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Composição corporal Antropometria

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LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL – ANTROPOMETRIA 
ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO 
CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 
E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br 
 
 
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO 
CORPORAL – ANTROPOMETRIA 
 
 
 
 A avaliação antropométrica mostra como estão distribuídos os elementos que 
compõem o peso corporal (massa gorda e massa magra). São levadas em consideração 
diferentes medidas e aferições, para que o resultado final seja o mais fidedigno possível. 
Normalmente, são utilizadas as medidas de peso, altura, IMC, circunferências e 
dobras cutâneas. A partir delas, pode-se calcular o percentual de gordura e classificá-lo. 
Mas, para isso, é necessário entender o papel que cada uma dessas medidas tem e como 
aplicá-las. Veja a seguir: 
Peso corporal – Medida usualmente utilizada no processo de avaliação 
nutricional. É de simples aferição, representando a soma de todos os componentes 
corporais (água, gordura, ossos e músculos). Não se deve utilizar unicamente essa 
medida como indicador avaliativo, principalmente em situações de retenção hídrica 
(edema e ascite), insuficiência renal, insuficiência cardíaca e desidratação. Assim, o peso 
deve ser interpretado com cautela nessas ocasiões. 
Peso atual (PA) – É o peso aferido no momento da avaliação nutricional em uma 
balança calibrada, na qual o indivíduo é posicionado em pé, descalço, no centro da 
plataforma. 
Peso usual (PU) – É o peso que o paciente geralmente apresenta de forma mais 
consistente, na ausência de doenças ou procedimentos. É o peso subjetivo relatado pelo 
paciente. 
Altura (A) – É aferida utilizando-se um estadiômetro de haste móvel ou fixa, ou 
um antropômetro. 
 
 
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Índice de massa corporal (IMC) – É a relação entre o peso do indivíduo e sua 
altura. Utilizado para classificar o estado nutricional da população. Não leva em 
consideração a composição corporal. 
 
CIRCUNFERÊNCIAS 
 
As circunferências corporais podem ser aferidas isoladamente ou em conjunto 
com outra medida antropométrica, sendo utilizadas para verificação do tamanho de 
secções transversais e dimensões do corpo. Indicam crescimento, estabelecendo o 
padrão muscular, e verificam a distribuição de gordura corporal. São empregadas 
também para verificar a predisposição de gordura corporal localizada e a distribuição da 
gordura corporal. 
Saber a quantidade de gordura corporal é importante, contudo, quando se fala 
em algumas patologias, existe uma correlação direta com a localização da gordura 
corporal. Diversos estudos relacionam a gordura localizada na região abdominal com o 
risco de doenças cardiovasculares, resistência a insulina, diabetes tipo 2, hipertensão, 
hiperlipidemia e acidente vascular encefálico. 
A seguir, será apresentada uma das principais medidas de avaliação e 
classificação. 
Circunferência de cintura (CC) – Quando se verifica a circunferência da cintura 
com o objetivo de classificação, deve-se ter o cuidado de realizar essa medida no mesmo 
local anatômico em que o estudo de referência foi feito. Esse cuidado evita um 
importante erro metodológico no estudo. 
Os principais locais anatômicos para aferição da circunferência de cintura 
utilizados em adultos são: 
• CC 1 (abaixo do último arco costal): não apresenta dificuldade de 
identificação, inclusive em indivíduos obesos, porém é importante 
padronizar esse ponto imediatamente abaixo da última costela, que é, em 
 
 
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geral, na margem anterior da região lateral, em ambos os lados do tronco 
(LOHMAN, 1988). 
• CC 2 (ponto mínimo): local de recomendação mais frequente. É de fácil 
identificação visual na maioria dos indivíduos; entretanto, em outros, não há 
como visualizar uma mínima circunferência entre o último arco costal e a 
crista ilíaca, devido à grande quantidade de gordura abdominal (LOHMAN, 
1988). 
• CC 3 (ponto médio): é necessária a identificação absoluta do ponto médio 
entre o último arco costal e a crista ilíaca. Esse método leva mais tempo entre 
as avaliações do que outros, pois se deve verificar a localização e a marcação 
corretas de dois pontos anatômicos. A não verificação adequada tem efeito 
importante na medição final (WHO, 1995). 
• CA 4 (circunferência do abdome): é frequentemente usada, de maneira 
inadequada, por alguns autores para expressar a circunferência da cintura. O 
local de aferição da circunferência do abdome é sobre a cicatriz umbilical. 
Logo, a região de aferição dessas circunferências já diferencia uma da outra 
(WHO, 1995). 
• CC 5: medida imediatamente acima da crista ilíaca. É tecnicamente mais 
difícil, principalmente em mulheres, além de ser difícil a estabilização da fita 
na superfície da pele. É uma referência importante, uma vez que se 
correlaciona com L4 e L5, local mais frequente de realização de exames de 
tomografia computadorizada para fins de verificação de gordura visceral 
(NIH, 2000). 
 
DOBRAS CUTÂNEAS 
 
A verificação das dobras cutâneas é um método simples, de baixo custo e menos 
invasivo para a determinação de reserva gordurosa. Baseia-se no fato de que 
aproximadamente metade do conteúdo corporal total de gordura localiza-se no tecido 
subcutâneo, sendo essa gordura diretamente relacionada com a gordura corporal total. 
 
 
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Grande parte dos protocolos para determinação da gordura corporal total utiliza 
de dois a nove locais de medidas. A seguir, são apresentados os principais locais de 
dobras adotados internacionalmente. 
Dobra cutânea tricipital (DCT) – A aferição deve ser realizada na face posterior 
do braço direito, paralelamente ao eixo longitudinal, no ponto que compreende a 
distância média entre o acrômio e o processo do olécrano da ulna. 
Dobra cutânea bicipital (DCB) – A aferição deve ser realizada no ponto médio na 
face anterior do braço, entre o processo acromial da clavícula e o processo do olécrano 
da ulna (coincide com o ponto da dobra cutânea tricipital na face posterior do braço). 
Dobra cutânea subescapular (DCSE) – A aferição deve ser realizada 
obliquamente em relação ao eixo longitudinal do corpo, seguindo a orientação dos arcos 
costais, e localizada 2cm abaixo do ângulo inferior da escápula. 
Dobra cutânea axilar média (DCAX) – A dobra cutânea axilar média é localizada 
no ponto de interseção entre a linha axilar média e uma linha imaginária transversal na 
altura do apêndice xifoide do esterno. Deve ser aferida obliquamente ao eixo 
longitudinal, com o braço do avaliado para trás, facilitando a obtenção e a leitura da 
medida. 
Dobra cutânea supraespinal (DCSESP) – A aferição deve ser realizada 
obliquamente a 5-7cm acima da espinha ilíaca anterior, sobre uma linha que vai da 
borda axilar anterior para baixo e para a região medial a 45°. 
Dobra cutânea suprailíaca (DCSI) – A aferição deve ser realizada obliquamente 
em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a 
crista ilíaca, sobre a linha axilar média. É necessário que o avaliado afaste o braço para 
trás, a fim de possibilitar boa execução e leitura da medida. 
Dobra cutânea peitoral ou torácica (DCTOR) – A aferição deve ser realizada 
obliquamente ao eixo longitudinal na metade da distância entre a linha axilaranterior e 
o mamilo, para homens, e a um terço da linha axilar anterior, para mulheres. 
 
 
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Dobra cutânea abdominal (DCAB) – A aferição deve ser realizada, 
aproximadamente, 2cm à direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo 
longitudinal do corpo. 
Dobra cutânea panturrilha (DCP) – A aferição deve ser realizada no ponto medial 
da perna no maior perímetro da panturrilha. O avaliado deve estar sentado, com a 
articulação do joelho em flexão de 90°, o tornozelo em posição anatômica e o pé com 
ou sem apoio. 
Dobra cutânea coxa (DCCX) – A aferição deve ser realizada no ponto médio entre 
a prega inguinal e a borda superior da patela. O avaliado deve estar em pé, com a perna 
a ser avaliada relaxada. A medida é realizada na parte anterior da perna sobre o músculo 
reto femoral. 
 
EQUAÇÕES PREDITIVAS PARA A DETERMINAÇÃO DA 
COMPOSIÇÃO CORPORAL A PARTIR DAS DOBRAS CUTÂNEAS 
 
As dobras cutâneas podem ser utilizadas em valores absolutos ou em equações 
de regressão, para a predição da densidade corporal ou da percentagem de gordura 
corporal. Essas equações podem ser generalizadas, com estudos populacionais em 
grupos heterogêneos, ou específicas, propostas em estudos de grupos homogêneos. 
Uma das metodologias de mais fácil aplicação é a soma (∑) das 4 dobras, em que 
são levadas em consideração as dobras DCT, DCSE, DCSI e DCB, em centímetros. É feita 
segundo a seguinte equação: 
 
∑ = DCT + DCSE + DCSI + DCB 
 
A partir desse resultado, é possível utilizar a tabela específica de Durnin & 
Womersley (1974), levando em consideração idade e sexo, para identificar o percentual 
 
 
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de gordura referente à soma das dobras cutâneas. Com o valor absoluto do percentual 
de gordura, pode-se utilizar a tabela de classificação de Pollock & Wilmore (1993) para 
classificar o percentual de gordura do indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
BECK, Bianca Duarte; MIRANDA, Renata Costa de; VENTURI, Ivonilce. Avaliação 
nutricional. Porto Alegre: SAGAH, 2018. 
 
DUARTE, A. C. G. Avaliação nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: 
Atheneu, 2007. 
 
DURNIN, J.; WOMERSLEY, J. (1974). Body fat assessed from total body density and its 
estimation from skinfold thickness: measurements on 481 men and women aged from 
16 to 72 Years. British Journal of Nutrition, 32(1), 77-97. doi:10.1079/BJN19740060. 
 
LOHMAN, T. G.; ROCHE, A. F.; MARTORELL, R. Anthropometric standardization 
reference manual. Champaign, Illinois: Human Kinectis, 1988. p. 60-119. 
 
MUSSOI, Thiago Durand. Avaliação nutricional na prática clínica: da gestação ao 
envelhecimento. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 
 
NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH (NIH). The practical guide to the identification, 
evaluation, and treatment of overweight and obesity in adults. Bethesda: NIH, 2000. 
NIH Publication Number 00-4084. 
 
POLLOCK, M. L.; WILMORE, J. H. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição 
para prevenção e reabilitação. [S. I.]: MEDSI Editora Médica e Científica Ltda., 1993. p. 
233-362. 
 
VASCONCELOS, F. A. G. Avaliação nutricional de coletividades. 4. ed. Florianópolis: 
UFSC, 2007. 
 
 
 
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WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Physical status: the use and interpretation of 
anthropometry. Geneva: WHO, 1995. (WHO Technical Report Series, n. 854).

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