Buscar

Políticas Públicas e Populações Indígenas

Prévia do material em texto

1 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
Políticas públicas e populações indígenas: uma análise sobre sua evolução 
histórica e implicações 
 
Public policies and indigenous populations: an analysis of their historical 
evolution and implications 
 
Políticas públicas y poblaciones indígenas: un análisis de su evolución 
histórica y implicaciones 
 
DOI: 10.55905/revconv.17n.6-135 
 
Originals received: 05/14/2024 
Acceptance for publication: 06/04/2024 
 
José Uilson da Silva 
Especialista em Docência para a Educação Profissional e Tecnológica 
Instituição: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo 
(IFES) 
Endereço: Vitória - Espírito Santo, Brasil 
E-mail: joseuilsondasilva115@gmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-1832-5818 
 
Josivan Silva Júnior 
Mestrando em Administração 
Instituição: Universidade Federal do Cariri (UFCA) 
Endereço: Juazeiro do Norte - Ceará, Brasil 
E-mail: josivanjr@gmail.com 
 
Luan Martins Abreu 
Especialista em Ciências da Natureza, suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho 
Instituição: Universidade federal do Piauí (UFPI) 
Endereço: Teresina - Piauí, Brasil 
E-mail: luan.abreu@prof.ce.gov.br 
 
Reuber Araujo Silva 
Mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação 
Instituição: Universidade Federal da Bahia (UFBA) 
Endereço: Salvador - Bahia, Brasil 
E-mail: reuber.silva@ifba.edu.br 
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-3591-5457 
 
José Jiordanny dos Santos Lima 
Graduado em Sistemas de Informação 
Instituição: Universidade Federal de Alagoas (UFAL) 
Endereço: Maceió-AL, Brasil 
E-mail: josejiordannysantoslima@gmail.com 
mailto:joseuilsondasilva115@gmail.com
https://orcid.org/0000-0003-1832-5818
mailto:josivanjr@gmail.com
https://orcid.org/0000-0003-3591-5457
mailto:josejiordannysantoslima@gmail.com
 
2 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
Will Jones Pereira Moreira 
Mestrando pelo Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica 
em Rede Nacional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima 
(PROFEPT-IFRR) 
Instituição: Instituto Federal de Roraima 
Endereço: Boa Vista - Roraima, Brasil 
E-mail: willmoreira2507@gmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0009-0004-0022-364X 
 
RESUMO 
Este estudo aprofunda-se na análise da evolução histórica das políticas públicas voltadas às 
populações indígenas, explorando sua objetificação ao longo dos tempos. Por meio de uma 
metodologia de revisão bibliográfica abrangente e da análise de documentos históricos, busca-se 
avaliar a efetividade dos direitos de cidadania conferidos aos povos indígenas, destacando a 
importância do reconhecimento de sua autonomia como coletividade diferenciada bem como sua 
participação na construção das políticas públicas. Atualmente, as questões envolvendo os 
indígenas ocupam posição central na agenda das políticas públicas, sendo discutidas dentro de 
um contexto histórico-político que molda tanto os sujeitos quanto os objetos dessas políticas. 
Desde a instituição do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) em 1910, observou-se um avanço 
significativo na participação dos indígenas no processo de formulação, implementação e 
execução das políticas públicas. Nesse sentido, este estudo enfatiza a importância de 
compreender o papel ativo dos povos indígenas na construção das políticas que os afetam, 
ressaltando sua representatividade como coletividades com características culturais e sociais 
únicas que os distinguem da sociedade nacional. 
 
Palavras-chave: indígenas, políticas públicas, práticas de significação, autonomia. 
 
ABSTRACT 
This study delves into the analysis of the historical evolution of public policies aimed at 
indigenous populations, exploring their objectification over time. Through a comprehensive 
literature review methodology and analysis of historical documents, we seek to assess the 
effectiveness of citizenship rights granted to indigenous peoples, highlighting the importance of 
recognizing their autonomy as a distinct collective as well as their participation in shaping public 
policies. Currently, issues involving indigenous peoples occupy a central position on the public 
policy agenda, being discussed within a historical-political context that shapes both the subjects 
and objects of these policies. Since the establishment of the Indian Protection Service (SPI) in 
1910, there has been a significant advancement in indigenous participation in the formulation, 
implementation, and execution of public policies. In this sense, this study emphasizes the 
importance of understanding the active role of indigenous peoples in shaping the policies that 
affect them, highlighting their representativeness as collectivities with unique cultural and social 
characteristics that distinguish them from the national society. 
 
Keywords: indigenous people, public policies, signification practices, autonomy. 
 
RESUMEN 
Este estudio profundiza en el análisis de la evolución histórica de las políticas públicas dirigidas 
a las poblaciones indígenas, explorando su objetivación a lo largo del tiempo. A través de una 
https://orcid.org/0009-0004-0022-364X
 
3 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
metodología de revisión bibliográfica exhaustiva y análisis de documentos históricos, buscamos 
evaluar la efectividad de los derechos de ciudadanía otorgados a los pueblos indígenas, 
destacando la importancia del reconocimiento de su autonomía como colectivo diferenciado, así 
como su participación en la construcción de políticas públicas. Actualmente, las cuestiones 
relacionadas con los indígenas ocupan una posición central en la agenda de políticas públicas, 
siendo discutidas dentro de un contexto histórico-político que moldea tanto a los sujetos como a 
los objetos de estas políticas. Desde el establecimiento del Servicio de Protección al Indio (SPI) 
en 1910, se ha observado un avance significativo en la participación indígena en la formulación, 
implementación y ejecución de políticas públicas. En este sentido, este estudio enfatiza la 
importancia de comprender el papel activo de los pueblos indígenas en la conformación de las 
políticas que los afectan, destacando su representatividad como colectividades con características 
culturales y sociales únicas que los distinguen de la sociedad nacional. 
 
Palabras clave: indígenas, políticas públicas, prácticas de significación, autonomía. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A questão indígena, no âmbito das políticas públicas, é abordada como uma linha 
histórico-política que investiga uma determinada trajetória histórica. Essa abordagem implica em 
indagações sobre as condições dos povos indígenas e na análise de suas implicações teórico-
políticas, buscando formular uma racionalidade e uma estrutura de poder. 
Este estudo, por meio de revisão bibliográfica e análise documental, investiga a eficácia 
da garantia dos direitos de cidadania no contexto dos povos indígenas, com a premissa do 
reconhecimento de sua autonomia como uma coletividade distinta. A relevância desta discussão 
reside na participação dos povos indígenas na formulação das políticas públicas, destacando-se 
dos demais grupos sociais pela representatividade de suas coletividades, que possuem 
especificidades que as distinguem da sociedade nacional. 
O objetivo deste artigo é analisar as diversas formas de inserção das populações indígenas 
no Brasil ao longo da história no que diz respeito às políticas públicas. A análise parte de 
considerações fundamentais, observando que os indígenas se tornaram alvo das políticas públicas 
a partir de 1910, com a criação do Serviço de Proteção ao Índio e Localização de Trabalhadores 
Nacionais (SPI). 
 
 
 
4 Contribucionesa Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
2 ASPECTOS HISTÓRICOS 
 
Historicamente, a realidade enfrentada pela população indígena tem sido negligenciada 
pelas políticas sociais públicas. No entanto, estas políticas representam um importante 
mecanismo de enfrentamento às situações de risco e vulnerabilidade, sendo incumbência do 
Estado garantir sua implementação no intuito de assegurar aos cidadãos acesso a serviços como 
saúde, educação, assistência social, saneamento básico e qualificação profissional, conforme 
garantido pela Constituição. 
Sob uma perspectiva histórica, Lima (1995) indica que a população indígena no momento 
da chegada dos europeus ao Brasil no século XVI era estimada em cinco milhões de pessoas. A 
colonização do Brasil é caracterizada como um processo de dominação que se centraliza no 
modelo de subjugação do outro. Esse processo resultou na devastação da população indígena, 
tanto através de práticas como escravidão, trabalho forçado, maus-tratos, confinamento em 
aldeamentos e internatos, quanto por epidemias de doenças infecciosas decorrentes do contato 
com os europeus. 
De acordo com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a partir de 1910 começa a se 
delinear uma política indigenista através do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), subordinado ao 
Ministério da Agricultura (Brasil, 2002). Essa política baseava-se em uma concepção que 
considerava os indígenas como estando em um estágio primitivo da humanidade, porém 
suscetíveis a serem governados e integrados à sociedade nacional através de programas 
educacionais e agrícolas. 
Segundo as análises de Lima (1995), o SPI representou a primeira política pública 
direcionada às populações indígenas. Esta iniciativa proporcionou uma intervenção estatizada 
nas vidas dessas populações, estabelecendo uma correlação entre trabalho, vida e linguagem. As 
ações estatizadas, ou seja, as formas de governo sobre os povos indígenas, envolveram a 
definição de um estatuto jurídico para os índios, conferindo-lhes status legal como sendo parte 
do território nacional, e as negociações sobre a presença militar na implementação e gestão do 
SPI. 
Dessa forma, o SPI desempenhou um duplo papel na formulação das políticas públicas 
ao conferir aos povos indígenas um reconhecimento jurídico e, ao mesmo tempo, os tornou alvos 
de investimentos políticos significativos. 
 
5 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
Lima (1995, p. 118) argumenta que 
 
a atribuição de indianidade seria a via de acesso e forma intermediária do cumprimento 
de um projeto de extinção dos povos nativos enquanto entidades discretas, dotadas de 
uma historicidade diferencial e de autodeterminação política seria uma forma de 
operacionalização de um racismo de Estado (Lima, 1995, p. 118). 
 
Por sua vez, Langdon (2000) observa que até 1910 não existiam políticas de saúde 
direcionadas às populações indígenas. Os atendimentos médicos eram esporádicos, geralmente 
realizados por missionários. A criação do SPI em 1910 marcou o início de uma intervenção 
estatal na saúde indígena, porém essa intervenção era caracterizada pela falta de organização e 
consistência. Este serviço, iniciando um processo de intervenção estatal, visava abordar diversas 
problemáticas, incluindo a saúde indígena. No entanto, as intervenções eram caracterizadas pela 
falta de organização e sistemática. 
Langdon (2000) interpreta essa desorganização e falta de consistência não devem ser 
vistas como simples falhas, mas sim como estratégias deliberadas do próprio dispositivo estatal. 
O objetivo era integrar progressivamente as populações indígenas ao sistema produtivo nacional, 
visando pacificar as relações entre o governo e os povos indígenas, como descreve o Decreto nº 
8.072: “Art. 1°. a) prestar assistência aos índios do Brasil, que vivam aldeados, reunidos em 
tribos, em estado nômade ou promiscuamente com civilizados” (Brasil, 1910). 
Ao discutir as estratégias de proteção, integração e pacificação das populações indígenas, 
Lima (1995) as concebe como tecnologias biopolíticas surgidas em resposta à emergência das 
populações indígenas como uma questão social. Nesse contexto, 
 
Não se trata de uma problemática constituída em razão da diversidade cultural com a 
qual as políticas públicas se defrontam, e sim de condições culturais em que a diferença 
é tornada uma questão social. Há emergência como questão social na medida em que as 
estratégias disciplinares utilizadas, até então, não são mais suficientes para o 
aniquilamento disso que diferia do projeto de desenvolvimento nacional a visibilidade 
de uma população dentro do território nacional com uma historicidade diferencial e de 
autodeterminação política. A forma encontrada é justamente incorporar as populações 
indígenas ao sistema produtivo nacional. Entretanto, esse plano de ação defronta-se com 
uma problemática a ser equacionada: propriedade da terra e cidadania (Lima, 1995, p. 
118). 
 
De acordo com a análise de Lima (1995), 
 
 
6 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
Os índios selvagens eram os alvos principais da ação do Serviço não só por 
obstaculizarem o avanço sobre o interior ou se acharem em guerra, mas também por 
oferecerem melhores oportunidades para o trabalho de civilização: encontrando-se em 
estágio primitivo da inelutável marcha da humanidade para o progresso, 
indiscutivelmente inferiores, a educação adequada os impediria de se transformarem em 
indivíduos cheios de defeitos (Lima, 1995, p. 125). 
 
O ano de 1942 marcou um ponto de inflexão significativo nas políticas públicas 
direcionadas às populações indígenas com a promulgação do Decreto nº 10.625/21 (Brasil, 
2021). Neste período, o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), então subordinado ao Ministério da 
Guerra, foi transferido novamente para o Ministério da Agricultura, consolidando uma 
abordagem que visava objetivar as populações indígenas através de medidas de proteção, 
assistência e amparo à vida. 
Por meio deste decreto, a vida indígena passou a ser considerada como parte das 
responsabilidades nacionais, articulada à terra. Este movimento foi concebido como uma 
tecnologia do dispositivo de colonização, cujo propósito era evitar o extermínio das tribos, seja 
por hostilidades mútuas ou por conflitos com os não indígenas. Além disso, o Estado assumiu a 
responsabilidade de “educar e instruir o índio”, incutindo neles a ideia de pertencimento à nação 
brasileira (Brasil, 2021). 
A partir da década de 1950, o Ministério da Saúde iniciou um plano de ações direcionado 
às populações indígenas e rurais de difícil acesso. Esse plano incluía campanhas de vacinação, 
atendimento odontológico, controle de doenças transmissíveis como tuberculose e outras 
enfermidades. Em 1963, mesmo com o SPI ainda sob a gestão do Ministério da Agricultura, o 
Ministério da Saúde passou a incorporar em suas atividades a execução de planos de assistência 
médico-sanitária para os índios (Brasil, 2002). 
No entanto, essas iniciativas de atenção à saúde indígena enfrentaram desafios 
significativos. As condições ontológicas que objetivavam as populações indígenas e uma política 
de racismo institucionalizado pelo Estado que priorizava a inércia em detrimento da promoção 
da vida foram obstáculos importantes. Além disso, essas abordagens frequentemente ignoravam 
os sistemas de representações, valores e práticas próprias das comunidades indígenas em relação 
à doença e ao tratamento, bem como seus próprios especialistas (Brasil, 2002). 
É evidente que, desde 1910, houve avanços consideráveis com relação às políticas 
públicas destinadas às populações indígenas. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer 
 
7 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6,p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
para que essas políticas reconheçam plenamente as necessidades e perspectivas das comunidades 
indígenas, e continuem a evoluir nessa direção. 
Os avanços mencionados se concentraram principalmente na consolidação e garantia dos 
direitos vigentes para as populações indígenas. Questões como a posse da terra foram abordadas, 
respeitando a organização interna das etnias e punindo crimes cometidos contra essas populações. 
A fiscalização dos aldeamentos foi intensificada para evitar coerções, e as relações foram 
mantidas por meio de inspetores do serviço, que atuavam como representantes das populações 
indígenas. Levando em consideração suas formas de ocupação, foram implementadas melhorias 
nas condições materiais de vida, incluindo habitação e meios de produção agrícola/industrial. 
Além disso, sempre que possível, as terras que lhes foram injustamente tiradas foram restituídas. 
Também houve iniciativas como promoção da mudança de certos grupos indígenas, 
fornecimento de recursos musicais/artísticos, introdução da pecuária em territórios indígenas, 
ensino de instruções primárias e profissionais aos filhos de indígenas, e o levantamento de dados 
sociodemográficos das populações indígenas. 
O Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais (SPILTN), 
criado pelo Decreto nº 8.072, em 20 de junho de 1910, tinha como atribuição primordial pacificar 
e proteger os grupos indígenas, além de estabelecer núcleos de colonização com base na mão de 
obra sertaneja (Brasil, 1910). Posteriormente, em 6 de janeiro de 1918, pelo Decreto-Lei nº 3.454, 
as duas instituições foram separadas e o SPILTN foi renomeado como SPI. Esta última instituição 
foi extinta em 1967 com a criação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) (Brasil, 1918). 
A criação da FUNAI ocorreu durante a ditadura militar, período marcado por violações 
extremas dos direitos indígenas, devido aos diversos conflitos entre governo, proprietários de 
terras e indígenas. O governo, buscando expandir econômica e politicamente o país, implementou 
medidas que não contemplavam os interesses indígenas, priorizando obras de infraestrutura e 
expansão das terras rurais. 
A questão dos direitos indígenas só voltou a ter destaque com a instauração do regime 
democrático na década de 1980, possibilitando a discussão sobre a situação dos povos nativos 
perante a sociedade civil. Este período de democratização permitiu uma revisão e regularização 
da situação jurídica desses povos, visando a proteção e garantia de seus direitos. 
A criação do Estatuto do Índio através da Lei nº 6.001/73, marcou um momento crucial 
na definição da situação dos povos indígenas no Brasil, estabelecendo a responsabilidade do 
 
8 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
Estado na proteção de seus direitos. Esta legislação representou um marco importante ao 
reconhecer e formalizar os direitos dos povos nativos, definindo suas relações com a sociedade 
nacional e estabelecendo medidas para sua proteção e promoção. 
Outra conquista significativa ocorreu com a promulgação da Constituição de 1988, que, 
por meio do artigo 231, garantiu a preservação dos direitos dos indígenas e atribuiu ao Estado a 
responsabilidade de assegurar a diversidade étnica e a autonomia desses povos. Esse 
reconhecimento constitucional reforçou a importância da proteção dos direitos indígenas e 
estabeleceu um marco legal sólido para sua defesa (Brasil, 1988). 
Em 2009, o Decreto nº 7.056 promoveu uma reformulação da FUNAI, visando atualizar 
sua estrutura e melhorar seu funcionamento para oferecer um atendimento mais eficaz às 
comunidades indígenas. Esta iniciativa reflete o compromisso do Estado em fortalecer as 
políticas voltadas para os povos indígenas e melhorar a eficiência dos serviços prestados por este 
órgão. 
A atuação da FUNAI é orientada por diversos princípios, sendo um dos mais importantes 
o reconhecimento da organização social, costumes, línguas, crenças e tradições dos povos 
indígenas. A busca pela plena autonomia e autodeterminação desses povos no Brasil é uma 
prioridade, contribuindo para a consolidação do Estado democrático e pluriétnico e para o 
respeito à diversidade cultural e étnica do país. 
 
3 POLÍTICAS PÚBLICAS COMO PRÁTICAS DE SIGNIFICAÇÃO 
 
As práticas de significação evidenciam acontecimentos que se transformam em condições 
ontológicas, na medida em que esses eventos são compreendidos como uma interseção de 
contextos históricos e existenciais. Foucault (2003), em sua abordagem sobre o tema, ressalta 
que entender a cultura como um campo de produção implica entendê-la sob uma perspectiva 
política, ética e estética. Isso se deve ao fato de que as práticas de significação são delineadas por 
condições socioculturais que, por sua vez, constituem um campo de lutas e poderes, criando um 
terreno propício para ações políticas (Foucault, 2003). 
Essas ações, aliadas às condições discursivas de probabilidade, exercem influência sobre 
outras possibilidades de ação, resultando em uma diversidade de práticas e sentidos. Deleuze 
 
9 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
(1992, p. 125) define que a ética consiste em “um conjunto de regras facultativas que avaliam o 
que fazemos, o que dizemos, em função do modo de existência que isso implica”. 
Um plano político, nas palavras de Foucault (2004), consiste em um conjunto de relações 
de poder ou estratégias de poder que determinam nossas formas de ver, falar e viver, criando 
assim condições específicas de cultura. Essas estratégias de poder são moldadas tanto por 
determinados locais culturais quanto são condições para a existência de uma cultura. 
Assim, compreender as práticas de significação implica atuar dentro de um sistema 
cultural aberto, no qual determinadas práticas políticas deixam marcas na população, como a 
divisão de grupos dentro da sociedade, a atribuição de superioridade e inferioridade a 
determinados grupos, e a classificação de grupos como positivos e negativos. Estas práticas 
influenciam profundamente a maneira como as pessoas se percebem e interagem dentro da 
sociedade, moldando dinâmicas sociais e identidades coletivas. 
As políticas públicas são consideradas práticas de significação que, em vez de nivelar 
direitos e suportes sociais, acabam por acentuar as distinções, criando e ampliando diferenças no 
acesso a esses direitos e suportes. 
No que diz respeito à população indígena, a inatividade ou o tratamento igualitário pode 
reforçar representações previamente estabelecidas, estereótipos e prejulgamentos de uma 
sociedade imbuída pela imagem do índio de forma generalizada. 
Os indígenas refletem em sua diversidade os diversos aspectos de seu desenvolvimento 
social, cognitivo e afetivo, na maioria das vezes definido por relações sociais e experiências 
excludentes ao longo de suas vidas. Portanto, um tratamento uniforme apenas perpetua as 
desigualdades e as injustiças enfrentadas por esses grupos historicamente marginalizados. 
Nesse contexto, as palavras de Dayrell (1996) ressaltam a importância de compreender 
os jovens indígenas como sujeitos socioculturais, 
 
Essa outra perspectiva implica superar a visão homogeneizante e estereotipada da noção 
de aluno, dando-lhe um outro significado. Trata-se de compreendê-lo na sua diferença, 
enquanto indivíduo que possui uma historicidade, com visões de mundo, escalas de 
valores, sentimentos, emoções, desejos, projetos, com lógicas de comportamentos e 
hábitos que lhe são próprios (Dayrell, 1996, p. 5). 
 
Além disso, Santos (2009) destaca a necessidade de compreender essas diferenças e 
promover a troca de saberes na prática, valorizando a diversidade. Ele enfatiza que, embora seja 
importante buscar a igualdade, é essencial priorizar a discussão e o reconhecimentodas 
 
10 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
diferenças. Qualquer esforço nesse sentido deve ser organizado de forma a dar voz e espaço ao 
outro. 
Neste contexto, é crucial reconhecer que manter uma comunicação baseada no respeito 
às diferenças é desafiador, uma vez que requer mecanismos que permitam o conhecimento e o 
reconhecimento do outro. É importante destacar a perspectiva de Woodward (2009), que ressalta 
a marcação da diferença como um mecanismo que pode levar à marginalização, estereotipação e 
exclusão de grupos e indivíduos. A diferença pode ser construída de forma negativa através da 
“exclusão ou da marginalização daqueles que são definidos como ‘outros’, ou forasteiros” 
(Woodward, 2009, p. 7). 
O debate sobre a diferença inevitavelmente envolve a discussão sobre a questão da 
identidade. Como observado por Woodward (2009, p. 7), “a identidade depende da diferença, 
mas não o oposto. Nas relações sociais, diferenças simbólicas e sociais são estabelecidas, ao 
menos em parte, por meio de sistemas classificatórios”. 
Em sociedades marcadas pela supremacia branca, como apontado por Silva, Hall e 
Woodward (2010), ser branco não é considerado uma identidade étnica e racial, devido à 
invisibilidade de sua posição hegemônica. Isso demonstra como a força homogeneizadora da 
identidade está diretamente ligada à sua invisibilidade. 
Nesse sentido, Silva e Souza (2008) ressaltam que compreender 
 
a identidade e a diferença como uma questão de produção significa tratar as relações 
entre as diferentes culturas não como uma questão de consenso, de diálogo, ou 
comunicação, mas como uma questão que envolve fundamentalmente relações de poder 
(Silva; Souza, 2008, p. 169). 
 
O discurso ideológico de igualdade apresenta, muitas vezes, a tentativa de diluir a noção 
de diferença, em uma lógica de pluralismo conservador e integrador. No entanto, as políticas de 
ações afirmativas reconhecem o direito constitucional à diferença. Ainda assim, este direito 
levanta questões sobre porque os povos indígenas devem ser tratados de forma diferente, 
especialmente quando a premissa é tratar todos igualmente perante a lei. Esses questionamentos 
destacam a necessidade de considerar as especificidades e histórias de injustiça que os povos 
indígenas enfrentaram ao longo do tempo. 
 
 
 
11 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Os protagonistas centrais das políticas públicas voltadas aos povos indígenas são, sem 
dúvida, eles próprios, suas organizações e representações. Como evidenciado no artigo, houve 
um notável amadurecimento do movimento indígena ao longo dos anos, especialmente a partir 
da década de 1970, resultando no crescimento e na diversificação significativos das organizações 
nativas, geridas pelos próprios indígenas, que agora desempenham um papel muito mais ativo na 
formulação e implementação das políticas. 
Nesse contexto, é fundamental destacar a histórica participação de órgãos que interagem 
diretamente com os povos indígenas. Ao longo dos anos, esses órgãos têm aumentado 
consideravelmente sua participação na formulação e execução das políticas indígenas, 
anteriormente exclusivas dos ministérios governamentais. Além disso, vale destacar a 
contribuição das organizações não-governamentais (ONGs) e das instituições religiosas católicas 
e protestantes, que frequentemente se mobilizam em apoio aos povos indígenas. 
Atualmente, as políticas públicas voltadas aos povos indígenas estão tendo maior 
visibilidade na sociedade, mas ainda há espaço para melhorias significativas. O cenário é bastante 
complexo, com a política indigenista sendo formulada e implementada através do 
estabelecimento de parcerias formais entre setores governamentais, organizações indígenas, 
ONGs e missões religiosas. 
Embora a institucionalização de políticas públicas indigenistas tenha uma longa história, 
observa-se nos últimos anos um fenômeno crescente de descentralização e desconcentração das 
ações relacionadas a essa pauta. Isso implica no compartilhamento de responsabilidades entre 
ministérios e órgãos federais na execução e monitoramento das políticas de promoção e proteção 
dos direitos indígenas, além de uma descentralização, que envolve a distribuição de competências 
entre União, Estados, Municípios e Distrito Federal. 
A FUNAI, a partir de reflexões internas e decorrentes do diálogo com outros órgãos 
responsáveis pela execução de ações no âmbito da política indigenista, tem acumulado 
informações para propor essa iniciativa, estando apta a coordenar e formular propostas através 
de um processo participativo, envolvendo indígenas e outros órgãos públicos relevantes. 
Apesar da existência de uma legislação que distribui a responsabilidade pela execução da 
política indigenista brasileira entre diversos órgãos e entidades políticas, é necessário examinar 
 
12 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
a desconcentração e descentralização dessas responsabilidades. Esses aspectos exigem atenção e 
aprimoramento, uma vez que ainda não foram amplamente assimilados pela opinião pública, 
pelos órgãos públicos e pelos próprios executores da política. É comum que a FUNAI seja 
chamada a se manifestar acerca de questões da política indigenista cuja execução não é de sua 
competência, mas sim coordenadas por outros órgãos. 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Considerando a análise aprofundada da evolução histórica das políticas públicas voltadas 
para as populações indígenas, é possível observar um notável avanço na participação e 
representação desses povos ao longo do tempo. Desde a instituição do Serviço de Proteção ao 
Índio (SPI) em 1910, até os dias atuais, os indígenas têm desempenhado um papel cada vez mais 
ativo na formulação, implementação e execução de políticas que os afetam diretamente. Esse 
progresso representa não apenas uma conquista em termos de reconhecimento da autonomia e 
identidade indígena, mas também uma evolução significativa na promoção dos direitos humanos 
e da justiça social. 
É importante ressaltar que a participação ativa dos povos indígenas na construção das 
políticas públicas não apenas fortalece sua voz e representatividade, mas também enriquece o 
processo decisório com perspectivas e conhecimentos ancestrais únicos. A diversidade cultural 
e a pluralidade de experiências dessas comunidades contribuem para uma abordagem mais 
abrangente e inclusiva no desenvolvimento e implementação de políticas que impactam 
diretamente suas vidas e territórios. 
No entanto, apesar dos avanços conquistados, ainda há desafios significativos a serem 
enfrentados no caminho da plena efetivação dos direitos indígenas. A desconcentração e 
descentralização das políticas públicas ainda carecem de aprimoramento, assim como a 
necessidade de combater estereótipos e preconceitos arraigados que continuam a marginalizar e 
excluir os povos indígenas de suas próprias terras e decisões que os afetam. 
Portanto, é fundamental que os governos, organizações não governamentais e a sociedade 
em geral reconheçam e valorizem a importância da autodeterminação e participação ativa dos 
povos indígenas na construção de políticas públicas que os impactam. A garantia dos direitos 
territoriais, culturais, sociais e econômicos dessas comunidades é essencial para promover a 
 
13 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
justiça e a igualdade, respeitando suas identidades únicas e contribuindo para o fortalecimento 
da democracia e da diversidade. Assim, o estudo da evolução histórica das políticas públicas 
relacionadas aos povos indígenas destaca a importância de reconhecer suas contribuições e 
necessidadesespecíficas, visando a construção de um futuro mais inclusivo, justo e sustentável 
para todas as comunidades indígenas. 
 
 
 
 
14 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 
1988. Disponível em https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988-5-
outubro-1988-322142-normaatualizada-pl.pdf. Acesso em 10 mar. 2024. 
 
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Política Nacional de Atenção à Saúde dos 
Povos Indígenas. 2. ed. Brasília: Funasa, 2002. Disponível em 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_saude_indigena.pdf. Acesso em 15 mar. 
2024. 
 
BRASIL. Ministério da Justiça. Decreto nº 8.072, de 20 de junho de 1910. Dispõe sobre a 
criação do Serviço de Proteção ao Índio e Localização de Trabalhadores Nacionais. Disponível 
em https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-8072-20-junho-1910-
504520-publicacaooriginal-58095-pe.html. Acesso em 20 mar. 2024. 
 
BRASIL. Presidência da República. Decreto-Lei nº 3.454, de 6 de janeiro de 1918. Fixa a 
Despesa Geral da República dos Estados Unidos do Brasil para o exercício de 1918. Disponível 
em https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1910-1919/lei-3454-6-janeiro-1918-571960-
publicacaooriginal-95095-pl.html. Acesso em 10 mar. 2024. 
 
BRASIL. Presidência da República. Decreto-Lei nº 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Dispõe 
sobre o Estatuto do Índio. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm. 
Acesso em 10 mar. 2024. 
 
BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 7.056, de 28 de dezembro de 2009. Disponível 
em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d7056.htm. Acesso em 
10 mar. 2024. 
 
BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 10.625, de 11 de fevereiro de 2021. Dispõe 
sobre a execução orçamentária dos órgãos, dos fundos e das entidades do Poder Executivo federal 
até a publicação da Lei Orçamentária de 2021, e sobre a programação financeira. Disponível em 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/decreto/ D10625.htm. Acesso em 
10 mar. 2024. 
 
DAYRELL, J. (org.). A escola como espaço sociocultural. In: Múltiplos olhares sobre 
educação e cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996. Disponível em 
https://www.academia.edu/32322079/DAYRELL_Juarez_A_escola_como_espa%C3%83_o_s
%C3%83_cio_cultural. Acesso em 21 mar. 2024. 
 
DELEUZE, G. Conversações. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992. 
 
FOUCAULT, M. A ética do cuidado de si como prática de liberdade. In: Ditos e escritos V. 
Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. p. 264-87. 
 
FOUCAULT, M. Estratégia, Poder-saber. Ditos e escritos, v. IV. Rio de Janeiro: Forense 
Universitária, 2003. p. 223-40. 
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988-5-outubro-1988-322142-normaatualizada-pl.pdf
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988-5-outubro-1988-322142-normaatualizada-pl.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_saude_indigena.pdf
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-8072-20-junho-1910-504520-publicacaooriginal-58095-pe.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-8072-20-junho-1910-504520-publicacaooriginal-58095-pe.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1910-1919/lei-3454-6-janeiro-1918-571960-publicacaooriginal-95095-pl.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1910-1919/lei-3454-6-janeiro-1918-571960-publicacaooriginal-95095-pl.html
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d7056.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/decreto/%20D10625.htm
https://www.academia.edu/32322079/DAYRELL_Juarez_A_escola_como_espa%C3%83_o_s%C3%83_cio_cultural
https://www.academia.edu/32322079/DAYRELL_Juarez_A_escola_como_espa%C3%83_o_s%C3%83_cio_cultural
 
15 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-15, 2024 
 
 jan. 2021 
LANGDON, E. J. M. Saúde e povos indígenas: os desafios na virada do século. v. 41. 
Florianópolis, SC: UFSC, 2000. Disponível em: 
http://biblioteca.funai.gov.br/media/pdf/Folheto55/FO-CX-55-3508-2006.PDF. Acesso em 29 
jul. 2019. 
 
LIMA, A. C. S. Um grande cerco de paz: poder tutelar, indianidade e formação do Estado no 
Brasil. Petrópolis: Vozes, 1995. 
 
SANTOS, B. de S. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política na transição 
paradigmática. São Paulo: Cortez. 2009. 
 
SILVA, G. J.; SOUZA, J. L. Educar para a diversidade étnico-racial e cultural: desafios da 
educação inclusiva no Brasil. Inter-Ação, UFG, v. 33, n. 1, p. 169-192, jan./jun. 2008. 
Disponível em 
https://www.academia.edu/8569645/EDUCAR_PARA_A_DIVERSIDADE_%C3%89TNICO_
RACIAL_E_CULTURAL_DESAFIOS_DA_EDUCA%C3%87%C3%83O_INCLUSIVA_NO
_BRASIL?auto=download. Acesso em 21 mar. 2024. 
 
SILVA, T. T.; HALL, S.; WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: a perspectiva dos 
estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. 
 
WOODWARD, K. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. 6. ed. 
Petrópolis, RJ: Vozes. 2009. 
 
http://biblioteca.funai.gov.br/media/pdf/Folheto55/FO-CX-55-3508-2006.PDF
https://www.academia.edu/8569645/EDUCAR_PARA_A_DIVERSIDADE_%C3%89TNICO_RACIAL_E_CULTURAL_DESAFIOS_DA_EDUCA%C3%87%C3%83O_INCLUSIVA_NO_BRASIL?auto=download
https://www.academia.edu/8569645/EDUCAR_PARA_A_DIVERSIDADE_%C3%89TNICO_RACIAL_E_CULTURAL_DESAFIOS_DA_EDUCA%C3%87%C3%83O_INCLUSIVA_NO_BRASIL?auto=download
https://www.academia.edu/8569645/EDUCAR_PARA_A_DIVERSIDADE_%C3%89TNICO_RACIAL_E_CULTURAL_DESAFIOS_DA_EDUCA%C3%87%C3%83O_INCLUSIVA_NO_BRASIL?auto=download

Mais conteúdos dessa disciplina