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ANATOMIA E FISIOLOGIA Fabrício Bezerra Alves Enfermeiro – UESPI Pós-graduando em CC e CME – FACULESTE Pós-graduando em Enfermagem do Trabalho – FACULESTE Pós-graduando em Docência do Ensino Superior – FACULESTE Pós-graduando em Urgência e Emergência - UNINASSAU Histórico A anatômico do corpo humano data de quinhentos anos antes de Cristo no sul da Itália com Alcméon de Crotona - dissecações em animais; Aristóteles mencionou as ilustrações anatômicas quando se referiu aos paradigmas; Nas primeiras ilustrações anatômicas impressas (1491) utilizou-se a xilografia na manuscrita medieval “Fasciculus medicinae”. Na Segunda edição (1493), as posições das figuras são mais naturais. Leonardo da Vinci (1452-1519) foi o primeiro artista que considerou a anatomia além do ponto de vista meramente pictórico. Histórico A precisão de Leonardo é maior que a de Vesalius e sua beleza artística permanece inalterada. Sua valorização correta da curvatura da coluna vertebral ficou esquecida durante mais de cem anos. A anatomia não era uma disciplina independente, mas um auxiliar da cirurgia, que nessa época era relativamente grosseira. Histórico O estudo da Fisiologia Humana teve origem na Grécia por volta do ano 420 a.C. com Hipócrates (460-370 a.C.; o pai da medicina). Andreas Vesalius (1514-1564) iniciou o que conhecemos hoje como a Anatomia Humana Moderna, com uma das obras mais influente da época. No Século XVIII, o conhecimento em Fisiologia começou a se acumular rapidamente, principalmente após 1838 com a teoria celular de Matthias Jakob Schleiden (1804-1881) e Theodor Schwann (1809-1882). Histórico No século XVII, foram efetuadas notáveis descobertas no campo da anatomia e da fisiologia humana: Francis Glisson (1597-1677) descreveu em detalhes o fígado, o estômago e o intestino; Niels Steenson, em 1611, estabeleceu a diferença entre esse tipo de glândula e os nódulos linfáticos; Thomas Willis (1621-1675), em 1664, publicou De Anatomi Cerebri (ilustrado por Christopher Wren e Richard Lower), sem dúvida o compêndio mais detalhado sobre o sistema nervoso; O inglês William Harvey combinou a tradição anatômica italiana com a ciência experimental que nascia na Inglaterra e publicou em 1628, o livro que trata de anatomia e fisiologia. Histórico Nos séculos XVIII e XIX, o estudo cada vez mais pormenorizado das técnicas operatórias levou à subdivisão da anatomia, dando-se muita importância à anatomia topográfica. O estudo anatômico-clínico do cadáver foi introduzido por Giovan Battista Morgani. Surgia a anatomia patológica, que permitiu grandes descobertas no campo da patologia celular, por Rudolf Virchow, e dos agentes responsáveis por doenças infecciosas, por Pasteur e Koch. Hoje em dia há a possibilidade de estudar anatomia mesmo em pessoas vivas, por meio de técnicas de imagem como: Radiografia, endoscopia, angiografia, tomografia axial computadorizada, tomografia por emissão de pósitrons, imagem de ressonância magnética nuclear, ecografia, termografia, entre outras. INTRODUÇÃO Tem como ponto fundamental o estudo da imagem anatômica dos seres vivos, principalmente do corpo humano, para isso é necessário conhecermos as estruturas anatômicas do corpo humano em seus detalhes e o seu funcionamento, para poder identifica-las em uma das modalidades da imagem diagnostica. INTRODUÇÃO A anatomia inclui as estruturas que podem ser vistas macroscopicamente (sem a ajuda de amplificação) e microscopicamente (com a ajuda de amplificação). O termo anatomia tende a significar anatomia macroscópica — isto é, o estudo de estruturas que podem ser vistas sem o uso de um microscópio. A anatomia forma a base para a prática da medicina e conduz o médico a uma compreensão da doença de um paciente, quer esteja fazendo um exame físico, quer esteja usando as mais avançadas técnicas de diagnóstico por imagem. INTRODUÇÃO A anatomia é importante para todos os envolvidos nos cuidados ao paciente/cliente. A capacidade de interpretar uma observação clínica corretamente constitui, portanto, o ponto final de uma compreensão anatômica completa. Observação e visualização são as principais técnicas que um estudante deve usar para aprender anatomia. Anatomia é muito mais do que a simples memorização de listas de nomes. PET/CT de paciente do sexo feminino, 15 anos de idade, com diagnóstico de sarcoma de Ewing. Observa-se lesão permeativa, destrutiva, comprometendo epífise, metáfise e diáfise proximal da tíbia direita, com extensão extraóssea, revelando acentuada atividade glicolítica INTRODUÇÃO RELATO DE CASO CASO CLÍNICO 1 Paciente, sexo masculino, 20 anos, admitido no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, com histórico de queda de altura (4 metros) e relato de perda de consciência. Avaliado por equipe multidisciplinar de urgência, apresentou inicialmente na Escala de Coma de Glasgow (ECG) 12. Ao exame maxilofacial, ECG 14, bléfaro-hematoma e edema à direita, ptose palpebral, escoriações em região zigomática/temporal à direita, pupilas anisocóricas (midríase à direita) e visão preservada. Movimentos oculares extrínsecos ausentes em olho direito, sem crepitações aparentes em ossos da face, boa abertura bucal, oclusão dentária estável, sem queixas álgicas e mandíbula clinicamente sem alterações (Figura 1). Figura 1 - a – Midríase à direita; b – Ptose palpebral; c,d,e,f –Ausência de movimentos extrínsecos do globo ocular do lado direito. Síndrome da fissura orbital superior associada a traumatismos craniomaxilofaciais INTRODUÇÃO RELATO DE CASO CASO CLÍNICO 1 À tomografia computadorizada de crânio e face, foram observadas fraturas de processo frontozigomático e corpo de zigoma direito, fratura de parede lateral de seio maxilar à direita (com hemossinus), fratura de teto e parede lateral de órbita (todas as fraturas sem deslocamentos significativos). Foi observado, também, pequeno deslocamento ósseo medialmente em porção lateral de órbita posterior, compatível à topografia da fissura orbital superior (Figura 2). Figura 2 - a –Tomografia computadorizada (corte axial em janela para tecidos moles) demonstrando pequeno deslocamento ósseo no sentido medial da porção lateral/posterior de órbita direita, associada à presença de ar; b, c, d – Cortes coronais demonstrando fraturas associadas, sem deslocamentos significativos INTRODUÇÃO Embora a linguagem da anatomia seja importante, a rede de informação necessária para visualizar a posição das estruturas físicas em um paciente vai muito além da simples memorização. A compreensão da anatomia exige um entendimento do contexto no qual a terminologia pode ser lembrada. INTRODUÇÃO ANATOMIA GERAL: INTRODUÇÃO ANATOMIA SISTÊMICA: INTRODUÇÃO ANATOMIA SISTÊMICA: INTRODUÇÃO ANATOMIA SISTÊMICA: INTRODUÇÃO ANATOMIA SISTÊMICA: Divisão do Corpo Humano Regiões e partes do corpo Os nomes anatômicos e nomes comuns (entre parênteses) estão indicados para as principais partes e regiões do corpo. (a)Vista anterior. Divisão do Corpo Humano (b)Vista posterior. Divisão do Corpo Humano Subdivisões do abdome Linhas são sobrepostas nos órgãos internos para demonstrar as subdivisões que elas limitam. (a) Quadrantes abdominais. (b) Existem nove regiões abdominais. Divisão do Corpo Humano Tipo Morfológico Constitucional (A) Longilíneo; (B) Mediolíneo; (C) Brevilíneo. Posição anatômica: É uma posição de referência que define superfícies e planos específicos do corpo. Em posição vertical, braços aduzidos (para baixo), palmas para a frente, cabeça e pés virados exatamente para a frente. TERMOS GERAIS Planos imaginários; Posição anatômica; TC. RM. ULTRASSONOGRAFIA; PLANOS DO CORPO, CORTES E LINHAS 01 0302 Plano: Superfície em linha reta que une dois ponto; 4 pontos comum usados em imagens médicas: 1. Plano Sagital; 2. Plano coronal (ou frontal); 3. Plano horizontal (axial); 4. Plano oblíquo; PLANOS DO CORPO, CORTES E LINHAS PLANO SAGITAL Um plano sagital é qualquer plano longitudinal que divide o corpo em partes à esquerda e à direita. PLANO CORONAL Um plano coronal é um plano longitudinal que divide o corpo em partes posteriores e anteriores. PLANO HORIZONTAL (AXIAL) É qualquer plano transverso que passa através do corpo, em ângulo reto ao plano longitudinal dividindo o corpo em superior e inferior. PLANO OBLÍQUO É um plano longitudinal ou transverso, que está angulado ou inclinado e não paralelo aos planos sagital, coronal ou horizontal. PLANOS DA CABEÇA Plano de Frankfort: é formado ao se conectar as linhas das margens infraorbitais (borda inferior do osso da órbita) à margem superior do meato acústico externo (MAE), a abertura externa da orelha. Plano oclusal: formado pelas superfícies cortantes dos dentes superiores e inferiores, com o maxilar fechado. SUPERFÍCIES E PARTES DO CORPO TERMOS PARA A PORÇÃO ANTERIOR DO CORPO Anterior ou ventral: Refere-se à metade frontal do paciente, ou aquela parte do corpo observada quando vemos uma pessoa de frente; inclui o dorso dos pés e as palmas das mãos na posição anatômica. Posterior ou dorsal: Refere-se à metade posterior do paciente, ou aquela parte do corpo observada quando vemos uma pessoa de costas. TERMOS PARA A SUPERFÍCIES DAS MÃOS E DOS PÉS: Plantar : Refere-se à região plantar ou à superfície posterior do pé Dorso: ➢ Pé: Refere-se à parte de cima ou à superfície anterior do pé. ➢ Mão: Refere-se à parte de trás ou à parte posterior da mão. Palmar (volar): Refere-se à palma da mão; na posição anatômica, é o mesmo que superfície anterior ou ventral da mão. SUPERFÍCIES E PARTES DO CORPO POSIÇÕES DO CORPO Posições gerais do corpo; Posições específicas do corpo; POSIÇÕES GERAIS DO CORPO: 1. Supina; 2. Prona; 3. Ereta; 4. Decúbito; 5. Trendelenburg; 6. Fowler; 7. Sims; 8. Litotomia; POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES GERAIS DO CORPO: Supina: Paciente deitado de costas, com a face para cima. Prona: Paciente deitado sobre o abdome, com a face para baixo. A cabeça pode estar virada para um dos lados. POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES GERAIS DO CORPO: Ereta: Paciente na posição vertical, em pé ou sentado com o tronco ereto. POSIÇÕES GERAIS DO CORPO: Decúbito (reclinado): Deitado em qualquer posição (decúbito) . Decúbito Dorsal: Deitado sobre o dorso . Decúbito Ventral: Deitado sobre o abdome . Decúbito Lateral: Deitado de lado (lateral esquerda ou direita) POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES GERAIS DO CORPO: Trendelenburg: Uma posição de decúbito na qual a cabeça fica em um nível mais baixo do que os pés. Posição de Fowler: É uma posição de decúbito em que o corpo é inclinado de forma que a cabeça esteja em um nível superior ao dos pés. POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES GERAIS DO CORPO: Sims: É uma posição de decúbito oblíqua, em que o paciente se deita sobre o lado anterior esquerdo, com o joelho direito e coxa flexionados e o braço esquerdo estendido por trás das costas. POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES GERAIS DO CORPO: Litotomia: É uma posição de decúbito dorsal (supino), onde os joelhos e o quadril ficam flexionados e as coxas abduzidas e viradas lateralmente apoiada pelo suporte para os tornozelos. POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES ESPECÍFICAS DO CORPO: São aquelas que descrevem a parte do corpo encostada no RI (oblíquas e laterais) ou pela superfície onde o paciente está deitado: 1. Posição em lateral ou perfil; 2. Posição oblíqua (OPE e OPD, OAD e OAE); 3. Posição de decúbito (lateral, dorsal e ventral); POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES ESPECÍFICAS DO CORPO: ➢Posição em lateral ou perfil: Refere- se ao lado, ou à visão lateral. ➢São as posições em perfil específicas, como a parte encostada no RI ou a parte do corpo onde o RC incide. ➢Sempre em 90°; POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES ESPECÍFICAS DO CORPO: ➢Posição em oblíqua: É uma posição angulada em 45°. ➢Posição oblíquas posteriores esquerda e direita (OPE e OPD): ➢Descreve a parte posterior E ou D do corpo próxima do RI. POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES ESPECÍFICAS DO CORPO: ➢Posição em oblíqua: É uma posição angulada em 45°. ➢Posição oblíquas anteriores esquerda e direita (OAE e OAD): ➢Descreve a parte anterior D ou E do corpo próxima do RI. POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES ESPECÍFICAS DO CORPO: ➢Posição de Decúbito: ➢ “Deitado”. ➢Superfície onde o corpo encontra-se deitado: costas (dorsal), frente (ventral) ou lado (lateral direito ou esquerdo). ➢RC: horizontal. ➢Detecção de ar-fluido, ou ar livre. POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES ESPECÍFICAS DO CORPO: ➢Posição de Decúbito: ➢Lateral direito e esquerdo – Incidência AP ou PA: ➢Paciente deitado de lado e a fonte de raios X é direcionada horizontalmente, de AP ou PA. POSIÇÕES DO CORPO POSIÇÕES ESPECÍFICAS DO CORPO: ➢Posição de Decúbito: ➢Dorsal – lateral esquerda ou direita: Paciente deitado de costas (posterior); RC horizontalmente; ➢Ventral – lateral esquerda ou direita: Paciente deitado de ventral (anterior); RC horizontalmente; TERMOS DE REFERÊNCIA Termos referentes a partes do corpo em relação a posição anatomia. São: ➢Medial vs. Lateral; ➢Proximal vs. Distal; ➢Cefálico vs. Podálico; ➢ Inferior (interno, dentro) vs. Exterior (externo, fora); ➢Superficial vs. Profundo; ➢ Ipsilateral vs. Contralateral. MEDIAL VS. LATERAL Medial: Parte mais próxima do plano mediano. Lateral: Mais distante do plano mediano ou linha média do corpo. Ex.: Polegar. PROXIMAL VS. DISTAL Proximal: Próximo da origem ou do início. Distal: Distante do mesmo. Ex.: Cotovelo próximo em relação ao punho. Articulação IFP próximo da palma. CEFÁLICO VS. PODÁLICO Cefálico: Em direção a cabeça. Qualquer ângulo em direção a cabeça. Podálico: Distante da cabeça. Qualquer ângulo em direção aos pés. SUPERFICIAL VS. PROFUNDO Superficial: mais próximo da pele. Profundo: mais distante da mesma. Ex.: Úmero em comparação com a pele. TERMOS RELACIONADOS AO MOVIMENTO Refere-se aos vários movimentos. São: ➢Flexão vs. Extensão; ➢Hiperextensão; ➢Desvio ulnas vs. Desvio radial do punho; ➢Dorsiflexão vs. Flexão plantar do pé; ➢Eversão vs. Inversão; ➢Valgo vs. Varo; ➢Abdução vs. Adução; ➢Supinação vs. Pronação; ➢Protrusãovs. Retração; ➢Elevação vs. Depressão; ➢Circundação ➢Rotação vs. Inclinação; FLEXÃO VS. EXTENSÃO Flexão: Ao flexionar ou dobrar uma articulação o ângulo entre as partes é diminuído. Extensão: Ao estender ou retificar uma articulação o ângulo entre as partes é aumentado. Estender uma articulação além do normal. HIPEREXTENSÃO DESVIO ULNAR VS. DESVIO RADIAL DO PUNHO Desvio ulnar: Significa virar ou dobrar a mão e o punho a partir de sua posição natural em direção ao lado ulnar, e desvio radial significa mover o punho para o lado radial. Dorsiflexão: Diminuir o ângulo (flexão) entre o dorso (topo do pé) e a parte inferior da perna, movendo o pé e os dedos para cima. Flexão: Estender a articulação do tornozelo movendo o pé e o tornozelo para baixo, a partir da posição normal; DORSIFLEXÃO VS. FLEXÃO PLANTAR DO PÉ Eversão: é o movimento do pé para fora (lateral), na articulação do tornozelo; Inversão: é o movimento do pé para dentro (medial), sem rotação da perna. EVERSÃO VS. INVERSÃO VALGO VS. VARO Valgo: descreve uma curvatura do corpo para fora ou distante da linha média do corpo. Varo: “joelho travado” e descreve a curvatura da parte do corpo para dentro ou em direção à linha média ROTAÇÃO MEDIAL VS. ROTAÇÃO LATERAL Rotação medial: é a rotação ou desvio da parte do corpo, com movimento dessa região para dentro, ou para o plano mediano. Rotação lateral: é a rotação de uma parte do corpo anterior, para fora, ou se afastando do plano mediano. ABDUÇÃO VS. ADUÇÃO ABDUÇÃO: Um movimento de afastamento do braço ou perna em relação ao corpo. ADUÇÃO: Um movimento do braço ou perna em direção ao corpo. Movimento em direção a linha média. SUPINAÇÃO VS. PRONAÇÃO SUPINAÇÃO Um movimento de rotação da mão para a posição anatômica (palma para cima). PRONAÇÃO: Um movimento para a posição em oposição anatômica (palma para baixo. ELEVAÇÃO VS. DEPRESSÃO ELEVAÇÃO: É levantar uma parte superiormente. DEPRESSÃO É abaixar uma parte inferiormente.