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RESENHA TEMÁTICA SEGURANÇA PUBLICA

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Faculdade Mineira de Direito
RESENHA TEMÁTICA:
Segurança Pública e Criminalidade 
Contagem
2015
RESENHA TEMÁTICA:
Segurança Pública e Criminalidade 
Resenha temática com proposta de Trabalho Interdisciplinar apresentada as disciplinas do 1º período da Faculdade Mineira de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
 
Contagem
8
2015
I – Referência bibliográfica dos textos resenhados 
AZEVEDO, Marco Antônio de. Concepções sobre criminalidade e modelos de policiamento. Psicol. cienc. prof.,  Brasília ,  v. 23, n. 3, p. 18-25,  Sept.  2003. 
LIMA, Renato Sérgio de; BUENO, Samira; MINGARDI, Guaracy. Estado, polícias e segurança pública no Brasil. Rev. direito GV,  São Paulo ,  v. 12, n. 1, p. 49-85,  Apr.  2016.
II – Introdução
Para desenvolver esta resenha sobre o tema de Segurança Pública e Criminalidade, apoiamos nas seguintes obras: Estado, Polícias e Segurança Pública no Brasil, dos autores Renato Sérgio de Lima (brasileiro, doutor em Sociologia pela USP, professor da EAESP-FGV e vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.), Samira Bueno (brasileira, doutoranda em Administração Pública e Governo na EAESP-FGV e diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.), Guaracy Mingardi (brasileiro, doutor em Ciência Política pela USP e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.).
O artigo é embasado nas diretrizes de uma melhor abordagem com mais conhecimentos de como lidar com as comunidades, possuindo a maior cooperação e afabilidade por parte das massas, para que tenham menor hostilidade e estranhamento, adquirindo uma relação de respeito mútuo, buscando um objetivo em comum, aliado tecnologia, modernização, informação e coordenação, afim de chegar a uma otimizada produção conjunta.
A abordagem adotada pelos autores da obra Estado, Polícias e Segurança Pública no Brasil tem como perspectiva a análise voltada para a área de administração pública. 
E obra sobre a Concepções sobre Criminalidade e Modelos de Policiamento com autoria de Marcos Antonio de Azevedo (brasileiro, psicólogo pela PUC Minas, doutorando em Ciência da Informação, mestre em Administração, especialista em Criminalidade e Segurança Pública pela UFMG e professor-adjunto do Instituto de Psicologia da PUC Minas), possui estudo de cunho psicológico e sociológico, estudando as personalidades da massa. Segundo este deve-se haver a criação de uma polícia mais comunitária, bem como, a averiguação sobre as teorias sobre criminalidade e o papel do psicólogo na análise do perfil psicológico daqueles que cometem crime ordinário. Focando na desmistificação do policiamento e da criminalidade, fomentando o ideário que a mudança cultural é vital para resolver o problema de segurança pública.
Desta forma, os autores propõem a partir dos estudos, reformar as estruturas institucionais que regulam o funcionamento da segurança pública, adotando medidas de gestão das atividades, com intuito de diminuir a criminalidade. 
III – Resumo informativo das obras (descreve os textos)
Na obra Estado, Polícias e Segurança Pública no Brasil, os autores discutem a importância da aplicação de reformas estruturais nos modelos de segurança pública no Brasil. E para tal, utilizaram conteúdo teórico com apresentações de estatísticas criminais, dados de financiamento da segurança pública e efetivo policial, análise da Constituição Federal e outras obras sobre o assunto desenvolvido e citação anexas nesta resenha.
Neste sentido, os autores dividem sua obra em quatro partes. No primeiro momento os autores fazem uma explanação sobre o panorama geral da segurança pública vigente no brasil, bem como, os problemas da violência, necessidade de democratização e organização policial e melhor coesão entre os servidores sociais. A seguir, na segunda parte ele enfoca na dicotomia criminal policial, embaçando essa em dados comparativos com outros países, mostrando que o Brasil recorrente de crimes violentos com homicídios, causados por ambos os lados. Enquanto que, na terceira parte o implica a necessidade de uma integração de uma melhor política pública, aliados há uma gestão de qualidade por parte do estado, que consiga estabilizar a violência apesar do grande crescimento populacional do Brasil. Por fim, na última parte demostra a forte pressão popular por um sistema de segurança mais politizado, ressaltando a profissionalização dos policiais como uma forma de chegar a esse. Nesta perspectiva, os autores argumentam que é função administrativa do estado garantir a melhor coesão e ordenamento das forças policiais, bem como, os sistemas automatizados (olho vivo, empresas de vigilância cibernéticas, etc.).
Desta forma, utilizando estes métodos mais coordenados, chegaram ao objetivo de garantir o direito de segurança aos cidadãos.
Para concluir sobre importância da aplicação de reformas estruturais nos modelos de segurança pública no Brasil, como reiterado ao longo do texto, enfrentar estruturalmente temas incômodos, de difícil resolução, de tal forma a distribuindo e reorganizando as competências dos estados e municípios, reformando e financiando os modelos de policiamento e investigação estabelecidos da constituição, incentivando os servidores públicos obterem a sua profissionalização, transparência de conduta e prestação de contas e controle do uso da força.
 
O objeto de estudo da obra Concepções Sobre Criminalidade e Modelos de Policiamento é exatamente a mistificação em relação a criminalidade e os formatos de policiamento utilizados atualmente, focando no comportamento psicológicos desenvolvidos em ambos os fenômenos, principalmente no tocante no que leva ao crime banal. Atendo-se a metodologia para o desenvolvimento do texto, majoritariamente teórica, utilizando quando necessário conteúdo empírico de outros autores especializados em violência, segurança pública e psicologia.
Esta obra também se divide em quatro partes, sendo a primeira de caráter introdutório, refletindo sobre o modo de ação da polícia, teoria criminalística, juntamente com o papel do psicólogo em analisar os crimes rotineiros. Realçando quão exacerbado é o imaginário popular, sobre o que realmente é a criminalidade e o papel da polícia. Na parte seguinte o autor demostra a ineficiência policial para evitar os crimes e verbaliza os meios para que este consiga alcançar a eficiência exigida pelo estado. Na conseguinte intui a necessidade e também explica o porquê desta, de uma mudança cultural que reverbere em toda a nação brasiliense. Por fim, na última parte, dá-nos formas que resolução do problema, utilizando-se de estudo comparado de outras nações e relacionando sua eficiência e especulando uma possível utilização no Brasil. Neste viés ele conota que não deve-se marginalizar o infrator, pois desta forma a segregação tão comum em nossa cultura força o indivíduo cometedor do crime a permanecer nesta classificação rotulada pela sociedade e ideário popular, já que não existe outra saída para ele.
Para concluirmos, o autor destaca que a violência e insegurança no Brasil é um problema cultura, no qual, o órgão policial deveria ser reorganizado, assim como, os métodos indiretos de manutenção da segurança, revistos nas normas de penalização reescritas.
III – Considerações entre as ideias dos autores
Analisando o conteúdo visto em ambos os textos, em suas respectivas áreas corroboram o ideário de que mudanças na organização das policias e seus métodos, bem como uma melhor coordenação das organizações (corporações policiais) e uma mudança nas suas práticas são essenciais para resolver o problema da violência e melhorar a segurança pública. Comprova-se tal argumento a partir das seguintes citações presentes nos textos: 
Sabemos que esse novo modelo de atuação implica profunda mudança no interior das organizações policiais, sobretudo em termos de descentralização das decisões, maior autonomiapara os agentes e redefinição do papel da polícia, que estaria, assim, muito mais a serviço da população que do Estado. Trata-se, portanto, de uma mudança na cultura organizacional. A nosso ver, toda a política de gestão de recursos humanos teria de ser reorientada, sobretudo em termos de treinamento e qualificação profissional, mas também de seleção e avaliação de desempenho. (AZEVEDO, 2003, p. 21).
Falta-nos um projeto de governança das polícias brasileiras e de alinhamento das políticas de segurança pública aos requisitos da democracia e à garantia de direitos humanos. (LIMA; BUENO; MINGARDI, 2016, p. 50). 
Uma vez mais os autores entram em acordo, desta vez no tocante de que investimento excessivo, sem um programa de ordenamento para organizar os meios atidos pelo estado para resguardar a população de nada servirá. Onde prosseguiremos gastando milhões em infraestrutura quando o que realmente é necessário é reorganizar e coordenar os esforços da polícia e dos equipamentos e os integrantes da sociedade. Tendo em vista a argumentação do primeiro autor no tocante da psicologia tal tese se comprova na exposição subsequente.
“[...] governos fazem investimentos em viaturas, armamentos, tecnologia e aumentam o efetivo policial, sem contudo obter resultados sobre as taxas de criminalidade violenta. ” (AZEVEDO, 2003, p. 19) 
Assim, segundo os balanços contábeis da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios brasileiros, sistematizados pela Secretaria do Tesouro Nacional, o Brasil gastou, em 2014, mais de R$ 70 bilhões com segurança pública, aproximadamente 1,3% do PIB nacional. Em termos comparativos, temos o mesmo patamar de despesas na área que países como Alemanha e Espanha, que contabilizam taxas de homicídio inferiores a 1 por 100 mil habitantes, na evidência empírica de que o aumento de recursos na área não leva necessariamente a políticas de segurança mais eficientes no combate ao crime. ( LIMA; BUENO; MINGARDI, 2016, p. 53). 
Desta forma, demostram que o estado carece de reformas, afim de unir as mais diversas searas da sociedade para integrar e organizar estas, para melhor manter o bem-estar social. Para isso, devemos reformar as estruturas que alicerçam a sociedade, a cultura, os dogmas, ideologias, saúde, educação, trabalho e segurança, assim como as estruturas fomentadoras do cidadão e novas normas jurídicas. Aplicando-se a tolerância zero, há menos crimes, tal qual os EUA, que com esse sistema resolveu o maior problema de segurança e redução de crimes.
“[...] combater o crime não é a mesma coisa que ir à guerra e, assim, a desmilitarização das polícias tem sido uma tendência de significado democrático, bem-sucedida em muitos países.” (AZEVEDO, 2003, p. 19).
“[...] propomos a efetivação de uma agenda de reformas estruturais nos sistemas de segurança pública e justiça criminal brasileiros [...]” (LIMA; BUENO; MINGARDI, 2016, p. 51).
Para os estudiosos de ambos os textos é necessária uma mudança normativo cultural, isto é, devemos alterar os padrões socioculturais, mudar os hábitos dos cidadãos, a partir daí fomentar uma série de mudanças normativas, que tenham seu devido período de vacância. A banalização da violência e da criminalidade, são atos de barbárie que ferem tão veemente os direitos fundamentais do cidadão, como a segurança é garantida pelo Estado, é o direito mais absolutamente fundamental que deve ser tão fortemente defendido, inclusive pela normativa jurídica e pela jurisprudência, o direito à vida. Além disso, mudando a cultura um pouco e conseguiremos avançar ainda mais, rumo a difícil escalada para dar fim à violência, cujo caminho nós é que fazemos junto ao estado por meio da segurança pública e tantos outros campos importantes para o bem-estar social. 
Azevedo (2003) esclarece que:
Há tentativas interessantes de redução das oportunidades de crime através de medidas que associam arranjos arquitetônicos com mudança de comportamento da comunidade. Trata-se de condições ambientais, de espaço e construções que dificultem e desestimulem o trabalho de ofensores, possibilitando um maior controle e vigilância pela própria população sobre as casas e edifícios. Sabe-se que a manutenção de ruas, calçadas, paredes e muros limpos, os cuidados com o ambiente físico, de modo geral, têm correlação positiva com a queda da criminalidade em muitos locais. (AZEVEDO, 2003, p. 24).
Ambos os textos, tendem a inclinação sobre uma profissionalização dos integrantes das corporações policiais, que com resquícios de influência da ditadura militar haviam perdido o tato para tratar as populações, estes concordam ainda que tem se mostrado crescente os oficiais das mais vastas patentes na escala hierárquica, que buscam formação técnico universitário para melhor resolver as situações e melhor servir a população. Levando isto em conta vê-se uma base para fixação de novos ideais, a redefinir e reconstruir nossa sociedade alquebrada, uma tentativa que por mais tênue que seja é uma luz guia. Além disso está unida aos demais projetos, reformas socioculturais e normativas, que terão o poder de reduzir a violência e aumentar a segurança pública, não como um fim, mas como uma consequência de reforma.
Por estes e tantos outros argumentos, os autores, cada um na sua respectiva maneira, discursam sobre a falência do modelo vigente de policiamento. Um na área da psicologia, mostrando a tese explicativa desse método e outro complementa explicitando através de dados analíticos. Demonstrando a ineficiência dos agentes da segurança e seguidores das diretrizes do mesmo, vemos que os autores implicaram à atual situação a mais um alicerce corroído da estrutura da segurança pública. Com a limitada visão dos dogmas do regulamento policial militar, é flagrante a disparidade destas regras com a atual sociedade pós-moderna, isto é, os modos atidos pelos policiais durante a ditadura não mais cabem a sociedade brasileira contemporânea, cuja dito, apesar do comportamento ser majoritário, há dentro dos regimentos um número cada vez maior de exceções, estes sim rumam para o que realmente é uma luz, uma esperança, a verdadeira segurança pública.
As teses têm ideário semelhante no que é referente a forte necessidade de auxílio e cooperação mutua e planejada entre as agências estatais (policias, ensino, judiciário e etc.) e as sociais (universidades, moradores, empresas, etc.) mais alinhados e organizados, pautados em conjunto com as novas tecnologias, somente assim, poderão resolver o problema, já que “da união que provem a força”. Com a coligação das forças constituintes do motor social (Estado e seus agentes e os cidadãos) em prol de uma única finalidade apenas assim que poder-se-á realiza o oficio extraordinário de alcançar ápice da segurança social. Como ambos os teóricos apregoam o funcionamento fidedigno dos diversos ramos da trama social trará junto à si a paz. Com os problemas resolvidos e a satisfação dos cidadãos e as normas sem permitir ocorrência de contravenções, não terá a possibilidade de crime
IV – Conclusão
 Enquanto um dos autores conclui com uma retomada da teorias e argumentação a partir dos modelos econômicos e banalização do crime, criticando a estas falhas normativas, a negligência com que estes são tratados, o que gera o crime, a necessidade de rever o papel da polícia, Estado e comunidades, principalmente os psicólogos, buscando evitar o crime e a rotulação daqueles que o cometem. Os autores da segunda obra, seguem a vertente de que reestruturar as políticas (leis e costumes), a norma constitucional, criar novos mecanismos efetivos de cooperação, coordenar e direcionar homens e mulheres inovadores e dispostos a construir novos padrões de policiamento mais eficientes que consigam vencer a dicotomia do que é lei e que avancem na construção de polícia e políticas mais eficientes, enfim, tratam das demais instituições. Desta forma, vê-se que o primeiro trata do papel popular e do Estado, para resolução dos problemas, enquanto o segundo dialoga que o projeto de segurança pública é umprojeto de país, ou seja, em todo território nacional.
Os autores, mesmo dentro da disparidade de suas respectivas especializações encaminham suas conclusões em termos afins. Conformam uma dinâmica semelhante, reafirmando e reforçando o revés da cultura e seus intermediários de conformação, como meios de transformação. Mutando a cultura, mais especificamente seus dogmas e costumes, modificando -se também a população e assim a sociedade que é feita pelos cidadãos e para os cidadãos. É através desse efeito imperativo, talvez alterar o patamar vigente. Concluindo, a cultura (política institucional e social) dos meios citados pelos autores, é para os mesmos é de longe o mais importante.
Fontes bibliográficas
AZEVEDO, Marco Antônio de. Concepções sobre criminalidade e modelos de policiamento. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 23, n. 3, p. 18-25, Sept. 2003. 
LIMA, Renato Sérgio de; BUENO, Samira; MINGARDI, Guaracy. Estado, polícias e segurança pública no Brasil. Rev. direito GV, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 49-85, Apr.  2016.

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