 
 
 
6 Não foi avaliado se esta demora no prazo ocorreu em função de atraso na entrega da documentação original 
pelo requerente. 
 
13 
 
RECOMENDAÇÕES 
 
Achado n° 3 
1 – Estabelecer critérios e redefinir os valores das taxas para revalidação e reconhecimento 
de diplomas estrangeiros com base nos custos do processo (art. 10 da Portaria Normativa MEC 
nº 22/2016), apresentando a respectiva memória de cálculo. 
 
 
14 
 
CONCLUSÃO 
Os testes aplicados aos processos de revalidação de diplomas estrangeiros de graduação e de 
reconhecimento de diplomas estrangeiros de pós-graduação na Universidade Federal de 
Minas Gerais permitiram concluir que: 
Questão 1. O processo de revalidação de diplomas de graduação obtidos no exterior na 
Universidadeé adequado quanto à eficiência e acessibilidade. 
Questão 2. O processo de revalidação de diplomas de graduação obtidos no exterior da 
Universidade é adequado quanto aos requisitos de integridade e transparência. 
Questão 3. O processo de reconhecimento de diplomas de pós-graduação obtidos no exterior 
na Universidade é adequado quanto à eficiência e acessibilidade. 
Questão 4. O processo de reconhecimento de diplomas de pós-graduação obtidos no exterior 
na Universidade é adequado quanto os requisitos de integridade e transparência 
Embasa tais conclusões o achado 1, que evidencia o elevado número de processos de 
revalidação/reconhecimento de diplomas estrangeiros analisados via Plataforma Carolina Bori 
pela UFMG, no período de 2017 a setembro de 2020. Nestes processos não foram 
identificados indícios de irregularidades ou práticas ilícitas contrárias ao interesse público. Em 
que pesem os achados 2 e 3, que indicam ajustes para melhorias nos processos de 
revalidação/reconhecimento de diplomas emitidos no exterior, a Universidade tem cumprido 
de forma adequada sua função pública de ofertar os serviços de revalidação e reconhecimento 
de títulos estrangeiros. 
Segundo os resultados da auditoria, cabe aprimoramento na definição do valor das taxas 
cobradas para revalidação e reconhecimento de diplomas estrangeiros, para que estes valores 
se baseiem nos custos dos processos. O achado 4 aponta, ainda, a possibilidade de melhoria 
no fornecimento destes serviços pela UFMG, com redução de prazo de análise, na medida em 
que o MEC disponibilize a lista específica de cursos que autorizam o trâmite simplificado 
previsto na legislação vigente. 
 
 
 
15 
 
ANEXOS 
I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA E ANÁLISE DA EQUIPE 
DE AUDITORIA 
Achado nº 2 
Inexistência de incentivos internos aos professores e servidores TAEs da UFMG para 
participação nos processos de revalidação e reconhecimento de diplomas estrangeiros. 
Manifestação da unidade examinada 
Em relação aos processos de revalidação de diplomas estrangeiros, mediante resposta ao item 
3 da SA UFMG 3, encaminhada por meio do documento ‘Questoes Auditoria 2 23112020 Ass’ 
em 23 de novembro de 2020, a Pró-Reitora de Graduação da UFMG informou: 
“Os processos relativos à progressão e promoção de carreira docente são submetidos às 
Congregações das Unidades Acadêmicas, que, por sua vez, devem realizar a aprovação por 
meio de reunião ordinária. Cabe à Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD), órgão 
assessor da Pró-Reitoria de Recursos Humanos, bem como à própria Pró-Reitoria de Recursos 
Humanos, instância responsável por tratar das questões referentes à formulação, ao 
acompanhamento e à execução da política de pessoal docente da UFMG e, ainda, ao Conselho 
de Ensino Pesquisa e Extensão (CEPE) e o Conselho Universitário encaminhar questões 
atinentes à matéria. 
Em relação aos normativos que prevejam os critérios para avaliação, apresentamos abaixo as 
informações constantes em documento da CPPD: 
À CPPD caberá prestar assessoramento ao colegiado competente ou dirigente máximo na 
instituição de ensino, para formulação e acompanhamento da execução da política de pessoal 
docente, no que diz respeito a avaliação do desempenho para fins de progressão e promoção 
funcional. (Art. 26, § 1º, inciso IV da Lei 12.772/2012) 
(...) A avaliação de desempenho para a progressão funcional incidirá sobre as atividades 
relacionadas a ensino, pesquisa, extensão e gestão, de acordo com o que for pertinente a cada 
Classe, avaliadas, também, a assiduidade, responsabilidade e qualidade do trabalho, de 
acordo com os critérios estabelecidos na Portaria MEC 554/2013. 
Outrossim, a Resolução Complementar do Conselho Universitário No04/2014 de 09 de 
setembro de 2014, dispõe sobre as progressões e promoções dos integrantes das Carreiras de 
Magistério da Universidade Federal de Minas Gerais, sendo utilizada, nessa medida, para 
estabelecer os critérios para progressões e promoções dos docentes da Instituição. Vale 
destacar que, entre os parâmetros e indicadores detalhados na referida Resolução, constam 
funções de gestão, administração, assessoramento e outras, as quais podem contemplar as 
atividades desenvolvidas pelos docentes no âmbito das Comissões de Revalidação, conforme 
estabelecido pelas Congregações das Unidades Acadêmicas”. 
 
16 
 
Quanto aos servidores TAE, foi informado na resposta ao item 3 da Solicitação de Auditoria 
UFMG 01 (enviada por meio do Ofício nº 778/2020/GAB-REI-UFMG, de 15/10/20, e anexos: 
“Quanto aos TAEs não existem nenhuma política nesse sentido no âmbito desta Universidade”. 
Por meio do Ofício nº 6/2020/PRPG-SAD-UFMG, de 23 de novembro de 2020, o Pró-Reitor de 
Pós Graduação da UFMG apresentou a seguinte manifestação para os processos de 
reconhecimento: 
“Não há nenhuma vantagem financeira para os docentes nem tampouco vantagem em termos 
de redução de tempo alocado a atividades de ensino, pesquisa e extensão. A atuação dos 
docentes na CPRD pode ser incluída nos respectivos currículos vitae, bem como nos relatórios 
de atividades docentes. Todos os docentes devem apresentar relatório de atividades a cada 
ano. Porém, a pontuação relativa à participação em comissões é baixa”. 
Análise da equipe de auditoria 
Especificamente em relação aos processos de revalidação de diplomas estrangeiros de 
graduação, em que pese a Pró-Reitora de Graduação da UFMG ter informado que as ações 
desenvolvidas pelos docentes podem ser valorizadas em momentos de avaliação em processos 
de progressão e promoção da carreira, não restou comprovada a adoção de incentivos 
específicos pela Universidade para que os docentes dediquem esforços à política de 
revalidação. 
Contudo, após a Reunião de Busca de Soluções, foi demonstrado que a participação dos 
docentes nos processos de revalidação e reconhecimento é reconhecida como trabalho em 
comissões, sendo considerada para fins de progressão e promoção da carreira dos docentes. 
 
Achado nº 3 
Não demonstração dos critérios e da memória de cálculo para fixar as taxas de revalidação e 
reconhecimento de diplomas estrangeiros. 
Manifestação da unidade examinada 
Em relação aos processos de revalidação de diplomas estrangeiros, mediante resposta ao item 
5 da SA UFMG 1, encaminhada por meio do documento ‘Resposta_Prograd’ em 15 de outubro 
de 2020, a Pró-Reitora de Graduação da UFMG informou: 
“Os critérios e valores referentes à taxa de revalidação de diplomas foram estabelecidos pela 
Resolução No 02/2010 do Conselho Universitário da UFMG, e, desta forma, à época da referia 
Resolução foi estipulado o valor de R$ 1.000,00 (Um mil reais) para o curso de Medicina e R$ 
600,00 (Seiscentos reais) para os demais cursos. Quanto aos cálculos e atualizações da referida 
taxa, estes são realizados de acordo com a mesma Resolução, atualizados anualmente, em 
consonância com a variação do Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela Fundação 
 
17 
 
Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais, da 
Universidade Federal de Minas Gerais-IPC-IPEAD/UFMG, sendo vedada a possibilidade do 
custo de tramitação ser maior do que a arrecadação. 
Além disso, a referida Resolução estabelece ainda a possibilidade de isenção total ou parcial, 
do pagamento da taxa para o candidato cuja situação econômica justifique a gratuidade de 
sua isenção, a qual é analisada pela Fundação Universitária Mendes Pimentel (FUMP), 
segundo critérios de carência e custos de tramitação do processo”. 
Por meio do Ofício nº 109/2020/PRPG-GAB-UFMG, de 14 de outubro de 2020, o Pró-Reitor de 
Pós Graduação da UFMG apresentou a seguinte manifestação para os processos de 
reconhecimento: 
“Considerando a Resolução n°1/2015, de 24 de março de 2015, do Conselho niversitário da 
UFMG, a correção do valor da taxa de inscrição para os protocolos de processos de 
reconhecimento de diplomas de pós-graduação ob  dos em ins  tuições estrangeiras é feita 
com base no IPCAIPEAD/UFMG,acumulado do período. Em relação ao ano de 2019, temos: R$ 
898,06 (Edital 2019) + (4,60%) = R$ 939,37. 
Para o cálculo acima, u  lizamos a informação passada pelo Setor de Pesquisa e 
desenvolvimento da Fundação IPEAD. Segundo eles, a variação do Índice de Preços ao 
Consumidor Amplo (IPCAIPEAD/UFMG) no período entre fevereiro de 2019 e janeiro de 2020 
perfez o acumulado de4 ,60%. A informação também pode ser verificada no sítio da instituição 
IPEAD:https://www.ipead.face.ufmg.br/site/publicacoes/indicesPrecos”. 
Análise da equipe de auditoria 
Embora os valores adotados pela UFMG estejam abaixo da média dos valores cobrados pelas 
outras universidades pesquisadas, tanto para revalidação quanto para reconhecimento de 
diplomas obtidos no exterior, o gestor não apresentou memória de cálculo demonstrando que 
os valores cobrados se basearam nos custos do processo. 
Os gestores da UFMG informaram, durante a Reunião de Busca de Soluções, que o valor das 
taxas originou de um estudo que tentou refletir os custos do processo executado nos anos 80. 
Por estar defasado, considerando as mudanças incorporadas aos processos nos últimos anos, 
incluindo a disponibilização da Plataforma Carolina Bori, mantém-se a recomendação exarada 
para que a UFMG redefina os valores das taxas para revalidação e reconhecimento de 
diplomas estrangeiros com base nos custos atuais do processo. 
 
Achado nº 4 
Prejuízos ao trâmite simplificado de reconhecimento de diplomas oriundos de cursos ou 
programas estrangeiros indicados em lista específica produzida pelo MEC e que deveria ter 
sido disponibilizada por meio da Plataforma Carolina Bori. 
 
18 
 
Manifestação da unidade examinada 
Mediante a Solicitação de Auditoria UFMG 03, foi demandado à UFMG: 
“Item 12. De acordo com a relação de processos reconhecidos em 2017, 2018 e 2019 enviada 
pela Universidade, foram identificados processos tramitados pelo rito ordinário, sendo que se 
tratava de diplomas oriundos de áreas de conhecimento/instituições que já haviam sido 
submetidos a três análises por instituições reconhecedoras diferentes, com deferimento pleno. 
Como exemplo, citam se os processos de reconhecimento de diplomas obtidos na Universidade 
de Coimbra para a área de conhecimento de Direito. Desta forma, solicita-se: 
12.1 – informar se a UFMG tinha conhecimento do fato (diplomas oriundos de áreas de 
conhecimento/instituições que já haviam sido submetidos a três análises por instituições 
reconhecedoras diferentes, com deferimento pleno); 
12.2 – em caso positivo, justificar a adoção do trâmite ordinário em casos passíveis de 
tramitação simplificada; 
12.3 - informar se a Plataforma Carolina Bori encaminhou automaticamente tais processos ao 
trâmite simplificado (com alteração do tipo de trâmite pela própria UFMG)”. 
Em resposta, por meio do Ofício nº 77/2021/PRPG-GAB-UFMG, de 05 de março de 2021, o 
Pró-Reitor de Pós Graduação da UFMG apresentou a seguinte manifestação: 
“Item 12.1 - A UFMG tinha conhecimento do reconhecimento de diplomas oriundos de áreas 
do conhecimento e instituições que já haviam sido submetidos a três análises por instituições 
reconhecedoras diferentes, com deferimento pleno. 
Item 12.2 - O Art. 36 da Portaria Normativa MEC 22, de 13 de dezembro de 2016, determina 
as situações em que se aplica a tramitação simplificada de reconhecimento de diplomas de 
pós-graduação stricto sensu. A UFMG sempre cumpriu os incisos II e III deste Artigo. No que 
diz respeito ao inciso I do parágrafo 2º do Art. 36 da referida Portaria, com indicação de 
tramitação simplificada para os diplomas oriundos de cursos ou programas estrangeiros que 
já foram submetidos a três análises por instituições reconhecedoras diferentes e cujo 
reconhecimento tenha sido deferido de forma plena, sem a realização de atividades 
complementares, a UFMG não tinha conhecimento da existência de lista específica elaborada 
pelo MEC na qual estariam indicados os cursos ou programas cujos diplomas deveriam ser 
tramitados de maneira simplificada. Como atesta o Relatório Preliminar da CGU, essas 
informações não foram disponibilizadas na forma de uma lista. 
Item 12.3 - A Plataforma Carolina Bori encaminhou automaticamente tais processos ao 
trâmite simplificado e a UFMG alterou o tipo de trâmite por não ter conhecimento da 
existência de lista específica elaborada pelo MEC na qual estariam indicados os cursos ou 
programas cujos diplomas deveriam ser tramitados de maneira simplificada, como previsto no 
Art. 36 da Portaria Normativa MEC 22, de 13 de Dezembro de 2016. 
 
19 
 
Em complementação às respostas aqui fornecidas, cumpre apontar que, ao incluir como 
condição para tramitação simplificada o deferimento completo por três instituições 
reconhecedoras, o inciso I do Art. 36 da Portaria Normativa MEC 22, de 13 de dezembro de 
2016, parte do pressuposto que diferentes universidades brasileiras, com Programas de Pós-
Graduação com notas diferenciadas, conforme avaliação conduzida pela CAPES, adotarão 
critérios semelhantes na análise aprofundada dos pedidos de reconhecimento de diplomas 
pela tramitação ordinária. 
A Universidade Federal de Minas Gerais conta com Programas de Pós-Graduação reconhecidos 
pela excelência acadêmica por meio de notas no extrato superior da avaliação da CAPES, cujos 
parâmetros de avaliação de teses e dissertações são distintos de outras instituições com notas 
em extratos inferiores da avaliação da CAPES. Na avaliação da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, 
o inciso I do Art. 36 da Portaria Normativa MEC 22, de 13 de Dezembro de 2016 apresentaria 
maior coerência caso indicasse a tramitação simplificada para os pedidos de reconhecimento 
de diploma de cursos de instituições estrangeiras que já foram submetidos a três análises pela 
própria instituição reconhecedora e cujo reconhecimento tenha sido deferido deforma plena, 
sem a realização de atividades complementares. Desta maneira, uma instituição de ensino 
superior, ao reconhecer três diplomas de um determinado curso de uma instituição 
estrangeira, passaria a tramitar os pedidos seguintes de reconhecimento de diploma do 
mesmo curso e instituição de maneira simplificada. Evitar-se-ia, com este procedimento, a 
inconsistência gerada pelo reconhecimento de diplomas numa mesma área do conhecimento 
por instituições com níveis diferenciados de qualidade acadêmica.”. 
Análise da equipe de auditoria 
A falha apontada neste Relatório indica o Ministério da Educação como responsável pela 
disponibilização de lista específica que autoriza o trâmite simplificado de processos, por meio 
da Plataforma Carolina Bori. Como mencionado, esta tramitação simplificada está prevista nos 
art. 22 e 36 da Portaria Normativa MEC nº 22/2016. 
Contudo, vale ressaltar a proposta da Universidade Federal de Minas Gerais para que a 
indicação para tramitação simplificada ocorra nos pedidos de reconhecimento de diploma de 
cursos de instituições estrangeiras que já foram submetidos a três análises pela própria 
instituição reconhecedora e cujo reconhecimento tenha sido deferido deforma plena, sem a 
realização de atividades complementares.

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