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Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Saraiva. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. ISBN 9786555590722 Alencar, Hermes Arrais Cálculo de benefícios previdenciários / Hermes Arrais Alencar. – 11. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2021. 736 p. Bibliografia 1. Previdência social - Brasil. I. Título. 20-0476 CDD 340 CDU 34:368.4(81) Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil: Previdência social: Direito previdenciário Direção executiva Flávia Alves Bravin Direção editorial Renata Pascual Müller Gerência de projetos Fernando Penteado Planejamento Josiane de Araujo Rodrigues Novos projetos Sérgio Lopes de Carvalho | Dalila Costa de Oliveira Edição Clarissa Boraschi Maria (coord.) | Daniel Pavani Naveira Produção editorial Daniele Debora de Souza (coord.) | Luciana Cordeiro Shirakawa Arte e digital Mônica Landi (coord.) | Camilla Felix Cianelli Chaves | Claudirene de Moura Santos Silva | Deborah Mattos | Guilherme H. M. Salvador | Tiago Dela Rosa Projetos e serviços editoriais Daniela Maria Chaves Carvalho | Kelli Priscila Pinto | Laura Paraíso Buldrini Filogônio | Marília Cordeiro | Nicoly Wasconcelos Razuk Diagramação (Livro Físico) SBNigri Artes e Textos Ltda Revisão C&C Criações e Textos Ltda Capa Tiago Dela Rosa Livro digital (E-pub) Produção do e-pub Guilherme Henrique Martins Salvador Data de fechamento da edição: 5-10-2020 Dúvidas? Acesse sac.sets@somoseducacao.com.br Versão de Livre Distribuição Online: DONA BIBLIOTECÁRIA Pela isenção fiscal em livros de qualquer natureza, pelo fim do superfaturamento em livros eletrônicos. SUMÁRIO Siglas e abreviaturas Prefácio Nota do Autor à 11ª Edição 1 - Cálculo da Renda Mensal – Noções Elementares 1.1 ELABORAÇÃO DE CÁLCULOS 1.2 AÇÃO JUDICIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 1.3 PLANILHA GRATUITA DE CÁLCULO 1.4 CORREÇÃO MONETÁRIA – DÉBITOS JUDICIAIS 1.5 JUROS APLICADOS E AS RESPECTIVAS TAXAS 1.6 OFÍCIO REQUISITÓRIO 1.7 LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (LEI N. 12.527/2011) 2 - Decadência e Prescrição 2.1 Introdução 2.2 DECADÊNCIA. REGRA DA NÃO SURPRESA 2.3 DECADÊNCIA. ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. MENORES DE 16 ANOS 2.4 DECADÊNCIA. RELATIVAMENTE INCAPAZ. MAIORES DE 16 ANOS 2.5 DECADÊNCIA. TERMO INICIAL 2.6 DECADÊNCIA. REVISÃO DETERMINADA EM LEI 2.7 DECADÊNCIA. AUSÊNCIA DE DELIBERAÇÃO ADMINISTRATIVA 2.8 DECADÊNCIA. BENEFÍCIO MAIS VANTAJOSO 2.9 DECADÊNCIA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA 2.10 DECADÊNCIA. PENSÃO POR MORTE PRECEDIDA DE APOSENTADORIA 2.11 DECADÊNCIA. DESAPOSENTAÇÃO (TESE DESACOLHIDA PELO STF) 2.12 DIREITO INTERTEMPORAL (DIBS ANTERIORES A 28 DE JUNHO DE 1997) 2.13 DECADÊNCIA. REVISÃO IRSM DE FEVEREIRO DE 1994. MP N. 201. LEI N. 10.999/2004 2.14 DECADÊNCIA. ATO ADMINISTRATIVO NEGATIVO. LEI N. 13.846/2019 2.15 Decadência. Benefício Assistencial. BPC 2.16 PRESCRIÇÃO DAS PARCELAS PENDENTES DE PAGAMENTO 2.17 PRESCRIÇÃO. PENDÊNCIA DE DELIBERAÇÃO ADMINISTRATIVA 2.18 PRESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO EM FACE DA FAZENDA PÚBLICA (INSS) 2.19 PRESCRIÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA X AÇÃO INDIVIDUAL 2.20 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA EM FACE DE MENORES DE 16 ANOS 2.21 HABILITAÇÃO TARDIA. LEI N. 13.846/2019 2.22 DECADÊNCIA PARA A AUTARQUIA REVER SEUS ATOS 2.23 Novidade. Lei n. 14.010, de 2020 – Suspensão: prescrição e decadência. Covid-19 2.24 Da teoria à prática 3 - Salário de Contribuição 3.1 NATUREZA TRIBUTÁRIA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 3.2 ART. 201, § 11, DA CF/88. BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS QUE DEVEM INTEGRAR O CÁLCULO DA PRESTAÇÃO SOCIAL 3.3 SEGURADOS EMPREGADO (URBANO E RURAL), DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO 3.3.1 EC n. 103/2019. Limite mínimo da base de cálculo da contribuição previdenciária (§ 14 do art. 195 da CF) 3.3.2 Direito de complementação, utilização do valor excedente de contribuição em outra e agrupamento de contribuições. Art. 29 da EC n. 103/2019 3.3.3 Ausência de recolhimento das contribuições previdenciárias 3.4 CNIS 3.5 CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E SEGURADO FACULTATIVO 3.5.1 SEIPrev. Contribuinte individual e segurado facultativo. Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Lei n. 12.470/2011 3.5.2 EC n. 103/2019. Art. 201, §§ 12 e 13. SEIPrev. Sistema Especial de Inclusão Previdenciária 3.5.3 Base de cálculo diferenciada (Lei n. 13.202/2015: condutor autônomo de veículo rodoviário) 3.6 SEGURADO ESPECIAL 3.7 RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES EM ATRASO. OBTENÇÃO DA GPS 3.8 AUXÍLIO-ACIDENTE E SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 3.9 AUXÍLIO-ACIDENTE NO CÁLCULO DA PENSÃO POR MORTE 4 - Salário de Benefício 4.1 DIVISOR MÍNIMO 4.2 ÚLTIMO SC CONSTANTE DO PBC 4.3 DATA DE ENTRADA DO REQUERIMENTO (DER) 4.4 DATA DO AFASTAMENTO DA ATIVIDADE (DAT) 4.5 DATA DA PUBLICAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/98 (DPE) 4.6 DATA DE PUBLICAÇÃO DA LEI N. 9.876/99 (DPL) 4.7 DATA DA PUBLICAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 103/2019 (REFORMA DA PREVIDÊNCIA, 2019) 4.8 DATA DO IMPLEMENTO DAS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO (DICB) 4.9 DEFLAÇÃO E A APURAÇÃO DO SALÁRIO DE BENEFÍCIO 4.10 SALÁRIO DE BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (B/32 E B/92) DECORRENTE DA TRANSFORMAÇÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA (B/31 E B/91) 4.11 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. BENEFÍCIOS CONCEDIDOS SOB A VIGÊNCIA DE LEGISLAÇÃO DIFERENTE 4.12 APLICAÇÃO DO ART. 29, § 5º, DA LEI N. 8.213/91 4.13 SÍNTESE SALÁRIO DE BENEFÍCIO 4.14 BENEFÍCIOS NÃO SUBMETIDOS A SALÁRIO DE BENEFÍCIO 4.15 DA TEORIA À PRÁTICA 5 - Apuração do Salário de Benefício do Segurado que Exerce Múltiplas Atividades 5.1 ART. 32 DA LEI N. 8.213 ANTES DA LEI N. 13.846, DE 18-6- 2019 5.2 LEI N. 13.135/2015 (VETADA A ALTERAÇÃO DO ART. 32 DA LEI N. 8.213/91) 5.3 LEI N. 13.846/2019. NOVO ART. 32 DA LEI N. 8.213/91 5.4 DA TEORIA À PRÁTICA 6 - Salário de Benefício Antes da CF/88 6.1 REVISÃO DA LEI N. 6.423/77 6.2 DA TEORIA À PRÁTICA 6.3 DIREITO ADQUIRIDO À APOSENTADORIA PROPORCIONAL EM JUNHO DE 19889 6.4 RENDA MENSAL INICIAL (RMI) – COEFICIENTES DE CÁLCULO 6.5 PRIMEIRO REAJUSTE DA RENDA MENSAL 6.6 REAJUSTE – EQUIVALÊNCIA SALARIAL 6.7 Da teoria à prática 7 - Salário de Benefício Após a CF/88 7.1 REVISÕES JUDICIAIS – DIBS NO “BURACO NEGRO” 7.2 DA TEORIA À PRÁTICA 8 - Salário de Benefício Após a Lei n. 8.213/91 8.1 BENEFÍCIO CONCEDIDO SOB A ÉGIDE DA LEI N. 8.213/91, MAS DECORRENTE DE TRANSFORMAÇÃO DE BENEFÍCIO CONCEDIDO AO TEMPO DA CLPS 8.2 RENDA MENSAL INICIAL (RMI) – COEFICIENTES DE CÁLCULO 8.3 REVISÃO DAS COTAS DE PENSÃO. LEI N. 9.032, DE 1995 8.4 147,06% SOBRE OS SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO 8.5 REVISÃO JUDICIAL – INCLUSÃO DO 13º NO PBC 8.6 “BURACO VERDE” – ÍNDICE-TETO – REVISÃO DETERMINADA PELO ART. 26 DA LEI N. 8.870/94 8.7 DA TEORIA À PRÁTICA 8.8 ÍNDICE-TETO – REVISÃO DETERMINADA PELO ART. 21, § 3º, DA LEI N. 8.880/94 8.9 IRSM DE FEVEREIRO DE 1994 (39,67%) SOBRE OS SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO 8.10 Da teoria à prática 8.11 ART. 29, § 5º, DA LEI N. 8.213/91 – SÚMULA 9 DA TR/SC – AUXÍLIO-DOENÇA NO PBC 8.12 ART. 29, § 5º, DA LEI N. 8.213/91 – SÚMULA 9 DA TR/SC – AUXÍLIO-DOENÇA NO PBC – 1º ÍNDICE DE REAJUSTAMENTO 8.13 DA TEORIA À PRÁTICA 9 - Salário de Benefício Após a Lei n. 9.876/99 9.1 LEI N. 9.876/99 – DIREITO ADQUIRIDO – REGRAMENTO ANTERIOR (MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES DOS 36 SC, SEM APLICAÇÃO DO FATOR PREVIDENCIÁRIO) 9.1.1 Lei n. 9.876/99 – direito adquirido – aposentadoria antes da EC n. 20/98 9.1.2 Direito adquirido B/42 proporcional – EC n. 20/98 – Correção monetária dos salários de contribuição. Termo final: dezembro de 1998 × DER 9.1.3 Direito adquirido B/42 proporcional – EC n. 20/98. Primeiro reajustamento integral 9.1.4 Benefício mais vantajoso, consideradas as diversas datas em que o direito poderia ter sido exercido 9.2 LEI N. 9.876/99 – NORMAS TRANSITÓRIAS 9.2.1 Lei n. 9.876/99 – normas transitórias – benefícios programáveis 9.2.2 Tese Revisional “Revisão da Vida Toda” (Lei n. 9.876/99 – art. 3º, § 2º: normatransitória maléfica) 9.2.3 Lei n. 9.876/99 – normas transitórias – benefícios por incapacidade 9.2.4 Lei n. 9.876/99 e art. 32, § 20, do Decreto n. 3.048/99 9.2.5 Revisão art. 29, II, da Lei n. 8.213/91. Acordo celebrado nos autos da ACP 000232059.2012.4.03.6183-SP 9.3 LEI N. 9.876/99 – E O ART. 29, § 4º, DA LEI N. 8.213/91 9.4 FATOR PREVIDENCIÁRIO24 9.4.1 Primeira parte da fórmula do FP. Capitalização virtual 9.4.2 Art. 29, § 8º, LB. EXPECTATIVA DE SOBREVIDA. Média nacional única. Ofensa à isonomia. Prejudicialidade aos homens da região Norte e Nordeste 9.4.3 Art. 29, § 9º, LB. Crédito fictício de tempo de contribuição 9.4.4 Exemplificação de cálculos com FP 9.4.5 Tabela de expectativa de sobrevida32 9.4.6 Fórmula progressiva 85 para mulheres e 95 para homens – Alterações decorrentes do advento da Lei n. 13.183, de 2015 9.4.7 Fator previdenciário – regra de transição – e art. 122 da Lei n. 8.213/91 9.4.8 Ponderações sobre o fator previdenciário 9.5 APURAÇÃO DO SALÁRIO DE BENEFÍCIO DO SEGURADO QUE EXERCE MÚLTIPLAS ATIVIDADES APÓS A LEI N. 9.876/99 (E DEPOIS DA LEI N. 13.846, DE 2019) 9.5.1 Lei n. 13.846, de 2019. Novo art. 32 da Lei n. 8.213, de 1991 9.6 SALÁRIO DE BENEFÍCIO NA VIGÊNCIA DA MP N. 242/2005 9.7 LEI N. 13.135, DE 2015, ART. 5º. MEDIDA PROVISÓRIA N. 664, DE 30-12-2014 9.7.1 MP n. 664/2014. Vigência 9.7.2 Término dos efeitos da MP n. 664/2014. Lei n. 13.135/2015 9.7.3 Art. 29, § 10, Lei n. 8.213. Imposição de limite-teto ao auxílio- doença. MP n. 664/2014. Lei n. 13.135/2015 10 - Reforma da Previdência de 2019. novo critério de cálculo dos benefícios previdenciários 10.1 A REFORMA DA PREVIDÊNCIA DE 2019 (EC N. 103, DE 12- 11-2019) 10.2 DIREITO ADQUIRIDO. ART. 3º DA EC N. 103, DE 2019 10.3 APOSENTADORIA PROGRAMÁVEL APÓS A REFORMA DA PREVIDÊNCIA/2019 10.4 APOSENTADORIA POR IDADE APÓS A EC N. 103/2019 10.4.1 Perda da qualidade de segurado (PQS) 10.4.2 Aposentadoria por idade rural após a EC n. 103/2019 Valor da aposentadoria 10.5 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO APÓS A EC N. 103/2019 10.5.1 Aposentadoria por tempo de contribuição com idade mínima redutível. Aposentadoria de pontos (TC + Id). Art. 15 da EC n. 103/2019 10.5.2 Aposentadoria por tempo de contribuição com idade mínima progressiva. art. 16 da EC n. 103/2019 10.5.3 Proteção ao direito iminente à aposentadoria (há menos de 2 anos). Aposentadoria sem atrelamento à idade mínima. Pedágio 50%. Filiado antigo. Art. 17 da EC n. 103/2019 10.5.4 Aposentadoria por tempo de contribuição com idade mínima e período adicional de 100% (cem por cento). Art. 20 da EC n. 103/2019 10.6 APOSENTADORIA DIFERENCIADA DE PROFESSOR APÓS A EC N. 103/2019 10.7 APOSENTADORIA DIFERENCIADA DO SEGURADO PESSOA COM DEFICIÊNCIA (PCD) APÓS A EC N. 103/2019 10.8 APOSENTADORIA ESPECIAL (B/46) APÓS A EC N. 103/2019 10.9 TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E O § 14 DO ART. 195 DA CF (EC N. 103, DE 2019) 10.9.1 Direito de complementação, utilização do valor excedente de contribuição em outra e agrupamento de contribuições. Art. 29 da EC n. 103/2019 10.10 CÁLCULO DO VALOR DA APOSENTADORIA APÓS A REFORMA DA PREVIDÊNCIA DE 2019 10.10.1 Salário de benefício após Decreto n. 10.410, de 2020 10.10.2 Art. 26 da EC n. 103/2019. Valor do benefício. Complemento das normas dos arts. 15, § 4º, 16, § 3º, 18, § 2º, e 20, § 2º, da EC n. 103/2019 10.10.3 Exclusão de SC. Art. 26, § 6º, da EC n. 103/2019 10.10.4 Tese revisional. Benefícios por incapacidade. Exclusão de SC. Art. 26, § 6º, da EC n. 103, de 2019 10.10.5 Fator previdenciário após a EC n. 103/2019 10.10.6 Art. 26 da EC n. 103. Norma de eficácia contida ou limitada? 10.11 BENEFÍCIOS NÃO CALCULADOS COM BASE NO SALÁRIO DE BENEFÍCIO APÓS A EC N. 103/2019 10.12 ART. 23 DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 103/2019 – VALOR DA PENSÃO POR MORTE. PRETENSÃO GOVERNAMENTAL ACOLHIDA PELO CONGRESSO NACIONAL 10.12.1 Art. 23 da EC n. 103/2019. Coeficiente de cálculo da pensão 10.12.2 Duvidosa constitucionalidade. Coeficiente de cálculo da pensão por morte decorrente de acidente do trabalho 10.12.3 Base de cálculo da pensão por morte 10.12.4 Fim do direito de acrescer. Art. 23, § 1º, da EC n. 103/2019 10.12.5 Valor da pensão. Pensionista inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave 11 - Reajustamento a Partir de Janeiro de 1992 11.1 REAJUSTE EM MAIO DE 1995 – 42,86% 11.2 REAJUSTE EM MAIO DE 1996 11.3 REAJUSTAMENTO APÓS 1997 – INPC 12 - Limites Mínimo e Máximo dos Benefícios Previdenciários 12.1 LIMITE MÍNIMO 12.2 AUXÍLIO-ACIDENTE E O PATAMAR MÍNIMO 12.3 LIMITE MÁXIMO 12.4 APOSENTADORIA VALETUDINÁRIA E O LIMITE-TETO 12.5 REVISÃO DO ART. 45 DA LEI N. 8.213: ADICIONAL DE 25% A BENEFÍCIOS DIVERSOS DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 12.6 LIMITE-TETO E O ART. 136 DA LEI N. 8.213/91 12.7 TABELA – LIMITE-TETO 13 - Revisão Pacificada STF. Limite-teto Fixado pelas Emendas Constitucionais n. 20/98 e n. 41/2003 13.1 DA TEORIA À PRÁTICA 13.1.1 Parte 1 – DIBs de 5 de abril de 1991 a 31 de dezembro de 1993 13.1.2 Parte 2 – DIBs posteriores a março de 1994 13.1.3 Parte 3 – Emenda Constitucional n. 41/2003 13.2 DO PAGAMENTO ADMINISTRATIVO. REVISÃO-TETO. ACORDO JUDICIAL FORMULADO NOS AUTOS DA ACP 13.3 COMO DETECTAR SE O BENEFICIÁRIO FAZ JUS À REVISÃO 13.4 REVISÃO DA REPOSIÇÃO DA LIMITAÇÃO AO TETO DE BENEFÍCIOS CONCEDIDOS NO PERÍODO DENOMINADO BURACO NEGRO 13.5 REVISÃO DA REPOSIÇÃO DA LIMITAÇÃO DO TETO DAS EC N. 20 E N. 41 AOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DA ATUAL CF/88 14 - Abono Anual. Fator de Conversão de Aposentadorias. Contagem de Tempo para Carência e Tempo de Contribuição (APTC). reafirmação da der 14.1 ABONO ANUAL 14.2 FATOR DE CONVERSÃO DE APOSENTADORIAS 14.3 CONTAGEM DE TEMPO PARA CARÊNCIA E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO (APTC) 14.4 REAFIRMAÇÃO DA DER – TEMA 995/STJ 15 - Índices de Correção Monetária das Prestações em Atraso e do Salário de Contribuição – Juros de Mora. Fase de Execução 15.1 Histórico dos indexadores de correção monetária 15.2 ÍNDICES ACUMULADOS 15.3 DEFLAÇÃO – CORREÇÃO MONETÁRIA 15.4 EXPURGOS INFLACIONÁRIOS 15.5 CRITÉRIO DE CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO – RECURSO DE REVISTA N. 9.859/7417 15.6 JUROS MORATÓRIOS – SÚMULA 204 STJ – JUROS ENGLOBADOS E DECRESCENTES 15.7 Juros moratórios – 1% a partir de janeiro de 2003 15.8 Dos juros moratórios a partir de 1º de julho de 2009 15.9 Termo final da incidência dos juros (STF tema 96 repercussão geral) 15.10 Padrões monetários e os principais erros na conversão da moeda 15.11 Imposto de Renda – incidência: mensal ou montante acumulado 15.12 Execução invertida 15.13 Honorários advocatícios. Execução 15.14 INSS vencedor/Honorários advocatícios (sucumbência) 15.15 INSS vencido/Honorários advocatícios (sucumbência) 15.16 Falecimento do exequente. Habilitação 15.17 Execução provisória 15.18 Ação monitória 15.19 Da teoria à prática 15.20 Execução do benefício mais vantajoso (desaposentação indireta) 16 - Dos Precatórios 16.1 Execução. CPC-1973 16.2 NCPC. Cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa pelo INSS 16.3 Dos precatórios 16.4 Dispensa de precatório – art. 128 da LB – redação original 16.5 Precatórios – correção monetária 16.6 Da teoria à prática 16.7 Juros moratórios48 durante o período de satisfação do precatório 16.8 Juros moratórios – precatório pago fora do prazo constitucional 16.9 Juros sobre juros – anatocismo Anexos Tabela de menor e maior valor-teto Código de espécies de benefício Siglas – Resolução INSS/DC n. 139, de 8 de outubro de 2003 Valores históricos dos indexadores PORTARIA N. 3.659, DE 10 DE FEVEREIRO DE 2020 ANEXO I ANEXO II ANEXO III Tabela de Expectativa de Sobrevida Referências Aos meus pais, Francisco Arrais e Benedita, pelo sopro da vida. À minha querida avó, Maria Arrais (in memoriam). À minha sogra, Fumie Miyata, e ao meu sogro, Mitsunori Miyada (in memoriam). In memoriam da querida amiga que nos deixou precocemente em 2020, Débora Namur Rangel. À minha esposa, Adriana,por me manter apaixonado durante todos os dias de nossas bodas de prata. Te amo! Ao meu tão amado filho Kenzo, às minhas lindas sobrinhas Sophie e Tiffany, e ao meu sobrinho Yan, pelo colorido todo especial dado ao meu viver. Dedicatória especial aos meus amados afilhados: Carina Takata, Marco Pivetta, Patrícia Lobo, Henry e Carla, Dênis e Sílvia Rangel; Regiane e Tamar; Patrícia; Maria Paula e Júlio Rossi; Rafael, Valéria, Yara e Fábio, Douglas e Luciana, e Isabela. Obrigado! SIGLAS E ABREVIATURAS ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias AEPS – Anuário Estatístico da Previdência Social BEAT – Boletim Estatístico de Acidente do Trabalho BTN – Bônus do Tesouro Nacional CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CAPIN – Caixa de Aposentadorias e Pensões da Imprensa Nacional CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho CEI – Cadastro Específico do INSS CID – Classificação Internacional de Doenças CLPS – Consolidação das Leis da Previdência Social CLT – Consolidação das Leis do Trabalho CNAE – Classificação Nacional de Atividade Econômica CNI – Confederação Nacional da Indústria CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas CNPS – Conselho Nacional de Previdência Social COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira CRPS – Conselho de Recursos da Previdência Social CSL – Contribuição Social sobre o Lucro CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social DATAPREV – Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social DCB – Data de Cessação do Benefício DDB – Data de Despacho do Benefício DER – Data de Entrada do Requerimento DIB – Data de Início do Benefício DOU – Diário Oficial da União EC – Emenda Constitucional EFPC – Entidades Fechadas de Previdência Complementar EGU – Encargos Gerais da União EPU – Encargos Previdenciários da União FAP – Fator Acidentário de Prevenção FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNS – Fundo Nacional de Saúde FPAS – Fundo de Previdência e Assistência Social GEX – Gerência Executiva GFIP – Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GPS – Guia da Previdência Social GRCI – Guia de Recolhimento do Contribuinte Individual GRPS – Guia de Recolhimento da Previdência Social IAPC – Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários IBGE – Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IGP-DI – Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor INSS – Instituto Nacional do Seguro Social IRSM – Índice de Reajuste do Salário Mínimo LB – Lei de Benefícios (Lei n, 8.213, de 1991) LC – Lei Complementar LOA – Lei Orçamentária Anual LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social LOPS – Lei Orgânica da Previdência Social MC – Ministério da Cidadania ME – Ministério da Economia MF – Ministério da Fazenda MP – Medida Provisória MPAS – Ministério da Previdência e Assistência Social MPS – Ministério da Previdência Social MR – Mensalidade Reajustada MTPS – Ministério do Trabalho e da Previdência Social NB – Número de Benefício NFLD – Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NIT – Número de Identificação do Trabalhador NTDEAT – Nexo Técnico por Doença Equiparada a Acidente do Trabalho NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário NTP/T – Nexo Técnico Profissional ou do Trabalho OIT – Organização Internacional do Trabalho ORTN – Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional OTN – Obrigação do Tesouro Nacional PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PBC – Período Básico de Cálculo PEC – Proposta de Emenda Constitucional PIS – Programa de Integração Social PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PRISMA – Projeto de Regionalização de Informações e Sistemas RAIS – Relação Anual de Informações Sociais REFIS – Programa de Recuperação Fiscal RGPS – Regime Geral de Previdência Social RMI – Renda Mensal Inicial RMV – Renda Mensal Vitalícia RPPS – Regimes Próprios de Previdência Social RPS – Regulamento da Previdência Social (Decreto n. 3.049, de 1999) RSC – Relação de Salários de Contribuição SAE – Setor de Atividade Econômica SAT – Seguro de Acidente do Trabalho SB-40 – Formulário para registro de aposentadoria por tempo de serviço especial por insalubridade SB – Salário de benefício SC – Salário de contribuição SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SIMPLES – Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SINPAS – Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social SISOBI – Sistema Informatizado de Controle de Óbitos SM – Salário Mínimo SPC – Secretaria da Previdência Complementar SPS – Secretaria de Previdência Social SRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil SUB – Sistema Único de Benefícios SUSEP – Superintendência Nacional de Seguros Privados UF – Unidade da Federação UFIR – Unidade Fiscal de Referência URP – Unidade de Referência de Preços URV – Unidade Real de Valor PREFÁCIO O tema e o problema do valor dos benefícios devidos pelo sistema de proteção social brasileiro têm ocupado a maior parte das discussões judiciais que a Previdência Social trava com os beneficiários. É difícil acreditar que algo tão objetivo como a apuração de valores, ou a atualização desses valores para que se cumpra a garantia constitucional da irredutibilidade dos benefícios, tenha se tornado questão tão intrincada. Pode ser que isso se deva à ausência de transparência sobre a metodologia dos cálculos, que, entendo, deveria ser de conhecimento de todos quantos o quisessem pesquisar. O presente livro é, portanto, atualíssimo. Não se limita a abordar de modo teórico um tema cujo alcance prático ressalta à evidência. Sem descurar do rigor metodológico que todo estudo deve seguir, o presente está informado pela vocação pragmática do autor que, sobre conhecer profundamente o assunto, é capaz de expor com clareza e precisão os conceitos de que se utiliza. Esmiúça, como poucos, o mundo do salário de benefício, distinguindo com minudências as realidades normativas anteriores e subsequentes à promulgação da Constituição de 1988. Adianto que, assim como eu próprio, são poucos os especialistas em Direito Previdenciário que se embrenham pela seara dos cálculos. E são pouquíssimos os que, dominando esse conhecimento, sabem fazê-lo compreensível aos demais. Eis a vantagem de quem, como o autor, sobre ser militante profissional do tema, é também professor com raros dotes didáticos. O livro, decerto, está vocacionado para o sucesso. HERMES ARRAIS ALENCAR, aplicado e dedicado ao tema, é Professor Universitário em cursos de Pós-Graduação em Direito Previdenciário, além de integrante dos quadros da Advocacia-Geral da União, atuando como Procurador Federal na área especializada em Previdência Social. Já ocupou diversas posições de destaque na Procuradoria Especializada na defesa do INSS. Sem nenhum receio de ofender outros Procuradores, de quem fui colega por mais de 20 anos, identifico nele o profissional sem preconceitos. Consegue ver na parte ex- adversa alguém que pode ter direitos; que não é um inimigo! Qualidade rara, pouco comum em ambiente em que as controvérsias quase sempre acabam em disputas acirradas que desbordam dos estritos limites processuais. Que faça escola também nesse particular. Este livro, com certeza, se constituirá em valiosa referência bibliográfica do Direito Previdenciário. Prof. Dr. Wagner Balera Titular da Faculdade de Direito Coordenador da Área de Direito Previdenciário do Programa de Pós-Graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo NOTA DO AUTOR À 11A EDIÇÃO Esta edição consagra a nova semântica de cálculos dos benefícios previdenciários surgida com a Reforma da Previdência de 2019. A Emenda Constitucional n. 103 (EC n.103) é universo a ser explorado desde sua promulgação até o momento no qual o STF venha a elucidar cada um dos mistérios que alicerçam a Nova Previdência. A Nova Ordem surgida em 2019 no mundo da Previdência é a redução da renda mensal inicial, sendo a missão desta obra trazer à tona pontos de discussão para mitigar os impactos nefastos da Emenda da Reforma. Mas nem por um átimo de segundo pode o intérprete das normas previdenciárias se esquecer da ultratividade das disposições que reinaram na fase pré-Reforma de 2019. A máxima do direito adquirido, sintetizada no brocardo tempus regit actum, mantém a valia dos capítulos desta obra afetos aos regramentos dos cálculos e das teses revisionais praticadas antes da vinda das disposições constitucionais grafadas pelo Constituinte Derivado Reformador de 2019. Portanto, para evidenciar o contexto da proteção social em sua plenitude, necessário se faz desvendar os mistérios que envolvem o critério de cálculo dos benefícios previdenciários, figura estelar que faz parte da fisiologia do ato concessório, muitas vezes de compreensão inacessível aos segurados do Regime Geral de Previdência Social. As regras jurídicas editadas acerca do objeto desta obra (critério de cálculo) não primam pela clareza, com o intuito nítido e inescondível de dificultar a descoberta do real sentido às camadas mais simples da população. Desconhecimento que cerceia o direito do trabalhador de efetivar o planejamento de uma vida melhor, de um futuro financeiramente mais confortável, dentro dos estreitos limites ainda vigentes no ramo da Previdência Social. De modo que imprescindível uma real preocupação com educação previdenciária, postura governamental docente ainda não assumida, a revelar o amargor dos menos afortunados pela ausência das noções elementares sobre a relação de proteção, desprovidos de qualquer planejamento previdenciário. Essa situação clama a atuação cada vez mais presente, eficiente e atenta dos operadores do direito (magistrados, membros do Ministério Público, advogados públicos e privados, bem como serventuários da Justiça e servidores públicos da Autarquia Previdenciária, INSS), seja perante a Administração Pública, seja em face do Poder Judiciário, para darem concretude aos anseios do Constituinte de 1988 de satisfação das necessidades sociais. Este livro tem por escopo trazer à tona informações até então de difícil acesso, revelar as situações de grande confusão nos meandros da estrutura administrativa e judicial, durante o trâmite interpretativo da consagração de direitos. A difusão do conhecimento que envolve a métrica quantitativa da prestação pecuniária tornará viável erigir o condomínio social sob terreno firme, capaz de sediar a todos com segurança. Quando idealizada esta obra, receávamos que o tema “cálculo de benefícios” pudesse revelar-se enfadonho ao profissional do direito e comprometer a finalidade previdenciária. Entretanto, os leitores bem aceitaram o desafio de entender o plexo de normas que circundam a expressão numérica da renda mensal do benefício previdenciário. A adesão cada vez maior de interessados no estudo da semântica da lei protetora propicia a democratização sobre a discussão acerca da retribuição do trabalho no seguro social (nas hipóteses de desventuras delineadas constitucionalmente, art. 201). Por essa razão, o lema é a cada edição brindar o leitor com a ampliação e o aprimoramento de tudo que de relevo se mostra ao perfeito entendimento das teses revisionais dos benefícios previdenciários. Obviamente, a marca desta edição é o novel critério de apuração da renda mensal inicial das prestações previdenciárias no enredo ditado pela EC n. 103/2019. Em suma, este manual vem suprir a lacuna da literatura previdenciária, atendendo a profissionais do direito que há muito clamavam por livros específicos acerca de noções de cálculos e teses revisionais de benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Bons estudos e sucesso! O Autor 1 CÁLCULO DA RENDA MENSAL – NOÇÕES ELEMENTARES Será dada, inicialmente, breve visão do todo, para depois se proceder à análise da amplitude e da adequada compreensão de cada um dos termos que compõem o cálculo dos benefícios previdenciários. A previsão normativa encontra-se no art. 201 do texto constitucional, e nas disposições da Emenda Constitucional n. 103, de 12-11-2019, por igual indispensável a atuação atenta e efetiva do intérprete para harmonizar os regramentos da Nova Previdência de 2019 aos regramentos infraconstitucionais constantes da Lei n. 8.213/911, denominada Lei de Benefícios (LB), regulamentada pelo Decreto Federal n. 3.048/992 (Regulamento da Previdência Social [RPS], recém-atualizado pelo Decreto n. 10.410, publicado em 1º-7-2020) disposições detalhadas na Instrução Normativa do INSS/Pres 77, de 2015 (IN n. 77 INSS/Pres). Ferramenta importante de consulta é a portaria anual editada, até o ano de 2015, em conjunto pelo Ministério da Previdência Social com o Ministério da Fazenda. A título de ilustração, confira-se a Portaria Interministerial n. 13 do MPS/MF, datada de 9 de janeiro de 2015. Da referida portaria encontram-se os dados relativos aos índices de reajustamento das prestações previdenciárias (integral e proporcional); bem como são anunciados os novos valores: (a) do limite máximo contributivo e de recebimento de benefícios (teto); (b) da cota do salário- família; (c) de definição do segurado como de “baixa renda” para efeito de concessão de cota do salário-família e de auxílio-reclusão; (d) a ser multiplicado pelo número total de pontos indicadores da natureza do grau de dependência resultante da deformidade física, para fins de definição da renda mensal inicial da pensão especial devida às vítimas da síndrome da talidomida; (e) da diária paga ao segurado ou dependente pelo deslocamento, por determinação do INSS, para submeter-se a exame médico-pericial ou processo de reabilitação profissional, em localidade diversa da de sua residência; (f) da multa pelo descumprimento das obrigações, indicadas no caput do art. 287 do Regulamento da Previdência Social (RPS); (g) da multa pela infração a qualquer dispositivo do RPS, para a qual não haja penalidade expressamente cominada no art. 283 do RPS; (h) de que trata o § 3º do art. 337-A do Código Penal; (i) das demandas judiciais de que trata o art. 128 da Lei n. 8.213, de 1991; (j) acima do qual o pagamento deverá ser autorizado expressamente pelo Gerente-Executivo do INSS. Em 2016 foi promovida alteração ministerial pela Lei n. 13.266 (decorrente da Medida Provisória n. 696, de 2-10-2015), tendo sido efetivada a fusão da pasta da Previdência à do Trabalho, assim, a partir de 2-10-2015, a nova nomenclatura tornou-se: Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). No ano de 2016 foi editada a Portaria Interministerial n. 1 do MTPS/MF, de 8 de janeiro de 2016, contendo os dados anunciados no parágrafo anterior. Em curto espaço de tempo alterou-se mais uma vez a topografia ministerial com a edição da Medida Palaciana n. 726, de 12-5-2016, convolada na Lei n. 13.341, de 29-9-2016, deslocando-se a pasta da Previdência ao Ministério da Fazenda; por conseguinte, a importante portaria anual de reajustamento dos benefícios previdenciários, anunciada nos dois parágrafos precedentes, passou a ser da alçada exclusiva do MF, como ocorreu aos 13 de janeiro de 2017, com a edição da Portaria MF n. 8, e em 2018 quando publicada a Portaria MF n. 15, de 16 de janeiro. A partir de 2019 a Previdência passou a integrar a estrutura do Ministério da Economia, por força da Medida Provisória n. 870, de 1º janeiro de 2019, convertida na Lei n. 13.844/2019. Em conclusão, desde o ano de 2019 a portaria ministerial anual de reajustamento dos benefícios previdenciários está a cargo do Ministro da Economia que, por intermédio da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho fez publicar a Portaria n. 9, datada de 15-1-2019 e a Portaria n. 3.659, de 10-2-2020 (disponível em “anexos” ao final desta obra). 1.1 ELABORAÇÃO DE CÁLCULOSA regra matriz atemporal dos cálculos de benefícios previdenciários é sintetizada da seguinte maneira: RMI = SB × % SB = MAS dos SC SC = base cálculo tributo RMI – renda mensal inicial SB – salário de benefício SC – salário de contribuição MAS – média aritmética simples % – coeficiente de cálculo do benefício O salário de benefício é apurado, por regra, seguindo o critério atemporal: DER – data da entrada do requerimento DAT – data de afastamento do trabalho/atividade DICB – data do Implemento das Condições Necessárias à Concessão do Benefício PBC – período básico de cálculo CM – correção monetária n – número fixado pela legislação da época do adimplemento dos requisitos necessários à obtenção do benefício Σ – símbolo sigma indicativo de somatória SB × % = RMI RMI × 1º reajuste (pro rata) = RMReaj RM × reajustamentos = RMA RMReaj – Renda Mensal Reajustada RMA – Renda Mensal Atual O ponto de partida do estudo é a Renda Mensal Inicial (RMI), consistente no valor do primeiro pagamento recebido pelo beneficiário da Previdência Social a título de benefício de trato sucessivo, em razão da apólice constitucional de seguro social (art. 201 da CF). A RMI, por regra, é obtida pela aplicação de um percentual (%) sobre o salário de benefício (SB). Cada benefício previdenciário apresenta um percentual: Antes e depois da EC n. 103/2019: 50% – auxílio-acidente3 (B/36), inclusive o decorrente de acidente do trabalho (B/94); 91% – auxílio-doença4 (B/31), inclusive o decorrente de acidente do trabalho (B/91); 100% – aposentadoria por tempo de contribuição prevista na Lei Complementar n. 142, de 2013, em prol do segurado considerado pessoa com deficiência (PcD). Obs.: pela LC n. 142 aplica-se fator previdenciário (FP), facultativamente, ou seja, apenas se benéfico ao segurado. O Decreto n. 10.410, de 2020, manteve o FP no cálculo de apuração da RMI da aposentadoria do segurado PcD apenas na situação de direito adquirido até 13-11-2019 (RPS, art. 188-E, § 6º); Antes da EC n. 103/2019: 100% – aposentadoria por invalidez5 (B/32), inclusive a decorrente de acidente do trabalho (B/92); 100% – aposentadoria por tempo de contribuição6 (B/42). Obs.: aplica-se o fator previdenciário obrigatoriamente, ainda que prejudique o segurado, salvo se atendida a fórmula progressiva prevista no art. 29-C da Lei n. 8.213, de 1991; 100% – aposentadoria especial7 (B/46); 70% a no máximo 100% – aposentadoria por idade8 (B/41). Obs.: aplica-se o fator previdenciário facultativamente, ou seja, apenas se benéfico ao segurado). Depois da Reforma da Previdência de 2019: Ø Regra 60%: Aposentadoria programável (Arts. 15, 16, 18, 19 e 21 da EC n. 103, de 2019), e Aposentadoria por incapacidade permanente (B/32). n Observação: 1. Com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição se segurado do sexo masculino, enquanto para o sexo feminino (e para os segurados expostos a atividade especial de que tratam a alínea “a” do inciso I do § 1º do art. 19 e o inciso I do art. 21, ambos da EC n. 103) o acréscimo de 2% será computado a partir do 15º ano contributivo; 2. acréscimo de 2% não encontra limitação máxima, podendo, assim, o percentil total superar 100%. Ø Exceção 100%: Aposentadoria por incapacidade permanente, quando decorrer de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho (B/92); Aposentadoria regra de transição do art. 17 da EC n. 13, de 2019; Aposentadoria regra de transição do art. 20 da EC n. 13, de 2019. Ø Exceção 70%: Aposentadoria por idade Rural do art. 201, § 7º, II, da CF (art. 56, § 2º, RPS), com acréscimo de 1% para cada ano de contribuição. Disciplina o art. 28 da Lei n. 8.213/91 que o valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o salário- família e o salário-maternidade, será calculado com base no SB. Já o art. 31 do RPS (com a redação atribuída pelo Decreto n. 10.410, de 2020) esclarece que o SB é o valor básico utilizado para o cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive aqueles regidos por normas especiais, exceto: I – o salário-família; II – a pensão por morte; III – o salário-maternidade; IV – o auxílio-reclusão; e V – os demais benefícios previstos em legislação especial. Dos arts. 29 a 32 da LB encontram-se os contornos acerca do SB, consistente na base de apuração da renda mensal inicial do benefício e correspondente à média aritmética simples de determinado número de salários de contribuição, quantidade de salários de contribuição a ser estabelecida conforme a época do implemento dos requisitos necessários à obtenção da proteção social pecuniária. Regrado no art. 28 da Lei n. 8.212/91, o salário de contribuição (SC), por sua vez, é o valor sobre o qual se faz incidir a alíquota da contribuição previdenciária. Dito de outra maneira, SC é a base de cálculo do tributo (contribuição previdenciária). SC equivale, grosso modo, à remuneração do segurado obrigatório na categoria: empregado, trabalhador avulso, empregado doméstico e contribuinte individual (art. 11 da Lei n. 8.213, de 1991). Para o segurado facultativo (art. 13 da Lei n. 8.213, de 1991) o SC é o valor por ele declarado. Os SC utilizados no cálculo do valor de benefício serão considerados respeitando-se os limites mínimo (§ 14 do art. 195 da CF, incluído pela EC n. 103, de 2019) e máximo vigentes no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) nas competências (meses) a que se referirem (art. 135 da LB). De posse dos valores dos SC do segurado, procede-se à aplicação da correção monetária (CM) a cada um deles. A atualização monetária de todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício é direito constitucional averbado no § 3º do art. 201. Oportuno trazer à colação as palavras esclarecedoras de Emerson Lemes9: “Correção monetária significa trazer um determinado valor do passado para o presente, sem que se perca o seu poder de compra”. O índice de CM dos SC utilizados no cálculo do SB é a variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao período decorrido, a partir da primeira competência do SC que compõe o Período Básico de Cálculo (PBC), até o mês anterior ao do início do benefício, de modo a preservar o seu valor real, em atenção ao art. 29-B da Lei de Benefícios, art. 33 do Decreto n. 3.048/99, e o art. 179 da IN 77 INSS/Pres. A CM impõe-se aos SC que integram o PBC, no momento da apuração do SB. Define-se PBC como lapso temporal imediatamente anterior a: Ø Data de Entrada do Requerimento (DER); Ø Data do Afastamento da Atividade (DAT); Ø Data do Implemento das Condições Necessárias à Concessão do Benefício (DICB). Unicamente os SC vertidos no interregno definido pelo legislador como PBC são admitidos de ser computados no cálculo da obtenção do SB. O número de meses que compõem o PBC oscila conforme a legislação de regência do benefício. A data do implemento das condições necessárias à concessão do benefício fixa o texto legal aplicável em consonância com o brocardo tempus regit actum. Antes da Constituição Federal de 1988 (CF/88)10 o PBC correspondia: a 48 meses, em se tratando de benefícios programáveis (B/41; B/42; B/46)11, desse lapso temporal eram considerados para apuração do SB até 36 SC. a 18 meses, com relação aos benefícios de risco (B/21; B/25; B/31; B/32)12, dos quais eram utilizados 12 SC para apuração do SB. ao SC do dia do acidente, em favor dos benefícios por incapacidade laborativa originados de infortúnio laboral13. A legislação admitia o manejo unicamente do SC do dia do acidente caso tal sistemática resultasse mais benéfica em comparação à média dos últimos 12 SC. Na Lei n. 8.213/91, redação original, o PBC equivalia a 48 meses, dos quais se utilizava para apuração do SB até 36 SC, independentemente de se tratar de benefício programável oude risco. Até o surgimento da Lei n. 9.032, de 28-4-1995, havia uma exceção estabelecida no art. 28, § 1º, da LB, permitindo que no cálculo do benefício decorrente de acidente do trabalho fosse considerado o SC vigente no dia do acidente, se mais vantajoso quando comparado ao resultado da média dos últimos 36 SC (SB). Com o advento da Lei n. 9.876/9914 o PBC passou a corresponder a toda a vida contributiva do segurado (limitada a retroação dos meses que formam o PBC à competência de julho de 199415). Definido o PBC, eram utilizados os 80% maiores SC. Já a Nova Previdência de 2019, no viés restritivo, determina (regra) seja apurado o SB com base nos 100% dos SC desde julho/94. Na apuração do SB das aposentadorias programáveis o § 6º do art. 26 da Emenda da Reforma permite a exclusão de quaisquer contribuições que resultem em redução do valor do benefício, desde que mantida a quantidade de contribuições equivalentes ao período de carência e observado o tempo mínimo de contribuição necessário à elegibilidade da aposentadoria requerida (art. 32, § 26, RPS, com redação atribuída pelo Decreto n. 10.410, de 2020). Em resumo, para definição do SB necessário se faz seja aplicada a correção monetária a todos os SC integrantes do PBC. Ato contínuo, divide-se o resultado obtido pelo número de SC somados. Assim, ter-se-á a média aritmética simples (M.A.S.), a cujo resultado se dará o nome de SB. Divisor mínimo. Para apuração do SB com base no critério vigente antes da Nova Previdência de 2019, a legislação previdenciária afasta a aplicação da m.a.s. em se tratando de benefícios programáveis (B/41, B/42 e B/46) sempre que o número de SC constantes do PBC for considerado pelo legislador como abaixo da quantidade mínima tolerável. Sempre que aplicável o divisor mínimo, são considerados todos os SC constantes do PBC que, após a incidência da CM, serão somados e o resultado será dividido por número superior à quantidade de SC que foram somados (aplicação de divisor mínimo). Na redação original da LB o divisor mínimo era “24”16, e na vigência da Lei n. 9.876, de 1999, a legislação contempla divisor mínimo unicamente na regra de transição anotada no art. 3º, § 2º17, da Lei n. 9.876/99. O art. 26 da EC n. 103, de 2019, não contempla a figura do “divisor mínimo” na apuração da renda mensal dos benefícios previdenciários, por conseguinte, o art. 188-E, § 1º, do RPS (incluído pelo Decreto n. 10.410, de 2020), prevê a aplicação desse instituto (divisor mínimo) unicamente em se tratando de aposentadoria programável concedida com base em direito adquirido até 13 de novembro de 2019. Após a fixação da RMI, o beneficiário perceberá mensalmente a renda fixada inicialmente até a data do primeiro reajuste, que será, por regra, proporcional (pro rata). O reajustamento encontra alicerce em determinação constitucional, art. 201, § 4º, que traz a regra da manutenção do valor real do benefício previdenciário, assegurando de forma permanente o poder aquisitivo da renda mensal. A proteção ao poder de compra (aspecto qualitativo) se constituiu em importante proteção do beneficiário da Previdência Social contra a espiral inflacionária. Todos os benefícios previdenciários são reajustados periodicamente. A regra desde o ano de 1995 tem sido reajuste anual, conforme art. 41-A da LB. Uma vez ao ano é publicada a Tabela de Reajustamento; dela se constata a existência de “índice integral”, conhecido no jargão previdenciário como índice “cabeça de tabela”, que é o percentil devido a partir do segundo reajustamento, enquanto no primeiro reajuste (como regra) a incidência é de índice proporcional (índice pro rata), estabelecida na lógica: quanto mais próxima a data de início do benefício (DIB) da data do reajustamento, menor será o índice de recomposição do poder aquisitivo. À guisa de demonstração, exibimos a Tabela de Reajuste utilizada em janeiro do ano de 2016 (Portaria Interministerial 1, MPTS/MF, de 8-1- 2016): Índices de reajuste diferem de índices de correção monetária. Índices de reajustamento, também nominados de índices previdenciários, incidem sobre a renda mensal do benefício. O índice de reajustamento é divulgado na mesma oportunidade da fixação do novo valor do salário mínimo nacional, mas com este não se confunde! n ATENÇÃO. Os índices de reajustamento não são atrelados à variação do salário mínimo, diante de vedação constitucional (art. 7º, IV, in fine). O reajustamento deve seguir indexador fixado em lei (art. 201, § 4º, CF c/c art. 41-A da LB), de modo que a recomposição da inflação deve corresponder àquela medida pelo INPC/IBGE, que como regra tem sido inferior ao índice de reajuste do salário mínimo. A título de ilustração, no ano de 200918 a variação do salário mínimo foi de 12% (de R$ 415,00 foi elevado para R$ 465,00), ao passo que o reajustamento das aposentadorias e pensões, apurado com base na variação do indexador legal (INPC), foi de apenas 5,92%. A diferença acentuada de percentis (salário mínimo × INPC) alimenta a perene insatisfação dos aposentados pelo fato de o valor do benefício, após o transcurso de poucos anos, não representar o mesmo quantitativo de salários mínimos da época da concessão. Observe-se, por exemplo, benefício concedido em janeiro de 2004, no valor teto, de R$ 2.400,0019, que na ocasião equivalia a exatos 10 salários mínimos (o salário mínimo era de R$ 240,00 em janeiro de 2004), esse aposentado em 2016 terá sua renda mensal não superior a R$ 5.189,82 (limite máximo de benefícios previdenciários, decorrente da evolução daquele valor teto de 2005 mediante reajustamento pelo INPC até 2016), ao passo que 10 salários mínimos correspondem a R$ 8.880,00 (salário mínimo em 2016 = R$ 880,00), a defasagem, em quantitativo de salários mínimos, é na ordem de 69%! Em 2020 o teto máximo de pagamento de benefício do RGPS é de R$ 6.101,06, ao passo que o salário mínimo corresponde a R$ 1.045,00, de modo que a proporção atual do teto máximo de benefícios dos RGPS é equiparável unicamente para fins didáticos a 5,83 salários mínimos. Competência Teto RGPS Salário mínimo Correlação (sem previsão legal) Janeiro/2004 R$ 2.400,00 R$ 240,00 Teto = 10 sm Fevereiro/2020 R$ 6.101,06 R$ 1.045,00 Teto = 5,83 sm No entanto, o reclamo dos aposentados (vinculação do benefício previdenciário a determinada quantidade de salários mínimos) não encontra acolhida no Poder Judiciário, quer pela falta de amparo constitucional (art. 7º, IV, parte final, que veda a vinculação do salário mínimo para qualquer fim), quer pelo regramento legal (art. 41-A da LB, que estabelece o reajustamento dos benefícios em manutenção, anualmente, com base no INPC20). Com a palavra o Supremo Tribunal Federal: Reajuste. Benefício concedido na vigência da Constituição Federal de 1988. Acórdão recorrido em consonância com a jurisprudência desta Corte. 1. O art. 41, II, da Lei n. 8.213/91 não infringiu o disposto nos arts. 194, IV, e 201, § 2º, da Constituição Federal que asseguram, respectivamente, a irredutibilidade do valor dos benefícios e a preservação do seu valor real. Precedentes. 2. A revisão dos benefícios previdenciários não pode ser atrelada à variação do salário mínimo, após a implantação do plano de custeio e benefícios. Precedentes. (Fonte: Informativo STF n. 683) (Ag. Reg. no AI-776.724/MG. rel. Min. Luiz Fux). O STF apreciou o Tema 996 de Repercussão Geral, no qual os aposentados pleiteavam a RENÚNCIA ao reajuste pelo INPC e a opção pela variação do salário mínimo. Julgado em 15-5-2020, a Corte Suprema negou provimento ao recurso extraordinário. STF. Tema 996. Tese firmada: Não encontra amparo no texto constitucional revisão de benefício previdenciário pelo valor nominal do salário mínimo. Dita o STJ não caber a aplicação dos mesmos índices de reajuste dos benefícios de valor mínimo (art. 201, § 2º, da CF/88) aos demais benefícios previdenciários, uma vez que para estes o índice a ser aplicado será o INPC (art. 41-A da Lei n. 8.213/91). Em conclusão, apesar da enorme insatisfação dos aposentados,a pretensão pela revisão do benefício para manter a quantidade de salários mínimos que a RMI equivalia quando concedido o benefício é tese revisional manifestamente improcedente21. Reajustamento e o limite mínimo. Não se pode olvidar em respeitado o limite mínimo constitucional fixado em um salário mínimo (art. 201, § 2º) para os benefícios que substituam a remuneração do trabalho, a exemplo do auxílio-doença (B/31 e B/91), que, na eventualidade de o valor resultante do cálculo legal de apuração de renda demonstrar-se inferior a um salário mínimo, haverá no banco de dados da previdência dois registros de valor: (a) o valor que realmente seria devido, pelas regras de apuração de renda mensal inicial; (b) o valor a ser efetivamente pago, não inferior a um salário mínimo (de acordo com o art. 41-A, § 6º, da Lei n. 8.213/9122). Exemplificando, no ano de 2016 constata-se que o SB de determinado segurado é de R$ 900,00, e o benefício a que tem direito é o B/31, cujo coeficiente de cálculo é 91%, assim, a renda mensal inicial deveria ser de (a) R$ 819,00 (R$ 900,00 × 91%), no entanto, o efetivo pagamento em prol do beneficiário será de (b) R$ 880,00, equivalente a um salário mínimo (art. 201, § 2º, CF). Os reajustamentos dos anos que se seguirão incidirão sempre sobre a apuração real (a), respeitada a regra do art. 201, § 2º, CF (b). Por hipótese, mantida a mesma ilustração, caso no ano de 2017 o INPC apure 50% (percentil fictício, para fins didáticos), e a variação do salário mínimo seja “fictícia” de 10%, a nova renda mensal desse segurado será de R$ 1.228,00 (R$ 819,00 com reajuste “fictício” de 50%), porque resultará superior ao novo salário mínimo “fictício” de R$ 968,00 (R$ 880,00 com elevação “fictícia” de 10%). De observar, ainda, que a regra é a da aplicação proporcional do índice de reajustamento por ocasião do primeiro reajuste. O índice pro rata equivale aos meses que compreendem a data da concessão e a data do reajustamento de benefícios. O índice integral reserva-se aos subsequentes reajustamentos. n ATENÇÃO. Se se tratar de benefício decorrente de transformação, como ocorre com o B/32 derivado de B/31, ou de B/21 decorrente de qualquer aposentadoria, o primeiro reajuste do benefício consequente deve ser obtido com base na data de início do benefício antecedente (DIB Ant). Tratando-se de concessão de benefício derivado, a exemplo do B/32 ou B/21, será plenamente possível a incidência do primeiro reajustamento com base no índice integral, sempre que o benefício de que é decorrente (auxílio-doença ou a aposentadoria) já tenha experimentado o reajustamento proporcional. Entendimento corretamente perfilhado pela Administração Pública: IN n. 77 INSS/Pres, 2015 Seção V. Do reajustamento do valor do benefício Art. 212. § 1º No caso de benefício precedido, para fins de reajuste, deverá ser considerada a DIB anterior. 1.2 AÇÃO JUDICIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA A dinâmica básica da elaboração dos cálculos de apuração da RMI e do critério de reajustamento anunciados é temática de grande importância perante o Poder Judiciário tanto nas ações de concessão de prestação previdenciária como nas de revisão de benefício. Ultimada a fase do reconhecimento do direito, inaugura-se a etapa final, de natureza satisfativa, que, como regra, ensejará a satisfação da obrigação de fazer (implantar ou revisar benefício) e a obrigação de pagar quantia em dinheiro (prestações devidas desde a data do início do benefício até a data da véspera da implantação do benefício deferido ou revisado judicialmente). Em conformidade com o Código de Processo Civil (CPC), Lei n. 13.105/2015, art. 534, no cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública (neste conceito incluído o INSS) o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo: I – o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; II – o índice de correção monetária adotado; III – os juros aplicados e as respectivas taxas; IV – o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V – a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI – a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados. Obviamente, havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu próprio demonstrativo de apuração do quantum debeatur. É bem verdade que a elaboração de cálculos previdenciários na seara judicial, segundo entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça (Tema Repetitivo 672), em se tratando de credor beneficiário de Justiça Gratuita, pode ser elaborado pela contadoria judicial, jurisprudência mantida após a vigência do atual Código Adjetivo Pátrio, com acréscimo interpretativo “independentemente da complexidade” dado pelo REsp 1.725.731, julgado em 5-11-2019: STJ. Tema Repetitivo n. 672. Tese firmada: Se o credor for beneficiário da gratuidade da justiça, pode-se determinar a elaboração dos cálculos pela contadoria judicial. STJ. REsp 1.725.731, julgado em 5-11-2019: Esta Corte consolidou jurisprudência no sentido de que o beneficiário da assistência judiciária gratuita tem direito à elaboração de cálculos pela Contadoria Judicial, independentemente de sua complexidade. Precedentes. Cabe salientar que a multa prevista no § 1º do art. 523 do CPC não se aplica à Fazenda Pública (art. 523, § 1º: “Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento”), de tal sorte inaplicável ao INSS. Importante sistemática, que não pode ser sepultada na vigência do atual CPC, é a da execução invertida, situação na qual o juízo, observado o trânsito em julgado, por ocasião da prolação do despacho de ciência as partes do retorno dos autos à primeira instância, intima-se o credor para manifestar anuência à remessa ulterior dos autos à Autarquia Previdenciária, para efeito de apuração do quantum debeatur. Com o aceite da sistemática de inversão, o devedor (INSS) procede à apresentação em juízo das planilhas de cálculo, oportunidade na qual será novamente intimado o credor, e havendo aceite dos valores, será expedido o ofício requisitório, na forma do art. 100 do texto constitucional. 1.3 PLANILHA GRATUITA DE CÁLCULO Para efeito de elaboração de cálculo de liquidação, em ações judiciais que envolvam pedido de concessão ou de revisão de benefício previdenciário, pode valer-se o credor da planilha, gratuita e sempre atualizada, disponibilizada pela Justiça Federal da 3ª Região. Para acessá-la basta digitar: <http://jef.trf3.jus.br/>. A planilha, de fácil manuseio, opera em formato Excel. Repleta de macros, permite diversos cálculos de maneira automática, bastando a inserção dos dados básicos solicitados. O manual de utilização encontra-se em: <http://jef.trf3.jus.br/consulta/planilha /manual_versao_1.pdf>. Conquanto a planilha traga no cabeçalho os dizeres “Juizado Especial Federal” é de livre utilização em todo e qualquer processo, podendo, inclusive, ser excluído referido cabeçalho no ato da impressão. Eis o layout da planilha (sem o referido cabeçalho): (...) Para benefício de valor mensal igual a 1 salário mínimo há planilha de cálculo elaborada pela Justiça Federal da 4ª Região, acessível em: <http://www.jfrs. gov.br/jusprev2/>. Outra importante ferramenta também gratuita é a planilha de contagem de tempo de serviço/contribuição para aferição de direito à aposentadoria junto ao INSS, bastando acessar o site: <http://tempodeservico.blogspot.com>23. Importante ter em mãos a CTPS e o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNSI) para apuração do tempo de contribuição. Para usar a planilha, não é preciso fazer download, basta possuir uma conta gratuita do Google, clicar em “Arquivo” e em seguida “Fazer uma cópia”. Depois, é só preencher os campos de cor verde. De extrema valia ainda é o manejo do simulador de tempo de contribuição disponível em “Meu INSS”.Simulação automática conhecida como ‘Calculadora do INSS’, a ferramenta realiza uma busca automática de todas as informações e dados de vínculos do segurado registrados nos sistemas do INSS para calcular o tempo de contribuição, ou seja, quanto tempo falta para o segurado se aposentar. O simulador INSS é de fácil manuseio e faz a identificação e a exclusão da contagem de períodos concomitantes (erro comum cometido em petições iniciais apresentadas em juízo, quando baseado o cálculo de tempo de contribuição em planilha Excel sem a função excludente de duplicidade de lapsos temporais). Para que o sistema faça essa busca automática é necessário fazer login no Meu INSS. Caso algum vínculo porventura não conste nos registros previdenciários, há a opção de incluir manualmente para fazer a simulação: n ATENÇÃO. A contagem de Tempo de Contribuição é diferente antes e depois da Nova Previdência de 2019. Reza o Decreto n. 3.048 (RPS, com a redação dada pelo Decreto n. 10.410, de 2020): Ø o tempo de contribuição até 13 de novembro de 2019 será contado de data a data, desde o início da atividade até a data do desligamento, conforme art. 32, § 22-A, com art. 188-G, ambos do RPS; Ø após a Reforma da Previdência, as competências em que o salário de contribuição mensal tenha sido igual ou superior ao limite mínimo serão computadas integralmente como tempo de contribuição, independentemente da quantidade de dias trabalhados (art. 19-C, § 2º, RPS). Diante desse enredo, o empregado que tenha sido demitido no dia 4-11-2019, possui apenas 4 dias de TC relativos à competência de novembro de 2019 para efeito de futura aposentadoria, pouco importando se o valor recolhido a título de contribuição previdenciária teve por base de cálculo quantia inferior ao limite mínimo do salário de contribuição. Ao passo que outro empregado que tenha sido contratado no dia 29-11-2019, poderá computar os 30 dias da competência de novembro para efeito de aposentadoria (a despeito de ter trabalhado apenas 2 dias) desde que o valor relativo à contribuição previdenciária para esses 2 dias de trabalho tenha tido salário de contribuição igual ou superior ao limite mínimo. A apuração da Renda Mensal Inicial é facilmente obtida no sítio eletrônico do INSS. Passos a serem seguidos: (1) acessar <www.inss.gov.br>; (2) clicar em “Todos os serviços ao cidadão”; (3) selecionar: “Simulação de Cálculo da Renda Mensal de Benefício Previdenciário”; (4) preencher o formulário eletrônico. Essa ferramenta do INSS realiza o cálculo da renda mensal do segurado levando em consideração tempo de contribuição, idade na aposentadoria e expectativa de sobrevida do segurado na data de início do seu benefício (conforme Tabela de Expectativa de Sobrevida divulgada pelo IBGE). A planilha possibilita o cálculo em três situações: (a) direito adquirido na EC n. 20/98; (b) na data da publicação da Lei n. 9.876, de 1999, (c) na data da publicação da EC n. 103/2019 (obs.: até a data do fechamento desta edição o cálculo conforme o regramento da Nova Previdência ainda não estava operante), e (d) na DER. Calcular valor de benefício Por força da ACP 0037373-71.2015.4.02.5101, com abrangência limitada às agências do Estado do Rio de Janeiro, deverá o INSS prestar o serviço de simulação de contagem de tempo de contribuição também de forma presencial ou, alternativamente, disponibilizar computadores e funcionários para auxiliar os cidadãos em tal operação. 1.4 CORREÇÃO MONETÁRIA – DÉBITOS JUDICIAIS Como antes explicitado, a correção monetária (CM) se faz aplicável a cada um dos SC que compõem o PBC. A CM também é manejada para apuração do montante devido a título de benefícios pagos em atraso. Hipótese na qual se apura o valor histórico da RMI e das rendas mensais subsequentes (estas mediante aplicação de índices de reajustamento). Depois de definidos todos os valores a que tinha direito o beneficiário em determinado período, faz-se incidir, sobre o valor apurado em cada uma das competências, a CM, mês a mês, até a data da elaboração do cálculo. Para o cálculo de pagamento de parcelas relativas a benefícios efetuado com atraso, apuradas na seara administrativa, determina o Decreto Federal n. 3.048/99, no art. 175, que, independentemente de ocorrência de mora e de quem lhe deu causa, deve ser corrigido monetariamente desde o momento em que restou devido, pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do RGPS. Em outras palavras, a CM das prestações pagas em atraso na órbita administrativa deve observar a variação mensal do INPC. Matéria esta que, de tão pacificada24, restou sumulada pela Advocacia- Geral da União (AGU). Súmula 38: Incide a correção monetária sobre as parcelas em atraso não prescritas, relativas aos débitos de natureza alimentar, assim como aos benefícios previdenciários, desde o momento em que passaram a ser devidos, mesmo que em período anterior ao ajuizamento de ação judicial. A CM de prestações em atraso possuía indexadores diferentes (INPC/IBGE ou Índice Geral de Preços, Disponibilidade Interna – IGP-DI, apurado pela Fundação Getúlio Vargas – FGV), conforme a apuração fosse administrativa (INSS) ou judicial (ações de concessão ou revisão de benefício previdenciário). As prestações previdenciárias decorrentes de débito judicial passaram a ser corrigidas com base no INPC/IBGE, mesmo indexador manejado na via administrativa (INSS), por força do art. 31 da Lei n. 10.741/2003. Bem afinadas com a legislação previdenciária, as Turmas Recursais de Santa Catarina confeccionaram a Súmula 7: Em ações de concessão ou revisão de benefícios previdenciários o INPC substitui o IGP-DI na atualização das parcelas vencidas, desde fev. 2004 (MP n. 167, convertida na Lei n. 10.887/2004, que acrescentou o art. 29-B à Lei n. 8.213/91, combinada com o art. 31 da Lei n. 10.741/2003). O Conselho da Justiça Federal (CJF), ao editar o Manual de Orientação de Procedimentos para Cálculos na Justiça Federal (Resolução CJF n. 561, de 2-7-2007), fixa a aplicação desde maio de 1996 a dezembro de 2003 do IGP-DI (MP n. 1.415, de 29-4-1996 e Lei n. 10.192, de 14-2-2001); e de janeiro de 2004 em diante, impera o INPC (Lei n. 10.741/2003, MP n. 167/2004 e Lei n. 10.887/2004). Consolidado o débito previdenciário nos autos do processo judicial transitado em julgado, etapa subsequente é a da expedição do requisitório, nos moldes definidos no art. 100 da Norma Suprema. Os valores a serem satisfeitos na sistemática dos precatórios ou das requisições de pequeno valor devem ser atualizados monetariamente (desde o mês do fechamento da conta acolhida para inscrição no regime dos requisitórios até a data do efetivo pagamento). A atualização dos requisitórios deve dar-se em conformidade com o indexador definido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) (Lei n. 12.017/09. Art. 28, § 6º)25, que fixava a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – Especial (IPCA-E) –, divulgado pelo IBGE. No ano de 2009, o Governo, seduzido pela baixa rentabilidade do indexador denominado Taxa Referencial26 (TR), editou a Lei n. 11.960/2009, que por sua vez deu nova tessitura ao art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, estabelecendo que os débitos apurados judicialmente passassem a ser corrigidos com observância dos índices oficiais de remuneração básica aplicados à caderneta de poupança, cujo índice oficial é a TR. Na mesma toada da Lei n. 11.960/2009, houve a promulgação da Emenda Constitucional n. 62, em dezembro de 2009, ratificando a utilização do índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TR) para a atualização de valores a serem pagos na sistemática dos requisitórios. A subsequente LDO (Lei n. 12.309, de 9-8-2010) estabeleceu (art. 28, § 6º) que a atualização monetária dos precatórios, determinada no § 12 do art. 100 da Constituição, inclusive em relação às causas previdenciárias e de acidente do trabalho, observaria, no exercício de 2011: I – para as requisições expedidas até 1º de julho de 2009, a variação do Índice Nacional de Preços ao ConsumidorAmplo – Especial (IPCA-E) do IBGE; e II – para as requisições expedidas a partir de 2 de julho de 2009, a remuneração básica das cadernetas de poupança. A substituição do INPC na fase de apuração do débito judicial, e do IPCA-E na atualização dos precatórios, resultou grande economia aos cofres públicos, diante dos baixíssimos índices revelados pela TR comparativamente ao resultado apresentado pelo INPC e pelo IPCA-E. Observe o quadro comparativo de acumulado anual de cada um dos indexadores em debate: INPC IPCA-E TR 2009 4,11% 4,18% 0,7090% 2010 6,46% 5,79% 0,6887% 2011 6,07% 6,55% 1,2079% 2012 6,19% 5,77% 0,2897% 2013 5,56% 5,84% 0,1910% O CJF editou a Resolução n. 134/2010, incorporando os índices mensais da TR aos débitos judiciais a partir de julho de 2009 (Lei n. 11.960/2009). A partir desse cenário, situação curiosa passou a existir, débitos previdenciários apurados perante o Poder Judiciário resultavam quantia inferior àquela apurada pelo INSS na seara administrativa. A título de ilustração, caso fosse o INSS devedor de R$ 1.000,00 em julho de 1994, perante um aposentado ou pensionista, e tivesse de saldar essa dívida, sem provocação judicial, em abril de 2013, esse valor atualizado pelos índices administrativos resultaria em R$ 5.792,08, de acordo com a tabela de atualização monetária das parcelas relativas a benefícios pagos com atraso constante da Portaria INSS n. 181, de 11 de abril de 2013. De outro giro, a mesma dívida de R$ 1.000,00 devido desde julho de 1994, ao ser corrigida monetariamente perante a Justiça Federal, resultava para abril de 2013 o quantum debeatur de R$ 4.851,83 (Resolução CJF n. 134/2010, índice acumulado divulgado em abril de 2013 = 4,85183). O valor apurado administrativamente pela Autarquia Previdenciária era (nessa demonstração, de jul. 1994 a abr. 2013) 19,38% superior à quantia encontrada com a aplicação da Resolução n. 134/CJF, tendo por principal causa o indexador TR, não existente na via administrativa. Socorrer-se da via judicial tornou-se um dilema, uma vez que era financeiramente desvantajoso por força da incidência do indexador TR. Diante desses temperos, no ano de 2013 decidiu o Colendo STF declarar inconstitucional a expressão “índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança”, constante do § 12 do art. 100 da CF, e por arrastamento também o art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com redação dada pela Lei n. 11.960/2009, julgamento ocorrido em 14 de março de 2013. ADIns n. 4.357/DF e 4.425/DF, relator para o acórdão Min. Luiz Fux (relator original Min. Ayres Britto). Entendeu o STF não aplicar às condenações impostas à Fazenda Pública “durante a fase de processamento do ofício requisitório” (art. 100 da CF) o indexador oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, com fundamento na declaração de sua inconstitucionalidade. Em dezembro de 2013, o CJF substituiu a Resolução n. 134/2010, editando a Resolução n. 267, dando nova redação ao Manual de Orientação de Procedimentos para Cálculos na Justiça Federal, tendo por principal modificação a exclusão do indexador TR pelo INPC, inclusive para a fase de constituição do quantum debeatur (que precede à fase de expedição do precatório) Da mesma forma, a LDO de 2013 (Lei n. 12.919), no art. 27, restabeleceu o IPCA-E do IBGE como fator de atualização monetária dos precatórios, inclusive em relação às causas previdenciárias e de acidente do trabalho. Resulta certo o afastamento do indexador TR durante a fase de tramitação do precatório, no entanto, ainda estava pendente de definição perante a Colenda Suprema Corte o regime de atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública, relativa à fase anterior à inscrição do ofício requisitório (a da apuração do quantum debeatur) matéria com Repercussão Geral decretada pelo STF no Recurso Extraordinário 870.947: tema 810/STF. O tema 810 foi solucionado pelo Plenário da Corte Suprema em 20-9- 2017, oportunidade na qual foi sacramentada a inconstitucionalidade do indexador de correção monetária trazido pela Lei n. 11.960, de 2009, restando afastado o uso da Taxa Referencial (TR) como índice de atualização dos débitos judiciais da Fazenda Pública, mesmo no período da dívida anterior à expedição do precatório. De esclarecer duas foram as teses estabelecidas pelo STF com o julgamento do RE 870.947. A primeira tese aprovada, referente aos juros moratórios, que será vista adiante, a segunda tese fixada é referente à atualização monetária, e apresenta a seguinte redação: STF. Tema 810. O art. 1º-F da Lei n. 9.494/1997, com a redação dada pela Lei n. 11.960/2009, na parte em que disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao direito de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina. Após o julgamento do tema 810 pelo STF, o Egrégio STJ, em fevereiro de 2018, estabeleceu efeitos retroativos (ex tunc) à declaração de inconstitucionalidade do artigo 1-F, da Lei n. 9.494/97 (correção monetária) e, no que tange às ações de natureza previdenciária, firmou o indexador INPC para apuração do quantum debeatur em razão do afastamento da TR (acórdão sujeito ao regime previsto no art. 1.036 e seguintes do CPC/2015: Recurso Especial Repetitivo). Em 3-10-2019, o STF concluiu o julgamento dos embargos declaratórios apresentados pelo INSS, que, por maioria, decidiu a Corte Suprema por declarar inconstitucional o art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com a redação dada pela Lei n. 11.960/2009, na parte em que disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública, afastando o indexador TR desde a sua edição, 30-6-2009 (restou afastado o pedido de modulação dos efeitos que a Autarquia Previdenciária havia efetivado no recurso de embargos declaratórios). 1.5 JUROS APLICADOS E AS RESPECTIVAS TAXAS Encerrada a saga do “indexador de correção monetária dos débitos judiciais”, momento de enfatizar o cabimento de juros de mora sobre as parcelas integrantes do débito apurado judicialmente, em conformidade com o teor da Súmula 204 do STJ: Os juros de mora nas ações relativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida. Emerson Lemes27 leciona que por juros de mora se compreende: “Rendimento auferido pelo uso do dinheiro pelo devedor durante determinado período, privando-se o credor de seu uso no mesmo período”. Na seara previdenciária a taxa dos juros de mora é exatamente aquela aplicada na caderneta de poupança. Esse critério está estabelecido na Lei n. 11.960, de 2009. Como adrede analisado, a Lei n. 11.960 foi questionada junto ao STF que no julgamento do RE 870.947, diversamente do desfecho dado à correção monetária, julgou constitucional a taxa de juros: O art. 1º-F da Lei 9.494/97, com a redação dada pela Lei n. 11.960/2009, na parte em que disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, [...] quanto às condenações oriundas de relação jurídica não tributária, a fixação dos juros moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é constitucional, permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei 9.494/97 com a redação dada pela Lei 11.960/2009. Com relação aos juros de mora, tiveram os beneficiários da Previdência outra vitória perante o Colendo STF no ano de 2017, por ocasião da apreciação do Recurso Extraordinário n. 579.431/RS, relator o Ministro Marco Aurélio, no qual foi reconhecida a repercussão geral, concluído o julgamento pela incidência dos juros da mora no período compreendido entre a data da realização dos cálculos e a da requisição ou do precatório (afastando a tese segundo a qual a incidência dos juros de mora deveria cessar após a apresentação do cálculo de liquidação). Trata-se do tema 96 de repercussão geral, julgado em 19-4-2017, ao qualfoi fixada a tese: STF. Tema 96. Incidem os juros da mora no período compreendido entre a data da realização dos cálculos e a da requisição ou do precatório. 1.6 OFÍCIO REQUISITÓRIO Na linha do art. 535, § 3º, da Lei n. 13.105 (CPC), não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições do ente público, devem ser praticados os atos que sinalizam a proximidade do fim do processo: I – expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em favor do exequente, observando-se o disposto no art. 100 da Constituição Federal; II – por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente. E, tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento. Portanto, a depender do valor final acolhido pelo juízo, o pagamento se fará por intermédio de RPV (Requisição de Pequeno Valor), observado o interregno de 60 dias, ou por Precatório que, se inscrito até o dia 1º de julho, será pago no ano subsequente. Entretanto, inscrito o precatório no segundo semestre, somente será satisfeita a obrigação de pagar no ano posterior ao subsequente. O ofício requisitório deverá seguir o ritual previsto na Resolução n. 405/2016, do Conselho da Justiça Federal. n ATENÇÃO: os honorários sucumbenciais (e os contratuais) não devem ser considerados como parcela integrante do valor devido a cada credor para fins de classificação do requisitório como de pequeno valor, sendo expedida requisição própria, conforme previsto no parágrafo único do art, 18 da Resolução n. 405/2016 do CJF. Efetivado o depósito dos valores requisitados, devem ser cientificadas as partes, e ato contínuo deve ser expedido alvará para levantamento das quantias, nos termos da Resolução n. CJF-2016/00405, de 9 de junho de 2016. n Cuidado. A Lei n. 13.463, de 6-7-2017, no art. 2º, determina o cancelamento dos precatórios e das RPV federais expedidos cujos valores não tenham sido levantados pelo credor e estejam depositados há mais de dois anos em instituição financeira oficial. Satisfeita a obrigação, deverá o processo ser extinto, com espeque no art. 924, II, do CPC. 1.7 LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (LEI N. 12.527/2011) A explanação efetivada neste capítulo tem o nítido colorido de introito à matéria “cálculo de benefícios previdenciários”, para que, consequentemente, haja adequado e imprescindível aprofundamento, nos capítulos que seguem, nas reflexões acerca das teses revisionais. No entanto, ainda a título de preâmbulo, convém discorrer sobre as informações necessárias à análise de concessão e de revisão de benefício previdenciário, disponíveis no banco de dados do INSS e acessíveis aos beneficiários do RGPS com fulcro na Lei de Acesso à Informação. Para análise de benefício previdenciário é imprescindível que o profissional efetive a colheita do máximo de informes para a verificação, em profundidade, do direito do beneficiário à concessão/revisão de sua prestação social. Em decorrência do mister exercido pelo autor desta obra, afirma-se que nos processos judiciais em face do INSS boa parte das improcedências lançadas por sentença decorrem da falta de apresentação de prova nos autos (dados relevantes acerca dos segurados/dependentes para o reconhecimento do direito). Para ilustrar, cite-se pedido de pensão por morte no qual há o decreto de improcedência28 pelo motivo de na data do óbito ter se verificado a perda da qualidade de segurado (art. 102, § 2º, da Lei n. 8.213/91), quando do sítio eletrônico do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) constata-se que o falecido havia recebido parcelas do seguro-desemprego, fato capaz de prorrogar a manutenção da qualidade de segurado por mais 12 meses, nos moldes do § 2º do art. 15 da Lei de Benefícios. Informações simples e acessíveis em sítios da Internet (como essa constante do sítio do MTE: <http://sd.mte.gov.br/sdweb/consulta.jsf> muitas e muitas vezes não são colacionadas e nem mesmo referidas nos autos, resultando na indevida improcedência da ação, de modo a ensejar, com sucesso, o manejo de ação rescisória, com alicerce no CPC, art. 966, que admite possa ser rescindida a decisão de mérito, transitada em julgado, quando: “V – violar manifestamente norma jurídica; VII – obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; ou VIII – for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos”. STJ AÇÃO RESCISÓRIA n. 3.528 – SP (2006/0061993-7) RELATOR: MINISTRO NEFI CORDEIRO. Publicada em 5-3-2015. Ementa. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 485, IX, E § 1º, CPC. ERRO DE FATO CONFIGURADO. PENSÃO POR MORTE. QUALIDADE DE SEGURADO MANTIDA. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA PROCEDENTE. I – O § 2º do art. 15 da Lei n. 8.213/91 enuncia que o prazo de doze meses previsto no inciso II do dispositivo será acrescido de mais doze meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. II – A Terceira Seção consolidou entendimento segundo o qual o registro mencionado no dispositivo em comento “não pode ser tido como o único meio de prova da condição de desempregado do segurado”, porquanto o preceito “deve ser interpretado de forma a proteger não o registro da situação de desemprego, mas o segurado desempregado” (Pet 7115/PR, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Terceira Seção, DJe de 6-4-2010). III – A jurisprudência da Sexta Turma cristalizou-se no sentido de que o deferimento e a consequente percepção do seguro-desemprego, por ser benefício proposto e processado perante os Postos do Ministério do Trabalho e Emprego, pode ser utilizado para fins de concessão do acréscimo de doze meses ao período de graça, previsto no já mencionado § 2º do art. 15 da Lei n. 8.213/91. IV – Ação rescisória procedente. De relevo anotar, ainda, da corrente jurisprudencial, que o benefício de seguro-desemprego tem natureza previdenciária, pois o substrato constitucional é alicerçado no art. 201, III, que atribui à Previdência Social proteção do trabalhador na situação de desemprego involuntário. A natureza previdenciária está sacramentada no âmbito da própria Administração Pública, por meio da aprovação do PARECER/CONJUR/MTE/N. 256/201029, decorrendo que, nos moldes expressos do art. 15, I, da Lei n. 8.213/91, mantém a qualidade de segurado a pessoa em gozo de benefício previdenciário. Logo, somente após a percepção da última parcela do seguro-desemprego, e desde que observada a contagem de prazo na forma prevista no § 4º do mesmo art. 15, ter-se-á início a contagem do período de graça. A respeito do termo inicial da contagem do período de graça, o Congresso Nacional havia incluído na Medida Provisória n. 664/2014, proposta de alteração da redação do art. 15 da Lei n. 8.213/91, para tornar expresso que “II – até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social, que estiver suspenso ou licenciado sem remuneração ou que deixar de receber o benefício do seguro-desemprego”. Encaminhado para assinatura da Presidência da República o referido projeto de lei de conversão, e ouvido o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, manifestou-se o Poder Executivo pelo veto da nova redação do inciso II, apresentando a motivação: “Da forma prevista, o dispositivo poderia ampliar o prazo de manutenção na qualidade de segurado do beneficiário do seguro-desemprego, que começaria a contar apenas depois do recebimento desse benefício, mesmo sem haver previsão de desconto de contribuição durante este intervalo”. Em 11-11-2019 foi publicada a Medida Provisória n. 905, normatização