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1 
 
 
REFORMA TRIBUTÁRIA: O 
QUE O SEU MUNICÍPIO 
PRECISA FAZER 
URGENTEMENTE 
 
JULIANA FERNANDINO - PALESTRANTE 
 
Juliana Fernandino é palestrante em Gestão Pública Municipal, 
especialmente, na gestão dos tributos municipais e na gestão do solo urbano 
dos Municípios . 
Destaca-se por trazer ideias inovadoras para a gestão das cidades, 
especialmente as de médio e pequeno porte, defendendo métodos 
de atuação que favorecem a independência financeira, 
administrativa e política do Município. 
 
 
www.julianafernandino.com 
http://www.julianafernandino.com/
 
2 
 
 
 
3 
 
“É PATENTE A NECESSIDADE DOS 
MUNICÍPIOS, SEJA DE QUE PORTE FOREM, 
DE ENFRENTAREM, COM 
RESPONSABILIDADE E CORAGEM, A 
FISCALIZAÇÃO DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS. 
JÁ NÃO É MAIS UMA QUESTÃO DE 
ESCOLHA, MAS SIM DE PROVÁVEL 
REPREENSÃO DOS GESTORES PÚBLICOS, 
PELA RENÚNCIA DE RECEITA. POR OUTRO 
LADO, QUALQUER MUNICÍPIO QUE TEM 
FRACA FISCALIZAÇÃO, TEM RECEITA 
MUNICIPAL DESPREZADA. ISSO REFLETE 
NOS SERVIÇOS QUE O GESTOR TEM A 
POSSIBILIDADE DE DISPOR PARA OS 
MUNICÍPES. É PRECISO DIMINUIR A 
DEPENDÊNCIA DAS TRANSFERÊNCIAS 
INTERGOVERNAMENTAIS.” 
Juliana Fernandino Costa 
 
 
4 
 
 
 
5 
 
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NO MUNDO DO DIREITO TRIBUTÁRIO MUNICIPAL? 
 
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Fundiária, Obras e Posturas e Licitação. 
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dicas da Dra. Juliana. 
6. Confira os textos publicados pela Dra. Juliana no 
JUSBRASIL. 
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NOSSA PROGRAMAÇÃO ESTÁ NO SITE 
WWW.PAUTAMUNICIPAL.COM.BR. 
http://www.pautamunicipal.com.br/
 
6 
 
 
 
 
 
7 
 
I- A ILUSÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA 
 
A Reforma Tributária é uma ilusão que foi vendida da seguinte forma: 
Se hoje temos dois tributos que são “parecidos”(o que não é verdade, 
especialmente do ponto de vista do sujeito ativo e do nível de problemas), vamos 
criar um IVA de base ampla, totalmente no destino, com a devolução de todos os 
créditos. 
MAS ISSO É UMA GRANDE ILUSÃO CRIADA PARA DAR A 
IMPRESSÃO AOS EMPRESÁRIOS, ESPECIALMENTE GRANDES 
INDUSTRIÁRIOS, QUE O SISTEMA BRASILEIRO TRIBUTÁRIO, A PARTIR DA 
REFORMA, FICARÁ MUITO SIMPLES. ISSO, INFELIZMENTE, NÃO É 
VERDADE. 
O QUE SE VERIFICA, APÓS CUIDADOSAS E REITERADAS LEITURAS 
DO TEXTO CONSTITUCIONAL, É QUE FORAM INCLUSAS PREVISÕES 
LEGAIS QUE, ALÉM DE ARRUINAR O PACTO FEDERATIVO, AINDA NÃO 
RESOLVERAM O PRINCIPAL PROBLEMA DO ICMS, QUE É A QUESTÃO 
DOS CRÉDITOS. 
OUTRO PROBLEMA GRAVE, É A QUESTÃO DA REPARTIÇÃO DOS 
RECURSOS. APESAR DE SE TRATAR DE TRIBUTO ÚNICO, QUANDO SE 
TRATA DO IBS, POR VÁRIAS E VÁRIAS VEZES O TEXTO CONSTITUCIONAL 
FAZ MENÇÃO À PARTE ESTADUAL DO TRIBUTO E À PARTE MUNICIPAL 
DO TRIBUTO. UMA VERDADEIRA LOUCURA. 
No início do nosso curso vamos destacar 10 pontos de maior preocupação: 
1º PONTO: Essa ideia vendida (que é mentirosa) era especificamente para 
resolver os problemas do ICMS, que vamos falar a seguir. Nunca teve qualquer 
 
8 
 
preocupação com o ISS, a não ser tirar ele da competência do Município. (Muitos 
dirão que não tirou, o que é uma falácia.) 
 
2º PONTO: A Emenda Constitucional criou um tributo com dois sujeitos ativos. 
E ainda uso o termo “Federação Cooperativa”, uma invenção jurídica 
impraticável. Hoje nós temos uma Federação trial e criamos um tributo dual. 
 
3º PONTO: Os municípios hoje, não tem a mínima ideia de quanto será a alíquota 
municipal do IVA (se é que podemos falar de uma alíquota municipal, já que a 
alíquota é uma só). Aqui o imbróglio é grande, pois diz que cada ente (Estados e 
Municípios) poderá criar sua alíquota, mas o “bendito” sistema, que dizem que 
estão criando, (o que duvidamos que vai funcionar rapidamente) vai ter que 
compatibilizar esse tanto de alíquota. É claro que a pressão política será para o 
uso de alíquota única para todos os entes da Federação. 
 
4º PONTO: O pacto federativo foi ferido de morte, pois, nem mesmo Estados, 
nem mesmo Municípios vão receber “receitas próprias”, em caixa próprio. Tudo 
será recolhido ao tal Comitê Gestor. Algumas perguntas que não são 
respondidas. 1 – Como o Comitê Gestor vai verificar que a Nota Fiscal é legítima, 
fidedigna, legal? 2 – Será que esse tal sistema vai conseguir fazer isso? Ah....Isso 
é muito grave, é substituir a prerrogativa de cada ente. 
 
5º PONTO: Estima-se que, em decorrência deste novo tributo, em substituição ao 
ISS e ao ICMS, cobrado agora no destino, e não mais na origem; e a distribuição 
da cota-parte municipal do imposto estadual por novos critérios, sendo a 
 
9 
 
população o principal deles, muitos Municípios, especialmente maiores e que 
tem hoje empresas fortes como mineradoras e petrolíferas, vão ter queda 
significativa de arrecadação. E geralmente esses municípios são polo em saúde e 
educação... 
 
6º PONTO: Criaram esse tal Comitê Gestor que será um “elefante branco”. 54 
pessoas (27 elegidos pelos Municípios e 27 pelos Estados) com poderes 
inimagináveis sobre todos os fiscos estaduais e municipais, que precisarão de 
uma equipe enorme para tentar operacionalizar o que estão prometendo (de 
pessoas qualificadas e de altos salários) e tudo isso custeado pelos estados e 
municípios. Essa esfera subnacional que vai ter a obrigação de garantir a 
arrecadação, a partilha dos recursos, a devolução dos créditos e ainda dirimir os 
conflitos entre Fisco e Contribuintes. Não se sabe como os Fiscos e Procuradorias 
vão trabalhar.... A verdade é que, hoje, os Fiscos estão sempre em busca do 
Contribuinte. E como os Fiscos vão trabalhar se eles não terão acesso direto às 
informações das notas fiscais? Como será o cancelamento de notas, a substituição 
de notas?? É muito difícil acreditar que vai dar certo. 
 
7º PONTO: Se criarem o tributo no modelo clássico, em que o direito ao crédito 
está associado ao destaque do tributo no documento fiscal, tal qual ocorre hoje 
nos tributos como ICMS, IPI, PIS/COFINS, vão criar uma verdadeira máquina 
de fazer fraudes (emissão de documentos frios, sem lastro). Como a devolução é 
“automática”(rsrsrs), o Comitê Gestor vai disparar a devolver créditos 
fraudulentos..... 
 
 
10 
 
8º PONTO: Se criarem situações em que o tributo será recolhido pelo adquirente 
(deram uma ideia disso no texto constitucional quando disseram que a lei 
Complementar poderia definir situações em que a devolução do crédito estaria 
vinculada ao efetivo pagamento do tributo). Isso com certeza é a hipótese de 
substituição tributária, em que o adquirente/tomador de serviços, fica 
responsável pelo recolhimento do tributo do vendedor/prestador. Nesse caso, 
todas as empresas varejistas e prestadores de serviços para consumidor final 
criarão créditos que deverão ser devolvidos automaticamente para eles. Isto 
porque ao adquirir mercadorias recolherá o tributo registrando o crédito, e nas 
suas vendas (constituindo o débito do tributo), o imposto será recolhido pelo 
adquirente (consumidor que faz pagamento por sistema eletrônico). 
O que se tem visto em notas técnicas do Centro de Cidadania Fiscal (C.CiF) 
é que a opção por esse modelo seria a hipótese em que todas as transações em 
que as empresas do regime geral fossem adquirentes, essas deverão ser as 
responsáveis pelo recolhimento do tributo, não importando a categoria do 
fornecedor. Isto porque elas teriam o interesse emaproveitar o crédito de suas 
aquisições. 
Se as fornecedoras forem do Simples, também poderia vigorar esse 
modelo, pois elas darão crédito para as empresas do regime geral. 
 
Art 146. §3º, inc II será permitida a apropriação de 
créditos dos tributos previstos nos arts. 156-A e 195,V, 
pelo adquirente não optante pelo regime único de que 
trata o §1º de bens materiais ou imateriais, inclusive 
direitos, e de serviços do optante, em montante 
equivalente ao cobrado por meio do regime único. 
 
11 
 
 
Nas aquisições de pessoas físicas (que operam com grandes volumes de 
transações – tipo produtores rurais, comerciante de bens usados, sucatas, etc), o 
recolhimento pelo adquirente (RG) garantiria o crédito. 
OBS: Agora se o adquirente for do Simples Nacional, optante pelo regime único, 
ele não aproveita o crédito, portanto o responsável pelo recolhimento, nesta ideia 
aqui, seria o fornecedor. 
Para tanto, a vigência do IBS terá início em 2026, à alíquota de 0,1%. No 
período compreendido entre 2027 e 2028, haverá a cobrança do IBS pela alíquota 
estadual de 0,05% e municipal de 0,05%. Posteriormente, entre os anos de 2029 a 
2032, as alíquotas do ICMS e ISS serão minoradas progressivamente, até a 
extinção. 
 
9º PONTO: Criaram duas transições: Transição do IBS e Transição Federativa. 
9.1- TRANSIÇÃO DO IBS 
0,1% até 2028 
A Transição do IBS começa efetivamente em 2029 e termina em 2032. 
De acordo com CF, em 2033 teremos somente o IBS. 
COMO SERÁ? 
Em 2029 começa a reduzir 10% ao ano nas alíquotas que hoje estão em vigor. 
Então tomemos como exemplo, primeiro, uma alíquota modal de 20% de ICMS. 
Como será na prática: 
2029 – 18% 
 
12 
 
2030 – 16% 
2031 – 14% 
2032 – 12 % 
Ou seja, no ICMS ainda teremos uma alíquota altíssima, que vai estar atrelada a 
benefícios também ainda gigantes – isso inclusive pode minar a transição. 
Agora, tomemos como exemplo, uma alíquota modal de 5% de um serviço. 
2029 – 4,5% 
2030 – 4% 
2031 – 3,5% 
2032 – 3% 
9.2 - TRANSIÇÃO FEDERATIVA 
Já a transição federativa (que é a destinação dos recursos para o local do 
destino da operação – ou seja, o fluxo efetivo da arrecadação), só termina em 
2078. (E esse aqui poderíamos até falar que estaria resolvendo uma demanda de 
ISS. Só que em 2078.....) 
E aqui também o argumento para não mudar imediatamente para o 
destino foi uma questão ligada ao ICMS. Porque alguns estados que recolhiam 
7% na origem, iriam imediatamente passar a recolher 0. 
Aí tiveram a brilhante ideia de fazer a partilha dos recursos não de acordo 
com a própria arrecadação no destino. Então arranjaram uma conta para realizar 
a partilha, que só será completamente no destino em 2078. Nesta conta vai ser 
observado quanto foi arrecadado (de ICMS e ISS de cada ente) neste período e 
qual a fatia em percentual será de cada ente. 
 
13 
 
Então começa assim. No primeiro ano 90% da partilha dos recursos do IBS 
será não de acordo com o destino, mas de acordo com essa “pizza” fixa que foi 
desenhada a partir de uma trava de recolhimento do tributo de cada ente. 
E esse percentual de 90% será reduzido 1/45 avos ao ano, até 2078, quando 
então a arrecadação será toda direcionada ao destino. Ou seja só em 2078 é que 
nossos netos verão a tributação ir para o destino. Aff!!!! 
DETALHE: AINDA NÃO SABEMOS O CONCEITO DE DESTINO. 
 
10º PONTO – ISENÇÕES PARCIAIS E REGIMES ESPECIAIS 
 No próprio texto Constitucional trouxeram hipóteses de isenções parciais, 
imunidades e regimes especiais. Qual é o grande problema disso? 
 Não há uma conta capaz de nos mostrar o quanto isso impactará na 
alíquota do tributo para os setores que não foram “agraciados” com os benefícios. 
 
Para IBS e CBS, haverá alíquotas diferenciadas para setores específicos: 
 
Redução de 60% 
1- serviços de educação 
2- serviços de saúde 
3- dispositivos médicos — entre os quais, fórmulas nutricionais 
4- dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência 
5- medicamentos 
6- produtos de cuidados básicos à saúde menstrual 
 
14 
 
7- serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviário e metroviário de 
caráter urbano, semiurbano e metropolitano 
8- alimentos destinados ao consumo humano e sucos naturais sem adição de 
açúcares e conservantes 
9- produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por 
famílias de baixa renda 
10- produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas 
vegetais in natura 
11- insumos agropecuários e aquícolas 
12- produções de eventos, artísticas, culturais, jornalísticas e audiovisuais 
nacionais, atividades desportivas e comunicação institucional 
13- bens e serviços relacionados a soberania e segurança 
 
Redução de 30% 
 1 - Prestação de serviços de profissionais autônomos (como médicos e 
advogados) . 
 
Isenção 
1- serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviário e metroviário de 
caráter urbano, semiurbano e metropolitano 
2- dispositivos médicos 
3- dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência 
4- medicamentos 
5- produtos de cuidados básicos à saúde menstrual 
6- produtos hortícolas, frutas e ovos 
 
15 
 
7- serviços de educação de ensino superior nos termos do Programa 
Universidade para Todos (Prouni) 
8- automóveis de passageiros comprados por pessoas com deficiência e 
pessoas com transtorno do espectro autista, e por motoristas profissionais 
que destinem o automóvel à utilização na categoria de aluguel (táxi) 
9- serviços prestados pelas entidades de inovação, ciência e tecnologia sem 
fins lucrativos 
10- produtores rurais físicos ou jurídicos com receita anual de até R$ 3,6 
milhões 
11- e atividades de reabilitação urbana de zonas históricas e de áreas críticas 
de recuperação e reconversão urbanística 
 
Regimes específicos da Reforma – sujeitos ao IBS e CBS 
Conforme o texto constitucional, determinados produtos e serviços podem ser 
submetidos a um tratamento específico na cobrança dos IVAs. Poderão ser 
contemplados, por exemplo, por alterações na base de cálculo dos tributos e nas 
alíquotas. 
*Estão nessa possibilidade: 
1- combustíveis e lubrificantes; 
2- serviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de assistência à 
saúde e concursos de prognósticos (como as loterias); 
3- cooperativas; 
4- serviços de hotelaria, parques de diversão e parques temáticos, bares, agências 
de viagens e turismo e restaurantes e aviação regional; 
 
16 
 
5- missões diplomáticas e representações de organismos internacionais; 
6- serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviário intermunicipal e 
interestadual, ferroviário, hidroviário e aéreo; 
7- setor de eventos; 
8- atividades esportivas desenvolvidas por Sociedades Anônimas do Futebol 
(SAFs). 
*A definição das regras ocorrerá por lei complementar. 
 
II - PORQUE TANTO ESPEROU-SE UMA REFORMA TRIBUTÁRIA? 
II.1 - CONTEXTATUALIZANDO O PROBLEMA DO ICMS 
A verdade é que o ICMS tem problemas reais e grandes de guerra fiscal, e 
o que grande parte dos advogados, contadores e estudiosos do Direito Tributário 
esperavam, era que seriam revistos e enfrentados, em uma Reforma Tributária, 
os problemas do ICMS. 
A guerra fiscal do ISS, de porte irrisório perto dos problemas do ICMS, 
poderia ser resolvida apenas com a alteração da tributação para o destino, sem 
mudar muita coisa em outras searas. 
MAS, CONSEGUIRAM TIRAR O ISS DOS MUNICÍPIO, EMBOLANDO 
OS DOIS TRIBUTOS, TENDO COMO PANO DE FUNDO UMA PRETENSA 
DESBUROCRATIZAÇÃO E BUSCA DE SIMPLICIDADE. ESSA É A GRANDE 
VERDADE. E SIMPLICIDADE É O QUE NÃO SE VERÁ! 
Mas voltando ao problema do ICMS, para entendermos porque foram 
propostas tantas mudanças nesta reforma tributária. 
 
17 
 
PARA ENTENDER A REGRA GERAL DO ICMS 
O ICMS é, em tese, não-cumulativo, compensando-se o que for devido em 
cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviçoscom 
o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito 
Federal. 
Para a compensação do ICMS, é assegurado ao sujeito passivo o direito de 
creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha 
resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, 
inclusive a destinada ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação, dentro das normas 
aplicáveis e regulamentares. 
Este sistema é conhecido como “débito x crédito”, onde abate-se do 
montante devido pelo contribuinte o valor pago por este em etapas anteriores, 
em suas compras de bens ou serviços já tributados pelo imposto. A terminologia 
utilizada é "compensação do imposto". 
O crédito do ICMS advém do direito de abater das respectivas saídas o 
imposto pago na aquisição de produtos e mercadorias e serviços. 
O montante do crédito corresponde ao valor a ser abatido do respectivo 
débito do imposto. Caso o crédito seja maior que o débito, denomina-se "crédito 
acumulado". 
 
 
DIFAL 
 
18 
 
Difal, ou Diferencial de Alíquota do ICMS (Imposto Sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços) é um instrumento utilizado para equilibrar a arrecadação 
do imposto entre os Estados. 
O Difal de ICMS é cobrado em operações envolvendo mercadoria 
destinada a consumidor final não contribuinte do imposto em outro estado. 
(Regra Geral) 
A responsabilidade pelo recolhimento do imposto será atribuída ao 
destinatário, quando for contribuinte do ICMS, ao remetente, quando o 
destinatário não for contribuinte do imposto.(quando for consumidor final) 
OBSERVAÇÃO: Dentre outras hipóteses que geram o dever de pagar o 
DIFAL-ICMS, está a entrada no território do Estado de bem ou mercadoria 
oriundos de outro Estado adquiridos por contribuinte do imposto e destinados 
ao seu uso ou consumo ou à integração do seu ativo imobilizado. 
Nessa modalidade de cobrança, a exemplo do que ocorre no comércio 
eletrônico, o fornecedor do bem ou serviço é responsável por recolher todo o 
imposto e repassar ao estado do consumidor final o difal de ICMS – isto é, a 
diferença entre a alíquota interna do estado de origem e a alíquota interestadual. 
OBSERVAÇÃO 2: Para atender o julgamento do STF, o Congresso 
Nacional aprovou o Projeto de Lei Complementar 32/2021, que deu origem a Lei 
Complementar nº 190, de 04 de janeiro de 2022, regulamentando a exigência do 
DIFAL-ICMS nas operações e prestações interestaduais a consumidor final tanto 
contribuinte quanto não contribuinte do imposto. 
Nessa etapa, é necessário utilizar a tabela do ICMS para identificar a 
alíquota interestadual e a alíquota interna do estado de destino da mercadoria. 
As alíquotas interestaduais são divididas da seguinte forma: 
 
19 
 
Norte, nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo: 7%; 
Sul e sudeste: 12%; 
Material importado: 4%. 
Calcule a diferenças entre as alíquotas 
Tendo em mãos os valores das alíquotas, o próximo passo é calcular o 
valor de cada uma, a partir da base de cálculo e identificar a diferença entre elas. 
Para você entender melhor, preparamos um exemplo. Confira a seguir: 
 
DIFAL = (Alíquota interna – alíquota interestadual) 
Valor do produto: R$ 200,00 
Estado de origem: São Paulo 
Estado de destino: Rio de Janeiro 
Alíquota de ICMS estado de origem: 12% 
Alíquota de ICMS estado de destino: 18% 
ICMS estado de origem: R$ 200 x 12% = R$ 24 
ICMS estado de destino: R$ 200 x 18% = R$ 36 
DIFAL = R$ 36 – R$ 24 = R$ 12 
 
Com a aplicação do Difal, as vendas interestaduais destinadas a não 
contribuintes passam a contar com a aplicação de alíquota interestadual (7% ou 
12%), o que, por conseguinte, provoca o acúmulo de créditos em relação às 
aquisições internas (18%) 
 
20 
 
E PARA RESOLVER ESSE PROBLEMA DAS ALÍQUOTAS 
INTERESTADUAIS, COMEÇOU-SE ENTÃO A CRIAR OS CRÉDITOS 
OUTORGADOS/PRESUMIDOS. 
Crédito Outorgado 
O crédito outorgado (também conhecido como crédito presumido) se 
refere a um crédito que não necessariamente corresponderia ao real se fosse 
seguido o sistema regular de créditos e débitos. 
Em regra, confere ao contribuinte a opção de se creditar de um valor 
presumido em substituição ao aproveitamento de quaisquer outros créditos. 
Normalmente o valor do crédito presumido é calculado pela aplicação de 
uma determinada alíquota sobre o valor do imposto devido na operação. 
 
 Exemplo: 
Valor da operação: R$ 5.000,00 
Alíquota aplicada: 12% 
ICMS = R$ 5.000,00 x 12% = R$ 600,00 
Crédito presumido: 20% sobre o ICMS devido = R$ 120,00 
Valor efetivamente recolhido = R$ 480,00 
 Um dos grandes problemas do ICMS são as alíquotas interestaduais, pois 
estas geram: 
1 – crédito presumido/crédito outorgado 
Essa ideia de alíquotas interestaduais (Resolução de 1989) surgiu para 
criar mecanismos para dividir as receitas entre estados pobres e estados ricos. 
 
21 
 
Usaram a alíquota de 12% e chamaram de crédito outorgado. Estados do 
Norte/Nordeste e Espírito Santo utilizam 12% no ICMS. (pior que Reforma está 
se cometendo o mesmo erro. 
E as hipóteses de desoneração das exportações e algumas outras hipóteses 
de desoneração que geram o crédito acumulado. 
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) 
interestadual de 4% estabelecido é uma fonte de créditos acumulados para as 
empresas. Isso tem acontecido com aquelas que revendem a outros Estados 
produtos importados ou produtos nos quais o conteúdo importado supera 40%. 
O crédito de ICMS não compensado vira custo adicional, pois o acúmulo de 
créditos não encontra débito para ser abatido. 
Esse é um problema semelhante ao crédito acumulado dos exportadores. 
Como a venda interestadual de importados ou mercadorias com conteúdo de 
importação atualmente é tributada com ICMS de 4%, as empresas muitas vezes 
não conseguem usar todos os créditos do imposto de 18% que recolhem no 
desembaraço de produtos acabados ou insumos. 
ESSES ACIMA SÃO PROBLEMAS QUE A REFORMA DEVERIA TER 
ENFRENTADO E RESOLVIDO. 
PORQUE OS ESTADOS ESTÃO FICANDO COM DINHEIRO QUE É DO 
CONTRIBUINTE, OU SEJA, ESTÁ TRABALHANDO COM CRÉDITOS 
ACUMULADOS DOS CONTRIBUINTES E NÃO DEVOLVE O DINHEIRO. 
Os Estados hoje tem estoque de crédito acumulado, e criaram sistemas 
muito morosos de devolução. Ou seja, hoje os Estados estão financiando parte de 
suas políticas públicas com dinheiro do Contribuinte. 
 
22 
 
AÍ, VEM A GRANDE PROMESSA DA REFORMA: 
DEVOLVER AUTOMATICAMENTE TODOS OS 
CRÉDITOS. 
E FOI ESSA PROMESSA QUE FEZ A REFORMA 
PASSAR, QUE ENCANTOU A INDÚSTRIA, SÓ QUE ....... 
Temos no texto Constitucional que a devolução será 
automática e que Lei Complementar que vai dispor sobre 
isso. E que o tal Comitê Gestor vai cuidar de um sistema 
nacional e garantir essa devolução. 
Outro grande problema que vemos é que o sistema de crédito e débito 
comum, funciona bem, porém, esse mecanismo de arrecadação, com a reforma 
será mudado. Ou seja, a parte do ICMS que funciona bem será mudado. 
A etapa anterior recolhe de tudo e aqueles insumos físicos geram um 
crédito que é abatido no imposto devido na etapa seguinte. 
ENTÃO, EM SÍNTESE, PARA A REFORMA SER APROVADA, 
TIVEMOS A SEGUINTE BASE DE PROMESSAS: 
 
1- FIM DA CUMULATIVIDADE 
Um ponto de grande relevância que a Reforma trouxe é o fim da 
cumulatividade dos impostos. Se você é da área tributária, conhece o princípio 
da não cumulatividade, que busca evitar o efeito cascata dos tributos. 
 
23 
 
Pra garantir essa não cumulatividade, é necessário que os contribuintes 
tenham direito de compensar os tributos que já foram pagos em etapas 
anteriores. Infelizmente, até hoje, muitas vezes não é isso o que acontece: os 
tributos são calculados com o valor cheio e sem a possibilidade de compensação. 
Com a Reforma, a promessa é que o novo IBS e CBS vão permitir ao 
contribuinte creditar os valores cobrados nas operaçõesem que ele foi o 
adquirente. 
Essa mudança vai impactar em especial a comercialização de bens que têm 
uma cadeia produtiva mais longa, ao reduzir o ônus tributário por meio da 
compensação. 
Sobre a prestação de serviços, já tem algumas discussões sobre o que vai 
ou não ser creditado pra reduzir a base de cálculo. 
Isso vai depender da Lei Complementar que regulamentar o imposto, mas 
o esperado é que seja possível fazer a compensação de tudo o que for pago pra 
prestação de um serviço. 
E outra grande discussão que tem hoje é que é ruim a sistemática de abate 
de “insumos físicos”. Ótimo, então seria só mudar para insumos financeiros. 
Que seria o mesmo que dizer: “vamos permitir a geração de créditos a 
partir de serviços efetivamente consumidos para fins daquele consumidor 
intermediário que produziu para etapa seguinte da cadeia produtiva. 
Para isso não precisaria mudar um capítulo da Constituição e criar o maior 
monstro jurídico já visto. 
Crédito físico - somente os bens que integram fisicamente o produto final dão 
ensejo ao creditamento, e não o do crédito financeiro, segundo o qual qualquer 
insumo utilizado na produção poderia ser imediatamente creditado. Ou seja, não 
 
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cabe aproveitamento de créditos de mercadorias que não se incorporam ao 
produto final. 
 
Mas voltando a questão dos créditos acumulados. 
Como que a Reforma está tentando resolver isso? 
- Dizendo que os Estados vão pagá-los em 240 parcelas. (o que muita gente boa 
aposta é que não vão pagar, porque hoje o estoque de crédito acumulado é 
imenso e os Estados tem trabalhado com esse dinheiro que é dos contribuintes.) 
 
2 - IMPOSTO SERÁ RECOLHIDO POR FORA. O QUE ISSO SIGNIFICA? 
Uma diferença nesses novos tributos é que a incidência deles vai ser por 
fora. Nos impostos por fora, o tributo não entra na base de cálculo dele próprio, 
o que reduz o valor a recolher. 
EXEMPLO 
Imagine que você tem uma loja de revenda de computadores e adquire 
um notebook por R$ 3.000,00. Você pretende ter um lucro de R$ 1.000,00 na venda 
desse computador, então, seu preço de venda seria R$ 4.000,00. 
Acontece que tem um imposto com uma alíquota de 20% na venda do 
produto. Então, por quanto você precisa vender o computador pra ter seus mil 
reais de lucro? 
Bom, se esse imposto for por fora (como o IVA Dual), é só multiplicar os 
R$ 4.000,00 pela alíquota e chegar ao valor de R$ 800,00. 
 
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Ou seja, você precisa vender o produto por R$ 4.800,00 pra ter R$ 1.000,00 
de lucro. 
Por outro lado, se o imposto for por dentro (como o atual ICMS), você deve 
multiplicar a alíquota de 20% pelo valor de venda já com o imposto. 
Na prática, é só dividir os R$ 4.000,00 por 0,8 (100% - 20%). Com isso, você 
vai chegar a um valor de venda de R$ 5.000,00. 
Ou seja, a mesma alíquota do imposto por dentro gera um valor a recolher 
de R$ 1.000,00, enquanto por fora gera um valor a recolher de R$ 800,00. 
MAS LEMBRANDO: NÃO SABEMOS DA ALÍQUOTA. 
 
3 - SEM DIFERENÇA ENTRE PRODUTO E SERVIÇO 
Outra grande mudança implementada pela Emenda é que, com esses 
novos tributos e a alíquota única, não vai existir mais a diferença entre produto e 
serviço. 
Por conta desse tratamento diferenciado que existe até hoje, tem muitas 
discussões na Justiça sobre o que configura serviço ou produto. 
Vamos pensar no seguinte exemplo: Um programa ofertado por um 
escritório de contabilidade de cálculos pra advogados e contadores. 
O software seria um produto comercializado ou um serviço prestado? 
 Então vamos lá, tentar entender o que dá para ser entendido até aqui. E 
mais, tentar começar novos trilhos para os Fiscos Municipais, tanto nos próximos 
anos de transição, quanto para a carreira em geral. Quais serão as novas 
atribuições? … Te espero no nosso curso. 
 
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EXCELÊNCIA EM ASSESSORIAS E CURSOS 
 
 
A Pauta Municipal é uma empresa de capacitação e consultoria em gestão 
pública Municipal. Nosso objetivo é capacitar gestores públicos para lidar 
com a estruturação, arrecadação e fiscalização tributárias, gestão do solo 
urbano e fiscalização de posturas, licitação, implantação de sistemas 
municipais de meio ambiente. Ofertamos consultorias especializadas em 
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acompanhamento e capacitação, tanto pessoalmente quanto por 
ferramenta on-line, dos servidores municipais e gestores, na 
implementação das novas práticas em gestão pública municipal. 
 
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